Capítulo 7
—Vou ficar para ajudar! - Victor diz olhando para mim. Nem me importo se fica aqui, como vou pesquisar no YouTube, o que tenho que fazer?
—Você é o pai? —digo olhando para ele e ele faz uma careta, balançando a cabeça. —Bem, ele não vai ficar. Você está deixando a mãe nervosa. Este é um momento íntimo e posso ver nos olhos dela que ela não se sente confortável com você aqui.
—A égua está te contando isso? —A voz de Mattia parece divertida. Ele é loiro, alto, com ar de cowboy, usa chapéu e camisa xadrez.
-Sair! —Falo com os dentes cerrados, olhando para eles com um olhar assassino, todos engolem saliva e vão embora um por um. -Feche a porta! —Falo em voz alta e pego meu celular pesquisando no YouTube como dar à luz uma égua. —Vamos Star, agora é a nossa vez, garota. —A Estrela me olha como se entendesse minhas palavras e eu acaricio sua barriga enquanto assisto ao vídeo. —Basicamente eu tenho que esperar, você faz tudo! Sêmen!!! —Eu olho o vídeo com medo. —Você sabe que vai sair um cavalo do seu rabo? O que eu quero empurrá-lo?
Os minutos que se seguem passam devagar, fico nervoso e ansioso. Merda, por que eu tive que fingir ser veterinário? Agora tenho duas vidas nas mãos e não sei o que fazer. Percorro meu celular em busca de todo tipo de informação sobre nascimentos de éguas e quando olho para Estrela meu queixo cai.
-Meu Deus! SÊMEN!!!! —grito olhando para o potro que começa a sair. -O que eu posso fazer para te ajudar? Você sabe, Star, eu nunca quero ter filhos! —Falo desesperadamente e começo a fazer aquela respiração de cachorrinho. Reúno o feno ao nosso redor e preparo um lugar macio para o bebê cair. -ELE NASCEU!!! —Ele gritou minutos depois com um largo sorriso e lágrimas nos olhos. —Muito bem garota, você foi tão corajosa, estou orgulhosa de você! —Ele falou com muito orgulho e beijou a barriga e limpou o focinho do potro, que estava coberto por uma gosma estranha.
Quando olho em volta vejo que os homens que partiram voltaram. Meus olhos encontram os de Victor e há um brilho neles quando ele olha para mim.
-Ele nasceu! —Digo sorrindo com os olhos fixos nos dele, e me levanto, colocando o celular no bolso e olhando para a minha camisa, que está toda suja.
Que nojo! Controlo a vontade de vomitar e sorrio sem mostrar os dentes e começo a desabotoar a camisa.
-O que você pensa que está fazendo? —Victor diz olhando para mim com a mandíbula cerrada.
—Minha camisa é inútil, não vou usá-la! — Reviro os olhos e termino de desabotoar e sinto os olhares gananciosos de todos os homens, inclusive de Victor Quintero, que me olha como se quisesse me devorar.
Acho que é uma boa hora para brincar um pouco. Faço uma cara inocente e tiro lentamente a camisa e ouço suspiros de todos eles. Eu sempre uso uma regata por baixo da camisa, mas acho que ela ficou suja também, penso, sorrindo para mim mesma e tirando a camisa lentamente e ouvindo os homens ao meu redor xingarem. Estou usando uma lingerie vermelho sangue que contrasta bem com minha pele clara e enfatiza meus seios.
—Se vocês não pararem de olhar para o corpo dele, eu mato cada um de vocês! —Victor diz com uma cara assassina e todos os homens desviam o olhar e vão embora um por um com a cabeça baixa. -Usa isto! —Ele praticamente me manda e tira a própria camisa e joga em mim.
—E se eu não quisesse? —Falo provocando-o e sinto meu corpo colidir contra uma das colunas de madeira do estábulo e minha boca ser devorada por Victor.
Deslizo minhas mãos por suas costas largas, ele me levanta em seus braços e envolvo minhas pernas em sua cintura, gemendo em sua boca. Meu corpo está em chamas. Eu quero, preciso que você me leve aqui mesmo.
—Vince... —Falo entre gemidos e é como se minhas palavras o acordassem, pois no mesmo momento em que ele me coloca no chão, seus olhos se enchem de dor e nojo? Ele sai dos estábulos me deixando excitado, sozinho e confuso.
O que possuiu este homem para fazê-lo sair assim? Num momento ele estava devorando minha boca, no outro ele me olhou com raiva e foi embora? Não vou nem começar a cogitar a possibilidade de ele não ter gostado do meu beijo, porque sei beijar muito bem. Era outra coisa que o incomodava tanto e preciso descobrir o que é. Seja o que for, não pode atrapalhar meus planos.
Visto a camisa que ele me deu e saio dos estábulos em direção à mansão Quintero. O sol já se põe, dando aquele tom alaranjado ao horizonte, o pôr do sol contrasta tão bem com o verde da folhagem das vinhas. Aqui é um bom lugar para morar.
Os trabalhadores já devem ter ido para casa. A vinícola Quintero não fica longe da cidade de Verona, mas alguns trabalhadores moram na propriedade, por isso a chamam de Vila Quintero.
Caminho devagar, contemplando o pôr do sol. Olho através das vinhas e vejo Victor ao longe e parece que ele está socando alguma coisa. Mudo minha rota e começo a caminhar em direção a ele. Quando me aproximo, noto que ele bate em um saco de pancadas pendurado em uma das mangas. Ele bate no saco com tanta raiva e estou curioso para saber o motivo de tanta fúria.
—Se você continuar assim, sua mão vai quebrar! —Falo olhando para as costas dele e vejo que ele está respirando com dificuldade, suas costas estão largas e parecem maiores por causa de todo esforço que fez.
-O que faz aqui? —Seu tom é sombrio e ele permanece de costas para mim.
—Por que saiu assim? —questiono-o, muito intrigado com sua atitude. —Um beijo tão ruim?
Ele se vira para mim e seus olhos estão vermelhos e deixando claro que ele estava chorando e meu coração aperta ao vê-lo assim.
—O que você tem, Victor? —Aproximo-me dele enquanto ele apenas me encara, vejo gotas de suor escorrendo pelo seu pescoço, pelo seu peito musculoso. É um homem espetacular, tem a pele bronzeada, a barriga quase sem pelos e cheia de pequenos botões.
-Não é assunto teu! —Ele rosna, me olhando cheio de raiva. —Saia daqui, Bianca. Quero ficar sozinho!