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Capítulo 6

Estou no meu escritório em casa. Deixei como na época do meu pai. A mesa de madeira escura que deve ter pelo menos cem anos. Fica de frente para as grandes janelas de vidro, que oferecem uma bela vista das vinícolas. Sento-me na minha cadeira de couro preto e olho para a tela do computador. Ouço uma batida na porta e peço para ele entrar.

—Chefe, uma das éguas está parindo, mas algo parece errado! —Mattia diz assim que entra, exasperado, dizendo tudo de uma vez.

—E onde está Bianca? —Levanto-me, dobrando as mangas da camisa e ele encolhe os ombros. "Vá para o estábulo e eu a encontrarei." —digo saindo do meu escritório com ele e indo para a cozinha, talvez Nona saiba onde ele está.

Antes mesmo de entrar na cozinha ouvi Bianca e Nona rindo. Entro e olho para eles com uma expressão hostil.

—O que aconteceu meu filho? —O nono me conta e Bianca vira o rosto para me olhar.

—Eles precisam de você nos estábulos. O que faz aqui? —Meu tom é mais rude do que deveria e vejo ela se assustar.

— Vim tomar um café, senhor Quintero! —Ela diz se levantando irritada. -O que está acontecendo?

—Uma das éguas está dando à luz...

-Oh, meu Deus! Chame um veterinário! —Ela fala nervosa e eu olho para ela sem entender suas palavras. —Eu sou o veterinário, eu sei disso. Vamos para lá! —Ela diz se abaixando na minha frente e eu a sigo. —Que bom que eu vim a cavalo, assim a gente chega mais rápido, esse lugar é muito grande, deveria ter um ônibus que passa por aqui, sabe, tipo com vários pontos de embarque e desembarque.

Olho para ela com vontade de rir, e a vejo colocar um pé no estribo pronta para montar no cavalo e me posiciono ao lado dela, segurando-a pela cintura, ajudando-a a montar.

—Você quer dar um passeio? —Ele diz olhando nos meus olhos e estende a mão para mim. Olho para a mão dele decidindo — Vamos Victor, não vou morder! —O tom dela é engraçado e eu pego a mão dela e no mesmo momento sinto uma eletricidade percorrendo todo o meu corpo e sei que ela também sentiu. Subo no cavalo, abraço sua cintura e a sinto ofegante. —Aguente firme, temos que correr. —Sua voz sai mais rouca e ele põe o cavalo em movimento, fazendo-o correr em direção aos estábulos.

É quase impossível não sentir o seu doce perfume, misturado com o aroma natural da sua pele. Minha pele fica febril quando ele passa a mão pela minha, que repousa em sua cintura. É quase automático a forma como a minha pila fica dura quando sinto o teu toque. Te amo muito. Aproximo meu rosto de seu pescoço e vejo seu corpo tremer levemente e arrepios aparecerem em sua pele.

Meu desejo naquele momento é tirá-la do cavalo e devorar seus lábios vermelhos e satisfazer todo meu desejo transando com ela com força. Aperto sua cintura tentando controlar meus pensamentos. Droga, pareço um adolescente passando pela puberdade. Sinto quando o cavalo para de correr e agradeço aos céus por isso. Desço primeiro e agarro sua cintura, ajudando-a a descer.

Neste momento nossos corpos estão muito próximos e minha respiração está quente e difícil. Ela levanta a cabeça e seus olhos encontram os meus, ela passa a língua pelos lábios e depois os morde.

-Xingamento! —Xingo e tomo seus lábios em um beijo feroz. Minhas mãos vão para seus cabelos puxando-a para mais perto de mim. Sinto sua língua invadindo minha boca e suas unhas cravadas em meus braços. Um gemido sai de sua garganta e ele olha para mim, respirando pesadamente, afastando-se de mim.

—Preciso entrar... —A voz dele sai baixa e rouca, ele morde o lábio, olhando para mim e para a porta do estábulo como se refletisse sobre o que era mais importante. Ela me dá uma última olhada e entra.

Olho para minha calça e vejo o quanto meu pau está duro, respiro fundo tentando me controlar e quando meu humor está mais calmo eu entro.

Alejandra/Bianca

O homem foge de mim como se eu fosse o diabo na terra por duas semanas e depois do nada ele me beija? Merda, meu plano está funcionando mais do que bem. Só tenho cinco meses, aquele desgraçado do Paolo já colocou um cara no meu encalço, acha que não sei que estão me seguindo.

Meu corpo ainda está quente e minhas pernas tremem depois do beijo de Victor. Que mãos são essas? Eu poderia gozar apenas com aquele beijo. Tem aderência, é forte e ao mesmo tempo delicado. Este golpe será muito agradável de acertar.

Entro nos estábulos tentando esconder o que aconteceu lá fora. Aposto que Victor deve estar tentando acalmar o amigo, pois o pênis dele deve ser grande, senti ele empurrar para dentro de mim durante o beijo.

—Que bom que você está aqui Doutor, Estrela está deitada há algum tempo e o potro ainda não saiu! —Mattia me conta com um pouco de angústia e olho em direção a uma das baias onde está deitada uma égua de pelo cor de caramelo.

-O que você quer que eu faça? —falei horrorizado, olhando para Mattia e depois para a égua. —Colocar a mão dentro e tirar o cavalo?

—Você não é especialista em animais de grande porte? —Victor me questiona e eu olho para ele colocando as mãos na minha cintura.

—Sim, mas quando digo grande quero dizer um cachorro grande, um gato, até uma cabra. Nem mesmo uma égua de uma tonelada! —digo exasperado, sentindo meu sangue gelar. Como vou sair disso? —Você quer que eu seja parteira de uma égua? —Praticamente grito e todos me olham surpresos. Deve haver alguns homens aqui.

Victor olha para mim e levanta uma sobrancelha, claramente sem entender o motivo da minha histeria.

Isso não deveria ser tão diferente de um nascimento humano, certo? Apenas diga a ele para respirar e empurrar. Respiro fundo e me ajoelho ao lado da Estrela.

—Não se preocupe, eu ajudo você a ter seu bebê nos... cascos? —Eu realmente não tenho a menor ideia do que estou fazendo. —Respire comigo, assim... —Imitei aquelas respirações que as séries de televisão contam para as grávidas. —Quero que todos vão embora, só sobrou o pai do cavalo na manjedoura! —Falo em voz alta e olho para os oito pares de olhos que me olham como se eu fosse louco.

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