Prólogo
Gabriela
Eu tinha cerca de 8 anos quando conheci Emílio, pouco depois da morte do meu pai.
Minha mãe se envolveu com o meu pai por dinheiro. Não era rico, mas tinha o suficiente para viver uma vida boa, mas minha mãe só esbanjava, então foi à falência.
Eu tinha cerca de 2 anos quando passamos a morar na favela, um tempo depois minha mãe teve outra filha, que é minha irmã Bianca.
Meu pai adoeceu e minha mãe não fez o mínimo sequer para cuidar dele, teve uma morte lenta e sofrida, ainda me lembro do seu rosto envelhecido pela condição dele, me dói só de lembrar.
Então ele morreu.. Minha mãe encasquetou que eu e a minha irmã iríamos crescer e ficar lindas, e assim apanharíamos muitos homens ricos. Eu sempre odiei essa ideia, não me envolveria com alguém por dinheiro não. Mas a minha irmã é diferente, adora essa ideia, todos finais de semana sai produzida, se mete em festas para apanhar alguém. Ela e Luana, sua melhor amiga.
Minha mãe sempre fora uma mulher bonita por fora e com o corpo sempre em dia. Seduziu Emílio e passou a se envolver com ele. Ele lhe dava bastante dinheiro e sempre que ia lá para casa conversava comigo.
Sabia o quanto a minha mãe era maluca, me aconselhava a não ligar para as suas coisas e deixar passar.
Passei a vê lo como um exemplo, afinal, durante a minha adolescência toda me guiou e ajudou com a escola, me ensinava matemática, química, física, tudo, me ajudava com tudo que podia.
Eu conversava com ele sobre tudo que não podia com a minha mãe, porque tudo girava em " você é linda, tem um corpo cobiçado por todas mulheres, deveria é arranjar um homem rico ", então eu simplesmente passei a evitar conversa.
Emílio fazia questão de nunca me deixar faltar nada, sempre pagou pelos meus estudos e me mimava, apesar de sempre tentar recusar.
Mal passou a se envolver com a minha mãe, nos mudou. Passámos a viver na cidade e ter a melhor vida, longe da real família dele, claro.
Sabíamos que tinha mulher, que mais tarde veio a falecer e filhos.
Sempre estudamos em melhores escolas e tínhamos de tudo. Quando tive idade, pagou minha carteira de motorista e me ofereceu um carro.
Dizia que eu era a filha que nunca teve e que gostava muito de mim, portanto queria que eu tivesse do melhor.
Graças a ele sempre me empenhei, tanto que me falta apenas um semestre para terminar a faculdade.
Estou nas minhas férias e apesar de ter recusado mil vezes, Emílio me presenteou com férias para os Estados Unidos, Nova Iorque.
Partiria em duas horas e me encontrava entusiasmada com a ideia. Iria com a minha melhor amiga Priscilla, que conheci ainda no início do sétimo ano, é rica e bastante mimada pelos pais. Quando soube que eu ia viajar alinhou comigo e tratou de todo assunto comigo.
Após o check in e ter toda burocracia tratada, me despedi dos pais da minha amiga, que nos levaram ao aeroporto.
Ela os abraçou e beijou suas faces, logo nos afastando.
Senti borboletas no estômago e algo me dizia que a viagem prometeria!