Cap. 4
A música tocada ao fundo era baixa comparada a todo falatório que Leon conseguia escutar na sua mente com todas as suas versões falando ao mesmo tempo. Não sabia se corria para chorar ao lado do caixão do pai, ou se subia e planejava como conseguiria fugir da diretoria principal da empresa, ou pior, como conseguiria manter a cabeça em paz sabendo que logo, logo uma nova briga iria iniciar com sua esposa falando mal alto que todos ao mesmo tempo.
Sentou-se direito em um dos sofás do escritório quando o corpo chegou a casa. Deveria ser o homem a acompanhar cada momento do pai sendo o segundo irmão mais velho que seus irmãos mereciam, mas ele não conseguia ser. Sempre foi um apoiador de tudo que seu pai fazia. Todos os dias, aprendia inúmeras coisas. Sequer queria aceitar trabalhar naquele lugar, mas aceitou porque sabia que ele estaria ao seu lado.
Levantou novamente quando escutou mais gente chegando, todo mundo queria saber o motivo e como Afonso Ambrose Vilares havia falecido, e como contar isso a mídia, que enquanto ele pedia por socorros os filhos tentavam separar suas esposas no meio de uma briga sem fundamento. Assustou-se quando a porta foi aberta e Liam entrou fechando sem seguida.
— Está todo mundo comentando - Se aproximou da janela parando ao lado do irmão. — Eu não aguento mais receber tanta gente, preciso de um momento para respirar - Se apoiou ali vendo o outro cruzar os braços. — O que vamos fazer Leon?
— Luke já está chegando. Ele é o irmão mais velho, nós devemos perguntar essas coisas a ele - bradou deixando a janela de lado, andou pela sala novamente sem ter destino nenhum — Eu também preciso de um tempo, não tem como eu descer e encarar aquelas pessoas.
— Todo mundo fica perguntando como ele morreu. - Fechou os olhos lembrando que abandou a esposa apenas para acudir o pai e ainda assim, não foi rápido o suficiente — Precisamos de um tempo, isso é necessário.
— Onde estão as meninas? - Perguntou sabendo que a qualquer momento poderia iniciar uma treta novamente.
— Sasha está com Shea no seu quarto, e Maggie não quis descer ainda, está com Lorenzo no quarto. E Valentina está recebendo os convidados. Eu não consigo mais olhar cada pessoa entrar nessa casa nos olhando com pena. Não somos dignos de pena.
— Mas a gente precisa encarar isso, juntos - Avisou estufando o peito — Amanhã a gente chora, hoje precisamos apenas ser mais unidos.
— Vamos descer, o Luke acabou de chegar - Avisou ao outro que correu até a janela.
O carro preto passou pelo portão onde foi fechado rapidamente. Nenhum repórter ou jornalistas poderiam entrar naquela casa no momento, estavam de luto e mesmo que Afonso fosse uma figura pública, tudo que precisavam fazer era dar esse espaço para os familiares despedirem-se, correto? Será que não podiam?
É claro que não podia, e não viam a hora de poder adentrar aquela casa e sair apontando todas as câmeras para qualquer um dos herdeiros que Afonso deixou para trás. Quando o carro parou em frente à casa, os irmão viram quando Luke desceu primeiro ajustando o casaco grande que ia até o meio das canelas. Certeza que continuava mais alto que todos eles junto e com seu sorriso escondido dentro do bolso.
Porém a surpresa veio quando ele abriu outra porta ajudando uma mulher mais velha descer. Trajava um vestido negro com óculos e um chapéu cobrindo seu rosto e os cabelos negros curtos acima dos ombros. Podia-se ver o quanto a mulher parecia abalada e não parava de chorar. Luke fechou a porta do carro ajudando a mulher seguir o caminho e logo entraram.
Liam e Leon se entreolharam e saíram da sala.
A entrada da casa ainda era bem arrumada, cercada de seguranças naquele dia e assim que pisou na sala, deu de cara com Valentina. Não havia sorriso em seu rosto além da maquiagem básica e seu terno negro.
— Luke… - Murmurou o nome dele com certo apreço — É bom revê-lo, embora sejam nessas circunstâncias. - Mirou para a mulher ao lado dele — Desculpe Luke, no momento os meninos só deixam entrar as pessoas da família.
— Então faça algo de útil e chame os meninos aqui - passou por ela levando Marisa em seu encalço.
Depois da noticia, ele não sabia se corria para segurar as lágrimas de Marisa, ou se ficava e controlava as suas. Não conseguia acreditar que naquele mesmo dia perderá seu pai tão rapidamente, ele estava bem e vivo, não merecia um destino tão repentino e cruel.
Sua chegada fez todos os outros da família prestar atenção em seus passos, além da sua presença em Valcolink, ele trazia uma mulher junto, o que era uma novidade. O caixão exposto naquela sala era de mat4r quem estava vivo, ainda mais para um homem tão amando quanto Afonso foi.
Marisa paralisou ali ao lado, não era todos os dias que a gente tem o luxo de se apaixonar por um homem especial, legal que nos trate como rainhas de um mundo apenas dele, uma deusa a ser elogiada e carinhosamente amada como nos temos antigos. E ver o homem por qual seu coração chamava todas as noites em que dormia sozinha deitado naquela caixa lhe dava a sensação de está morrendo junto.
Luke olhou para o rosto de seu pai e engoliu o choro, retornou para a sala cumprimentando alguns parentes até finalmente ver os irmãos descerem todas as escadas. Abraçou primeiro Liam, o mais novo que chorou logo em seguida, ele não julgaria nada, também queria poder chorar num canto escondido, ou ali mesmo, não ia se importar.
Leon lhe abraçou sem se importar com o resto ao seu redor, estava visivelmente abalado e desesperado por inúmeros motivos a qual não saberia numerar no momento, se afastou um momento não querendo chamar mais atenção do que eles conseguiam e Luke procurou pelo terceiro irmão.
— Onde está Lorenzo? - Perguntou, porém o terceiro irmão apareceu no topo das escadas e desceu correndo mesmo não querendo chamar atenção e abraçou o mais velho com força. Luke não sabia da onde que iria tirar a força que aquele povo precisava, porque ele mesmo já estava farto. — Podemos ir ao escritório?
Eles concordarem e seguiram para o escritório do pai. Continuava do mesmo jeito que Luke se lembrava, não fazia tanto tempo assim que não pisava ali, talvez dois, ou três anos, coisa pouca. Sua moradia em Seant era especial e sua empresa também.
— Vi que chegou com uma mulher - Leon, o segundo filho parou diante de Luke que enchia um copo de uísque, desde que soube da morte do pai não tinha conseguido relaxar ou beber alguma coisa. — O papai mencionou que você tinha arrumado uma namorada, mas não achei que fosse tão…
— Tão… Mais velha? - Virou para o irmão e acabou andando pela sala, ajeitou o casaco ainda sobre os ombros e sentou no sofá principal, e logo seus irmãos foram sentando-nos outros. — Aquela mulher é Marisa Ramires, dona de uma agência de modelos em Seant, a melhor agência por assim dizer. - Avisou dando espaço para tomar seu uísque — Ele não mentiu quando disse que eu tinha sim arrumado uma namorada, mas eu tenho certeza que ele também contou que tinha uma. - Os irmãos assentiram — Aquela mulher é a namorada, embora… Não tenham assumido nada de verdade.
— Ele nos disse que queria casar - Leon murmurou para Luke que assentiu, também sabia dessa historia — Como as coisas vão ficar? Eu não posso assumir uma empresa agora, eu tenho uma filha, preciso cuidar da minha família também.
— Cuidar de uma empresa não é um trabalho que dura vinte e quatro horas. E você é o único aqui que sabe o que fazer ali dentro. Trabalhou ao lado dele como subdiretor e agora não sabe para onde seguir? - Lorenzo soltou do outro lado — A gente conta com você agora.
— Conta comigo? E porque não podemos contar com você também? Você também é filho, devia está do lado dele. - Lorenzo levantou de um lado, Leon do outro — Mas prefere suas festas regadas de mulheres.
— Eu sou um homem casado e ainda não sai por aí curtindo as festas desde que me casei. Que pensando bem, a sua sorte… É que eu me casei.
— Vocês dois não vão querer iniciar uma briga de verdade aqui, não é? - Liam, o quarto filho chamou atenção para si, ainda sentado e com a cabeça baixa — Já não basta ter nossas esposas brigando todos os dias toda hora, inclusive no momento em que devíamos está apenas escutando ele falar os planos sobre a namorada, noiva, o casamento. - Ergueu a cabeça para Luke — Eu sinceramente estou mais perdido que qualquer um, mas eu sei que uma briga não vai resolver nada.
— Você tem toda razão - Luke ficou de pé olhando para os irmãos e findou em Liam — Nesse momento não vamos pensar em quem vai assumir ou cuidar de alguma coisa, vamos manter a calma e enterrar nosso pai na santa paz, pode ser?
As portas abriram devagar dando lugar a Valentina que sorriu fraco avistando o marido. Luke estreitou os olhos, será que os irmãos não poderiam ter um momento de paz ali dentro, que uma mulher invadia o lugar com tudo? Desde quando isso acontecia na presença de Afonso?
— O padre chegou para rezar. Precisamos estar presentes - Avisou aos outros.
Os quatro irmãos voltaram para o salão e seguiram para de trás do caixão, onde o padre fazia sua reza e deixava algumas palavras bondosas. Tal como Leon que começou a falar, mas acabou chorando, Liam sequer se mexeu, Lorenzo deu seu discurso. Como terceiro filho, Lorenzo era o único com a atitude do pai, que via necessidade de falas e ações me momentos complicados.
Luke não disse uma palavra, ficou ao lado de Marisa que não conseguia parar de chorar, em seu silêncio e momento, deixou que ela jogasse para fora toda e qualquer tristeza de seu coração. Ao longe, Luke avistou Chelsea aparecer na sala, mas não se aproximou do caixão, ou de qualquer pessoa presente. Os olhos verdes haviam perdido um pouco de seu brilho, ao redor dos olhos até a ponta do nariz seguia tão vermelho que ela não fizera questão de nenhuma de esconder com maquiagem.
No fim das contas, acabou ganhando um sorriso dela enquanto sentia o peito doer um pouco mais caindo à ficha de não veria mais aquele homem e que suas últimas palavras a ele foram o contrato de que casariam com suas respectivas amadas.
[…]
— Você precisa me ligar sempre que precisar de alguma coisa. Não quero que falte nada a você enquanto estiver nessa cidade - Dizia Marisa enquanto terminava de arrumar sua bolsa. Sentou outra vez na cama empurrando os fios de cabelo solto para trás e olhou a janela grande do quarto de hotel. — Tem certeza que quer ficar? Não quero que você vá de verdade, entendo porque quer ficar.
— Eu vou assim que puder. No momento, não quero deixar o Luke sozinho. E obrigada por me entender. Conto com a senhora para cancelar qualquer compromisso que eu tiver envolvida. Quero der apoio ao Luke. - Chelsea anunciou do outro lado do quarto, encarava sua mãe com carinho, embora soubesse o quanto aquela mulher deveria está sofrendo por dentro. — Mãe eu sinto muito.
— Está tudo bem. - Ela levantou enxugando as lágrimas e virou para a filha — Eu e você não vamos aparecer em lugar nenhum por muito tempo, e está tudo bem. Eu preciso de um tempo, sozinha. Preciso reformar a minha vida, minha carreira, uma coisa que já tinha sido planejada enquanto… - Parou de falar ao lembrar que a ultima vez que fizeram planos estava com Afonso em sua cama. — Preciso ir, meu amor. O avião me espera.
Chelsea acompanhou a mãe do hotel até o aeroporto para que pegasse o avião da família Ambrose-Vilares novamente, alugado e ordenado por Luke que não desejava que as mulheres fossem embora, ainda teria muita coisa para ser declarado naquela semana após o enterro, mas já sabia que Marisa não aguentaria ficar mais tempo que o necessário. Seant era uma cidade rica e cheia de lugares a qual agradava Afonso e para qualquer lado que aquela mulher olhasse, encontraria um comentário dele em algum canto de sua mente.
Como se ele estivesse ali ao lado, falando em seu ouvido.
Chelsea só deixou o aeroporto quando não podia mais ver o avião que sua mãe foi. Voltou para o carro tendo o endereço do hotel que se hospedara com Luke na mente e seguiu até lá. O porteiro lhe cumprimentou ao passar por ele, agradeceu por não ter ninguém no elevador ao chegar à cobertura que Luke escolheu ficar.
Qualquer lugar era melhor que a casa de seu pai no momento, e antes de se mudar, o único apartamento que tinha em seu nome foi vendido. Ficar na casa de um de seus irmãos era pior ainda, preferiu ficar num hotel qualquer. Chelsea chegou ao último andar sem pressa alguma, abriu as portas do lugar olhando em volta em busca do namorado, mas não entrou de antemão.
Foi deixando a bolsa, casaco e os sapatos pelo meio do caminho até encontrar Luke na mesa de escritório na sala atrás de uma grande janela com a vista para as estrelas daquela noite. Ele ergueu os olhos em sua direção e esta parou ali, em frente à mesa como se pedisse apenas com os olhos para se aproximar.
Ele então levantou estranhando o fato de ela ainda está ali. Não teve tempo de falar com ela no velório, e nem no enterro com tanta gente ao redor, ela preferiu se manter afastada ao lado da mãe que chorava sem ninguém saber o motivo ou conhecer. E preferiam assim. Quando Marisa ligou pedindo o avião, achou que Chelsea iria junto acompanhando sua mãe, e vê-la ali, lhe proporcionou inúmeros pensamentos.
— Achei que tivesse partido - lamuriou enquanto se aproximava dela, segurou suas mãos pequenas recebendo um sorriso gentil.
— Eu pensei em ficar. A minha mãe quis ir e ela prefere assim, mas eu quero ficar. Quero ficar com você até podemos voltar. - Contou erguendo uma mão para tocar no rosto do homem — Estou com você.
— Talvez não volte essa semana. Preciso deixar meus irmãos ao menos na direção certa - comentou soltando um riso pequeno lhe encarou nos olhos — seria egoísta da minha parte pedir para ficar comigo por esse tempo?
— Claro que não. - O abraçou rapidamente sabendo que o quanto ele precisava chorar ou até mesmo de um tempo para se manter. — Eu posso ficar e fazer um chá, cuidar de você - Se afastou um pouco. — Sei o que é perder um pai. Visto que esse é o segundo pai que se vai. - quis chorar, mas manteve-se firme — Afonso era o namorado animado da minha mãe, uma figura paterna que perdi muito nova. Eu amava o seu pai.
— Obrigado. - Agradeceu — Não quero que faça chá, mas pode dormir comigo, abraçada. Isso é melhor que chá. - Avisou e ambos sorriram.
— Isso é complicado. - O puxou para a cama logo o deitando primeiro — Porque sou viciada em deitar e abraçar você.
Voltaram a sorrir.
O abraço apertado junto do corpo dela lhe aqueceu durante a noite, seus carinhos e toques gentis o segurando para que não caísse em pensamentos obscuros, conseguiu dormir pela primeira vez depois de dois dias do falecimento de seu pai nos braços de Chelsea e a ouvindo cantar uma música que nunca tinha ouvido antes, mas relaxava, ou seria apenas a voz dela.
Naquela manhã, quando acordou, Chelsea ainda dormia como um anjo, mas dessa vez, o motivo de ter acordado fora justamente um celular tocando. Levantou com cuidado para não acordar a outra e correu até o celular que voltou a tocar novamente. Era o advogado lhe chamando para a casa principal, pois teriam que conversar, reunir a família e isso queria dizer apenas uma coisa.
— A leitura do testamento? - Chelsea sentou na cama novamente jogando os cabelos negros para trás — Não é um pouco cedo para pensarem nisso? Não tem nem três dias.
— Eu acho que isso já o suficiente para o advogado e a empresa parou também. Precisamos cuidar disso, ir atrás do prejuízo. - Avisou ao colocar a calça arrumando o cinto sob o olhar de Chelsea ainda na cama — Devia ir comigo.
— Eu não tenho nem roupa para ir a uma leitura de testamento - tentou sorrir e abaixou à cabeça — Isso é uma coisa de família, meu amor. Não quero me meter.
— Ah - Chelsea acabou rindo e lhe encarou — Você me chamou de “meu amor” isso é romântico - Se aproximou da cama — Agora sim eu quero que você vá, ainda não conheceu meus irmãos e suas esposas.
— Afonso sempre me contou que ele detestava as esposas. E eu não quero conviver com elas, afinal… Não quero estar perto de quem meu segundo pai não gostava.
— Eu acho que se você estiver presente, pode ensinar a elas a como se comportar em família. - Chelsea tornou a rir — Você fica linda usando qualquer coisa, certeza que não quer ir comigo? Seu nome está no testamento, segundo o advogado.
Chelsea estreitou os olhos.
Podia outra vez dizer que não queria, mas também não iria negar que havia curiosidade no ar sobre tudo. Afonso nunca gostou das noras, mas ele seria obrigado a dividir sua fortuna entre os quatro filhos e consequentemente entre as esposas. E agora tinha seu nome no meio? O que aquele homem se atreveu a deixar para si?
Chelsea acabou indo com uma ou duas condições, que pudesse parar em algum lugar para comprarem uma roupa, o que foi maravilhosamente magico, comprou outro vestido preto para sua coleção, com mangas longas, mas curto o bastante para não mostrar nada acima dos joelhos. O casaco ainda era o seu preferido e não largaria tão cedo, sem contar que combinava com o de Luke, pareciam um casal combinando e aquilo a deixava feliz.
A casa estava silenciosa quando chegaram, mesmo quando passou pela porta era impossível ouvir qualquer coisa, o que era estranho uma vez que conhecia suas cunhadas. Ao adentraram mais, pararam na sala onde finalmente, puderam ver Chelsea em primeira mão, entrelaçada no braço de Luke que olhou para todos parando na sobrinha que correu em sua direção.
— Tio Luke - o abraçou rapidamente com lágrimas nos olhos e se afastou — Estava com saudade.
— Eu também pequena. Mandei um presente para você, seu aniversário foi semana passada.
— Eu sei. Eu recebi com o do vovô - contou e se afastou olhando para a mulher — Olá.
— Olá - Chelsea devolveu o aceno à menina que devia ter entre sete a oito anos, educada com os cabelos negros e olhos como os de Luke.
— Shea, pode ir com a babá? - Sasha levantou para encaminhar a filha até o outro lado — é uma conversa de adultos, por favor.
A garota se despediu e correu em segundos.
— Não sabia que viria acompanhado, teríamos colocado um lugar a mais na mesa se soubéssemos.
— Não vai ser preciso, tomamos café no caminho. - Luke segurou a mão da namorada sem tirar os olhos dos irmãos. — Leon, Lorenzo e Liam essa é a Chelsea, é a… Minha namorada.
Leon assentiu achando até graça, a garota parecia mais nova até que sua filha era alta como ele, e até as roupas combinavam. Lorenzo olhou-a dos pés a cabeça e estreitou os olhos, já a tinha visto em algum lugar. Já Liam, sorriu logo abrindo um grande sorriso.
— Eu acho que já a vi em algum lugar? É atriz? - Lorenzo levantou se aproximando da garota e apertou sua mão.
— Ela é uma modelo - Liam quem respondeu mesmo sem sair de perto da esposa — Eu assistir o último desfile de Marisa Ramires, você era o foco principal.
— Imagino que por causa de Luke - Sasha comentou fazendo Chelsea perder o sorriso e Leon fechar os olhos. Não tinha como não ter uma jogada de veneno no ar. — Seja bem-vinda a família.
— O motivo do foco é porque sou talentosa - Chelsea passou por Lorenzo se aproximando à medida que Sasha fazia o mesmo — E fui eleita a melhor modelo por três anos consecutivos, além de a minha mãe ser a própria Marisa Ramires e eu ser o destaque da agência. - Apertou a mão oferecida e sorriu — E é um grande prazer, está na família.
— As apresentações foram ótimas, - Valentina tornou a falar — Mas precisamos ir até o escritório o advogado está nos esperando para a leitura do testamento, algo realmente apenas a família. A família oficial - Liam riu de canto, sem graça, cadê o respeito com a convidada?
— O nome dela está entre as pessoas mencionadas no testamento - Luke voltou a segurar a mão da namorada chamando sua atenção — E nesta casa você não fala, você escuta e obedece à vontade do dono, e eu tenho certeza absoluta que o meu pai odiava a sua voz. Então, permaneça assim… Calada.
Valentina engoliu a seco sabendo que as palavras eram verdadeiras, por mais de uma ou duas ocasiões Afonso já tinha dito o quanto odiava aquela voz melosa e doce, trazendo insultos e sarcasmos ao mesmo tempo. Liam poderia levantar e defender sua esposa, mas não estava em condições de começar uma briga com o primeiro filho, além de que o silêncio era o melhor remédio para a ocasião.