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3

Os outros personagens estavam ansiosos para saber o que estava acontecendo, pois os líderes estavam demorando muito na entrada. Steven já estava vestido de maneira mais adequada; a roupa era velha, mas não havia outras opções.

- Venha, é hora dos outros conhecerem você - disse o Sr. Roberts. - Ah, desculpe, como é seu nome?

- Meu nome é Steven.

- Venham todos, por favor, quero lhes apresentar alguém.

As pessoas começaram a se aproximar e todos ficaram olhando para Steven.

- Não sei se lembram, mas ontem os rapazes saíram e, conforme as instruções de meu pai, enviaram uma mensagem. Pois bem, aqui está o resultado daquela mensagem: Steven foi trazido até aqui através dela.

O Sr. Roberts mostrou o pergaminho.

- Steven ainda é muito jovem e precisa aprender nossos costumes, mas também haverá algumas mudanças. Todos sabemos que vivemos há 600 anos no subsolo e, a cada dia, temos menos comida. Nossa população também diminuiu. Por isso, decidimos que as mulheres também devem treinar, principalmente as mais jovens. Não será fácil, mas se continuarmos assim, não creio que sobreviveremos por muito mais tempo.

Todos começaram a murmurar.

- Sei que nossos costumes dizem que as mulheres não devem lutar, mas sejamos francos: quantas mulheres já viram toda a sua família morrer? Não acham que é hora de vingarem seus maridos e filhos?

- Eu decido lutar. Sei que vou morrer, então lutarei com dignidade - gritou uma delas.

Matthew se afastou do grupo, e Steven se aproximou de Robinson.

- O que aconteceu com ele? - perguntou Steven.

- Está com ciúmes.

- Por quê?

- A família dele sempre foi a líder do nosso povo. Ele pensava que a mensagem que enviamos ontem não funcionaria e que chegaria a sua vez de assumir a liderança. Mas agora você chegou, e ele sente que você está tirando tudo dele.

- Mas essa não era minha intenção! Eu estava tranquilo na minha cidade, não escolhi vir para cá.

- Exato, você não queria isso, mas não tem opção. Vou te dizer uma coisa: eu sabia que Matthew não nasceu para ser líder. Às vezes, ele age impulsivamente só para se mostrar.

- Claro, ele quer provar ao pai que merece ser o próximo líder, mas eu só estou aqui porque não tenho para onde ir.

- Venha, vou te mostrar uma coisa.

Os dois se afastaram dos outros e chegaram a outro buraco.

- Aqui tudo é assim, passando por túneis?

- Se não fosse por esses túneis, já teríamos morrido há muito tempo. Cada túnel leva a lugares diferentes; logo você se acostuma a saber onde cada um vai dar.

Ambos entraram no túnel e saíram em uma caverna.

- Que lugar é este? - perguntou Steven.

- Aqui está a espada do último caçador.

- Ele já morreu?

- Dizem que quando o escolhido para portar essa espada fizer 18 anos, poderá erguê-la com orgulho e, do corpo de sua vítima, forjará sua armadura, que o levará à vitória.

- Ninguém conseguiu tirá-la?

- Todos os que chegam aos 18 tentam erguê-la, mas não conseguem movê-la.

- E você?

- Tenho 17.

- Eu também.

- Matthew fará 18 anos em cinco dias e acredita que conseguirá levantá-la. Espero que não.

Ambos os rapazes voltaram à caverna principal.

- Deixa eu adivinhar, você o levou até a espada - disse Matthew.

- Para de agir como um idiota, Matthew.

- O que não quero é que as pessoas tenham falsas esperanças em um garoto que, tenho certeza, nunca lutou pela vida. Isso é o que me incomoda.

- Se eu soubesse como voltar para a minha época, teria feito isso desde que cheguei, mas não posso.

- Então pare de agir como herói, se você é só um impostor.

- Já chega, Matthew - disse o Sr. Roberts. - Em cinco dias, você terá a chance de tentar levantar a espada do último caçador. Se conseguir, esquecerei Steven, mas, se não conseguir, terá que treiná-lo.

- Veremos.

Matthew se afastou.

- Robinson, deixe-me a sós com Steven.

- Tudo bem.

Robinson também se afastou.

- Siga-me.

Chegaram a outro túnel, mais longo que os outros.

- Onde estamos?

- Esta era nossa aldeia... ou o que sobrou dela. Esta casa é a única que permanece em pé, porque estamos constantemente consertando os danos.

- Por que seu filho tem essa atitude comigo?

- Não é com você. É o ódio que ele tem pelos dragões. Ele quer matá-los pessoalmente e, por isso, anseia tanto por aquela espada.

- Como você sabe que ele não é o escolhido?

- Eu não sei. Eu também gostaria que ele fosse, mas o jeito impulsivo dele é o que o impede. Também não sei se você é realmente nosso salvador, por assim dizer, mas, se isso dá esperança ao nosso povo, estou disposto a correr esse risco. Mas preciso que você se comprometa. No fim, você só tem duas opções: unir-se a nós e lutar ou fugir. Ambas podem levá-lo ao mesmo destino, que é a morte, mas, pelo menos conosco, você tem esperança de viver mais tempo.

- Não sei por que estou aqui, mas o que menos quero é morrer como um covarde.

- Já está pensando como um guerreiro. O primeiro passo é transformar sua mente; só assim o medo desaparecerá.

Já estava anoitecendo, e ouviam-se rugidos perto dali.

- Precisamos voltar?

- Não, este lugar tem um cheiro peculiar que mantém os dragões afastados. Mas, se te virem, eles virão atrás de você, especialmente um que é o mais temido de todos.

- Qual?

- É o Cauda Curta, mas ele tem uma particularidade: sente o cheiro de suas presas de longe. Não há lugar onde você possa se esconder, só resta ocultar seu cheiro.

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