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Capítulo 4

James 

— Não fica com essa cara princesa, você entende a nossa situação né? Não podemos ter nada sério, então não crie expectativas! - Faço carinho com o dorso da minha mão em seu rosto.

— Mas James... - Ela fala toda manhosa, estou com ela deitada nos meus braços.

Anissa acha que sou idiota, pensou que me usaria para causar ciúmes no meu irmão. Depois que o meu irmão Pierre foi morar em Londres ela se aproximou de mim como prêmio de consolação, desde o início sempre foi só cama e agora ela vem me enchendo o saco para assumir um namoro com ela, não sou trouxa sei muito bem suas verdadeiras intenções, bastou meu irmão voltar de Londres para ela ficar assim, me pressionando todos os dias para assumir uma relação. Sempre venho me encontrar com ela nesse motel, não nos falamos na frente dos outros até porque não quero ser veiculado a ela, ninguém precisa saber do que faço fora de casa.

— Querida esse assunto de novo não! - Aproximo meus lábios aos dela enquanto acaricio sua pele macia, ela sorri entre o beijo, e eu me afasto um pouco e digo baixinho que ela é gostosa, e volto a devorar seus lábios lhe dando mordidinhas no seu lábio inferior.

Faz quase duas horas que estou no motel com Anissa, eu precisava de uma boa foda, esvazia a cabeça porque a presença do Pierre me irrita, ele não deveria ter voltado nunca mais, espero que ele volte logo para Londres e leve mesmo os pirralhos. Quero chegar em casa e não presenciar mais brigas, só quero ficar sozinho e fazer o que mais gosto, transar e gastar dinheiro claro! É bem difícil atuar na frente dos meus pais fingindo que sou um bom filho, os velhos nem imaginam o que faço fora de casa, tento sempre agradá-los para continuarem liberando mais grana claro!

— Por que você é assim James? - Não sei onde ela quer chegar com essa pergunta.

— Assim como princesa?

— Você sempre foge dos assuntos sérios... - Ela já vai começar de novo.

— Não começa Anissa, você sabe muito bem que o que temos é especial, mas eu não quero um relacionamento sério. - O melhor que posso fazer é ir embora agora, me afasto dela e levanto da cama.

— James desculpa, não vai não! - Ela se aproxima de mim tentando me beijar, desvio dela virando o rosto.

— Vou embora, depois conversamos. - Coloco minha calça e pego minha camisa e saio do quarto sem olhar para trás.

Vou até a recepção e pago a estadia, não quero ficar mais nenhum minuto aqui, estou irritado com a cara de pau da Anissa, querer me forçar a namorar com ela, isso chega a ser muito ridículo. Saio do motel e estou indo em direção a garagem e o meu telefone começa a tocar.

— Droga! O que será agora? - Resmungo e atendendo o telefone.

— Fala, o que você quer? - Digo irritado.

— Cadê o dinheiro James? Que não caiu até agora na conta do chefe, ele está ficando impaciente, você sabe o que ele faz com vacilão!

— Qual é cara, já falei que vou depositar a porra do dinheiro, não fica me ligando assim, já disse várias vezes que eu telefono. - Droga! Passo a minha mão por trás da minha nuca, estou nervoso.

— OLHA AQUI FILHINHO DE PAPAI, NÃO ESTAMOS PARA BRINCADEIRA, SE VOCÊ QUER MANTER TUDO EM SIGILO TEM QUE PAGAR, OU VOCÊ NOS PAGA OU SOLTAMOS AQUELE VÍDEO! - Ele berra, e eu me desespero e o telefone caí no chão, começo a suar frio, estou passando mal. 

Alyssa

Acordei cedo e fiz o café da manhã, Lea ainda não acordou, estou um pouco pensativa e com um pouco de medo, mas não posso decepcionar minha irmã, ela só vai descansar em paz quando o assassino for pego, andei pensando algumas formas de me aproximar daquela família só não sei se dará certo.

— Força Alyssa, respira fundo e tenha coragem. - Murmuro, estou com o choro entalado na garganta.

— O que houve? Você tá chorando Aly, fica assim não! - Ouço a voz da minha amiga que logo surge na minha frente.

— Não foi nada, fiz o café olha. - Mostro a mesa do café para ela.

— Você tá precisando de um abraço da sua melhor amiga vem cá! - Ela diz se aproximando de mim e me abraçando forte.

— Obrigada, se você não existisse não sei como estaria agora. - Meus olhos começam a lacrimejar.

— Não chora Aly, se você chorar vou acaba chorando também. - Ela é tão fofa e amiga, me sinto egoísta porque eu nunca perguntei para ela o que aconteceu com o ex, ela sofre que eu sei, mas esconde bem.

— Vou ficar bem. - Digo secando algumas lágrimas que rolaram pelo meu rosto.

— Claro que vai. - Ela sorri animada.

— Vou pegar o jornal e depois tomar um banho. - Sorrio para ela e vou até lá fora pegar o jornal, estou tão sensível hoje que não quero sair para lugar nenhum, quero ficar em casa sentada no sofá vendo TV.

Pego o Jornal e volto para dentro, hoje está um pouco frio. Jogo o jornal sobre a mesa e vou até o meu quarto, abro o closet, escolho um casaco preto, uma blusinha cinza, calça preta colada ao corpo e uma bota preta. Por que mudei de ideia não vou ficar em casa deprimida, preciso sair para algum lugar, acho que estou de tpm.

Pego a toalha de banho e vou em direção ao corredor e adentro o banheiro, faço minhas higienes e depois ligo o chuveiro com água morna. Se a água pudesse limpar minha alma e tirar toda essa dor eu poderia finalmente ter paz. Desligo o chuveiro e pego o sabonete e passo por todo o meu corpo e ligo novamente o chuveiro.

— Não aguento mais ficar aqui, preciso sair ver gente. - Murmuro já desligando o chuveiro, enrolo a toalha ao meu corpo e saio do banheiro e adentro o quarto, visto minhas roupas e dou uma arrumada no cabelo

— Vai sair Aly? - Lea com esse cabelo todo embaraçado é bem engraçada.

— Vou, mas não sei para onde, quer ir comigo?

— Claro que vou, vai ser bom você sair um pouco. - Ela sorri.

— Combinado então, vou tomar meu café, vai tomar um banho que te espero lá na mesa.

— Estou indo, vou escolher uma roupa bem bonita pra sair com você, não quero ficar para trás.

— Você é linda pode usar qualquer roupa que não vai mudar nada. - As vezes ela diz coisas tão nada a ver.

Deixo ela no quarto e vou até a cozinha, sento na cadeira e pego o jornal para ler, um anúncio especifico me chamou bastante atenção.

— Martinez..- Rosno ao falar.

No anúncio está escrito uma vaga para trabalhar em serviços domésticos na casa deles, será essa a minha oportunidade? Mas logo hoje que não estou bem, não exigem experiência mais com certeza, vai ter uma fila enorme para essa vaga. O que eu faço? Só de pensar no sobrenome Martinez fico com ânsia. Começo amassar um pouco o jornal sem perceber, espero estar preparada para tudo, vou descobrir se sou uma boa atriz ou não, coloco o jornal na mesa e coloco o meu café, esse sentimento de justiça está criando um nó na minha garganta, começo a tomar o café com dificuldade.

— Aly o que você tem? - Lá vem ela me descobrindo, sou muito transparente, como vou conseguir ser alguém diferente? Irmã a onde você estiver torça por mim.

— Promete que não vai surtar? - Vou ter que contar pra ela, com certeza vai começar a brigar comigo.

— Meu Deus Aly não me diz que você tá assim por causa daquela família? O que foi dessa vez? Você viu alguma fofoca nova em algum site? - Ela revira os olhos.

— Olha. - Entrego o jornal para ela e já estou me preparado para o surto dela.

— ALYSSA! - Ela berra, sabia que ia surtar.

— Preciso ir nessa entrevista. - Afirmo sem desviar o meu olhar do dela.

— Ficou louca? Você não vai! Acorda Alyssa, você não consegue esconder nada de mim, imagina conseguir se passar por outra pessoa, vão descobrir sua mentira e você pode ir presa. - Lea começa a me sacudir na cadeira.

— Eu vou, nada que você me diga vai fazer eu mudar de ideia. - Me levanto da cadeira decidida.

— PARA DE SER IDIOTA PORRA! - Ela grita e começa andar de um lado para o outro.

— Você não me entende, primeiro perdi meus pais depois minha irmã, não está sendo fácil ok? Vou desmascara quem assassinou minha irmã custe o que custar!

— Aly, você não é da polícia porra, para de agir como se soubesse o que está fazendo. - Como ela é insistente.

— Não quero saber, eu vou! - Vou com passos firmes até o meu quarto e pego minha bolsa.

— Daqui você não sai! - Ela diz entrando no meu caminho.

— Não queria fazer isso, mas não tem outro jeito. - Começo a empurrá-la até conseguir passar pela porta.

— Vou com você! - Ela diz se aproximando de mim.

— Não vai, você não pode se envolver nos meus problemas. - Resmungo

— Se você vai fazer uma loucura dessas eu tenho que ir para garantir que você volte inteira.

— Já disse que não vai! - Bufo e vou até a mesa da cozinha e pego o jornal.

— Aly você não pode ir sozinha. - Ela franze o cenho

— Escuta Lea, não quero você envolvida, não quero correr o risco de perder mais alguém, sim estou me arriscando mais não quero envolver ninguém nisso. - Não posso envolver ninguém nos meus problemas, quero nem imaginar se acontecesse algo com ela.

— Mas Aly. - Ela faz cara de triste.

— Vou ficar bem ok? Nem sei se conseguirei a vaga, então não se preocupe. - Sorrio para ela.

— Toma cuidado por favor.

— Tomarei, vou indo. - Abraço ela e vou em direção a porta de saída.

Não sei bem como vou agir ou o que vou encontrar lá, mas estou confiante, preciso estar, seja o que Deus quiser. 

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