Olho de Cobra e Braço de Ferro
Nossa estória agora vai se passar no período do Faroeste, uma das épocas mais populares do mundo que aconteceu nos Estados Unidos.
Foi um período marcante dentre suas figuras históricas que viraram referência em vários tipos de entretenimento. Como não se lembrar de Buffalo Bill ou de Jane Calamidade? De fato você sabia da existência deles.
Bem, nossa estória vai se passar na cidade de Fort Worth, pois é lá onde o nosso herói vive e protege a população. Seu nome é Oliver Eye Snake, mas vamos chamá-lo de Olho de Cobra, para ter coerência no nosso título.
Olho de Cobra tem esse codinome porque seu olho direito é semelhante ao de uma cobra. No entanto, ele não tem a mesma característica de um olho de uma cobra e sim, dá ao nosso herói, poderes e habilidades especiais, dentre elas, não poderei citar ainda, somente quando o leitor acompanhar a estória que saberá a função de seu olho direito.
Nossa estória vai ter início no ano de 1900, onde começava o século XX. Neste ano, o período do Faroeste ainda estava em alta e é onde o nosso herói vive.
Agora, a nossa narração será baseada em um saloon, local onde os caubóis, mineiros, bandidos, caçadores de recompensa, xerifes e jogadores de pôquer se reúnem para poderem realizar suas atividades. Às vezes jogando, às vezes bebendo ou então se reunindo para tratarem de negócios e discutirem sobre tal assunto que estava em alta ou então para solucionarem um problema.
O saloon de onde se passa a nossa estória é propriedade da Família Young. Dylan Young é o dono do saloon. Ele ajuda no balcão a servir os pedidos, além de lidar com a gerência do saloon. Era alto, tinha a pele branca, um bigode retorcido nas pontas e não muito comprido, estava sempre de suéter com uma camisa social e gravata por baixo. Usava calças sociais e sapatos. Era sempre elegante. Tinha 44 anos.
Sua esposa, Scarlett Young, 39 anos, uma mulher bonita, de cabelos alaranjados. Tinha a pele bronzeada e sardas no rosto. Seus olhos eram verdes e usava um colete de vaqueira, uma camisa social azul piscina, com mangas dobradas, uma calça também social e botas. Gostava de andar como vaqueira, tanto que até chapéu usava.
Por último, tinha suas duas filhas gêmeas, no entanto, uma era loira e a outra era ruiva. Hillary Young era a loira. Tinha a pele bronzeada, os olhos azuis e usava as mesmas vestes da mãe, com uma diferença na camisa social por baixo, que era vermelha. Por último, Emma Young. Uma garota ruiva de pele branca e olhos azuis. Usava uma camisa social amarela para se diferenciar das que sua irmã gêmea e mãe usavam.
O saloon não era muito grande e nem muito pequeno. Tinha mesas redondas acompanhadas de banquinhos, ambos de madeira. O balcão era de forma quadrada e também de madeira. Tinha drinks atrás de onde ficavam pai e mãe das duas gêmeas, de vários tipos, a maioria whisky, que era popular no período do Faroeste.
Estava movimentado o lugar, com vários mineiros e jogadores de pôquer, além de algumas prostitutas e mulheres que trabalhavam em outros ramos, como médicas e professoras. Estava, além de movimentado, barulhento. As gêmeas se viam malucas, atendendo um e outro, fora as cantadas que recebiam dos mineiros e dos jogadores de pôquer, de vez em quando.
Não havia nenhum bandido, nem caubóis no saloon, o que era de se estranhar. No entanto, essa situação muda, quando escutam um chute forte na porta que abria violentamente.
— Muito bem! Isso é um assalto! — Dizia um homem que tinha uma cicatriz no rosto. Ele usava um colete preto com uma camisa social cinza. Suas calças eram pretas e suas botas marrons e sujas. Ele estava acompanhado de mais quatro pessoas, que usavam essa mesma veste.
— Essa não. — Disse Dylan. — É o Django.
— Isso mesmo! — Disse o homem, que tinha o nome de Django. Ele estava portando uma metralhadora, o que não era muito comum nesse período. — Se não entregarem para nós tudo o que vocês têm de valor, nós vamos estourar este bar com os tiros da minha metralhadora!
Todos ficaram intimidados e assustados. De imediato, eles tiraram de seus bolsos tudo o que tinham. Dylan também abriu o seu caixa desesperadamente, sem se importar com o que sua esposa ia dizer e estava pegando todo o dinheiro que teria conseguido com muito esforço. Ele preferia assim, já que a vida de sua família era mais importante do que a saúde financeira de seu negócio.
Django sorri e ele sinaliza para os seus homens irem mesa por mesa, enquanto estava se dirigindo até Django para pegar o dinheiro que ele tinha separado.
Todos estavam assustados com as atitudes que estavam sendo tomadas. Sentiam pavor e ainda mais com Django que estava bem armado. Ele era conhecido na cidade por sempre portar aquela metralhadora. Já ouviram relatos dele ter invadido bancos, casas e pontos de comércio usando a sua metralhadora.
Como ele não parava em uma cidade, cometia tal façanha em várias cidades, por isso sua fama por portar uma metralhadora.
Django chega até o balcão e vê o dinheiro separado para ele pegar. O bandido sorri e pega o valor que tinha sobre a mesa.
— E então, rapazes? Vocês pegaram o que queriam? — Indaga Django, após pegar o dinheiro.
— Sim, chefe e o pessoal está podre de tanto dinheiro que eles têm. — Responde um de seus capangas.
— Isso é ótimo. — Afirma Django, que parecia satisfeito. Em seguida, ele vai até o meio do saloon e aponta a metralhadora para o alto, enquanto olhava para todos. — Eu não quero que ninguém espalhe para os outros o que aconteceu aqui. Se eu descobrir, metralho a cabeça do primeiro que abrir a boca! Entenderam?
Todos estavam assustados e concordaram que sim. As gêmeas estavam junto com eles, também assustadas. Tinham vontade de irem até seus pais, mas tinham medo de levarem um tiro se fizerem isso.
— Ótimo, é assim que eu quero. — Afirma Django.
Quando eles iam sair, escutam um som de gaita tocando na entrada. Pelo visto, alguém iria entrar no saloon.
Django franze a testa e olha para os seus homens, que estavam atrás dele:
— Alguém vai querer entrar. Eu quero que atirem nesse indivíduo, se ele ousar nos ameaçar.
— Certo! — Respondem os homens.
— Ao meu comando! — Afirma Django.
Quem aparecia tocando a gaita era nosso herói: Olho de Cobra. Um pingo de felicidade atinge a Família Young, ao verem Olho de Cobra. Queriam que ele acabasse com esse bandido, que era perigoso, segundo o que falavam.
Nosso herói olha para o saloon e vê todos com expressões assustadas e com súplica de ajuda. Em seguida, ele olha para quem estava à sua frente.
Olho de Cobra tinha a pele bronzeada e o cabelo não muito comprido, ia até metade do pescoço. Era de cores escuras e era protegido pelo seu chapéu cor de chocolate. Tinha a barba por fazer e um olho era preto. O outro, era igual a uma cobra verde. Usava um colete cor de chocolate também e uma camisa social azul acinzentada. Tinha um emblema de xerife no peito esquerdo, com o desenho de uma cobra. Usava calça jeans e botas cor de chocolate. Tinha duas armas em ambos os lados de sua cintura.
— Parece que esse é o famoso Olho de Cobra, não é? — Indaga Django.
— Então você é o famoso Django, o homem da metralhadora. — Responde Olho de Cobra, que guarda sua gaita no bolso interno do colete. — Eu estava querendo uma dose de uísque Diabo Pelado, mas parece que vou ter que prender um dos bandidos mais modernos que já presenciamos.
Django sorri para ele e fala:
— Que azar o seu. Vou meter bala nessa sua cara, Olho de Cobra!
— Pensa que vai ser fácil? — Indaga Olho de Cobra, sorridente.
Django ignora o que ele fala e diz:
— Atirem nesse merda! — Aponta para Olho de Cobra.
Nisso, os seus homens atiram no caubói, que não parecia nem um pouco preocupado. As pessoas já estavam um pouco. Será que ele conseguiria derrotar cinco ao mesmo tempo?
Eles atiram em simultâneo, em intervalos diferentes, mas o olho direito de Olho de Cobra brilha e ele consegue se esquivar rapidamente de todos os tiros que foram lançados contra ele. Olho de Cobra movia seu corpo em uma velocidade incrível, que seria impossível ver a olho nu. Como isso seria possível?
— Mas… O que foi isso? — Indaga Django, que não estava entendendo. — Continuem atirando, homens!
Estes, que também estavam sem entender, começaram a atirar novamente. No entanto, Olho de Cobra consegue se esquivar de novo, na mesma velocidade que antes.
— Mas… Não é possível… — Disse Django que estava surpreso com o que via.
— Ai, que pecado. — Comenta Olho de Cobra, com a mão na cabeça. — Imagina se essas balas perdidas pegam em alguém que está na rua.
— V-você… É… V-você… — Django estava paralisado. Como alguém conseguiria mexer em alta velocidade e conseguiria se esquivar de vários tiros de armas que ocorriam sem prévia?
— Surpreso, Django? Pois lhe trago más notícias. Eu consigo me esquivar de tiros simultâneos de balas com facilidade, sem suar muito. Posso fazer isso o dia todo se eu quiser. — Afirma Olho de Cobra com as mãos no bolso e sorrindo.
— Merda. — Disse Django. — Mas eu quero ver se consegue se esquivar dos tiros da minha metralhadora! Não vai ser tão fácil se pensar assim! HAHAHAHAHAHA! Agora eu peguei você! — Django dá vários tiros com a sua metralhadora e o olho direito de Olho de Cobra brilha novamente.
Ele consegue se esquivar novamente dos tiros da metralhadora de Django, só que em uma velocidade ainda mais ampla do que anteriormente.
— Mas não é possível! Como você conseguiu se esquivar dos meus tiros assim tão fácil? — Indaga Django, que larga sua metralhadora no chão, por conta de estar assustado.
Olho de Cobra sorri e responde:
— Eu disse para você não tentar a sorte. Quanto mais rápido for o ataque de meu adversário, mais rápido consigo prever seu ataque. Agora, darei uma chance a vocês. Tentem vir em um combate corpo a corpo.
— Você é louco? Estamos em cinco! E você em um! — Disse Django.
— Mas eu não disse que eu iria participar, ainda mais que estou com preguiça. — Olho de Cobra boceja.
Nisso, aparece uma vaqueira que fica na frente de Olho de Cobra. Ela usava um moletom preto com estampas de flores apenas desenhadas, uma calça com estampas de corações também apenas desenhados, botas pretas e seu braço esquerdo parecia ser robótico. Ela tinha os cabelos ruivos e a pele branca como a pele. Seus olhos eram verdes e tinha sardas em seu rosto. Tinha duas tranças em seus cabelos, que estavam em lados opostos e seu chapéu era de cor marrom avermelhado e eram mais largos. Ela tinha apenas uma arma em um de seus quadris.
— Mas… Quem é essa? — Indaga Django.
— Esta é a minha companheira: Braço de Ferro. — Responde Olho de Cobra. — Bem, minha velha amiga, deixo eles com você.
Braço de Ferro olha para o seu parceiro e assente com a cabeça. Em seguida, ela olha para eles e os homens de Django partem para cima dela.
As pessoas agora estavam entretidas. Queriam saber como iria se resolver essa situação, que aparentemente estava ficando complicada. Parecia um jogo de xadrez agora, onde Django e Olho de Cobra eram os reis. Os homens de Django eram os peões e Braço de Ferro talvez fosse o cavalo.
A ruiva parte para cima dos cinco também. Um deles ia agarrá-la, mas ela bate com o seu braço mecânico no peito dele e chuta seu rosto, girando seu corpo em seu eixo. Com isso, ela consegue fazê-lo ficar inconsciente.
Em seguida, vinham mais dois que a agarram e literalmente conseguem. No entanto, ela se rebate e aos poucos consegue ganhar a força que precisa. Django estava impressionado com a Braço de Ferro. Ela pula para trás e faz o peso de seu corpo machucar os homens que a estavam segurando. Em seguida, ela fica em cima de um deles e olha para outros dois que iam para cima dela.
Braço de Ferro estende sua mão mecânica e parece querer soltar um raio de energia. Os homens estavam assustados e ela atira o raio, fazendo eles saírem para fora do bar. Olho de Cobra tinha saído antes, tranquilamente, para não se chocarem nele.
— Mas não é possível. — Disse Django, que pega sua metralhadora, mas era notável sua expressão assustada.
Braço de Ferro fica na frente de Olho de Cobra e fala:
— Tente me acertar.
Django, instintivamente faz isso. Ele atira com a sua metralhadora, mas Braço de Ferro ergue seu braço e cria um campo de força. Depois de alguns segundos, ouvindo os sons dos tiros velozes da metralhadora de Django, este decide largar sua arma e erguer suas mãos, rendendo-se.
Olho de Cobra sorri e fala:
— É assim que se faz, meu amigo. Pode prendê-la, Braço de Ferro.
A garota faz isso. Ela pega uma corda que tinha consigo e amarra nos pulsos de Django.
— Pessoal, tudo certo. — Disse Olho de Cobra.
As pessoas ficam felizes e aplaudem pelo confronto que presenciaram há pouco. A Família Young parecia a mais aliviada por terem presenciado um grande combate de Olho de Cobra.
— Você vai tomar seu whisky? — Indaga Braço de Ferro no ouvido de Olho de Cobra, enquanto este sorria e acenava para as pessoas.
— Claro. Eu tenho que tomar meu whisky. Sem meu whisky não teria um dia de trabalho realizado com sucesso.
— Você é estranho. — Braço de Ferro diz sorrindo. — Vou esperá-lo lá fora.
— Certo. Levarei um pouco de whisky para você.
— Eu não bebo.
— Que saco. O pessoal bebe.
Braço de Ferro decide sair. Não queria discutir com Olho de Cobra nesse momento.
×××
Com o sol quase se pondo, já que não fazia muito tempo dessa situação que narramos, Olho de Cobra vai até o banquinho que tinha no balcão e fala:
— Aí, meu amigo Dylan! Eu quero aquele whisky de sempre. O Whisky Diabo Pelado. Nossa, como é boa essa iguaria!
Dylan começa a rir. Estava separando uma garrafa do whisky favorito do Olho de Cobra para colocar em um copo e assim faz. Ele coloca o copo na frente do nosso herói e despeja um pouco do whisky.
— Deixa a garrafa para mim. — Disse Olho de Cobra.
— Quer adiantar o pagamento? — Indaga Dylan.
— Adiantar o caralho. Vai que o whisky esteja ruim.
Dylan volta a rir e vai realizar os seus afazeres.
Braço de Ferro entra no bar e vai até Olho de Cobra.
— E os homens que prendemos? — Indaga o nosso herói.
— Apareceram nossos companheiros que estavam de saída e levaram eles para a prisão, daí eu decidi ficar com você. — Responde Braço de Ferro. — Dylan, tem a Cerveja Sereia Verde?
— Tenho. — Responde Dylan.
— Eu quero um pouco.
— Claro. Não é que nem o nosso amigo que queria a garrafa toda.
— Eu não disse isso! — Disse Olho de Cobra, que estava aos poucos sofrendo o efeito do álcool. — Eu disse o caralho! Viu como esse barman está mentiroso! — Ele fala meio enrolado e quase gritando. — Que filho da puta!
Braço de Ferro bate no rosto dele com a mão não mecânica e fala:
— Controle-se, por favor.
— Aaah… — Olho de Cobra pega a garrafa de whisky e despeja no copo. Em seguida, continuava a beber.
Dylan serve a cerveja de Braço de Ferro e ela fala:
— Desculpe pelo meu amigo.
— Está tudo bem, Beth. Não se preocupe.
— Beth Iron Arm. Não chame ela de Beth. Você não me chama de Oliver, seu filho da puta. — Disse Olho de Cobra, quase dormindo.
Braço de Ferro começa a rir.
— Todo metido e quer beber, mas é só beber meio copo que fica assim. — Braço de Ferro começa a rir mais.
— Ele é assim mesmo. Já estou acostumado. — Dylan também ri e vai aos seus afazeres.
Braço de Ferro bebe um pouco de sua cerveja e depois de alguns minutos, Olho de Cobra acorda.
— Recuperou sua consciência? — Indaga a vaqueira.
— Um pouco. — Responde Olho de Cobra, que ainda estava sob efeito do álcool. — Qual meu nome?
— Oliver Eye Snake.
— Quantos anos eu tenho?
— Trinta e cinco.
— Não me lembro de nada, mas ainda acho suspeito isso.
Braço de Ferro sorri gentilmente para ele e bebe mais um gole de sua cerveja.
— Faça comigo então. Qual meu nome?
— Beth Iron Arm.
— Qual minha idade?
— Trinta e dois.
— É, não está totalmente sóbrio.
— Não. Estou ficando com dor de cabeça e o gosto ruim na boca.
— Por que você não pega uma bebida mais leve? Esse Diabo Pelado não lhe matou por sorte.
— Também não é para tanto. Como uma bebida pode matar? — Indaga Olho de Cobra.
— Não sei. Não ouvi relatos disso mesmo. — Braço de Ferro abre um sorriso, dando uma leve risada e volta a beber mais um gole de cerveja. Em seguida, ela grunhe. — Olha só.
— O quê?
— Por que não experimenta uma hora a Cerveja Sereia Verde?
— Já experimentei e não gostei.
— Ah, qual é? — Braço de Ferro começa a rir. De repente ela olha para um jogo de dardos e fala. — Você não quer jogar dardos comigo?
— Quem? Quem vai afogar gados?
— Jogar dardos, seu bobo! — Braço de Ferro dá tapinhas no ombro de Olho de Cobra, rindo.
— Ah, não quero.
— Por quê? Vai ser divertido.
— Só se você for com a mão direita.
— Eu sou canhota.
— Aí fudeu. — Olho de Cobra fica pensativo. — Tudo bem. Eu aceito.
Braço de Ferro fica empolgada. Iria jogar dardos com o Olho de Cobra e ver se ele era bom mesmo ou era só invenção dele.
Ela termina de beber a sua cerveja e Olho de Cobra, ainda sob efeito do álcool, acompanha sua companheira.
×××
As pessoas que estavam ainda no saloon, que tinha diminuído um pouco, estavam prestando atenção na competição entre Olho de Cobra e Braço de Ferro no jogo de dardos.
— Já vou avisando que vou usar minha mão esquerda. — Disse Braço de Ferro.
— Não vale. Você é muito forte. — Responde Olho de Cobra.
— Pegarei leve.
— Está bem. É justo. Vou usar meus dois olhos.
— Eu acho que para ficar interessante, deviam lançar os dardos a partir do outro lado do saloon. — Sugere uma das pessoas.
Todos concordam e ambos, Olho de Cobra e Braço de Ferro pareciam concordar. Eles vão até o outro lado do saloon, ficando mais distante do alvo e assim Olho de Cobra fala para a sua amiga:
— Muito bem, primeiro as damas.
— Obrigada. — Responde Braço de Ferro, com o rosto um pouco ruborizado.
Ela lança o dardo, com um pouco de força, mas acaba pegando na beirada do disco, o que muito acharam ruim o tiro dela, apesar de forte.
— Tente de novo. São três tiros para cada um e faltam dois para você. — Disse Olho de Cobra, que estava com os braços cruzados e com um pouco de efeito de álcool ainda.
Braço de Ferro atira de novo e desta vez, o dardo vai acima do anterior, mas em pouca distância em centímetros.
— Braço de Ferro! Braço de Ferro! Braço de Ferro! — As pessoas que queriam que ela ganhasse, começam a gritar seu nome torcendo por ela.
A vaqueira se concentra e aponta para o alvo com o dardo. Desta vez, tentaria usar menos força. Foi o que ela fez. Ela lança o dardo e quase pega no centro, faltavam centímetros para isso.
— Que azar, minha amiga Braço de Ferro. — Disse Olho de Cobra e todos gritam "ah" em uníssono.
O caubói pega os dardos restantes que estavam na mesa, que eram três também, estando acima de um banquinho e nisso, ele olhava para o alvo. Seu olho direito brilhava e ele então atira. Acertou o alvo.
— Ooooooooooh! — Todos gritam em uníssono.
— "Óbvio que ele vai ganhar".— Pensa Braço de Ferro, cruzando os braços, com uma expressão de decepção consigo mesma.
Olho de Cobra atira de novo e ele acerta o alvo novamente.
— Oooooooooooooooooh! — Todos gritam em uníssono novamente.
Faltava mais um dardo e Olho de Cobra não parecia nem um pouco nervoso. Confiava em seu potencial e era isso que iria fazer.
A Família Young atendia os poucos clientes que chegavam, mas alguns deles prestavam atenção no jogo de dardos. Braço de Ferro não acertou nenhuma vez e Olho de Cobra acertou duas vezes.
Ele lança mais uma e acerta de novo o alvo.
— OOOOOOOOOOOOOOOOOOH! — Todos gritam em uníssono e começam a comemorar com Olho de Cobra.
Braço de Ferro não ficou triste. Sabia que iria perder, já que não tinha aquela capacidade visual que ele tinha. Ela sabia do paradeiro de seu olho direito e tentava entender como ele tinha conseguido, mas ela nunca revelou. Era válido. Braço de Ferro também não tinha revelado o porquê de ter um braço mecânico, mas já era notório isso. O problema é que não revelava o motivo dela ter perdido o braço esquerdo. Nunca quis aprender a dominar a mão direita porque era muito dependente da mão esquerda. Por conta disso, fizeram um braço mecânico para ela, na qual demorou para se acostumar, mas não levou muito tempo.
— Bem, eu ganhei de novo. — Disse Olho de Cobra, que desarruma o chapéu em sua cabeça.
Braço de Ferro olha sorrindo para ele e responde:
— Então você vai pagar a bebida de todo mundo aqui.
— O quê?!
Quando ouviram isso, todos comemoraram.
— Você venceu o jogo de dardos. Nada mais justo.
— Isso é sacanagem, Braço de Ferro. — Disse Olho de Cobra.
— Mas não se preocupe, eu pago a minha conta. — Nisso, ela dá um tapinha no ombro dele e vai até o seu banquinho, mas antes disso, ela decide comentar algo a mais com o seu amigo. — Obrigada pela companhia no jogo de dardos.
— Err… De nada. — Responde Olho de Cobra, meio sem jeito.
Anoitecia e ambos os nossos heróis ainda estavam no saloon, bebendo, conversando, jogando e interagindo com os outros.
Isso foi até o final do expediente do saloon, onde em seguida, tiveram que voltar para as suas casas.