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Combate ao contrabando

No dia seguinte, Olho e Cobra e Braço de Ferro estavam fora de Fort Worth. Quem teria assumido momentaneamente como xerife era Bruce Selvagem. O caubói tinha confiança em um de seus parceiros, além de Braço de Ferro e por conta disso, Bruce Selvagem era quem assumiria a segurança de Fort Worth. 

Andando a cavalo, nossos dois heróis galopavam com os seus animais correndo agressivamente, com as crinas balançando e as narinas buscando o ar que precisam para os seus pulmões. Pelo visto, eles estavam perseguindo algo ou alguém. 

Estavam em uma área deserta, onde só tinha areia, alguns cactos e restos de mortos ou caveiras e ossos. Fazia muito calor nesse momento, com um sol escaldante e eles chegam até uma ferrovia. Eles param seus cavalos ao lado da mesma e aparentavam esperar algo. 

— Então é aqui, Braço de Ferro? — Indaga Olho de Cobra. 

— Sim. Segundo as informações que recebi, é aqui onde vai passar o trem. — Responde a vaqueira. 

Olho de Cobra retira sua arma do bolso e abria meio sorriso em seu rosto. 

— É hoje que o Bill Fumaça vai se arrepender de ter chamado minha atenção. — Disse o caubói. 

Olho de Cobra estava com a sua arma apontada para o alto, enquanto esperava o trem passar. Não demorou muito e ouviram o barulho do grande veículo metálico anunciando sua chegada nos trilhos. 

— Então esse filho da puta roubou o trem. — Disse Olho de Cobra, que estava com o olho direito brilhando. 

— Sim, essas são as informações que me constam. — Responde Braço de Ferro. 

Nisso, surgia o trem. Ele estava emanando fumaça em sua maria-fumaça e Olho de Cobra aponta para onde podia se ver o maquinista. 

— Vou usar minha técnica especial. — Disse o caubói. 

— Não! Você ficou louco? Vai explodir o trem se usar o Fire Shot. — Responde Braço de Ferro. 

— Tsc! Então vai um tiro normal. Acho que seria o suficiente para acertá-lo. — Olho de Cobra se prepara para atirar e antes que o trem passasse por eles, o caubói atira, mas ele faz uma expressão de insatisfação. 

— Acertou ele? — Indaga Braço de Ferro. 

— Não. Aquele bastardo conseguiu se esquivar. Eu nunca errei um tiro e esse merda conseguiu se esquivar. — Olho de Cobra estava furioso com a ação que presenciou há pouco. 

— Vamos atrás dele. HYAH! — Braço de Ferro faz a Floco de Neve correr atrás do trem e Olho de Cobra faz o mesmo com o Pé de Chumbo. 

Eles estavam agora perseguindo o trem, mas o caubói estava meio inseguro quanto a isso. Os cavalos poderiam cansar a qualquer momento e eles estavam longe de Fort Worth. 

— Será que vamos pegá-lo a tempo, Braço de Ferro? — Indaga Olho de Cobra, que estava correndo atrás de sua amiga. 

— Acredito que sim. — Responde Braço de Ferro. — Você trouxe sua corda? 

— Sim. — Responde o caubói. 

— Vamos prender naquele cercadinho que tem no trem. 

— Certo. Cuide dos índios que estão lá dentro. O resto é comigo. 

Braço de Ferro ri. 

— Pare de bancar o herói. Estamos juntos nessa e vamos pegar o Bill Fumaça de qualquer jeito. 

— É, tem razão. Vamos lá. — Olho de Cobra gira sua corda para o alto. Braço de Ferro faz o mesmo e assim eles prendem no cercadinho. 

Ambos pulam de seus cavalos e conseguem chegar a tempo no vagão do trem. Braço de Ferro abre a porta e ambos adentram, deixando seus cavalos trotarem agora. 

                                  ×××

Chegando no lado de dentro do vagão, eles vêem tudo vazio. 

— Acho que não é aqui. — Disse Braço de Ferro. 

Olho de Cobra faz seu olho brilhar e ele estaria vendo tudo em infravermelho. Ele percebe que os índios estão no terceiro vagão. Ele tenta enxergar algo que está atrapalhando sua dedução. Algo está no segundo vagão e ele cerra os olhos. 

— No segundo vagão, estão os bandidos comparsas do Bill Fumaça. — Disse o caubói. 

Braço de Ferro faz uma expressão de decepção. 

— Devíamos ter chamado mais de nossos parceiros. — Disse a vaqueira. 

— Agora cagou na vara. Vamos dar o nosso jeito de derrotá-los. 

— Você consegue pegar o Bill Fumaça? 

— Consigo. Se ele não usar sua técnica de nevoeiro, eu consigo pegá-lo. Por quê? 

Braço de Ferro olha para a porta da frente que daria acesso ao outro vagão. 

— Eu vou enfrentar aqueles bandidos. Você pode pular no segundo vagão e ir correndo até onde está o Bill Fumaça. 

— Quanto aos índios?

— Você sabe manejar um trem? 

— Não. 

Braço de Ferro sorri. 

— Então eu assumirei o trem. Dê um tiro para o alto e eu saberei que a missão foi concluída. 

Olho de Cobra sorri surpreso com o breve plano de Braço de Ferro. 

— Por isso que é bom você ser meu braço direito. — Ele a abraça, deixando-a constrangida. 

— Está bem, está bem. Também gosto de você, mas temos que libertar os índios. — Disse Braço de Ferro. 

— Oh! É mesmo. Vamos lá! — Olho de Cobra ia até a porta, mas Braço de Ferro aparece na frente e soca a mesma com o seu punho mecânico. 

— Pode ir. — Disse a vaqueira, que deixa o seu parceiro passar. 

Ele pula bem alto e consegue alcançar o topo do vagão. Em seguida, Braço de Ferro soca a outra porta e adentra onde estão os bandidos, que pareciam estar esperando por eles. 

Os bandidos dão vários tiros, mas Braço de Ferro concentra um campo de força ao seu redor, conseguindo se proteger dos tiros sem problemas. 

Um deles larga sua arma e pega um pé-de-cabra. Ele parte para cima de Braço de Ferro, mas esta se esquiva e bate na nuca do bandido com a mão normal, fazendo ele ficar inconsciente. 

Em seguida, os outros bandidos partem para cima dela também, mas Braço de Ferro não se deixa ser temida e pega sua arma, atirando neles. 

Os bandidos tiveram que se proteger em móveis que estavam no vagão e em seguida, Braço de Ferro socou o chão, fazendo os móveis tremer e caírem. Os bandidos, que eram quatro, erguem-se com as mãos para o alto. Pareciam assustados, mas Braço de Ferro não parecia convencida disso

— Muito bem. Vocês estão presos.— Disse a vaqueira. 

Um deles saca sua arma que estava na manga e aponta para ela, atirando diretamente. No entanto, Braço de Ferro se esquiva sem problemas e depois se defende com o seu braço mecânico. Ela estava fazendo sua parte robótica como um escudo e em seguida, ela atira no bandido, acertando-o. 

Todos agora estavam assustados realmente e ela indaga:

— Alguém de vocês quer me enfrentar ainda ou já está bom assim? 

Nisso, todos se ajoelham e ficam com as mãos na cabeça. 

Braço de Ferro sorri e diz:

— Foi o que pensei. 

Ela guarda sua arma e vai até o terceiro vagão. 

                                ×××

Chegando no mesmo, ela soca a porta e a joga para fora e é surpreendida por vários índios que estavam usando roupas de escravo. Estavam sujos e com expressões tristonhas. Eles pareciam assustados ao olharem Braço de Ferro. 

Esta percebe isso e diz:

— Está tudo bem. Não tenham medo. Estou acompanhada do xerife de Fort Worth para salvar vocês. 

De repente, uma fonte de esperança brota em cada um deles, que pareciam mais à vontade, mas nada muito notável. 

— Como se chama? — Um índio de cabelos compridos, corpo musculoso e usava um colete azul, calças de pele de algum animal e sapatos campeiros. 

— Sou Beth Iron Arm. Mas me chame de Braço de Ferro. — A vaqueira diz com as mãos na cintura. 

O índio pareceu gostar dela, de sua confiança e juramento de proteção ao seu povo. 

— Muito prazer, Braço de Ferro. Índio se chama Naapi Blackfoot. 

— Naapi? Já ouvi falar de você. 

— Sim. Naapi já esteve uma vez em Fort Worth, mas na época que Braço de Ferro não era parceira de Olho de Cobra. 

— Você o conhece? 

— Sim. Escute. Naapi teve um sonho e quer compartilhar com Braço de Ferro. Os índios da Tribo Blackfoot já sabem desse sonho, mas Braço de Ferro e Olho de Cobra não. 

— Que sonho é esse que você fala? — Braço de Ferro se agacha, quando Naapi também faz isso. 

Todos os índios estavam olhando para os dois, que desenvolviam um diálogo. 

— Naapi sonhou que reencontraria seu velho amigo do Faroeste, que já enfrentou dos bandidos mais perigosos, inclusive está prestes a enfrentar mais um. No sonho, Olho de Cobra deixou que Naapi ajudasse na proteção de Fort Worth, pois temia que um bandido, muito mais perigoso do que ele já enfrentou. 

— Quem é esse bandido? 

— Naapi não sabe dizer, mas desde que Naapi teve esse sonho, quer ajudar Olho de Cobra, da mesma forma que ele e Braço de Ferro estão fazendo por Naapi. 

A vaqueira sorri. Teria gostado da simpatia de Naapi e escuta ele dizer:

— Naapi também é guerreiro da Tribo Blackfoot. Desde que ele teve esse sonho, agora almeja em enfrentar o crime ao lado de velho amigo. 

— O que sabe fazer? 

— Naapi é bom atirador de arco e flecha. Pode acertar uma mosca, se bem preparado. 

Braço de Ferro se surpreende com a função de Naapi. Ela fica pensativa a respeito dele ajudar no combate contra os bandidos. Teria refletido sobre ele ajudar a lutar contra esse suposto bandido que era bem mais perigoso. Será que Olho de Cobra não conseguiria vencê-lo de fato? 

— Tem uma coisa que você pode fazer por mim, Naapi. — Disse Braço de Ferro, depois de uma breve reflexão. 

— Naapi faz qualquer coisa. 

— Quero que se encarregue de proteger os índios. Eu irei pegar o seu arco e flecha que não estão com você, certo? 

— Sim. Estão com Bill Fumaça. 

— Certo. — Braço de Ferro fica mais pensativa. — Pensando bem, acho que vou ficar. Olho de Cobra deve perceber seu paradeiro ao olhar seu armamento.

Naapi sorri e diz:

— Naapi fica agradecido pela gentileza de Braço de Ferro. Ele espera ansiosamente pela liberdade, junto com o seu povo. 

Todos assentem com a cabeça também felizes e gratos. 

Agora, bastava que Olho de Cobra assumisse o controle dessa situação. 

                                ×××

Olho de Cobra pula até a janela onde estava Bill Fumaça e o chuta com os dois pés, fazendo ele cair no chão. Teria sido pego de surpresa e nisso, o caubói faz posição de luta. 

Bill Fumaça tinha barba por fazer, de cor escura. Os olhos eram semicerrados e usava um chapéu cor chocolate. Também tinha um lenço vermelho com bordas brancas, uma camisa social azul escura, calças de seda e botas marrom. Aparentava ter quase quarenta anos. 

— Muito bem, Bill Fumaça. Já chega dessa brincadeira boba. — Disse Olho de Cobra, que aponta a arma para ele. — Eu vou lhe dar cinco segundos para se render e acabar com esse tráfico de índios. Fala sério! Você invadiu aldeias indígenas para escravizar os nativos? Você é louco? 

Bill Fumaça parecia estar tranquilo. Não estava nada preocupado e diz, depois de alguns segundos em silêncio:

— Você é corajoso em querer me prender. Estou conduzindo o trem. 

— Para isso eu trouxe minha parceira, já que eu não sei pilotar essa bodega. 

Bill Fumaça ri e com as mãos nos bolsos, ele assopra uma fumaça no Olho de Cobra. 

Este foi pego de surpresa e Bill Fumaça dá um soco em seu rosto e depois um rapa, fazendo ele cair no chão. Pega sua arma que estava em algum canto e aponta para ele. 

Olho de Cobra percebe a situação e Bill Fumaça sorri. 

— Você veio me prender, mas foi nocauteado por mim. E agora? O que vai fazer? 

Olho de Cobra sorri e aponta a arma para ele também. 

— Você é louco mesmo, xerife. Não tem medo de morrer? 

— Não. Eu daria minha vida para fazer justiça nesse mundo injusto. Começando a atirar em filhos da puta como você. 

Bill Fumaça ri novamente e responde:

— Belas palavras. Mas isso não salvará sua pele. 

— Tente me acertar. — Olho de Cobra larga a arma no chão e se levanta. 

— Acha que sou bobo? Eu sei que você vai se esquivar, por isso, irei usar minha fumaça para lhe cegar. — Bill Fumaça sopra fumaça pela boca, mas Olho de Cobra pega rapidamente a arma que tinha deixado. 

— FIRE SHOT! — Uma bala em chamas sai da arma do caubói e causa uma pequena explosão, absorvendo a fumaça. 

— Mas o que significa isso? — Indaga Bill Fumaça. 

— O Fire Shot é uma técnica perigosa. Consiste em encostar em algo e incinerar. Seria ironia, mas o fogo destruiu sua fumaça a níveis moleculares. Esse é o fundamento de minha técnica. 

Bill Fumaça ri novamente. 

— Interessante. Vamos ver o quanto tem de me oferecer disso. — Bill Fumaça estava relatando seu discurso, quando recebe vários socos de Olho de Cobra e em seguida, o caubói faz ele bater com a cabeça na parede, desmaiando-o. 

— No fim você nem é tudo isso. É só mais um bandido de merda que dá seu discurso e no final apanha — Disse Olho de Cobra, que ergue a arma para o alto e atira, assumindo uma expressão de desespero. 

                                 ×××

Braço de Ferro olha para o alto, na janela do trem e fala para os índios:

— Preciso passar pelos vagões, até chegar onde está o Olho de Cobra. Naapi, você vem comigo? Está tudo bem agora. 

— Sim. — Responde o índio. 

Nisso, ambos estavam passando pelos vagões, após os índios terem deixado. 

Depois de terem passado por mais dois vagões, eles aparecem no vagão onde fica o maquinista. 

— Até que enfim. Onde estava? — Indaga Olho de Cobra, com as mãos na cintura e uma expressão de preocupado. 

— Esperando você. — Responde Braço de Ferro. — Agora deixe tudo comigo. 

— Está certo. Fique à vontade. — Olho de Cobra fica do lado de Naapi, com os braços cruzados. Ele olha para o índio e se surpreende. — Nossa, quanto tempo, Naapi. 

— Olá, Olho de Cobra. — Responde o índio. 

— Ele tem uma coisa a dizer para você.— Diz Braço de Ferro. 

— Uma coisa a dizer? O quê? — Indaga Olho de Cobra, confuso. 

Naapi começa a contar o seu sonho, mas como é de costume do autor, ele não irá detalhar tudo de novo para que a estória não fique enjoativa. 

Braço de Ferro consegue assumir o controle do trem e agora ela o para no meio da ferrovia, sem se importar com nada. 

— Bem, tudo certo. — Disse Olho de Cobra. — Todos os índios são da sua tribo? 

— Não. Os bandidos pegaram índios diferentes de várias tribos. Dos Blackfoot, pelo menos pegaram dez. — Responde Naapi. 

— Entendi. — Olho de Cobra olha para o nada. — Bem, vamos libertar os índios para eles finalmente aproveitarem a liberdade novamente. 

Naapi sorri. 

— Depois quero falar com você, Naapi, depois de ter ouvido esse sonho. 

— Certo. — Responde o índio. 

                                 ×××

O sol estava quase se pondo. Era por volta das cinco horas da tarde. O tempo já não fazia aquele calor escaldante de antes e uma leve brisa se manifestava diante de quem estava no trem. 

Olho de Cobra estava no trem no lado de fora com Braço de Ferro e Naapi. 

— Bem, meu povo. Naapi vai partir agora. Irá se aventurar com Olho de Cobra e Braço de Ferro em suas missões. 

Os índios da tribo dele pareciam tristes, mas entendiam. Sabiam que era coisa do destino e ele serviria de alguma ajuda para os nossos heróis. 

— Incrível que teremos mais um integrante nos ajudando no combate ao crime. — Comenta Olho de Cobra para Braço de Ferro. 

— É verdade. — Responde a vaqueira. 

Os índios estavam saindo aos poucos, indo até suas tribos. Os três ficaram conversando mais um pouco, até que anoitecia. Braço de Ferro disse que iria usar o trem para levá-los para casa ou pelo menos tentaria fazer isso. 

                                 ×××

Já era noite. O tempo já não estava mais tão quente, agora estava um pouco mais frio e um leve vento se manifestava. 

Nossos heróis estavam na frente da entrada de Fort Worth, onde tinha uma placa gigante acima de suas cabeças, sustentada por dois pilares. Estavam a cavalo. Naapi também tinha um e o pegou direto da tribo. 

— Pelo visto, Fort Worth não mudou nada. — Comenta Naapi. 

— De fato isso não aconteceu mesmo. — Responde Olho de Cobra, que ajeita com uma mão o seu lenço (ou pelo menos tenta fazer isso). 

Eles avançam para adentrarem Fort Worth e não havia ninguém na cidade. Quando anoitecia, não havia muita gente que ficava perambulando nas ruas. 

— É normal ficar nesse vazio? — Indaga Naapi. 

— Sim. Mais normal que dois e dois são quatro. — Olho de Cobra ri.

Eles estavam andando ainda nas ruas de Fort Worth, montados em seus cavalos. De fato estava vazia a cidade. De vez em quando aparecia um e outro. 

Aparecia um homem vestido de vaqueiro, carregando uma flor. Era loiro e tinha os olhos azuis. 

— Ryan Yanni. — Disse Olho de Cobra. — Muitos dizem que ele é o narcisista de Fort Worth. 

— Mas é verdade. Esse cara me irrita. — Responde Braço de Ferro. 

Naapi achava isso estranho, mas não ligava muito. 

— Braço de Ferro, pode levar Naapi para a delegacia? Vou comprar alguma coisa para comer. — Disse Olho de Cobra. 

— Está bem. — Braço de Ferro olha para Naapi. — Só me seguir. 

— Está bem. — Responde o índio. 

                                 ×××

Olho de Cobra estava em uma padaria, com paredes de madeira. Havia um balcão que tinha uma vitrine, apresentando doces, salgados e aperitivos. 

— Oi, Olho de Cobra, que surpresa. — Dizia uma garota morena, de pele branca, olhos azuis e usava o uniforme da padaria. 

— O que vai querer comer? — Indaga a outra mulher, que aparentava ter cinquenta anos. Tinha os cabelos castanhos, mas grisalhos na região da cabeça. Os olhos castanhos e também usava o uniforme da padaria. 

— Bem, eu quero um bolo e alguns salgados. — Responde Olho de Cobra. 

— Claro. — Disse a morena. 

A morena se chamava Madelyn Dickson. Era a melhor funcionária da padaria. A outra mulher se chamava Mila Lyman. Ela era dona do negócio, mas ajudava no atendimento ao cliente. 

— Aqui está. — Disse Madelyn, que teria separado o pedido do Olho de Cobra, depois de alguns bonitos. 

— Obrigado. Até a próxima. Boa noite. — Responde Olho de Cobra, que pega o seu pedido e sai da padaria. 

                                 ×××

Braço de Ferro estava com Naapi e o restante dos caubóis. Bruce Selvagem, James Protetor e os Irmãos Thomas e Tommy. 

— E então, Bruce? Como foi o comando de xerife? — Indaga a ruiva, com os braços cruzados. 

— Uma merda. Estava tudo parado. Pensei que quando saísse o Olho de Cobra, as coisas piorariam, mas ficou bem parado. — Responde Bruce Selvagem. 

— Quem é o nosso amigo? — Indaga James Protetor. 

— Índio se chama Naapi Blackfoot. 

— Oh, veja só… 

— Um Blackfoot. 

— Interessante. — Disse Bruce Selvagem, que estava sentado na cadeira da escrivaninha de xerife. 

Todos estavam de pé, menos ele. 

— E quanto aos bandidos lá que prenderam? Onde estão? — Indaga James Protetor. 

— Levamos para a cidade mais próxima. Não conseguimos trazê-los para cá e estávamos cansados. Confesso que ainda estou. 

— Naapi também está. 

— Não fizeram… 

— Nada. 

Braço de Ferro olha irritada para os gêmeos e diz:

— Como não fizemos nada? Vocês estavam lá para saber? Enfrentei cinco bandidos sozinha. 

— Nossa, que nem naquela vez no saloon? — Indaga Bruce Selvagem. 

— Sim. 

— E o Olho de Cobra? 

— Lutou com o Bill Fumaça e o venceu. 

— Se não vencesse… 

— Quem venceria esse cara. 

Todos riram. 

— Mas falando sério, gente. — Complementa Braço de Ferro. — Foi complicado dessa vez. 

— Sim. Naapi está de prova. 

James Protetor boceja. 

— Bem, eu também estou cansado. Quero ir para casa. 

— O Olho de Cobra disse que iria pegar algo para comermos. — Disse Braço de Ferro. 

— Mas ele… 

— Está demorando. 

— Esperem um pouco, meninos. — Braço de Ferro fala um pouco alterada. Às vezes tinha que agir com eles, já que estavam sempre fazendo birra ou reclamando de algo. 

Não demorou muito tempo. Olho de Cobra aparece com o bolo e os salgados. 

— Parece que valeu a pena esperar. — Disse Bruce Selvagem. 

— Sim e agora saia da minha cadeira. — Responde Olho de Cobra que deixa os comes na escrivaninha. 

Todos aplaudem Bruce Selvagem que tinha deixado a cadeira. 

— Acabou o reinado! 

— Já…

— Era! 

Bruce Selvagem olha esquisito para os gêmeos e comenta:

— Vocês são tão esquisitos ao dividirem uma frase. 

— Concordo. — Disse Braço de Ferro. 

— Bem, Naapi, como vai ficar entre nós, acho que vai gostar de nossas comidas e bebidas, mas recomendo não beber álcool ainda. Não sei se você está acostumado. 

— Acho que não, Olho de Cobra. — Responde Braço de Ferro. 

— Enfim. Depois discutimos onde você fica, Naapi. Agora, vamos todos comer! 

Nisso, todos, menos Naapi estavam indo pegar salgados e pedaços de bolo. Pegaram alguns pratinhos e talheres de plástico que tinham e começaram a servir. 

Para desfrutar do bom e do melhor, Braço de Ferro convida Naapi gentilmente a aproveitar com eles e nisso, ele vai comer um pouco do bolo e dos salgados, o que por sinal, também tinha gostado.

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