♥ Capítulo 7 ♥
Hilary Moretti.
Terça-Feira.
Saímos do meu quarto e começamos a descer os degraus, cada passo ressoando com uma mistura de emoções em meu peito.
— Minha linda princesa, estou tão feliz por você ter conseguido o seu trabalho. — Meu pai disse, sua voz transbordando orgulho e afeto.
A gratidão inundou meu coração ao ouvir suas palavras, sabendo que eles compartilhavam da minha alegria me trouxe uma sensação de calor reconfortante.
— Obrigada, pai.
Minha mãe me envolveu em um abraço apertado, seguida pelo meu pai, que se juntou ao abraço com ternura. Os beijos suaves em minhas bochechas e testa foram como pequenos gestos de amor que me alimentaram por dentro.
— Se cuide.
— Pode deixar.
Com um sorriso nos lábios, despedi-me deles e seguimos em direção ao carro. Enquanto Matteo assumia o banco da frente, eu me acomodei no banco de trás, pronta para a jornada que se desenrolaria diante de nós.
— Eu até esqueci de perguntar, mas como estão as crianças? Vocês nem foram para casa, elas devem estar preocupadas. — Perguntei, tentando desviar um pouco da tensão que se acumulava em mim.
— Eles estão bem, baby. Já liguei para lá e conversei com eles. Mas sempre estão perguntando por você. Parece que os meus filhos te amam mais. — Matteo brincou, mas havia uma ternura genuína em suas palavras.
— O Elias também não para de falar de você. Sempre perguntando quando você vai visitá-lo. Amiga, o que você fez com os nossos filhos? — Pietra acrescentou, provocando risos em todos nós.
— Só gosto de mimá-los. — Respondi com um sorriso, sentindo meu coração se encher de amor por aquelas crianças que haviam se tornado tão especiais para mim.
O caminho foi preenchido com histórias e planos para o futuro, e enquanto conversávamos, uma ideia começou a se formar em minha mente: talvez um dia eu pudesse considerar a adoção. A certeza de que meus pais queriam um neto me fez ponderar sobre essa possibilidade, mesmo que o trabalho com crianças já ocupasse um lugar especial em meu coração.
Finalmente, chegamos ao nosso destino, e a presença iminente da senhora Lorena me deixou nervosa.
— Estou muito nervosa, a senhora Lorena está aqui. Ela me deixa tão nervosa. — Confessei, sentindo as borboletas no estômago começarem a se agitar.
— Espera, você não me contou que foi a senhora Russo que te entrevistou. — Pietra falou, surpresa evidente em sua voz.
— Acabei esquecendo, estava muito nervosa. — Admiti, sentindo-me grata pelo apoio deles.
— Relaxe, pense apenas na pequena criança que você vai cuidar. Agora vamos. — Matteo sugeriu, trazendo-me de volta ao momento presente com suas palavras reconfortantes.
*****
Desci do carro, e Pietra abriu o porta-malas, preparando-me para enfrentar o que quer que viesse pela frente.
— Boa sorte, amiga. Estamos torcendo por você, também estamos felizes por essa sua conquista. — Ele me abraçou e beijou a minha testa.
— Obrigada, Matteo. — Logo a Pietra me abraçou também.
— Mande mensagem para nós quando der. Se cuida amiga. — Beijou minha testa.
— Vocês também se cuidem. — Eles entraram no carro e ficaram me esperando entrar.
Fui até o interfone e apertei.
— Sim?
Ouvir a voz da senhora Russo me deixa tão nervosa, não sei porquê. E olha que é apenas dez anos mais velha do que eu.
— Sou eu, senhora Russo. A Hilary.
— Ah, sim. Entre, querida.
O portão foi aberto.
Olhei para os meus amigos e aceno para eles. O bom é que as minhas malas tem rodinhas, então é fácil levá-las. Fui entrando na mansão puxando as três com cuidado, chegando na porta já estava aberta pela senhora Lorena.
— Bom dia, Hilary. Me deixe ajudar com essas malas.
— Ah, não precisa. — Ela me ignorou e pegou uma mala.
— Venha. — Entrei novamente nesta linda mansão. — Irei te mostrar o seu quarto.
Segui cautelosamente, seguimos por um enorme corredor, ela parou em frente a uma porta.
— Aqui será o seu quarto. — Abriu a porta me deixando de boca aberta ao ver o tamanho do quarto. — Pode deixar suas malas ali no canto. — Apontou.
Mas continuei observando o quarto, a cama é de casal, tem uma grande TV pregada na parede, um enorme guarda-roupa, até uma mesa de estudos. Esse quarto é lindo demais, as cores são cinzas claras igual a todo cômodo.
Coloquei minhas malas no canto que ela apontou.
— Venha, vou te apresentar a cozinha e outros cômodos da casa.
E assim foi, me mostrou todos os lugares possíveis, indicou a cozinha e foi mostrando onde ficam as comidas e o resto das coisas.
— A minha neta não tem frescura de comer, ela come de tudo. As aulas começam às oito horas e terminam de uma hora da tarde. Você sabe dirigir?
— Sim. — Acenou a cabeça num pequeno gesto positivo.
— Tem um carro na garagem que é para você usar com a minha neta. Levar ela na escola caso não der para os meus filhos levá-la., buscá-la, levar para brincar na praça. E a escola que ela faz parte é: Escola da esperança.
(Inventei essa escola, segue o rumo)
— Eu conheço.
É a melhor escola da Itália, só vai filhos de pessoas ricas. E pelo o que eu escutei, lá tem um ótimo ensino.
— Mas esta semana e a outra, não haverá aulas. Mas quero que acorde a minha neta às oito horas, não quero que fique dormindo até tarde. E o horário dela dormir são às oito horas da noite. Peço que quando for colocá-la para dormir, ponha uma fralda, às vezes ela faz xixi na cama.
— Certo, entendi. Ela toma algum remédio? — Indaguei, ansiosa para absorver todas as informações necessárias para cuidar da pequena.
— Não, mas caso ela possa vir a ter febre, tem remédios na prateleira do armário da cozinha, todos são para crianças.
Escutamos passos lentos e olhamos para o topo da escada, avistando a pequena criança coçando os seus olhos. Lorena rapidamente subiu os degraus e a pegou no colo.
— Olá, minha princesa. Bom dia. — Ela beijou os cabelos da menina, irradiando carinho.
— Dia, vovó. — A doce voz da criança encheu o ambiente.
— Quando você colocar ela para dormir, pegue a babá eletrônica, para ficar escutando. Não gosto que ela venha andando perto de escadas. — Lorena me instruiu, preocupada com a segurança da criança.
— Sim, é muito perigoso. Pode deixar, irei andar sim. — Assenti, determinada a seguir todas as orientações cuidadosamente.
A pequena, com seus olhinhos curiosos, olhou para mim com uma mistura de curiosidade e confiança.
— Babá? Di novo? — Ela pronunciou com ternura, fazendo meu coração se derreter.
— Sim, meu amor. Mas essa babá é muito boa, vai brincar muito com você. — Sorri gentilmente, sentindo-me emocionada com a receptividade da criança.
— Sério? — Seus olhos brilharam com a perspectiva de uma nova amizade.
— Sim, meu anjinho. Irei brincar muito com você. — Afirmei, deixando escapar um suspiro de contentamento.
— Vovó, eu gostei muito da nova babá! — A pequena exclamou animada, enchendo meu coração de alegria.
— Que bom, meu anjinho. Agora a vovó precisa ir, você ficará com a sua nova babá. — Lorena entregou-me a criança com um olhar de confiança.
— Tchau vovó. — A menina acenou, sua expressão radiante.
— Tchau minha princesa. Hilary, as chaves do carro ficam na garagem. Meus filhos estão em casa, encontram-se dormindo no momento. Já avisei a eles que quando acordarem, é para ficarem com a Lisa enquanto você organiza suas coisas.
— Tá certo, cuidado na volta. — Sorri, grata por toda a orientação e confiança depositada em mim.
— Obrigada, querida. — Com um aceno, Lorena partiu, deixando-nos ali, prontos para iniciar essa nova jornada juntos.
Olhei para trás, onde meus amigos ainda esperavam no carro, e acenei para eles com gratidão. Com um suspiro profundo, preparei-me para assumir minhas responsabilidades como babá, determinada a fazer o meu melhor para essa adorável criança e sua família.