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Obcecada pelo CEO

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Ellen Roza
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Resumo

Alex Thompson é uma jornalista ambiciosa e aplicada que sempre colocou sua carreira em primeiro lugar. Com sua determinação e talento, ela rapidamente se tornou uma das principais repórteres de uma prestigiada revista de negócios. No entanto, tudo muda quando Damian Cavendish, o bilionário CEO da Cavendish Industries, entra na sua vida. À medida que Alex se encontra cada vez mais perto de Damian, ela começa a perder o controle de sua vida. Sua obsessão por ele a leva a questionar seus objetivos e valores, e ela se vê presa em um jogo de poder e sedução. Em um mundo onde o poder e a riqueza podem corromper até as pessoas mais fortes, Alex precisa decidir se está disposta a arriscar tudo por amor ou se vai encontrar uma forma de manter sua integridade e sua liberdade. "Obcecada pelo CEO" é um romance intenso e emocionante que explora os limites da paixão, do poder e da identidade.

amorromanceAmor que cresce com o tempoSangue quente / Cheio de energiaDominação / Conquista de poderGrandes corporações / Impérios de negóciosIntriga política/ConspiraçãoFamília ricaCEOPoderosos juntos / Casal forte

Capítulo 1 _ A coletiva de imprensa

O salão estava lotado. Repórteres se espremiam nas cadeiras alinhadas como soldados, os flashes das câmeras piscavam como trovões silenciosos, e o murmúrio coletivo era abafado pelo peso da expectativa. Eu nunca tinha sentido uma tensão tão densa em uma coletiva de imprensa. Era como se todos ali estivessem esperando por um espetáculo, e de alguma forma, eu também.

Damian Cavendish.

O herdeiro fantasma.

Por anos, o nome dele era sussurrado em corredores de reuniões e círculos de especulação, mas ninguém sabia quem ele era de verdade. Nenhuma foto recente. Nenhuma aparição pública. Apenas rumores. "Está no exterior, estudando", diziam alguns. "Está brigado com o pai", afirmavam outros. Eu entrevistei o velho Cavendish no ano passado, e a única vez que mencionei o nome do filho, ele mudou de assunto como se estivesse limpando um incômodo da manga do terno.

Desde então, Damian virou uma espécie de obsessão para mim. Quem era o homem que carregava o peso de um império bilionário e ainda assim se escondia do mundo? Eu tinha muitas teorias. Talvez ele fosse uma fraude. Talvez um playboy imaturo, tentando fugir das responsabilidades. Ou talvez… ele simplesmente não quisesse ser encontrado.

Mas, hoje, ele não tinha escolha.

Com a morte do pai, Damian Cavendish tinha que sair das sombras. Não havia mais escapatória.

— Será que ele vem mesmo? — ouvi alguém cochichar atrás de mim.

Eu ajustei o gravador no colo e olhei para o palco vazio, com o enorme logotipo da Cavendish Indrustries ao fundo, brilhando como um letreiro de cassino. A mesa de conferência estava lá, com microfones prontos e copos d'água perfeitamente alinhados. Mas o centro das atenções, a cadeira principal, permanecia vazia.

A expectativa era quase sufocante. Meus dedos tamborilavam o bloco de anotações, uma mistura de nervosismo e curiosidade. Como jornalista, eu devia ser imparcial, mas, droga, havia algo sobre Damian Cavendish que mexia comigo. Talvez fosse o mistério, ou talvez fosse o fato de que eu não gostava de segredos que não se revelavam para mim.

De repente, as luzes mudaram. O ambiente antes bem iluminado foi tomado por uma penumbra controlada, exceto pelo palco, onde um holofote se acendeu devagar, como se alguém tivesse decidido aumentar a intensidade só para nos fazer sofrer mais com a espera.

Então, ele apareceu.

No começo, era apenas uma silhueta. Um homem alto, de ombros largos e postura impecável. Ele andava com uma calma estudada, como se cada passo tivesse sido ensaiado milhares vezes. Quando ele parou diante do microfone, as luzes o alcançaram, revelando-o por completo.

Eu prendi a respiração.

Damian Cavendish era… impressionante. Não de um jeito simples, mas de um jeito quase doloroso. O terno perfeitamente ajustado parecia mais uma extensão do corpo dele do que uma roupa. O cabelo escuro estava penteado para trás, com um leve brilho sob as luzes artificiais. Mas foram os olhos que me pegaram. Azuis acinzentados, intensos, como se pudessem ver através de cada pessoa na sala.

Eu não sabia o que esperava. Talvez um empresário genérico, mais aparência do que substância. Ou alguém que tentaria se esconder atrás do legado do pai. Mas esse homem? Ele parecia feito de aço. Cada movimento exalava controle, cada linha do rosto parecia talhada à mão. Ele era tão perfeito que chegava a ser irritante.

— Boa tarde, senhoras e senhores. — A voz dele era grave, com um sotaque britânico leve, polido, mas sem ser frio. Ele projetou as palavras de uma forma que fez o salão inteiro se calar. Não houve um único som, nem mesmo o clique de uma câmera.

Eu pisquei, tentando recuperar a compostura. Era só um homem, afinal. Um homem que, por acaso, parecia ter saído direto de um filme.

Ele continuou:

— Antes de mais nada, quero expressar minha gratidão pelo apoio que minha família tem recebido nas últimas semanas. A morte do meu pai foi um golpe duro, tanto para mim quanto para todos que trabalharam ao lado dele. Hoje, estou aqui para reafirmar o compromisso da Cavendish Industries com a excelência e o progresso que sempre nos definiram.

As palavras dele eram medidas, calculadas. Um discurso escrito, ensaiado, sem dúvidas. Mas não era isso que me intrigava. Era a maneira como ele entregava cada frase, como se fosse impossível não acreditar nele.

Damian Cavendish era magnético, e eu odiava admitir isso.

Quando ele ergueu o olhar, varrendo a plateia, eu quase me encolhi, embora não soubesse por quê. Talvez fosse o peso do olhar dele, que parecia procurar algo — ou alguém. Ele não me viu, claro. Eu era apenas mais uma jornnalista no meio de tantos.

Mas, enquanto ele falava, um pensamento cruzou minha mente, repentino e incontrolável.

Esse homem não precisa de herança nenhuma. Ele poderia comandar o mundo com aquele rosto, aquelas mãos e aquela voz.

Eu engoli em seco.

Foco, Alex. Foco. Ele é só uma história. Mais uma história.

Mas, naquele momento, eu sabia que estava mentindo para mim mesma. Damian Cavendish não seria "só" nada. Não depois de hoje.

E eu precisava saber mais.

Ele continuava falando, mas eu já não ouvia cada palavra. Meu cérebro estava dividido entre absorver a presença dele e tentar lembrar que eu estava ali para um trabalho. O peso do gravador no meu colo me trouxe de volta à realidade. Respirei fundo, forcei a concentração e levantei a mão.

Damian Cavendish mal hesitou antes de apontar para mim.

— Você.

A voz dele reverberou no salão. Meu estômago apertou. Eu já tinha entrevistado empresários poderosos antes, CEOs que valiam mais do que países pequenos, mas nunca me senti assim — como se estivesse sendo puxada para dentro de algo muito maior do que imaginava.

Levantei-me, segurando firme meu bloco de notas.

— Alexandra Thompson, The Insider. — Minha voz soou firme, profissional. Ainda bem. — Seu pai raramente falava sobre você. Quando entrevistei ele no ano passado, qualquer menção ao seu nome parecia incomodá-lo. Muitos especulavam que você não queria assumir a empresa. O que mudou?

Houve um breve silêncio.

Os olhos dele pousaram em mim, e pela primeira vez, notei algo além do controle impecável. Um relâmpago de algo mais sombrio passou por sua expressão — talvez irritação, talvez diversão — antes de desaparecer.

— Não foi uma escolha. — Ele inclinou ligeiramente a cabeça, como se estivesse me avaliando. — Quando um império perde seu rei, alguém precisa assumir o trono.

A resposta foi precisa, direta. Um desvio elegante da minha pergunta real.

Não deixei passar.

— Então você está dizendo que, se dependesse de você, não estaria aqui?

O menor dos sorrisos tocou seus lábios.

— Estou dizendo que certas responsabilidades são inevitáveis, senhorita Thompson.

A maneira como ele disse meu nome foi como um fio passando pela pele, afiado e sutil.

O salão estava atento. Eu senti os olhares dos outros repórteres em mim, esperando para ver se eu continuaria. Damian Cavendish tinha acabado de entrar em cena, e eu duvidava que alguém tivesse coragem de pressioná-lo logo na primeira coletiva. Mas eu não era qualquer um.

— Isso significa que você pretende assumir a Cavendish Industries a longo prazo? Ou está apenas aqui para estabilizar as coisas antes de… desaparecer novamente?

Eu poderia jurar que vi algo brilhar nos olhos dele. Interesse, talvez.

— Isso depende.

— De quê?

— De quanto tempo eu vou me divertir no processo.

O salão se encheu de murmúrios. Peguei a caneta e anotei rapidamente. Ele estava brincando comigo? Ou estava me testando?

— E como exatamente pretende “se divertir”, senhor Cavendish?

— Fazendo exatamente o que estou fazendo agora. — A resposta veio baixa, mas carregada de significado.

Eu sabia que ele não estava falando da empresa.

Ele estava falando de mim.

O calor subiu para o meu rosto antes que eu pudesse impedir. Bastardo. Ele sabia exatamente o que estava fazendo, e pior: estava gostando.

Sentei-me lentamente, apertando os lábios para não demonstrar nada. O olhar dele permaneceu em mim por um segundo a mais do que o necessário antes de se mover para a próxima pergunta.

Mas eu já sabia.

Eu tinha acabado de entrar no radar de Damian Cavendish.

E isso podia significar muitas coisas.

Nenhuma delas era segura.