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Capítulo 3

Eles nos descobriram, é óbvio.

— Hum... Para a última fatia de pizza, talvez? — Danielle ri e elas bufam. —Eles trocaram, certo? —Castro diz. Teria sido muito mais divertido se eles não tivessem nos descoberto. Levanto-me do sofá e Danielle faz o mesmo. —Você não me reconheceu! —Ele aponta o dedo para Sebastian e eu olho para Castro. Fiquei confuso, eu acho.

Ela não sabia se era ela ou eu.

— Não, bem, a princípio sim. Mas então vi que os olhos dele não eram os seus, então disse para mim mesmo: algo está errado aqui. Veja como ele é bom em dar desculpas.

Dou risada e vou até a cozinha deixá-los sozinhos, enquanto ando noto que Castro está me seguindo atrás.

Abro a geladeira para comprar uma limonada e ele se inclina no balcão atrás de mim.

Ele me olha de cima a baixo e balança a cabeça, desapontado.

O que está acontecendo? Não sou sexy o suficiente agora? Não sou o suficiente, Lillian? -Por que me olhas assim? - pergunto, pronto para discutir.

Nós dois discutimos com frequência, principalmente porque ele nunca gostou de nada em mim.

Lillian, aposto que ela era perfeita, mesmo sendo louca.

— Eu não gosto desse visual. “Você não precisa disso...” Ele aponta para minhas roupas e eu cerro a mandíbula. Eu sabia.

— Eles ficariam melhor em Lillian, certo? - pergunto irritado.

Ele suspira e ri falsamente.

Sim, ria, ria. Mas então você chora.

—Tudo te lembra ela, certo? Eu nem falei, é sempre você quem faz. E então você fica bravo comigo aleatoriamente! —ele levanta a voz e eu bato o vidro no balcão.

—Você sabe por que me vesti assim esta noite? Porque eu queria que você olhasse para mim, mas não como a garotinha indefesa de sempre. Não. Não. Queria que você me olhasse com prazer, de um jeito diferente! Você sempre esquece que eu sou uma menina e não sou mais uma menina! - choro amargo. Estou furiosa porque, como sempre, ele não gosta nada de mim. Nunca.

Ela diz que menciono o ex dela o tempo todo, mas como não posso? É claro que ele ainda está apaixonado por ela.

Ele respira fundo e eu balanço a cabeça, desapontada. Quero ficar sozinho agora. Preciso encontrar alguma racionalidade novamente.

Corro até o quarto, sob os chamados de Danielle.

Selena

Estou no meu quarto há não sei quanto tempo. Provavelmente pareço uma criança, mas não me importo. Talvez Castro tenha razão em não me ver como menina: tenho comportamentos infantis e petulantes. No entanto, se penso no ex dela, digo a mim mesmo que prefiro ser petulante do que uma psicopata como ela.

Suspiro e olho para o teto, como fazem nos filmes tristes.

Ouço passos lá fora, vindos do corredor e já sei quem é.

- Posso entrar? —Pergunte, Castro.

Ele abre a porta e eu o ignoro.

Eu nem tinha dito: sim.

"Não vou me desculpar", digo diretamente. "Nem eu", ele responde sério. Perfeito, estamos indo muito bem. - Não te suporto - . Correto? A única coisa que faltava era isso. Estou prestes a responder quando ele me detém com a mão. "Não mencione ela." É um aviso.

Eu me viro para não olhar para ele. Já não tenho forças, nem para falar.

Eu o ouço suspirar. —Não faça isso, Selena. —Ele tem uma voz desesperada e triste. Sinto o colchão afundar, então presumo que ele esteja deitado atrás de mim. — Estou tentando seguir em frente. Mas toda vez que tento, você menciona isso. Eu sempre volto ponto final assim: . Sei que você está certo, mas não posso fingir que não existiu.

Ela esteve lá e machucou pessoas, especialmente minhas irmãs.

Eu nem esqueço que ele me machucou.

Ele havia se aproximado, apenas para obter informações sobre nós e depois levá-las para sua amada. Suspiro e me viro para ele. Ele me olha nos olhos e deixa um beijo na minha testa.

- Não me trate como uma criança. Todo mundo faz isso, mas por favor... Não faça isso - . Ele suaviza e me abraça, me puxando para baixo dele. Eu o abraço também, como se não tivesse outra escolha.

Esse cara é meu maior mal. "Vou tentar não voltar a isso", digo, com a voz abafada. Ele acena com o rosto na curva do meu pescoço.

Cheira muito bem; Tem gosto de menta. Fecho os olhos e continuo segurando-o em meus braços. Num determinado momento sinto uma pequena pressão no pescoço: ele está me deixando um beijo.

Estou sem fôlego. Nunca tinha feito isso antes, no máximo alguns abraços ou carícias.

Eu também retribuo, dando-lhe um beijo no pescoço, que o faz suspirar. Ele se levanta ligeiramente para me olhar nos olhos, então estamos muito próximos.

Sinto sua respiração em meus lábios, mas ele não se aproxima: espera. O que eu daria por um beijo dele, mesmo que fosse de verdade.

- O que está acontecendo..? - pergunto, em um sussurro. Ele balança a cabeça levemente e coloca-o no meu peito.

Espero que você não ouça meu batimento cardíaco: ele está acelerado agora. Afago seu cabelo e ele fecha os olhos, relaxando.

Ficamos assim por não sei quanto tempo e nem caímos. Estou feliz por estar sozinho com ele. — Você não gosta do meu visual então? —pergunto, a certa altura. — Não, quero dizer que fica bem em você... Muito. Mas é demais e não gosto disso. — Franzo a testa e pergunto: — Do que você não gosta? — . Às vezes é muito estranho.

—Deixe-os olhar para você—. Perco o ritmo e ele deixa um leve beijo no centro do meu peito. Estou respirando com dificuldade e ele percebe, na verdade ele se levanta e me olha preocupado. - Tudo está bem? — . Concordo com a cabeça e saio da cama.

Não, isso não é bom, se continuarmos assim irei para o hospital psiquiátrico. Ele não pode dizer certas coisas e ser tão gentil, ele nunca o fez e fazer isso agora é... demais.

Corro o risco de beijá-lo, talvez até de ser rejeitada.

- Sim, tudo bem - . Passo a mão pelo cabelo e sorrio para ele de forma tranquilizadora. — Vamos descer? - Pergunto-lhe. "Sim", ele diz, ainda confuso. Pego sua mão e ele segue atrás de mim.

Não sei se ele está olhando para minha bunda ou não.

Estou prestes a descer as escadas quando ele me para. “Segure isso.” Eu me viro e o vejo me entregando sua jaqueta.

Eu sorrio e ele desvia o olhar envergonhado.

Descemos e encontramos Danielle e Sebastian abraçados no sofá. Eles se beijam como se não houvesse amanhã. - Olá, pombinhos. Deixem-no descansar”, diz Castro, rindo. Eles se afastam e Sebastian olha para ele. —Você tem um tempo de merda—. Eu rio da conversa deles e Danielle se levanta do colo dele.

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