Capítulo 7
- Ah, vamos Benjamin, não vamos nos enganar, ok? - Ele exclamou, revirando os olhos e balançando a cabeça. Ele colocou as mãos sobre a mesa e se espreguiçou, começando a balançar as pernas e me olhando pelo canto do olho, como se quisesse me dar um tapa. - Você não precisa fingir comigo - Ele disse então, suspirando. - Eu só quero te ajudar no que puder, e te proteger de tudo assim como você faz comigo. Gostaria de ser o seu lugar seguro, gostaria que você compartilhasse tudo comigo, até a sua dor, para que pesasse menos. Você merece tudo de bom na vida Benjamin, quero que você se lembre disso para sempre, ok? Eu realmente carregaria o peso da sua dor para não ver você sofrer, porque quando você está feliz e sorrindo me sinto em casa. Não sinto falta de nada se você estiver comigo, e gostaria que acontecesse o mesmo com você também. Eu sei que sou uma pessoa complicada e nunca mostro isso para você, mas quando digo que te amo e que faria qualquer coisa por você, estou falando sério. Então, por favor, não se esconda de mim, porque eu só quero que você se sinta amado da mesma forma que você me faz sentir amado. - Concluiu acariciando meu rosto e apoiando a testa na minha.
- Acredite, se tem alguém de quem não consigo me esconder é de você - respondi, sorrindo e acariciando seu rosto. - Até sorrir é mais bonito com você, e chorar não me assusta mais se você estiver aí para segurar minha mão. -
Victoria estava prestes a responder, mas nosso momento foi interrompido pela campainha tocando de repente, quebrando a atmosfera que havíamos criado e me fazendo bufar teatralmente. - Quero uma governanta que abra a porta toda vez que a campainha toca - deixei escapar, me afastando com o copo na mão e andando de costas sem tirar os olhos de Victoria, que me encarava, sorrindo e balançando a cabeça. - Vou pedir isso aos meus pais no meu aniversário. - Finalmente virei as costas para ele e fui abrir a porta, me encontrando na frente da minha amiga e do pai dela. - Katherine, olá - exclamei, surpreso. - Sr. Joseph, bom dia - apressei-me em dizer quando ele levantou o braço e fez uma careta. - Entre, quer beber alguma coisa? -
Não tive tempo de terminar a frase, pois Kat pulou no meu pescoço e me abraçou com ternura, arriscando até derrubar o copo da minha mão. - Feliz aniversário, idiota! - Ele gritou entre risadas. Seu perfume de frutas vermelhas e seu abraço caloroso me fizeram sorrir, e eu a abracei de volta, agradecendo e também agradecendo a Joseph, que me desejou feliz aniversário logo depois. - Aposto que aquele meu melhor amigo ingrato está aqui - Disse ela, entrando na cozinha como um furacão e seguida por mim e pelo pai dela. - Você vê que eu nunca estou errado? Olá minha vida – exclamou ele, jogando-se sobre Victoria e fazendo-a desequilibrar até que suas costas foram esmagadas contra a mesa.
- Katherine - Victoria tossiu, agitando os braços. - Você está me esmagando, não consigo respirar - minha namorada riu enquanto eu balançava a cabeça e servia café para o pai dela.
"Sua mãe e eu deveríamos ter chamado você de Katrina", Joseph murmurou, observando-a esmagar seu melhor amigo. - Como o furacão -
- Você é tão gentil que eu colocaria café na sua cabeça para agradecer - ela trovejou em direção ao pai e ajeitou a camisa e suspirou exasperada. - Chega de conversa, estamos aqui porque temos que falar com você, papai tem novidades. -
Olhei para Victoria que pulou da mesa em um segundo, sentei em uma cadeira e ela se aproximou e sentou no meu colo. Joseph torceu o nariz e inclinou a cabeça para o lado enquanto respirava fundo, enquanto Katherine piscava e acenava para o pai, que tirou um pen drive do bolso e fixou os olhos verdes nos meus. - Você tem um computador? -
Balancei a cabeça e fui procurá-lo na sala, coloquei-o sobre a mesa e após ligá-lo deixei Joseph inserir o pendrive e abrir os diferentes arquivos, chamando a atenção minha e de Victoria. - Joseph, talvez eu deva lhe contar que descobrimos que Gabriel, amigo do meu irmão de quem lhe falei, é um agente do FBI -
O homem ergueu a cabeça e franziu o nariz, fazendo uma careta e sorrindo amargamente, quase histericamente. - Eu sei. - Ele suspirou, levantando os olhos da tela do PC. - Sinceramente, não estou surpreso com a intervenção federal, teria ficado surpreso se não tivessem feito - Seu olhar ficou um tanto vago, mas apesar disso sua voz era firme e determinada. - Estamos diante de uma grande batata quente Benjamín, me parece estranho que seu irmão ainda esteja vivo, sinceramente. -
Eu engasguei e engoli em seco quando Victoria apertou minha mão o mais forte que pôde, sentindo sua proximidade visceralmente naquele momento. - Conte-me tudo o que você faz, por favor -
Joseph olhou para a filha, que olhou para Victoria, que por sua vez colocou o braço sobre minha cabeça e me deixou descansar em seu peito, segurando sua mão e desfrutando de suas carícias, esperando que assim, o que quer que Joseph dissesse, doeria menos. . Com ela ao meu lado talvez tivesse sido mais fácil. - Na verdade, segundo as informações que consegui obter do distrito, parece que Vincent está morto. - Começou com um suspiro. - O problema é que a morte da sua mãe, Benjamín, está de alguma forma relacionada a ele. Saiba que são apenas teorias da polícia e dos federais, hipóteses não confirmadas porque não temos testemunhas, não houve mais prisões depois da do seu irmão, então toda essa rede de informações, embora os fatos sejam reais, ainda permanece como uma rede. de hipóteses. Infelizmente, as hipóteses nada mais são do que penas, neste caso fazem cócegas e podem valer pouco ou nada, assim como podem ser confirmadas se por acaso conseguirmos testemunhas. Pedi para ser trazido para o caso para ajudar, mas não posso dizer se serei realmente incluído ou não, mas enquanto isso direi o que sei depois de praticamente me intrometer. Conheci Johnson há poucos dias, porque após meu pedido consegui comparecer a uma das reuniões onde se discute o caso, as diferentes teorias e assim por diante, mas antes de vir até vocês precisava de mais informações. - Explicou ele tossindo e virando a tela do computador em minha direção. -Pelos registros telefônicos parece que a última pessoa com quem sua mãe falou antes de morrer foi o próprio Vincent. Não sei o que você sabe da morte dela, não sei o que te contaram, mas sua mãe foi morta Benjamin, ela não morreu por motivos de saúde ou doenças súbitas. A morte de Vincent, no entanto, parece ser um suicídio. Supostamente esse enorme filho da puta tinha alguém em seu encalço que estava atrás dele, alguém com quem ele estava profundamente endividado e por quem estava sendo chantageado. E adivinha o que eles costumavam fazer? Sua mãe. -
Balancei a cabeça confusa e suspirei alto, passando as mãos pelo rosto e tentando descobrir o que realmente estava acontecendo. - Não entendo, tem algo que não cabe em mim. - exclamei me levantando e me afastando de Victoria. Coloquei a cabeça entre as mãos e comecei a pensar, andando pela sala como um louco. Porém, não consegui encaixar as peças, algo estava errado, ainda faltava alguma coisa. - Isso não é possível. - falei então olhando para Joseph. - Era Vincent quem tinha tudo nas mãos, era ele quem comandava as redes de tráfico de drogas em Hamilton, por que deveriam tê-lo chantageado? De quem? Imaginei o contrário, ou seja, que era ele quem chantageava alguém porque lhe devia dinheiro. E então por que matar minha mãe? Porque ela? Quero dizer, ele não se importava, o que a morte da minha mãe deveria significar? - Quanto mais eu descobria, mais perguntas eu me fazia, menos somava. Sempre pensei que Vincent não se importava com minha mãe, que ela era apenas o objeto de seus jogos, que ela era sua barreira, sua distração do tédio.
- Benjamin... - Katherine se virou para mim após olhar para Victoria e observar atentamente a tela do PC com ela. - Quando encontraram sua mãe, ela tinha um... - Ele engoliu em seco e fechou os olhos por alguns instantes, abrindo-os novamente e olhando para mim, hesitando um pouco. - Ele tinha uma aliança de casamento no dedo. A aliança de casamento tinha os nomes da sua mãe e do Vincent gravados e havia uma data. - Depois dessas palavras fiquei olhando para meu amigo, imóvel e imóvel, com os olhos bem abertos e a respiração presa na garganta. Ele não poderia ter feito isso conosco, não poderia ter nos destruído daquele jeito. Ele nos apunhalou pelas costas e embora eu soubesse naquele momento que ele era um fantasma, senti sua presença mais do que nunca. - dez de setembro de dois mil e dezoito. - Concluiu me mostrando o computador e a aliança que tinha na mão. Claramente havia fotos da descoberta, não podiam deixar de estar ali, e para não aparecer dei um zoom na mão esquerda onde, embora a foto não estivesse nítida, a aliança era visível no dedo anular.