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Capítulo 7

Acordo pela segunda vez naquele dia. Pego meu celular e vejo que já são dez horas.

Levanto-me, pego o cobertor e o travesseiro. Vou deixar a cama desarrumada. Deixo que ele a arrume quando chegar.

Vou para o meu quarto, abro o guarda-roupa e jogo tudo lá dentro.

Sinto que o cheiro de tinta não está mais tão forte.

Vou para a cozinha e Bob me segue. Coloco um pouco de água em sua tigela e ele bebe. Enquanto isso, tomo meu café.

Não quero que aquela pessoa irritante me dê outra lição sobre como lavar a louça.

Pego a chave da porta e a abro. Dirijo-me ao apartamento de Angel. Quero chamá-la para ir comigo ao ensaio da banda do Daniel. E também tentar descobrir algo sobre as pessoas que visitam o nerd.

Bato na porta várias vezes, mas ninguém me ouve. Toco a campainha e nada.

Então, decido voltar para o apartamento.

Pego meu celular e envio uma mensagem de texto para Sam.

"Good morning blondie!!!!!

Sinto muito a sua falta, quando você vai chegar?

Beijos. "

Espero alguns minutos para ver se o Sam responde. Mas isso não acontece.

Ela provavelmente está ocupada. Ela nunca me deixa esperando.

Estou acariciando o Bob quando tenho uma ideia.

Levanto-me e vou até o escritório do nerd.

Procuro algumas coisas na mesa, mas só tem papel, faço uma bagunça enorme. Dou uma olhada nas gavetas e não encontro nada.

Quero alguma pista se esse nerd tinha um relacionamento e quem era essa mulher maluca?

Primeiro vou ao quarto dele e procuro no guarda-roupa. Tudo o que encontro são roupas e sapatos.

Dou uma olhada nas prateleiras próximas ao guarda-roupa e encontro apenas mais papéis.

Noto que o notebook dela está em uma mesinha. Bato na mesma porta. Quando penso que vou conseguir algum resultado, vejo que o maldito computador tem uma senha.

Fico tão irritado que quase o atiro contra a parede. Mas me contenho.

Vou até a mesinha ao lado da cama. Abro a gaveta.

Encontro um caderno, que não tem nada além de anotações desnecessárias.

Finalmente, desisto. Decido ir tomar um banho para o almoço.

Fico um bom tempo no chuveiro. Depois, penteio meu cabelo. A cada dia que passa, torna-se um desafio pentear esse cabelo.

Consigo deixar alguns cachos em meu cabelo. Isso faz com que a juba fique solta por um tempo.

Coloco minha calça jeans preta favorita, uma jaqueta da minha banda favorita: Metallica e também calço meus tênis pretos com listras brancas.

Já são onze e meia quando termino de me arrumar.

Deito-me no sofá e me aconchego no Bob. Fico assim até o interfone tocar.

E ele é o porteiro. Quase fico surdo com toda a gritaria que ele faz.

Demora um pouco para entender o que ele quer dizer. Além de ser surdo, ele também gagueja.

O velho diz que Oliver está me esperando na frente do prédio.

Eu me despeço de Bob, pego as chaves e saio.

Eu realmente uso as escadas, odeio elevadores.

Chego ao saguão do prédio e vejo o idoso sentado lá. Vou até ele porque preciso informá-lo sobre os caras que vão entregar os móveis para mim.

-Sr. Williams. - Eu o chamo. - Sr. Williams! - Chamo mais alto. - SR. WILLIAMS! - Desta vez eu grito e nada do velho.

- Olá, Daniela. - Alguém diz atrás de mim. Eu me viro para ver quem é. É o Daniel.

- Oi, eu estava ligando para o seu avô, mas ele não me ouviu.

- O aparelho dele deve estar desligado.

- Por que os adultos sempre fazem isso? -Ele ri um pouco. - Você pode me fazer um favor?

- Claro que posso.

- Uns caras estão prestes a trazer os móveis que comprei e provavelmente montá-los. Você pode recebê-los?

- Sim. Você pode relaxar.

- Certo, aqui estão as chaves. Estou a caminho.

Saio do prédio e logo vejo o nerd. Ele está sentado em um banco na praça.

Eu não sabia que havia uma pequena praça ali.

Ele está chutando as pernas e balançando as mãos. Parece impaciente.

- Você finalmente apareceu! Eu estava quase atrás de você. - Ele disse se levantando.

- Foi ruim. Mas tive problemas para entender o que o porteiro estava dizendo pelo interfone. E eu também subi as escadas.

- O elevador não está funcionando?

- Não gosto de elevadores.

- Está tudo bem. Não é essa a questão agora. Estamos atrasados para o almoço. Estamos atrasados para o almoço. Vamos.

- O restaurante é muito longe daqui? - Perguntei a ele enquanto caminhava e o segui. Odeio pessoas que andam rápido e me deixam para trás.

-É no outro bairro. Leva no máximo dez minutos. - Ele disse, atravessando a praça.

-E onde está seu carro? - Naquele exato momento ele parou de andar e eu quase o acertei.

- Eu não tenho carro.

- O quê? - perguntei surpreso. - Como pode? Você é diretor de uma empresa superimportante em Londres e não tem um carro?

-Eu tenho uma motocicleta. Feliz? - Ele disse e olhou para trás. E atrás dele havia uma linda motocicleta. Como sei muito sobre motocicletas, logo percebi que era uma Ducati Monster.

Ele tirou um capacete e o entregou a mim.

- Coloque seu capacete e suba. - Ele disse e eu o olhei de cima a baixo e fiz uma careta.

-Não vou entrar nesse negócio. - Eu finalmente disse e foi a vez de ele me olhar de cima a baixo.

- Você está com medo, Daniela?

- Claro que não. Só não vou subir lá.

- Sim, você está. - Ela disse rindo.

-Isso é bom. Sim, estou com medo. Sim, estou com medo. E daí? Todo mundo tem medo de alguma coisa.

-Tudo bem. Suba aí.

- Já disse que não vou subir. Me dê o endereço do restaurante, eu pego um táxi.

- A essa hora os táxis não passam por aqui. Vamos Daniela, é mais rápido de moto.

- Eu já disse que não. Sou muito jovem para morrer.

- Não seja dramático. Eu vou devagar.

- Isso é bom. - Desisto de tentar argumentar. Pego o capacete e tento colocá-lo, mas fico confuso.

- Eu o ajudarei. - Ele disse e colocou o capacete em minha cabeça. Ele subiu na motocicleta e, com dificuldade, eu subi também. - Segure firme. - Ele disse e deu a partida.

Eu não queria, mas acabei envolvendo meus braços em sua cintura e apertando-o com muita força.

Olhei para a estrada e ele estava indo muito rápido em alguns pontos. Parecia que ele ia bater em outros carros, havia momentos em que parecia que ele ia cair.

Finalmente, decidi fechar os olhos. Não queria ver o que estava ao meu redor.

Senti o vento em meus cabelos e em meu rosto. Era uma sensação muito boa. Também senti o cheiro do perfume do nerd, e confesso que era bom.

De repente, percebo que a moto parou.

De repente, sinto que a moto parou.

- Daniela, pode me soltar agora. Nós estamos aqui. - Ele diz.

Abro meus olhos e o solto.

- Você viu? Não foi tão ruim assim.

- O que você acha? - Ele me ajudou a descer da moto. Não era necessário. Não gosto desse tipo de coisa. Ele estava prestes a me ajudar com o capacete, mas decidi cortar suas asas. - Não preciso de ajuda.

- Estou bem. - Ele desceu da motocicleta e ligou o alarme.

Paramos em frente ao restaurante.

- Paramos em frente ao restaurante. - Ele disse e começou a andar. E, claro, eu o segui.

Entramos no local e vi que o ambiente era calmo e bonito.

Não parecia ser um lugar para pessoas ricas. E havia poucas pessoas lá.

Andamos pela maior parte do lugar até chegarmos a um canto onde havia apenas uma mesa.

Havia uma garota sentada lá. Ela era morena, seu cabelo era preto e um pouco ondulado. Seus olhos eram verdes. Ela é muito bonita e não parecia estar trabalhando, pois estava usando um vestido simples. Posso ver isso quando ela se levanta e dá um abraço no nerd.

- Irmãozinho, senti sua falta. - Ela diz.

- Eu também fui. Deixe-me apresentá-lo. - E ela olha para mim. -Esta é a Daniela. Daniela, esta é minha irmã Mia.

-Oi, Daniela. - Ele disse com aquele sotaque britânico que me irrita.

- Oi", eu digo secamente. E ela olha para mim com as sobrancelhas arqueadas. Aparentemente, isso é de família.

- Não me importo, Mia. - Disse o nerd. - Ela não é muito sociável. -Ela ri e eu decido cutucar esse nerd irritante.

- Você é mesmo irmã dela? - perguntei à morena.

- Sim, por quê?

- Porque você é bonita demais para estar em um relacionamento com ele. - Eu digo e Mia ri um pouco e o nerd parece não ter gostado do meu comentário.

- Bem... Para mim, o que realmente conta é a inteligência da pessoa. Se você tiver apenas isso, pode descartar a feiura. - Disse a irmã do nerd. E eu fiquei chocado. Ela é sarcástica como eu.

-Eu gostei de você. - Eu disse alegremente.

- Por que não nos sentamos? - Disse o nerd e nos sentamos.

- Daniela, você está gostando de Londres?

- Não é um dos piores lugares do mundo.

Quando terminei de falar, um rapaz alto e magro, com cabelo muito curto, se aproximou. Ele é muito charmoso.

- Estou aqui, pessoal. - Disse o rapaz e beijou o rosto de Mia. - Oi Oliver.

- Oi Greg. Daniela, este é o Greg, o noivo da Mia.

- Oh, oi. Oi. Oi. Oi.

- Oi. Prazer em conhecê-lo. - Ele diz e eu dou de ombros.

Ele se senta. Logo um garçom chega e fazemos nossos pedidos.

- Então... - diz Mia. - Para que você está indo para a universidade?

- Não vou começar este ano. Ainda não sei o que quero.

- Um dia você vai descobrir. - Aquele cara diz Greg. - Pode demorar um pouco. Mas você vai descobrir. Eu sempre tive certeza do que iria fazer. Vim para Londres para estudar jornalismo. Fui até o terceiro período. Mas um dia percebi que não era isso que eu queria. Eu vivia tirando fotos em aniversários e casamentos. Gostei tanto dessa profissão que decidi me aperfeiçoar nela. E ainda hoje ganho a vida com isso.

- Fresco. - Eu disse finalmente. - E o que você faz para ganhar a vida tirando fotos?

-Tiro fotos para as campanhas de calçados da sua empresa.

- Curioso. - Eu disse sem animação.

- E também trabalho para uma revista aqui em Londres que só tem fotos. Fotos de lugares, artistas e até objetos.

- Espere um minuto. Você trabalha para a revista The Day?

- Sim, você trabalha?

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