Capítulo 6
Depois de passar cerca de cinco horas nas ruas, conseguimos comprar tudo.
Angel me fez percorrer praticamente toda a cidade de Londres em busca das melhores coisas para o meu quarto.
Ela não me deixou comprar nada até chegarmos a uma loja que ela disse ser a melhor de Londres.
Achei que ela estava exagerando, mas quando chegamos lá, vi que ela estava certa.
Comprei travesseiros, roupas de cama e banho e um cabide com um design muito criativo.
Depois fomos a uma loja de móveis.
Comprei uma cama de casal, porque gosto do espaço, um colchão, uma escrivaninha, que comprei só para ter mais uma decoração no quarto e, claro, uma cadeira muito confortável.
Comprei tudo muito caro, só para irritar o nerd.
Angel teve a ideia de comprar tintas para pintar o quarto também. E eu adorei.
Escolhi as cores roxas, combinando com a cortina e a cor azul, que são as minhas favoritas.
Quando fui passar o cartão, o assistente disse que o cartão havia se esgotado. Eu não queria fazer isso, mas é bom que tenha acontecido.
Quero dar ao nerd muitos motivos para ficar com raiva de mim, quem sabe ele não deixa de me proteger?
Voltando às pinturas, Angel teve que pagar por mim. Mas eu lhe disse que pagaria quando pudesse. Talvez eu goste de irritar os outros, mas não gosto que pensem que sou um preguiçoso - nunca!
Quando se tratava de levar coisas, não era tão difícil. Felizmente para mim, Angel tem um carro. Então tive que levar tudo. Só não podia levar os móveis. O prazo é de quatro dias.
Assim que chegamos, pedi ao Angel que pintasse meu quarto.
Cobri o quarto inteiro com jornal para não sujar o chão.
Também vestimos roupas velhas e começamos a trabalhar. Não parecia um trabalho profissional, mas valeu a pena a despesa.
Agradeci ao Angel por ter me ajudado e ele foi embora.
Entrei no chuveiro e fiquei lá por horas tentando tirar as manchas de tinta do meu corpo.
Assim que saí do chuveiro, lembrei-me... na verdade, meu estômago me lembrou que eu não havia comido nada depois do almoço.
E já eram quase cinco horas. Fui até a geladeira e não havia nada que coubesse no meu estômago.
Saí da cozinha e fui para a varanda do apartamento. De lá, eu tinha uma vista de quase todo o quarteirão.
Notei que havia uma loja chamada "Doces & Tortas". Sem dúvida, seria o lugar ideal para mim.
Peguei um pouco do dinheiro que ainda tinha e fui até lá.
Era uma loja grande e muito bonita. Essa loja era o típico restaurante londrino que você vê nos filmes.
Sentei-me em uma das muitas mesas que havia lá. Na mesa havia um cardápio.
Havia muitos doces, bolos, diferentes tipos de sucos e chás.
Pedi uma torta de limão e um suco de morango. Minutos depois, meu pedido chegou e eu pude saboreá-los.
Fiz uma ótima escolha. Paguei e voltei para o prédio.
Passei pela recepção e esbarrei em alguém. Olhei para cima para ver quem era e vi que era Daniel, o neto do porteiro surdo.
- Desculpe, não o vi. - Ele disse.
E eu dei de ombros.
- Então, está gostando de morar aqui?
- Bem... confesso que gostaria de estar em casa, mas... Aqui é o suficiente.
- Hum... Londres é um ótimo lugar. Sei que às vezes pode parecer entediante porque há muita história nesse lugar, mas há muitos lugares interessantes e.... Estou incomodando você, não estou?
- Você está certo, você está certo. Não estou interessado em saber sobre Londres. - Estou falando muito sério. O que posso fazer se for sincero?
- Acho que sei de algo que você pode gostar. - Ele disse desconfiado. Ele levantou as sobrancelhas e esse gesto foi divertido.
- Como..... - Eu disse com curiosidade.
- Amanhã minha banda vai ensaiar no porão do prédio. Se você quiser ir...
- Você tem uma banda? - Eu disse surpreso e ele assentiu. - O que vocês tocam?
- Tocamos pop, rock, músicas antigas. Também temos algumas músicas que nós mesmos escrevemos.
- Qual é o nome da banda?
-Os meninos. O ensaio é amanhã à noite, às oito horas. Se você quiser levar um amigo...
' 'Vou ver. Estou indo para casa agora. Eu fui.
Saí sem que ele se despedisse. Desci as escadas. Não sou fã de elevadores.
Achei muito legal o fato de ele ter uma banda. Pelo menos agora vou ter algo para fazer.
Cheguei ao apartamento cansado e nem prestei muita atenção no Bob. Deitei no sofá e desmaiei completamente.
Acordei com as latinas do Bob e vi que o nerd havia chegado do trabalho. Ele está como sempre.
De calça comprida, blusa verde e, por cima, um moletom e tênis all-star preto. Por que todos os nerds se vestem assim?
Se ele é diretor de uma empresa, deveria pelo menos ficar sem o moletom.
Uma coisa que o diferencia dos outros nerds: seu cabelo bagunçado.
Ele não penteia o cabelo?
Ele joga suas chaves na mesa e olha para mim.
- Oi Daniela, como foi seu dia? - Ele pergunta e parece irritado.
- Foi bom. Comprei tudo o que precisava para o meu quarto. - Ele estava falando sério. E eu ainda estava deitada no sofá. - Eu notei. Eles ligaram do cartão de crédito dizendo que eu estava no limite.
- Oh. - Eu disse que não estava nem um pouco surpreso. Espero que eu consiga irritar essa pessoa chata. Ele se encostou na parede.
"Se você quiser me irritar, precisará de muito mais do que um cartão de crédito no limite.
Ele disse e foi para a cozinha.
Que saco! Nada irrita esse nerd?
-Que cheiro de tinta é esse? - Ele perguntou, abrindo a geladeira.
- Eu pintei o quarto. Queria deixar de fora as cores e o que eu gosto. Algum problema? - cutuquei o nerd. -Não. Não tem problema nenhum. Daniela, vou buscá-la amanhã para irmos almoçar juntas.
-Ei, por que isso? -Minha irmã quer te conhecer.
- Minha irmã quer te conhecer.
- Conhecer-me? Ela está pensando que sou sua namorada?
- E por que ela pensaria isso? - Ele disse com aquele sorriso irritante no rosto.
"Porque uma garota que mora com você pode fazer você pensar que eu sou sua namorada. -Ela sabe por que você está aqui. Ela só quer conhecer você. É só isso. - E ele ri. -Eu faço uma cara de quem acredita, mas ainda estou um pouco chateada com essa situação.
- Estou indo ao mercado. Preciso ir às compras. Preciso ir às compras. Tchau.
Ele sai e eu nem respondo. Não gosto de me despedir de ninguém.
As horas se passam e eu começo a ficar entediado. O fato de ficar preso aqui o tempo todo está me irritando.
Brinco um pouco com Bob, brinco com meu celular. Vou até a cozinha e procuro uma maçã para comer.
Onde está esse nerd que não volta mais? Pelo menos tenho ele para me irritar.
Vou para o meu quarto arrumar minhas coisas para dormir e percebo que o cheiro de tinta ainda não desapareceu.
Troco de roupa, pego o cobertor e o travesseiro e vou para a sala de estar.
Terei de dormir lá.
Arrumo o sofá, apago a luz e vou para a cama. Pouco tempo depois, a porta se abre e a luz se acende.
- Eu chego. - Vejo o nerd com um monte de sacolas na mão. - O que está fazendo com esse cobertor?
- Tentando dormir.
- E por que não faz isso em seu quarto?
- Porque lá tem um cheiro horrível de tinta. Não há como dormir lá.
- Você pode dormir no meu quarto. Minha cama é grande o suficiente para nós dois. -Abri bem os olhos para o nerd e ele riu.
- Não acho isso engraçado. - Eu respondo.
-Eu disse isso porque o sofá é muito desconfortável e não me importo que você fique lá. Agora não sei dizer se você se importa com minha presença.
-Tudo bem. Vou dormir lá. Mas se você me tocar... arranco seus dedos.
- Não se preocupe. Não tocarei em você. - Ele está um pouco sério. - Vou deixar as compras na cozinha. Você pode ir. Boa noite, Daniela.
-Boa noite.
Vou para o quarto dela. Acendo a luz, tiro a colcha da cama e jogo minhas coisas em cima dela. E me deito na cama também, esquecendo até que a luz está acesa.
Depois de alguns minutos, percebo que estou caindo no sono.
Vejo que a luz ainda está acesa e que agora há movimento no quarto. Acho que o nerd está aqui.
Viro para o lado e o vejo por perto. Ele está de costas e está trocando de roupa.
Ninguém merece ver um nerd trocando de roupa!
Ele está em frente a um espelho enorme. Aí está, algo que esqueci de comprar.
Eu me olho no espelho e vejo que ele está sem camisa, até que ele não é mais feio sem camisa.
Vejo que ele vai se virar e fecho os olhos. Não quero que ele veja que estou acordada.
Sinto a luz se apagar e ele se deita ao meu lado na cama.
Já faz algum tempo que não durmo ao lado de um homem.
A última vez foi quando... Não quero nem me lembrar disso.
Penso novamente no nerd ao meu lado, não acho que ele seja o tipo de cara que tentaria me agarrar.
Mas, por via das dúvidas, Bob está aqui ao meu lado.
Ele pode não morder o nerd, mas pelo menos vai latir.
Viro-me para o outro lado da cama e tento dormir.
E a última coisa de que me lembro é do nerd sussurrando meu nome em meu ouvido. Será que eu já tinha dormido?
Acordo de um sono muito bom. Logo vejo que não estou em meu quarto. Demoro um pouco para lembrar que dormi no quarto do nerd naquela noite.
Olho para o lado e o vejo sentado em uma cadeira, calçando os sapatos. Quando termina, ele olha em minha direção.
-Olha quem acordou cedo hoje?
Eu acordei cedo? Que horas são?
-É .... - Ele olha para o relógio e depois volta seus olhos para mim. - Seis e meia da manhã.
-Acho que não... Eu me levantei muito cedo. - Eu digo, me espreguiçando e me sentando na cama.
-Você dormiu bem?
-Sim. De repente, uma ideia surge em minha cabeça. Não posso deixar de ficar curioso e perguntar ao nerd. - Oliver, posso lhe fazer uma pergunta?
- Claro que sim. - Ele diz. Agora ele está verificando algo nas prateleiras perto da porta do guarda-roupa.
-Com que frequência isso acontece?
- Com que frequência isso acontece? - Ele pergunta, arqueando as sobrancelhas para mim.
-Uma garota na sua cama?
- Se essa pergunta faz parte de seu plano para me irritar, ainda não conseguiu.
-Bem... Se quiser, posso considerar essa pergunta como parte do plano. - Ele olha para mim e finalmente se levanta da cadeira. - Então você não vai me responder?
- Não estou com vontade. - Ele está de costas, mas não estou com raiva dele.
- Saiba que vou resolver isso sozinho, então.
- Sinta-se em casa. Ah, e não se esqueça de que vou buscá-lo para almoçar com minha irmã hoje. Esteja pronta ao meio-dia.
- Tudo bem. Quando você vai resolver essa questão da escola de direção? Já estou entediado aqui.
- Vou resolver isso hoje.
- Excelente!
-Tenho que ir, está quase na hora. E o café já está na mesa. Adeus.
Ele sai e eu nem sequer me despeço. Voltei a me deitar na cama. Parece que vou me levantar cedo.