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Capítulo 4

- E você. Estou muito ocupado segurando o Bob. -O nerd olhou para mim com um ar amigável, embora não tenha dito nada.

Logo o velho volta e, ao lado dele, um garoto, que provavelmente é seu neto.

Eu estava esperando um filho, mas apareceu um rapaz muito bonito.

Ele deve ter no máximo alguns anos de idade. Ele é alto, tem pele dourada, cabelos castanhos claros e uma verruga perto da boca que o torna muito charmoso. E eu não sou de reparar se os meninos são bonitos.

- Boa noite, Oliver. - Disse o belo rapaz com um sorriso no rosto. - Meu avô disse que você precisa de ajuda com suas malas.

- Sim. Mas primeiro, deixe-me apresentá-lo. Esta é a Daniela. - Disse o nerd apontando para mim.

- Sua namorada?

- Tenho que escrever em minha testa que não sou sua namorada? - Ela finalmente disse um pouco irritada. E esse Daniel ficou um pouco envergonhado.

- Daniela, não seja grosseira. -disse Oliver. -Quando eu estava prestes a dar uma resposta a Oliver, Daniel começou a falar.

- Desculpe, eu não sabia.

-Está tudo bem, Daniel. Daniela é um pouco boba às vezes.

- Não é grosseria, é sinceridade.

- Acho que é melhor subirmos.

- Subir? Em que andar você mora?

-No décimo andar. - Ele disse indo em direção ao elevador.

-Isso é bom. - Sim, todos nós fomos para o elevador. Ficamos todos em silêncio ouvindo aquela música típica de elevador.

Finalmente chegamos ao décimo andar e andamos um pouco pelo corredor. Paramos em frente a uma porta com o número. O nerd abriu a porta e fez um gesto para que eu entrasse.

Enquanto ele se despedia do rapaz que o ajudava com as malas, Bob já estava explorando o local e eu também.

A sala era bem grande, com dois sofás e, acho, uma TV LCD de uma polegada. Será ótimo assistir aos meus jogos de futebol nela.

Havia um móvel perto da TV com alguns porta-retratos. A cozinha era americana e percebi que era bem grande também. Mas não dei muita atenção a ela. Vi que a sala de estar tinha uma porta com cortinas, que provavelmente dava para a varanda do apartamento. Do lado direito, perto da porta de saída, havia um corredor bem grande.

Aproximei-me dos móveis com as molduras e notei que em todas as fotos Oliver estava com uma garota morena muito bonita. Ela parece ser mais jovem que ele.

Ela é a namorada daquele nerd?

- Deixei suas malas no seu quarto. - Ele disse se aproximando. Eu estava tão distraída que nem percebi que ele estava chegando.

- Ah, sim. Venha cá, aquela garota que está com você nas fotos é sua namorada?

- Não. Ela é minha irmã mais nova.

- Ela é minha irmã mais nova. Bem, achei que ela não poderia ser sua namorada.

- Foi por isso que você pensou isso?

- Porque ela é bonita demais para você.

- Sua sinceridade me surpreende. - Ele diz com muita calma.

- É melhor ser sincero do que falso. - E ele encolhe os ombros. - Onde fica meu quarto?

- É a segunda porta à esquerda. - Ele disse apontando para o corredor. - Infelizmente, ele só tem uma cama de solteiro pequena e um guarda-roupa. Não pude comprar nada. Mas se você quiser sair e comprar algo, é com você.

- Não me importo com isso. Venha, Bob. Vamos ver o quarto. - E fomos em direção a ele.

Cheguei ao quarto e vi que era muito simples. As paredes eram pintadas de uma cor bem clara, não havia cortinas (essa parte será um problema, pois não gosto de dormir com muita luz), havia uma cama de solteiro bem pequena e um guarda-roupa embutido na parede. Eu o abri para ver como era. É bem grande, acho que minhas coisas caberão aqui. Vejo que Bob foi testar a cama antes de mim. Logo me juntarei a ele. O colchão é do jeito que eu gosto, mas a cama é muito pequena. Eu sou muito espaçoso. Preciso encontrar uma maneira de mudar essa decoração. Não é de todo ruim, mas não é meu estilo.

Levanto-me da cama e começo a desfazer minha mala para iniciar o processo de organização do meu guarda-roupa.

Acho que leva no máximo uma hora e está tudo pronto. Por incrível que pareça, consegui colocar minhas roupas dobradas e outras tralhas sem que elas caíssem no chão do guarda-roupa. Coloquei meu violão perto da porta e meu notebook em uma mesinha ao lado da cama.

Saí do meu quarto e deixei Bob dormindo em minha cama. Cheguei ao corredor e fui ver onde o nerd estava. Olhei e vi que ele estava na cozinha. Então, voltei para o corredor e fui farejar o resto da casa.

Na primeira porta à esquerda estava o banheiro. É um banheiro pequeno, mas agradável. Saí do banheiro e continuei minha caminhada. Do outro lado do corredor, na primeira porta, havia um escritório. Muito grande e decorado com madeira. Esse nerd não poupou um centavo quando se tratou de decorar esse cômodo. Nas paredes, há estantes com livros e uma poltrona de couro preto perto da porta. Mais adiante, há uma mesa bem grande cheia de papéis e um único quadro. Nessa foto, o nerd está com sua irmã e duas outras pessoas. Provavelmente são seus pais. Mas o que me chama a atenção é que parece que o nerd tem vinte e poucos anos e sua irmã ainda é uma adolescente.

Deixo o porta-retrato sobre a mesa e olho para trás. Noto uma janela muito grande com uma bela vista.

Saio do corredor e vejo que há uma última porta ao lado do escritório. É definitivamente o quarto dos nerds. Quando entro lá, me assusto com algo segurando meu ombro. Olho para o lado e vejo que é o nerd.

- Você me assustou!

- Desculpe-me, não foi minha intenção.

- Você ainda está com a mão no meu ombro. - Ele olha para sua mão e, ao mesmo tempo, a retira. - Uma regra para nossa convivência: não me toque sem minha permissão. Não gosto de ser tocado.

- Está tudo bem. Não tocarei mais em você. - Ele diz. E parece que ele quer rir. - O que estava fazendo?

-Estava olhando a casa. Por quê? Você não pode?

- Pode sim. E você gostou do que viu?

- Veja... Para um nerd, você tem uma ótima casa.

- Obrigado. Mas... Não me chame de nerd.

- É legal. - Eu digo. Mas isso será um motivo para continuar chamando-o assim.

- Vim convidá-lo para almoçar.

- Você fez a comida?

- Sim, não se preocupe. Eu sei cozinhar. Vamos lá. - Ele se dirigiu para a cozinha e eu o segui.

- O que você fez para o almoço?

- Fiz lasanha de quatro queijos.

O cheiro está ótimo. Espero que o gosto também seja ótimo. Entramos na cozinha. E ela era muito grande. Havia uma pequena mesa no meio da cozinha. Uma geladeira muito grande e um fogão ao lado dela. Na outra parte da cozinha, havia a pia e um armário. E como era uma cozinha americana, tinha uma bancada. Havia também algumas coisas sobre ela. Parei de olhar para o lugar e me sentei com o nerd.

- Posso servi-lo? -ele pergunta. E eu aceno com a cabeça. Logo ele me entrega o prato. Estou morrendo de fome. Pego um pouco de comida e coloco em minha boca. Posso sentir o gosto da comida. É deliciosa! Até que eu saiba cozinhar...

- A comida é boa?

- Não é ruim. - Eu digo, só para não ceder. E mais uma vez, ele parece querer rir.

- Você gostou do quarto?

- Sim. Mas eu gostaria de fazer algumas mudanças.

- Fique à vontade. Quando quiser ir às compras, me avise.

- Você poderia ir comigo? Porque eu não conheço este lugar. E não gostaria de me perder. - Admito que agora tive que desistir. Não gosto de me perder em cidades que não conheço. De fato, quem gostaria? Tive uma experiência como essa uma vez, quando Sam e eu estávamos caminhando por São Francisco. E garanto que não foi nada bonito.

- Tudo bem, eu vou com você. Eu vou com você.

E ficamos em silêncio novamente. Curioso, decidi fazer algumas perguntas a ele.

- Sua irmã não mora com você, mora?

- Não. Minha irmã mora sozinha. Ela também mora em Londres, mas em outro bairro.

- Quantos anos você tem?

- Eu tenho anos e ela tem. - Ele fez uma pausa. Depois continuou. - Ela também trabalha na empresa de sua família. Ela cuida das finanças.

Dei de ombros. Não me importo muito com essa empresa.

- Você não se importa muito com o trabalho de seu pai, não é?

- Não, não me importo.

- Bem, você deveria ligar. Seu pai queria que eu o treinasse para que você pudesse assumir os negócios em alguns anos.

- Não precisa se preocupar com isso. Não quero aprender nada. Esse negócio corporativo não é minha área.

- E qual é o seu setor? Porque, pelo que sei, você não está indo para a faculdade. - Ele diz com aquela risada. Logo vou tirar esse sorriso do rosto dele.

- Não sei qual é o meu setor. Eu já tinha outros planos. Mas... eu os adiei por enquanto.

- Se você quiser, posso pagar por um curso.

- Eu não quero... Pensando bem... quero aprender a dirigir. - Eu digo um pouco animado. Minha revolta com ele passou um pouco.

- Tudo bem, então. Encontrarei uma escola de direção para você.

Depois de alguns minutos, terminamos de comer. Comi tanto que minha barriga está cheia. Acho que não vou comer mais nada hoje.

O nerd se levanta e começa a tirar as coisas da mesa. Percebo que ele não ficou satisfeito com as perguntas que lhe fiz e decido fazer mais.

- Então, você tem uma namorada? Só por curiosidade, você sabe...

- Eu não tenho namorada. Na verdade, nunca fui muito de sair com alguém. Sempre me concentrei mais nos estudos e depois no trabalho.

- Ah... E sua irmã, ela é nerd como você? - eu disse e ele me olhou com cara de menino... Mas não disse nada.

- Ela também sempre foi muito dedicada aos estudos. No entanto, ela sempre teve uma vida amorosa agitada. Na verdade, ela vai se casar em alguns meses.

- E qual é a sensação de saber que sua irmã mais nova vai se casar antes de você? - Não vou deixar escapar essa oportunidade de cutucá-lo. Ele para e olha para mim com uma cara que me faz querer rir tanto que não consigo me conter. Eu solto uma gargalhada. Ri tanto que lágrimas caíram de meus olhos.

- Não achei nada engraçado.

-Mas achei. - Ele me olha sério e eu decido parar de rir. Confesso que seu olhar sério me deixa um pouco assustada. - Tudo bem, já parei de rir. - Ele volta a mexer nos pratos novamente. E eu resolvo cortar o clima. - Seus pais devem estar felizes por sua irmã, certo? - Ele para de novo e fica em silêncio. Eu conheço essa reação. Eu não deveria ter perguntado.

- Eles morreram em um acidente de carro há oito anos.

- Eu.... sinto muito....

- Está tudo bem. Está tudo bem. Já superei isso. - Ficamos em silêncio por um tempo e decidi me levantar.

- Vou para o meu quarto.

- Estou indo para o meu quarto,

e o deixei na cozinha. Cheguei ao meu quarto e Bob estava do mesmo jeito que o deixei. Lembro que o pobrezinho não comeu nada até agora. E não há nada para ele. Pobrezinho. Sou um péssimo dono. Corri de volta para a cozinha e chamei o nerd.

-Oliver! Oliver! - Acho que o assustei e ele deixou cair alguns pratos no chão e eles se quebraram por toda parte.

- O que há de errado, Daniela? - Ele me perguntou em pânico.

- Você pode comprar comida? Esqueci de dar comida ao Bob.

- Essa confusão toda é por causa do Bob?

- Claro! Ele é muito importante.

- Está tudo bem. Vou sair para fazer compras. Quando eu voltar, vou limpar essa bagunça. Você tem preferência por comida?

- Não. - Pegue as chaves e saia. E volto para o meu quarto. Pego a bola do Bob e a atiro nele. Pobrezinho, como pude me esquecer? Estou me divertindo com o Bob e meu celular toca.

Corro para atender e é o Sam.

- Fala a loirinha!

- Oi, ruiva! Já estou com saudades de você.

- Eu também sinto sua falta.

-E como foi sua viagem a Londres?

- Não foi ruim. Mas aquele nerd me dá nos nervos às vezes.

- Hum... Então, como é Londres?

- É linda. Mas tem aquela sensação histórica. Você sabe que eu não gosto de lugares assim. E também vou me sentir como um prisioneiro. Porque não conheço nada aqui.

- Logo se acostumará com isso. Em uma semana, vou visitá-lo.

- A sério?! Que loira simpática. Mas por que não vem mais cedo?

- Quem me dera. Mas não dá. Prometi ao meu pai que ficaria aqui por mais alguns dias. Depois vou para Nova York, me matricularei na faculdade e comprarei alguns móveis para o meu quarto lá e levarei minhas coisas também. De lá, vou para Londres e vamos nos divertir muito por lá.

- Ele havia levado.

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