Capítulo 3
Acordo com o som do meu celular tocando. Fico mexendo com a mão na mesa ao lado da cama, procurando o celular, porque está escuro. Com certeza deve ser a Sam. Ela é a única que se importa comigo.
- Alô?
- Que legal! Desculpe, ruiva, acabei de ver sua mensagem. Assim que cheguei aqui, fui montar meu cavalo Spike, para matar a saudade de casa e meu celular tocou.
-Está tudo bem, Sam. Não estou chateado.
- E como você está, Nani?
- Já chorei o quanto precisava chorar. Agora só estou com raiva do meu pai.
- Mas Nani, ele não teve culpa do que aconteceu.
- Eu sei. Não estou brava com ele por ter morrido, estou brava com ele pelo testamento ridículo que deixou.
- O que havia nesse testamento?
- Ele disse que era irresponsável. E, por causa disso, terei de viver até os vinte e dois anos sob a tutela de um idiota nerd que trabalhava para o meu pai. - Eu digo irritado.
- Que barra de chocolate!
- Eu sei.
- Amanhã vou pegar o primeiro avião para Seattle para ficar com você.
- Obrigado, loirinha. Vou desligar o aparelho agora. Vou pegar algo para comer.
- Vou pegar algo para você comer. Beijo
E desligo o celular. Levanto-me da cama e vou ao banheiro. Lavo meu rosto com água e saio do quarto. Chego à cozinha e encontro Jessie sentada à mesa, comendo um sanduíche e, à sua frente, outro sanduíche e um copo de leite.
- Estou feliz por você ter aparecido, Nani. O lanche estava esperando por você.
-Obrigado, Jessie. - Eu disse, sentando-me. Devorei o sanduíche inteiro. Eu estava com muita fome. Não havia comido o dia todo. Ouvi a campainha da porta tocar.
- Deve ser o Oliver. Eu vou atender. Assim que terminar seu leite, vá para a sala de estar. Ele quer falar com você. - Aceno que sim com a cabeça. Demoro um pouco para chegar lá.
Quando chego à sala, vejo-o sentado no sofá, brincando com o celular. Logo, ele percebe minha presença e vira o rosto para mim.
- Oi, Nani. Posso chamá-lo assim?
- Não. Nani é só para amigos.
- Então é Daniela?
- Não gosto que as pessoas me chamem assim. - Eu digo e ele parece ficar um pouco irritado.
- Vou chamá-la de Daniela mesmo assim. Por favor, sente-se.
- Vou me sentar não porque você me disse para sentar. E sim porque estou cansada de ficar em pé.
- Está tudo bem.
- Então... Por que você me chamou aqui?
- Porque precisamos ter uma conversa muito séria.
Ele responde, com um tom mais rígido. O sorriso que ele tinha no rosto desde que entrei na sala desapareceu.
Sobre o que você quer conversar que seja tão importante?
- Então, sobre o que você quer falar comigo? - eu disse ao nerd.
"Em primeiro lugar, eu gostaria que pudéssemos esquecer o que aconteceu no aeroporto para que pudéssemos viver em paz.
- Não tem problema. Eu me esqueci de tudo o que aconteceu lá. - Mas não esqueça!
- Farei o que seu pai me pediu para fazer. Cuidarei de você até que tenha 22 anos.
- Suponho que você vá morar aqui agora.
- Não. Não estou vindo morar aqui.
- Isso é bom. -Achei que teria que aguentar isso.
- Você vai morar comigo em Londres. - disse ele, muito sério.
- O quê? Londres? Não vou morar lá de jeito nenhum. Eu não gosto dela. respondi, levantando-me.
-Você já esteve lá?", ele perguntou com uma sobrancelha arqueada.
- Não. É porque é um lugar histórico. E eu não gosto de lugares assim.
"Ou você vai comigo para Londres ou seu dinheiro estará nas mãos do governo. E será pior assim, porque você não terá um centavo. E eu teria que trabalhar.
- Acho que vou gostar de Londres. - Eu digo e me sento. - Eu lhe darei uma mesada, uma boa quantia, para que você possa comprar suas coisas. Mas quando quiser mais dinheiro, pode me pedir. E você estará livre para sair quando quiser. No entanto, terá de me dizer para onde está indo e a que horas voltará.
- Bem, parece que estou indo para outro colégio interno.
- Essa é uma maneira de cuidar de você.
- Não preciso que ninguém cuide de mim. - digo, levantando-me e, dessa vez, com muita raiva. - Já sou maior de idade.
-Mas seu pai me pediu para cuidar de você. Talvez ele tenha dito essas coisas como uma desculpa. Porque ele temia que você ficasse sozinha.
Eu me sinto um pouco mais calmo com o que ele me disse. Mas ainda estou com raiva.
- Está tudo bem. Eu faço o que você diz. Mas... eu posso levar o Bob, certo?
- Claro que pode. Eu não separaria um cachorro de seu dono. - Ele disse e se levantou. - Bem... tenho que ir. Estarei aqui amanhã cedo para que possamos ir a Londres. Nosso voo sai às nove da manhã. Boa noite.
Ele sai e eu nem sequer o respondo. Quem ele pensa que é para me dar ordens?
Se ele acha que vai ser fácil cuidar de mim, está muito enganado. Ele vai conhecer a Sweet Nani e vai deixar essa nerd maluca!
Subo as escadas com muita raiva e vou para o meu quarto.
Pego meu celular e começo a mandar uma mensagem para o Sam.
"Ei, loirinha. Espero que você ainda não tenha comprado uma passagem para vir aqui. O nerd que vai cuidar de mim está me levando para Londres. Ninguém merece isso!
Mal saí de uma prisão e já voltei para outra. Mas você vai conhecer muito bem a doce Nani.
Beijos e boa noite, loirinha. "
Já são sete da manhã e estou sentada no sofá da sala esperando o nerd chegar para ir ao aeroporto.
Já lhe disse o quanto odeio esperar?
É uma das coisas que mais me irritam. Pego a bola do Bob e a jogo para ele pegar. Quem sabe, talvez eu não passe meu tempo assim.
Finalmente a campainha toca e Jessie corre para abrir a porta.
Logo me encontro cara a cara com o nerd.
-Bom dia, Daniela. - Não sei por que, mas ele diz isso com entusiasmo.
- Bom dia, nerd. - Quanto a mim, respondo sem nenhum entusiasmo.
- Daniela, por favor. Não me chame de nerd. Me chame pelo meu nome, Oliver.
- Ok, nerd. Quero dizer... Oliver. - Ele olha para mim com uma cara amigável, mas depois sorri novamente. Por que ele gosta tanto de sorrir?
- Você está pronta, Daniela? - ele pergunta.
- Eu respondo e me viro para Jessie. - Eu respondo e me viro para Jessie. -Mal cheguei e já vou ter que sair de novo. Espero que você esteja bem aqui, Jessie.
- Não se preocupe. Eu ficarei bem. - Ele diz, me dando um abraço e depositando um beijo em meu rosto. - Venha me visitar sempre que puder.
- Você pode ir embora.
Depois de nos despedirmos, saímos de casa e entramos no táxi que estava esperando por nós.
Não consigo acreditar que em poucas horas eu estaria em Londres e morando com esse nerd.
O voo foi normal. Eu me controlei o suficiente para não brigar com a pessoa que estava sentada ao meu lado no avião. Confesso que sua tentativa de conversar comigo foi em vão.
- Então... Você gosta de Harry Potter, não é? - disse ele, depois de um tempo no avião.
- Como você sabe? Só porque meu sobrenome é Weasley não significa que eu seja fã", eu disse, um pouco surpreso. - Eu disse, um pouco surpreso. Ele não é apenas um nerd, mas também um vidente?
- Eu vi isso em sua página do Facebook.
- Você estava me perseguindo?
- Não necessariamente esse termo. E sim, eu estava tentando conhecê-lo melhor. Ver se tínhamos algo em comum. Mas vi que não temos.
-Como você já sabe disso, não olhe mais minhas mídias sociais.
- Ok, a pessoa que falou não está mais aqui. - Ele disse levantando as mãos. Depois disso, ele não disse mais nada. Ele passou o resto do voo olhando para seu notebook.
Depois de inúmeras horas, chegamos ao nosso destino.
Fizemos o check-in e pegamos nossas malas. Dessa vez, o nerd não teve nenhum problema com sua mala.
Saímos do aeroporto e pegamos um táxi.
Toda vez que olhava pela janela do carro, eu me sentia como um prisioneiro sendo levado para a cadeira elétrica. Algumas pessoas podem dizer que estou sendo dramático, mas ir para um lugar que você não conhece com alguém que ditará as regras não é a melhor coisa do mundo.
Eu nem percebi quando o táxi parou. Só notei quando o nerd começou a me chamar.
-Daniela. Aqui estamos.
-Ata. Já estou indo.
Estávamos em frente a um prédio muito grande e bonito. Parece que somente pessoas com muito dinheiro vivem aqui. Entramos no saguão do prédio.
-Você mora aqui? - perguntei um pouco surpreso.
- Sim. Por que está surpreso?
- Porque pensei que você morasse em um prédio nos arredores de Londres. Sim, há um subúrbio aqui.
- Você é muito sincero. - Ele disse um pouco sério. - Você se esqueceu de que sou o diretor da empresa de seu pai? Essa empresa está entre as melhores marcas de calçados.
Eu apenas balancei os ombros e preferi não dizer nada.
-Então... O que estamos esperando aqui?
- O porteiro está vindo nos ver.
"Hum", eu disse. Havia um pequeno sino no balcão e o nerd o tocou várias vezes e depois gritou o nome do garoto.
- Qual deles é? Esse porteiro deve ser surdo, com certeza!
- O Sr. Williams é bastante velho, não é de se admirar que ele não possa ouvir.
- Quero ver se ele ouve isso... - o nerd olhou para mim um pouco confuso. E eu me preparei. - AHHHHHHHHHHHHHH!!! - Gritei o mais alto que pude.
- Daniela, você quase estourou meus ouvidos. - Oliver me repreendeu e eu, é claro, o ignorei. Logo o velho apareceu.
- Desculpe-me pela demora. Oliver. Que bom que você voltou. Como foi a viagem?
-Afogamento. Mas foi boa.
- Isso é bom. Gostaria que consertasse o meu toca-discos. Ela falhou de novo.
- Com certeza. Vou dar uma olhada nela mais tarde.
Que conversa chata. Só podia ser entre um nerd e um velho.
Depois do blá-blá-blá, o velho começou a olhar para mim. Se ele está tentando me seduzir com esse olhar, não vai conseguir. No máximo, ele vai me assustar.
- Sr. Williams, esta é Daniela. -disse Oliver. - Ela vai morar comigo por um tempo.
-Ah, sim. Ela é sua namorada? - No momento em que ele disse isso, olhei para o nerd e ele olhou para mim.
- Não, ela não é minha namorada.
- Que horror. Francamente, me confundir com a namorada dele...
O velho olhou para nós com cara de desânimo.
- Você poderia nos ajudar com as malas para o meu apartamento?
- Desculpe-me, meu rapaz. Mas estou evitando o cansaço. Essas são ordens do médico.
- Se está evitando o cansaço, por que não se aposentou? Acho que já está na hora...
- Daniela! - O nerd me repreendeu.
- Vou chamar meu neto para ajudá-la. -E ele saiu.
- Daniela, você não deveria ter dito isso.
- Ah, mas é a verdade. Espero que ele não tenha mandado uma criança de dez anos para ajudá-la.
- ¿I?