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CAPÍTULO 2 Sessão de fotos - Cameron Blake

— Muito bem, Cameron, as fotos ficaram ótimas. — Freddie as passa rapidamente enquanto visto meu moletom. Realmente ficaram boas, mas acho que não é por minha causa não, mas a câmera do Freddie faz mágica.

— Gostei. — Pego minha mala e dou um cumprimento de amigo nele e um rápido abraço de despedida. — Tenho que ir agora. Meu assistente se despediu e enquanto não arranjar outro tenho que anotar meus próprios recados. — Saio da Agência e dou a mão para um táxi assim que piso na calçada.

Um dia vou comprar um carro, mas estou iniciando a vida de modelo agora e a prioridade é uma casa, porque logo o Elliot vai inventar de casar com a minha irmã e eu vou ficar no olho da rua morando de aluguel.

Um táxi logo para na minha frente e eu entro dando o endereço do meu apê.

Meu celular começa a vibrar no bolso da calça e eu o arrasto com dificuldades por causa do óleo que passaram no meu corpo e ficou nas minhas mãos.

— Alô? Amor?

— Oi, meu amor! Adivinha onde eu tô?! — Jenna fala toda animada.

— Não sei. Onde sua louca? — Rio.

— São 3:00 da manhã agora.

Olho meu relógio e vejo que ela está à fusos de diferença.

— Tá no Japão sua doida?! — Pergunto surpreso. Desde que a Jenna começou a ser modelo de passarela, há um mês, ela vive pulando de país em país. Do jeito que planejamos fazer juntos.

— Sim! — Ouço a animação da sua voz.

— Que bom, amor. Você voltará quando? Tô morrendo de saudades.

— Não sei, Cameron, acho que só daqui a umas 3 semanas. Meu agente disse que vai ter vários desfiles e talvez eu seja contratada pela Victória Secrets. Já pensou isso?!

— Nossa... — dou um riso mais desanimado. Eu não aguento mais ficar longe dela. — mas se você for contratada pela Victoria secreto vai ter que morar aí na Europa, não é?

— Sim. Mas você também está ficando muito famoso. Logo vai vir morar aqui também. E a gente vai ficar juntos. Não há nada certo com a Victória Secrets. É só uma hipótese. Fica tranquilo. Eu te amo e nunca vou deixar de te amar. A distância não vai apagar isso.

Suspiro um pouco triste.

— Tudo bem. Te amo viu.

— Também te amo. Agora vou dormir. Só liguei para ouvir sua voz linda. Tô morrendo de saudades.

— Também tô, Jenna. Boa noite. — Desligo com o coração na mão.

É muito difícil ficar longe dela. São dois anos inseparáveis e um mês que eu tô perdidinho. Não tenho nada para fazer no fim de semana, não tenho companhia para maratonar na Netflix nem ir ao cinema. Ainda por cima tem o Elliot de um lado, num grude só com a minha irmã, me fazendo lembrar da Jenna, e do outro lado o William me chamando para a farra.

Não quero que dê nada errado na vida da Jenna, mas se ela passar a trabalhar na Victória Secrets vai ser foda para mim.

Pago o taxista e desço do carro entrando no apartamento. Aposto que vou encontrar o Elliot tendo uma crise de fúria por ainda não ter encontrado o tema da exposição.

Abro a porta e o encontro sentado no sofá olhando fixamente para a parede com o celular na mão. Acho que ele tá em transe. Ou ele pode ter tido a grande ideia. O Elliot é estranho de vez em quando. Só a NASA para estudar ele.

— Elliot? Teve a grande ideia? — Fecho a porta e me aproximo dele, balançando a mão em frente ao seu rosto até ele voltar a si e me dar um belo susto no suspiro dele. — Cacete! — Pulei para trás.

— Que foi?

— Por um momento eu pensei que você estava possuído. Sério, não me assusta assim Elliot! — Jogo minha mochila numa poltrona e deito na outra. — O que você tem? Tá estranho.

— O que você acharia se eu trouxesse uma garota para morar com a gente?

— Você não engravidou outra garota que não seja a Sierra não, não foi?! — sento assustado.

Elliot é doido, quem sabe!

— Não! Eu nunca traí a minha namorada! Tô falando da minha irmã. Meus pais a expulsaram de casa porque ela já é maior e não se decidiu sobre a faculdade. — Coça a cabeça um pouco contrariado. Coitado do meu amigo.

— Eu não me importo. — Dou de ombros. — Eu nem sabia da sua irmã. Ela é maníaca por limpeza igual a você? — Ajo com sarcasmo.

A nossa sorte é que a mãe da Jenna vem todo fim de semana aqui, senão a casa era só o quarto do Mutano dos jovens Titãs.

— Sério mesmo, Jordan? — Me encara surpreso com minha resposta.

— Sim. — Assenti.

Não vejo problema. É irmã dele. A minha irmã vive aqui também. Só não mora. E ele nem reclama.

— Tá bom. Cara você é um amigão! — Ele salta em cima de mim me abraçando. — Mas já aviso, ela é doida.

— Já tô acostumado com doido. Olha eu aqui morando com você esse tempo todo. — O desgrudo de mim rindo e ele sai andando de um lado pro outro com telefone.

— Você tá todo sujo de óleo. — Limpa as mãos na roupa. — Vou avisar a Eva.

— Quem é Eva? — Pergunto curioso. Agora pode ser a amante dele.

— Minha irmã, doido! — Revirou os olhos com o telefone no ouvido. Ata. Eva, tipo do Adão e Eva. Gostei. — Ele aceitou.

Elliot coloca o telefone no viva-voz e entra no banheiro.

— Ah, que bom! Diga a ele que já o amo! — a fala do viva-voz e eu rio. — Elliot você tá mijando enquanto fala comigo?!

— Deu vontade.

Eca!

— Eca! Seu nojento. Daqui a pouco chego viu.

— Boston está a duas horas da nossa casa. — Ele sai do banheiro.

— Sim, mas eu peguei a estrada antes de receber a resposta. Estava rezando para esse Jordan ter bom coração.

Que doida.

— E eu tenho! — Digo em voz alta rindo da fala dela.

— Tá no viva-voz?

— Tá. Você vem com quem? — Elliot também ri. Eles parecem se dar bem. Vai ser interessante mais alguma pessoa morando aqui.

— Sozinha. Peguei um dos carros do papai.

— Ele te deu? — Elliot parece preocupado.

— Não né! Eu peguei emprestado.

— Sem pedir é roubo, Eva.

— Então eu roubei. Até daqui a pouco. Beijo Elliot, beijo Jordan.

— Beijo. — Respondo morrendo de rir.

— Gente do céu, sua irmã é doida mesmo. Gostei dela! — Deito no sofá de novo. Agora teremos um carro para ir pros lugares. Chega de táxi.

— Não gosta muito, não viu. Você tem namorada! — Ele joga a almofada na minha cara.

— Hey, calma, não vou dar em cima da sua irmã. É sua irmã!

— Humm, sei. Vamos ver depois que vocês se conhecerem. — Me fita estreitando os olhos.

— Você tem que se preocupar com o William! — Devolvo a almofada com mais força.

— Verdade. Mas ela não vai querer ele não. Ela gosta de gente mais séria. William é muito galinha.

— Tá bom. 100 dólares que o William dá em cima dela na primeira vez que a ver e que ele fica com ela — Estendo a mão.

— 100 pratas que ela dá um fora daqueles nele. — Ele aperta minha mão.

Tá bom. Aposta feita.

[...]

20 minutos depois alguém bateu na porta. Eu já tomei banho e tirei todo aquele óleo do meu corpo. Vesti uma calça vermelha de moletom e saí sem camisa do meu quarto.

— Veste uma camisa cara, minha irmã chegou! — Elliot estreita os olhos encarando meu peito ao sair no mesmo instante que eu do quarto.

Eu nem tinha pensado que a irmã dele se incomodaria por eu estar sem camisa. Entro de novo no quarto e pego uma camiseta preta no guarda-roupas e visto voltando para a sala.

Elliot está abraçando-a e não dá para ver o rosto dela, porque ela tá de costas.

— Eva, esse é o Jordan — Ele se afasta dela e aponta para mim que aguardo sorrindo.

Ela se vira e seus cabelos loiros se jogam no ar, seus olhos azuis vêm em minha direção e um grande sorriso de forma no rosto dela.

Porra! A irmã do Elliot é bonita mesmo!

— Jordan! Sabia que eu vim o caminho todo tentando imaginar como você era somente ela eu voz! — Ela vem até mim e me cumprimenta. Dou um beijo no seu rosto macio e sinto o cheiro doce do seu perfume.

Gente do céu. Eu tô a muito tempo longe de uma mulher e chegar perto de alguém desse jeito me lembra a Jenna.

Ainda bem que ela me solta logo.

— E aí? Alcancei suas expectativas imaginárias? — Pergunto sorrindo e ela se afasta pro banheiro dando as costas, mas olhando por cima do ombro.

— Sim. Parece o Shawn Mendes. — Ela fecha a porta do banheiro.

Olho pro Elliot, que se aproxima de mim com os braços cruzados.

— O que você acha do Shawn Mendes? — Pergunto confuso.

— Eu deixaria de ser hétero se ele me quisesse. — Elliot dá de ombros falando de um jeito engraçado.

— Tá, mas não dá em cima de mim não. Eu tenho namorada e não gosto de homem. — O afasto de mim.

Então eu tô bem na fita. Isso elevou minha autoestima. Ser comparado ao Shawn Mendes.

— Fala isso para a minha irmã. Ela quem disse que você parece com ele. — Elliot aponta para a porta ainda com cara engraçada.

Depois de um tempo preparando a única coisa que aprendi a fazer até hoje: tapioca recheada e suco. Recebo uma visita toda... Como posso dizer... Cutilizada, é transformada em cut, cutilizada. Eva sentou na mesa da cozinha com um pijama de bonequinhas bem fofo e deu um leve sorriso constrangido depois de eu olhar sua roupa de cima a baixo. Com todo respeito, foi inevitável. Ficou tão menininha.

— O que você tá fazendo, Jordan? — Olhou para a panela perto de mim, que nesse momento está queimando.

— Droga! — Tiro a frigideira do fogo e a jogo debaixo da torneira aberta. — Era tapioca, mas essa daqui queimou.

— Que pena. — Ela ri de mim.

— É mesmo, porque essa era a sua. —Desmancho seu sorriso de imediato. — brincadeira! — Rio da sua cara e ela volta a sorrir.

— Cadê o Elliot?

— Ele saiu. Foi encontrar a namorada. — Seco a frigideira que terminei de lavar e coloco no fogo de novo para terminar de fazer as tapiocas. — Escute, Eva, você sabe cozinhar?

Espero que sim. Porque eu não aguento mais comer tapioca ou pão no café da manhã e no almoço a gororoba que o Elliot chama de comida.

— Só sei fazer brigadeiro e pipoca. — Olho para ela que está com um sorriso lamentoso.

— Ótimo. — assinto sorrindo e logo volto a minha atenção para a tapioca, dessa vez eu não deixo queimar. — Pipoca e brigadeiro acrescentados ao cardápio.

— E que mais comida tem nesse cardápio?

— Por enquanto tapioca, suco, uma gororoba que o Elliot chamada de macarronada, brigadeiro e pipoca. — Derrubo a tapioca no prato e desligo o fogo.

— Ó nossa. Aqui tem variedade. — Ela diz fingindo animação de nós rimos.

Ajeito as tapiocas no prato e coloco em cima da mesa. Tiro o suco, o queijo e o presunto da geladeira e também coloco em cima da mesa. Depois pego dois copos e alguns garfos e facas e me sento.

— Olha que jantar especial! — Brinco e Eva sorri.

— É bem fit.

— É, né? Faltou a Nutella. — Levanto e tiro um pote de Nutella da geladeira. Eu comprei para comer com a Jenna, mas ela não come mais essas coisas porque engorda. Saudades da minha Jenna gulosa. Agora o Elliot que vive comendo escondido.

— Amo Nutella! — Ela se anima.

— Sorte que o Elliot não comeu tudo. Eu também amo Nutella.

Acho que a gente vai se dar muito bem.

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