Capítulo 8
- Porque você fez isso? -
- Que? -
Ele me segura firmemente pelos ombros e sinto sua respiração mais próxima de mim.
— Agora seria melhor encontrar uma solução para… o que aconteceu com você, você não se recuperou totalmente e… —
—Não fiquei sem um membro, Jack! Não quero ser tratado de forma diferente do que fui tratado antes, no fundo ainda sou eu. -
Agora a pressão em meus ombros dói...
—Você ainda é o mesmo? Por causa daquele desgraçado que você não consegue mais ver! O que você acha que sempre acaba bem?! -
Jack me assusta agora com o tom de voz com que fala comigo.
— Jack... você está me machucando —
Como se tivesse acordado de um sonho, ele retira as mãos, como se estivesse queimado.
— Me desculpe, eu… eu só não o queria… —
Ele não abre a boca novamente, apenas continuo sentindo seu peso na minha cama.
Estendo minhas mãos para encontrar seu peito.
Subo seus músculos até encontrar sua mandíbula.
Alcanço sua testa e subo para mergulhar minhas mãos em seu cabelo macio. Desço lentamente até seus olhos úmidos.
Jack chora por minha causa... Eu enxugo suas lágrimas que continuam caindo com meus dedos.
Desço novamente tocando seu nariz, até seus lábios.
Ele os abre ligeiramente e eu acaricio seu lábio inferior.
Aproximo meu torso até colocar meus lábios em sua bochecha.
Beijo seu rosto, foco mais em seus olhos e sigo o rastro de lágrimas até seus lábios.
Eu o beijo suavemente com uma leve pressão entre nós.
Então o beijo cresce até se tornar apaixonado.
Eu me afasto dele sem fôlego, minhas mãos ainda em seu rosto.
— Jack, embora eu não consiga ver, em minha mente a cor dos seus olhos, da sua testa, das suas orelhas, dos seus cabelos, das suas bochechas e dos seus lábios... eles agora estão impressos no meu coração, você verá que iremos achar uma solução. -
Ele coloca suas mãos nas minhas e as preenche com uma série de beijos.
— Desculpe por chegar mais cedo, estarei sempre ao seu lado, aconteça o que acontecer, mas você deve entender que minha raiva por aquele homem pode te fazer sofrer. Pretendo encontrá-lo e eliminá-lo, ele desafiou o Alfa errado e vai pagar com a vida pelo que meu amor fez com você... Juro por mim mesmo... — — Não
, não jure mais a sua vida, nem ouse pensar em se sacrificar em uma guerra sem sentido... Não aguento mais não ver a luz do sol, a cor do céu estrelado e a lua que ilumina a noite...Mas vivendo sem você, eu nunca conseguiria suportar essa dor e continuar sozinho com nossa família. -
Silêncio... a cama sobe e o calor do corpo de Jack não está mais perto de mim.
-Jacó? Você ainda está aqui, certo? -
Ainda sem resposta... Então com um movimento de ar eu estava presa em seus braços novamente com minha cabeça escondida entre seu pescoço.
— Você nunca estará sozinho, a morte nunca será capaz de tomar conta da minha alma...Eu prometo a você Erina Jackson Blade...lobo da Lua Vermelha. -
Sorrio e me agarro a ele ainda mais... Então a porta se abre novamente e alguns aromas familiares enchem o quarto.
-Erina? Mas então é verdade...
— Ásia... —
Apenas um sorriso triste se abre em meus lábios.
— Não é tão sério quanto parece... —
— Só sinto muito... não aguento ainda, não é para você, mas sou uma pessoa que... chora imediatamente e... e. ..vendo você assim...meu...meu coração dói e...sinto muito de novo. -
Ele sai da sala e depois de alguns momentos de silêncio eu começo a rir.
- Por que ri? -
— Cansei de chorar e... hahahaha A Ásia continua a mesma... agora que já ri assim, traga meus filhos aqui agora! -
Mesmo que eu não consiga ver a expressão do Jack, não vou desanimar só por causa disso... Lutarei sempre com todas as minhas forças, até meu último suspiro.
Jack
Quando Erina começou a rir depois que Asia entrou, meu coração disparou. Foi bom vê-la rir depois de todo esse tempo.
-Jacó? -
Acordo dos meus pensamentos.
- Se o céu? -
— Achei que você tinha saído, tinha parado de falar... —
— Não, eu só estava imerso em meus pensamentos, agora vou ligar para as crianças, tem certeza que já está com elas aqui? -
Eu vi suas sobrancelhas se arquearem sob as bandagens...
- Você, cara, traga meus filhos aqui agora, ou nunca mais falo com você! -
— Não minha senhora, farei isso imediatamente. -
— Bom servidor. -
Pelo menos consegui fazê-la sorrir novamente...
Saio da sala e após perguntar a uma enfermeira onde estava Klaus Blade, começo a caminhar pelos longos corredores do hospital.
Quando me viro, encontro quartos ocupados por feridos, depois da briga com os trolls e Silver... Esse desgraçado vai pagar por isso também!!!
— Queremos mamãe!!! -
É impossível não reconhecer os gritos dos meus filhos... são sempre os mesmos.
Bato na porta de onde vêm os gritos e quando me dão permissão para entrar abro a porta.
Meu irmão me olha surpreso, felizmente ele sairá apenas com o braço quebrado e a cabeça enfaixada.
-Jacó? -
- Pai!!! -
Ivan e Igor correm em minha direção e saltam e se agarram ao meu pescoço.
Com meus braços eu os apoio enquanto eles enterram seus rostinhos em meu pescoço.
— Pai, estamos com muitas saudades de você.. —
—Vocês também, pequenos insetos, estão bem, certo? -
— Conseguimos, ficamos sempre de guarda enquanto você estava fora. -
— Bons guerreiros… todo seu pai! -
Klaus começa a rir, depois para e fica sério...
— A Ásia está com você? -
— Não, ela saiu depois de ver Erina... —
—E como está sua esposa? -
Meu olhar fica triste novamente...
— Ele teve algumas complicações... Mas está bem —
—Irei vê-la assim que aqueles médicos nojentos me desamarrarem desta cama! -
— Hahaha...ok...crianças, querem ver a mamãe? -
— Simmm... Tia Asia nos disse que não estava se sentindo bem e que não poderíamos ir antes... —
—Mas agora ele está melhor e quer ver você. -
Eles rapidamente soltaram meus braços e começaram a puxar minhas mãos.
— Vamos pai, se apresse! -
— Ok... Klaus, até logo. -
— Ok Jack, estou aqui de qualquer maneira. -
Saímos do quarto e vamos até o quarto da Erina, paro um pouco na porta, mas finalmente entro...
Ivan e Igor largam minhas mãos e correm em direção à cortina, movimentando-a.
- Mãe! -
— Olá meus amores... vocês estão bem? -
— Céu, o quê? -
Erina tirou a venda, que agora está na mesa de cabeceira ao lado da cama...
Seus olhos se voltam para mim e meu coração para... seu verde brilhante agora está coberto por uma sombra que o torna mais opaco.
Cerro os punhos e tento manter a calma, sem voltar a pensar nas mil maneiras que terei para matar Silver.
— Foi só com isso que eles me incomodaram. -
—Mãe, você está se sentindo bem? -
— Sim, meus pequenos, só tenho um pequeno problema para resolver... —
Com os filhos, o seu sorriso já não se esconde atrás da tristeza, mas é apenas um sorriso de amor.
Erina
Ivan e Igor pularam na cama como dois mísseis... Eles nunca vão mudar.
Eu queria que eles não se preocupassem comigo, então tirei aquele curativo irritante.
Meus filhos nunca deveriam me ver fraco.
— Mãe, seus olhos estão opacos... —
— Você já percebeu, né? -
—O que... o que está acontecendo? -
Lá eu o abraço contra meu peito e começo a acariciar sua cabeça.
— Mamãe não poderá ver seus lindos olhos por um tempo... Mas logo vou melhorar e poderemos brincar de guerra novamente... Não se preocupe, mamãe é forte! -
—Você realmente vai melhorar? -
— Claro... só para os meus senhores. -
Pego seus rostos e começo a enchê-los de beijos.
— Não mãe... já chega! -
— Hahaha, como você é exigente. -
Ouço eles rirem e isso enche meu coração de alegria, não quero que fiquem tristes ou se comportem diferente por causa desse meu pequeno acidente.
— Agora vocês dois vão novamente para a casa do tio Klaus, a mãe precisa descansar e vocês não conseguem se levantar. -
- Pai ruim... -
- O que você disse? -
- Nada! -
- Kkkkk... -
Só consigo rir com meus anjinhos... Jack os pega e eles saem do meu quarto novamente... Agora que há silêncio, a tristeza volta.
Só penso na minha última lembrança antes de não poder mais ver.
- Prata… -
Agarro os lençóis nas mãos para tentar me acalmar... aquele homem... é tudo culpa dele que meus filhos vejam a mãe assim agora.
Estou caindo no ódio novamente, quando alguém me dá um tapinha no ombro.
- Quem é esse? -
— Eu sou Richard, você não me ouviu bater na Erina? -
— Desculpe, o que eu estava pensando... —
—Por que você tirou a venda? -
Odeio médicos e seu tom de reprovação...
— Porque isso me incomoda... e eles também tiram meu soro... você sabe que eu odeio eles!!! -
—Você é pior que uma garota safada. -
—E você é um demônio com chifres. -
— Perdi a esperança com você agora.. —
— Muito bem doutor... você entende imediatamente como é o mundo. -
Eu o ouço rir levemente e então agarro meu queixo.
— Deixe-se examinar agora... vamos ver em que estado você se encontra —
— Posso fazer esse sacrifício. -
Ele toca minhas costelas, que agora só me causam uma leve dor quando pressionadas.
— Aqui parece que você está se curando... —
— Eu sei, sou indestrutível. -
— Não se gabe tanto, todos os lobisomens são assim. -
- Hostil. -