Capítulo 8
- Muitas pessoas interessadas em si mesmas. - Deixar.
- Você é perfeita. - Justificado.
- Eu sei. Cruzei os braços e minha resposta rápida e preguiçosa fez James sorrir.
- James se tornou membro do time de futebol e você sabe que essa atividade está chegando...
- O menino não vem há dias. - eu disse surpreso.
-Mas o último membro quebrou a perna, braço, costelas e coluna, então precisávamos desesperadamente de alguém. - Justificado.
Eu fui o único responsável por quebrar seu pau.
- Mas de qualquer forma, a atividade está chegando, e é muito importante que tenhamos o máximo de ajuda possível. - Ele sorriu para mim, me virando e agora me segurando pelos ombros.
Notei James sorrindo com o canto do olho.
Por acaso eu tenho Patati e Patata na minha bunda?
-Eu não vou te ajudar-
- E seria incrível se tivéssemos alguém tão incrível, lindo e inteligente como você nos ajudando a organizar o evento.
- Não quero-
- Você não tem ideia do quanto eu ficaria grato se você nos ajudasse.
- Droga, coloque a ajuda na sua bunda-
- Você nem vai precisar fazer muita coisa, só vai ter que ajudar algumas horas e-
- NOLAN, SEU PEDAÇO DE MERDA, EU JÁ DISSE NÃO-
Todo o time de futebol, o time de natação, o time de basquete, o time de vôlei e um monte de gente aleatória estavam reunidos no refeitório, prontos para ajudar a organizar a atividade que eu iria liderar.
Observei todos desde a entrada do refeitório, de braços cruzados e me perguntando como aceitei participar dessa provação aqui.
Meu olhar caiu sobre James, que tinha um sorrisinho agradável enquanto ajudava Nolan a carregar alguns materiais de arte.
Suas mãos enroladas nos papéis coloridos tinham veias salientes percorrendo todo o braço e continuando onde ele não conseguia ver.
Ainda.
- Ele é um cara legal. - A voz do diretor soou ao meu lado.
Tenho certeza que ele é um bom menino.
- Durante sua época na instituição ele conseguiu impressionar todos os professores, e até a mim. - Ele me disse e eu endireitei as costas. - Parece que é feito de ouro, não é?
- Não sei. - Deixar. - Eu não passei nenhum tempo com ele.
- Que bom. - Ele suspirou e eu fiz uma careta. - Deixe continuar assim.
O diretor estava com as mãos nos bolsos da calça, a postura relaxada apesar do rosto tenso. Rugas se formaram nos olhos do diretor quando ele estreitou os olhos ao perceber meu olhar sobre ele. Ele nem olhou para mim, toda sua atenção estava voltada para James, que agora olhava confuso para um grupo de garotas.
- Não destrua esse garoto. - Ele falou em tom ordenado. - Como você sempre faz com tudo.
Essa última parte me fez franzir a testa.
- Eu não sou minha mãe. - falei, com desgosto na voz e sem conseguir continuar a conversa.
Ele se afastou, deixando o diretor na entrada do refeitório.
Tudo o que o diretor havia dito passou pela minha cabeça e meu olhar caiu sobre James novamente.
Será um grande prazer destruir você, James.
Pude sentir o olhar do diretor nas minhas costas, o que me fez estremecer e descruzar os braços. Quando cheguei perto o suficiente de todos, bati palmas para chamar a atenção deles.
- Vamos começar! - Falei alto o suficiente.
Foi tranquilo, não parecia muito trabalhoso.
-NÃO ESTÚPIDO-
- Não o insulte! - Nolan brigou ao ver que o comandante do time de futebol estava quase chorando.
À volta de uma mesa, os capitães de todas as equipas, o chefe do grupo artístico, Nolan e James ouviam-me atentamente enquanto eu terminava de explicar o plano de organização para as próximas semanas.
Começaríamos por cuidar de toda a decoração necessária e começaríamos cedo para que não ocorressem imprevistos.
Então hoje foi dia de pintar.
Cuidaríamos de todos os cartazes, banners, cartazes e outros artesanatos necessários.
Enquanto quem não tinha talento ligava para divulgar o evento, conseguia contatos para doar e ajudava no que precisássemos para o evento, nós, os abençoados, faríamos arte.
Ele já havia enviado o bom pessoal da edição para a sala de informática para cuidar dos pôsteres e convites digitalizados. As demais pessoas presentes no refeitório já haviam começado a organizar os materiais, separando as tintas, papelão e tudo que era necessário.
Era um grande evento, que ainda faltavam semanas, mas que precisava ser planejado agora.
Seria um fim de semana completo, onde os pais viriam à escola para assistir a jogos de futebol, competições de natação, jogos de basquete, danças coreografadas, exposições de arte e muito mais.
- A ideia de ter pessoas fantasiadas de atrações é ótima, mas não, não podem ser garotas nuas. - expliquei ao menino com calma.
- Poderia ser um anjo e um demônio. - Tiago sugeriu.
- E outros animais também. - Adicionado o capitão da equipe de natação.
Balancei a cabeça, anotando ideias.
Alguém bateu no meu ombro e eu me virei, esbarrando em Ken.
Perseguição do diabo.
- Posso te perguntar uma coisa? - O sussurro.
Todos na mesa se inclinaram descaradamente para ouvir a conversa, especialmente James.
- Não, meu tempo acabou. - respondi virando-me novamente para a mesa.
- Você se apaixonou? - Ele perguntou da mesma forma.
Eu deveria ter perguntado isso antes de colocar meu pau.
- Com quem? - eu fiz a pergunta.
- Estou a perguntar. - ele esclareceu.
- eu também pergunto.
- Estou interessado em você. - Confessou, sem nenhum pudor por parte do grupo de pessoas que o ouvia.
- Muito obrigado, meu irmão em Deus! - Forcei um sorriso, puxando a camisa de Nolan para que ele pudesse
Tire a loira daqui.
- Você pode ver Niani mais tarde? - Nolan sussurrou ao meu lado.
- Porque? O que aconteceu? - perguntei preocupado, largando imediatamente a caneta.
Ele olhou ao redor do refeitório, um pouco desconfortável e com medo de que alguém ouvisse, mesmo que todos estivessem muito ocupados decorando, depois do terror que ele havia feito todos passarem.
- Hoje é dia de carta. - Ele falou de forma simples e não precisei ouvir mais nada para entender.
O dia da carta era o dia em que todos os alunos da escola recebiam cartas dos pais ou familiares enviadas durante a semana.
Foi uma felicidade para muitos e uma desgraça para outros.
Nunca recebi uma carta, por motivos óbvios, já que meus pais estão dançando no inferno.
Mas Nolan e Niani sempre recebiam uma carta cada.
Eles não tinham os melhores pais e Nolan sabia como lidar com isso, mas Niani...
Todos os dias da carta era como ver alguém pisar no seu coração e não poder fazer nada.
- Eu vou. - prometi a Nolan e ele sorriu, apesar da tensão em seus ombros. - Promessa.