Capítulo 7
Aproximei-me dele com cuidado, sem tentar esconder o sorriso vitorioso do rosto, e toquei seu ombro tenso.
- Vire-se em minha direção. - perguntei baixinho.
Eu era um pequeno demônio e sabia disso.
- Não. - Ele falou baixinho e meu sorriso cresceu.
- Porque não? - Passei o braço pela cintura dele e toquei seu abdômen definido acima da camiseta de tecido leve.
James congelou sob meu toque, ficando ainda mais tenso do que antes.
- Senhor, à medida que meus adversários se multiplicam, são muitos os que se levantam contra mim... - ele orou em voz alta e eu comecei a rir.
Afastei-me dele, ainda rindo, e sentei no banquinho, terminando de apertar alguns botões soltos da camisa.
- Você é um pequeno demônio. - Sussurrou-me.
- Um demônio muito bonito, certo? - Levantei uma sobrancelha, mesmo ele não podendo me ver.
Não consegui encontrar minha calcinha.
Este foi o maior sofrimento das prostitutas.
Por causa da pouca luz que entrava pela janela desconhecida do quarto, ele só havia encontrado a saia do uniforme e a camiseta preta, mas a calcinha ainda era um mistério.
E eu não tenho a porra do Scooby-Doo.
Assim que encontrei a coitada debaixo da cama, nem parei para pensar como ela foi parar ali, apenas peguei ela no colo e levantei.
- Onde você está indo? - Perguntou a voz do menino cujo nome ainda não sei da cama.
- Eu... eu tenho... que dar banho no meu peixe... - apertei a calcinha na mão.
- Você realmente precisa ir? - Insistiu o garoto que se parecia com Ken.
Considerando que ele nem deveria estar aqui e já era hora do café da manhã, sim.
Se eu não quisesse ser enforcado pelo diretor, teria que voar na minha vassoura de bruxa diretamente para o meu quarto.
- Meu peixe está se afogando, sabe?
Sem nem esperar a resposta do menino, corri em direção à porta.
Com a porta aberta, fiquei cara a cara com Satanás.
Deus me livre, que escola católica desgraçada e atormentada.
- O que você está fazendo aqui? - Aubrey me olhou em estado de choque e nojo.
- Vou ter um bebê. - Sorriso amarelo.
- Com quem está aí? - Ele tentou olhar para dentro do quarto.
A pergunta era justa, já que era um quarto de casal, mas o colega de quarto do cara que interpretei de cavalo devia ter dormido na lata de lixo, pois não havia sinal dele no quarto.
- Papai Noel. - Sorri grande, fazendo o sorriso alcançar meus olhos. - Quer ver seus presentes mais cedo?
- Você é uma vadia. - Insultado.
- Papai Noel e Deus veem você me chamando desse nome abominável. - Fingi estar ofendido.
- Ele é meu ex! - Justificado.
- Papai Noel ou Deus? - perguntei confuso.
-Ken. - Ele quase gritou.
- Então seu nome é mesmo Ken? - Abri bem os olhos.
- Você nem sabia o nome dele? - Ela me olhou ofendida, revirando os olhos.
Ela não é mais bonita, então revira os olhos.
Ok, possuído por uma barata.
- Olho para o galo, não para o nome. - Eu fiz uma careta. -O nome dele poderia ser Jubisniscleiton, mas se ele tivesse um bom pau-
- Deus te salve! - Ela me interrompeu.
- Espere, esse é seu ex? - olhei para ele sujo.
- Era um relacionamento católico. - Ele se apressou em explicar.
Então, como foi um ato católico subir no colo de James?
- Não foi o que parecia quando eu estava lá com ele. - brinquei, cruzando os braços e encostando no batente da porta.
Aubrey entrou na sala esbarrou em mim e eu sorri quando ela começou a gritar com Ken.
Ele caminha pelo corredor com um sorriso.
Quem disse que a felicidade dos pobres não dura muito foi um cachorro, um animal e um demônio.
Vi James no corredor, encostado na parede pelo ombro e com os braços cruzados. Embora fosse quase de manhã, ele já estava vestindo o uniforme. Tudo em seu corpo grita organização, desde o cabelo bem cuidado e encaracolado até o uniforme sem rugas.
O que era totalmente contra mim, pois eu tinha certeza de que meu cabelo estava todo preso, minha saia e camiseta amassadas e os chinelos da Barbie nos meus pés não ajudavam.
Não nos víamos há dias, mas isso não aliviou a tensão.
Eu estava nu na frente de muita gente, simplesmente não pude evitar, estou com calor.
Só estou tentando abençoar o mundo feio com minha beleza.
Mas aquele ato com James foi puro desespero, onde tive que usar minha arma especial:
As reclamações.
Ele estava de costas para mim, mas isso não me salvou do constrangimento, quando meu melhor amigo filho da puta, que estava na frente de James, me chamou.
-Querido! - Ele gritou para todos naquele maldito corredor ouvirem, me fazendo parar.
É isso que significa receber um fã como amigo.
Deus ainda vai me punir por toda a minha humildade.
Coloquei um sorriso pálido no rosto enquanto caminhava em direção a Nolan diante dos olhos de todos, inclusive das baratas, no corredor.
- Olá... - sussurrei, sentindo Nolan passar os braços em volta dos meus ombros e me aconchegar contra ele.
Nolan sempre cheirava a sabonetes caros e noites frias, mas seu toque era caloroso e acolhedor.
O olhar de James estava em mim, me estudando e tentando entender porque meu cabelo estava bagunçado.
Não demorou muito para que seu olhar caísse sobre minha mão e seus olhos se arregalassem.
A calcinha.
Um pequeno sorriso cresceu na boca de James quando ele notou a calcinha vermelha que eu estava tentando desesperadamente esconder na minha mão.
- Este é o Céu, meu melhor amigo desde muito pequeno. - Ele disse com orgulho.
- Tínhamos anos. - Eu corrigi.
- Eu daria minha vida por ela. - Ele continuou ignorando meu comentário. - Ela é muito tranquila, não precisa nem ir a clínica psiquiátrica nem nada.
- Nós conhecemos. - James me soltou e eu fechei os olhos enquanto Nolan abria os dele.
- Para onde?
- Foi ela quem me trouxe para o quarto quando cheguei. - Ele disse isso simplesmente.
E também foi ela quem tirou a roupa na sua frente no seu primeiro dia aqui.
Não seria a primeira vez que faço isso.
Tenho que hospedar no nível de uma escola católica, certo?
Quero que todos se sintam bem-vindos.
Dentro da minha buceta.
Dentro da minha buceta.
- Ah... - Nolan sussurrou, mas logo um sorriso apareceu em seus lábios. - A conclusão, minha querida Sky, é que precisamos de você.