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Capítulo 5

Albânia Pimentel

Assim que cheguei a calçada do prédio de Gabriel me permiti tomar uma lufada de ar, meus pulmões estavam em chamas depois do que aconteceu e sua rejeição acertou em cheio meu ego. Assim que consegui um táxi me senti segura o suficiente para chorar sem me importar com quem estava dirigindo o automóvel.

- O que houve Alba? - perguntou El, assim que me viu entrar com os olhos vermelhos

- Ele me beijou, nós quase.. - comecei a chorar novamente e ela me abraçou

- Isso devia ser bom não? - indagou tentando me consolar - seu chefe te notou

- Ele me chutou assim que falei que era virgem - ela me olhou furiosa e me abraçou novamente

- Eu chutaria o saco desse idiota por te fazer se sentir assim - consolou-me

Assim que me acalmei fui para o banho e El veio ao meu encontro com um prato de brigadeiro alegando que deveríamos lamber nossas feridas já que gostamos de homens tão complicados. Acordei no dia seguinte com uma aparência horrorosa, as olheiras dominavam meus olhos e por mim ficaria na cama o dia inteiro, mas depois de um puxão de orelha pela manhã coloquei minha melhor roupa e fui para a empresa.

Assim que cheguei meu chefe já havia chegado, repassamos sua agenda e o dia permaneceu assim, acho que estávamos ignorando o que houve pelo menos tinha entendido assim.

- Como está o clima? - indagou curiosa

- Tenso talvez - falei folheando o cardápio - Acho que estamos ignorando o que houve

- Isso é bom - disse me fazendo olhá-la - Pelo menos não será demitida Alba - concluiu me fazendo concordar

Almoçamos em silêncio, cada uma estava tentando lidar com seus próprios problemas. Assim que voltei a empresa meu chefe não havia retornado e passou o restante do dia assim, quase no final do expediente ele apareceu e pediu para conversarmos.

- Sim Dr. Fernandes? - falei assim que entrei e o vi observando a vista

- Sente-se - disse ainda de costas para mim - Gostaria de me desculpar pela minha atitude de ontem Srta. Pimentel, não costumo agir desta forma

- Tudo bem - foi apenas o que respondi, ele estava se desculpando por ter sido o melhor beijo da minha vida

- Com isso gostaria de dizer que a partir de amanhã você irá trabalhar diretamente com o Sr. Mendes - deu sua cartada final, ele estava me afastando. Apesar de ser escroto da sua parte pelo menos não me demitiu

- Tudo bem Senhor - respondi e ele assentiu me olhando esperando que eu chorasse - Posso ir? - perguntei antes que voasse no pescoço do idiota e ele assentiu.

Desejei que o trânsito infernal de são paulo desse uma trégua pois tudo o que queria era chegar em casa e lidar com minhas feridas, porém me surpreendi ao passar pelas portas do apartamento, assim que olhei para o sofá vi Eloise jogada no sofá com uma almofada cobrindo seu rosto.

- Quer me dizer o que houve? - indaguei curiosa

- Giordano disse que não significou nada quando ficamos e disse que a troca com Gabriel veio em boa hora - disse fungando e mais lágrimas preencheram sua face

- Vai ficar tudo bem El - falei a abraçando, tínhamos que pensar positivo não é mesmo - Chega de homens babacas a partir de agora! - exclamei tentando passar segurança e ela acenou em concordância.

Gabriel Fernandes

- Beijei minha secretária - falei assim que vi Giordano aquela manhã

- Bom dia Gabriel - disse e gargalhou assim que assimilou a informação fazendo as pessoas do hall nos olhar tentando entender a crise de risos do idiota

- Não ri cara - o repreendi

- O que vai fazer? - perguntou curioso

- Vou trocar com você - disse e ele me olhou - Albânia é uma boa secretária e não posso destruir os sonhos da garota por um vacilo meu

- Sábia decisão - concordou e subimos juntos

O dia transcorreu perfeitamente bem, ela estava ignorando o ocorrido e eu também poderia fazer isso. Quando percebi que não havia mais como prorrogar o assunto a chamei em minha sala e informei que de agora em diante ela trabalharia diretamente com Giordano e vi o brilho em seus olhos sumirem de vez, uma expressão de decepção se apoderou de sua face e logo que terminei ela apenas me perguntou se poderia ir embora.

A expressão triste no rosto de Albânia de certa forma mexeu comigo, a todo momento em que fechava meus olhos seu rosto triste tomava conta dos meus pensamos, decidi sair desse estado de melancolia antes que me arrependa e fui em direção a uma das casas noturnas que Giordano me enviou por mensagem para encontrá-lo, assim que entrei fui notificado que ele ainda não havia chegado então me dirigi ao bar em busca de alguma bebida forte.

- Um Sex On The Beach por favor - pediu a voz conhecida ao meu lado, um vestido deixava suas curvas mais evidentes, os cabelos cacheados desciam até a metade das suas costas - Se você se inclinar mais um pouco vai acabar caindo Dr. Fernandes - zombou me fazendo olhar para aquelas duas azeitonas verdes

- Me perseguindo, senhorita Pimentel? - indaguei e ela gargalhou

- Não, Senhor Fernandes - disse pegando o drink que o barman empurrou em sua direção e saiu rebolando aquele traseiro redondinho

- O que vai querer? - indagou o barman impaciente

- Whisky Puro - disse e ele serviu uma dose generosa

Estava na área vip com Giordano e alguns colegas, tínhamos garotas bonitas ao nosso lado mas a única que estava me interessando naquele momento estava logo abaixo se esfregando em um idiota. Se eu fosse um mafioso, poderia atirar de onde estava e finalizar com a vida do babaca que estava se aproveitando daquele corpo escultural.

- Onde vai Gabriel? - indagou meu amigo assim que me viu levantar

- Já volto - sibilei e ele apenas assentiu voltando sua atenção para a garota em seu colo

- Sai - empurrei o cara que se esfregava nela - Você deveria ser mais cuidadosa Albânia - sussurrei em seu ouvido e senti seu corpo enrijecer

- O que quer Gabriel? - perguntou com a voz carregada de desejo, esfregando-se em mim como fazia agora pouco com o babaca

- Impossivel ficar lá em cima com voce se esfregando assim naquele idiota - falei e depositei um beijo em seu pescoço

- Sente a batida - disse e começou a dançar sensualmente me deixando ainda mais excitado com seu pequeno show na frente de todos

- Chega! - exclamei a virando para mim e beijando ferozmente seus lábios

- Gabriel - disse manhosa assim que nossos lábios se desgrudaram - Não deveria fazer isso se vai me mandar fugir de você depois - disse lançando-me um olhar desafiador me fazendo lembrar que ela ainda era virgem

- É melhor ir, pequena tentação - falei depositando um último beijo em seus lábios e ela me olhou sem entender o que eu acabara de fazer, nem eu mesmo entendia.

Assim que voltei a área vip Giordano já havia ido e eu não deveria ficar mais aqui para não cair em tentação e procurar Albânia Pimentel, eu a queria mas não podia ser o primeiro homem dela, ela merece alguém que amanheça ao seu lado no dia seguinte, que seja carinhoso e delicado e acima de tudo tenha responsabilidade afetiva e eu não era nenhuma das opções acima.

3 semanas depois

- Como assim você está namorando essa modelo Gabriel? - Gritou Emma ao telefone

- Qual problema? - indaguei sem me importar e ela bufou do outro lado

- Ela não é pra você - cuspiu as palavras que eu já sabia - Não tem química Gabriel da pra ver só em olhar as fotos na revista - disse por fim

- Eu nunca me meti em seus relacionamentos - fiz uma pequena observação e ela desligou sem dizer mais nada, sabia que havia magoado minha irmã mas eu precisava de alguém que estivesse entre mim e a Srta. Pimentel ou eu faria alguma merda.

Lembro-me do dia em que os boatos se confirmaram com Alexia entrando comigo na empresa, Albânia estava parada na recepção sorrindo com meu amigo e minha secretária e assim que me viu o sorriso sumiu instantaneamente de sua face, havia mágoa em seus olhos.

- Sua irmã me ligou furiosa - disse meu amigo entrando em minha sala me tirando dos meus devaneios

- Ela desligou na minha cara - falei e ele gargalhou

- Talvez esteja na hora de terminar esse relacionamento, você não está feliz Gabriel - disse e eu assenti

- Você sabe o porque dele - falei ele deu um sorriso travesso

- Ela começou a sair com o Enzo diretor financeiro - cuspiu as palavras me fazendo amassar as folhas em minhas mãos

- Ela o que? - perguntei novamente - como você deixou isso? ele é um babaca Giordano - cuspi as palavras furioso

- E como eu impediria Gabriel? - perguntou zombando da minha cara - Você que não a quis com seu papo de “Eu não sou o que ela precisa” - relembrou-me

- Inventasse alguma norma na empresa que proibia - argumentei

- Temos problemas maiores - comentou me fazendo prestar atenção no que dizia - O aniversário da sua irmã é no final de semana, você não pode mais evitar seu pai - completou me fazendo relembrar de toda a merda

- Não sei o que fazer - confessei

- Talvez devesse ouvi-lo - aconselhou-me e eu neguei, sabia que meu pai tentaria me enrolar com mais uma de suas histórias.

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