Capítulo 4
Gabriel Fernandes
Me surpreendi ao ver Emma no escritório hoje cedo, mas foi tão bom reencontrar minha pequena e sua moda da vez de usar cabelos ruivos a deixou perfeita. Posso dizer que Giordano e eu a deixamos irritada com nossos comentários, mas mesmo ruiva ainda tinha todos os traços da mamãe e eu me assutava com tamanha semelhança. Depois de a deixá-la no elevador pedi a minha secretária para ligar para uma das garotas da lista e continuei o meu trabalho, precisava descarregar minha frustração com as poucas informações a cerca do que aconteceu a Melissa Fernandes. Assim que as bordas do elevador se abriram avistei Cláudia que me esperava no hall, ela era a minha preferida e dessa vez deveria dar um bônus a minha secretária por acertar na escolha.
- Olá docinho - disse a mulher se aproximando
- Oi - respondi e a guiei em direção ao meu carro no estacionamento
- Lugar de sempre? - pergunta e eu concordo guiando-a até o carro.
Depois de sair do quarto de hotel segui para meu apartamento em busca de paz ou melhor amenizar minha cabeça que estava borbulhando com tudo o que Giordano me apresentou sobre a investigação que estávamos fazendo. Me servi de um Jack Daniels e fui para as enormes janelas admirar os arranha céus de São Paulo a noite e por alguns segundo me sentir o homem mais poderoso do mundo.
- Você me ama cara - falei abrindo a porta e vendo Giordano passar sem ser convidado e com uma aparência de preocupado estampada
- Não fode - respondeu me deixando curioso com o que havia irritado meu amigo - Acho que descobri o motivo da morte dela - jogou a pasta na mesa de centro me fazendo sentar
- Como conseguiu tão rápido? - perguntei de olho nos papéis
- Um amigo de um amigo - disse tentando forçar um sorriso - Sabe como é? - disse e eu assenti
- Eclampsia? - perguntei o observando sem entender o que aquilo significava
- Uma doença que pode ocorrer em mulheres grávidas decorrente da pressão arterial elevada, acontece quando a gestante passa por algum trauma ou estresse grande - explicou
- E o trauma dela foi descobrir que ele a traiu - joguei os papéis na mesa sem acreditar - Como ele pode Giordano? - levantei indo atrás das chaves e ele as arrancou das minhas mãos
- Eu preciso saber como ele pode fazer isso - respondi tentando segurar minha raiva
- Ele a traiu com umas das internas na época - respondeu me fazendo fechar a mão em punho - Isso já acontecia a meses e em uma das consultas de pré- natal tia Mel o pegou com eles no consultório em uma situação embaraçosa - fez uma cara sem graça sem querer continuar
- Só isso? - indaguei sabendo que havia mais pela sua expressão cansada
- E essa mulher infernizou a vida da sua mãe até ela ter os sintomas iniciais da doença e continuou até perto da Emma nascer, as duas correram risco de vida - completou
- Eu vou atrás dele - empurrei meu amigo tentando fazer ele sair da minha frente
- Não seja ridículo precisamos descobrir mais primeiro - disse me fazendo parar para olhá-lo
- Vamos esperar pra saber se ele sambou no túmulo dela após seu falecimento? - perguntei respirando profundamente
- O cara amava sua mãe Gabriel, não seja idiota - disse sentando-se - O aniversário de Emma é em 1 mês - franzi o cenho - Até lá vamos investigar Gabriel
- Vou passar o mês inteiro evitando minha irmã? - indaguei tentando fazer ele ver o quão idiota isso soava
- A menos que não queira a verdade por completo - suspirou e serviu-se de bebida - Nada de fazer alguma merda impulsiva - advertiu virando o líquido de uma só vez e saindo do meu apartamento me deixando com todos os pensamentos obsessivos que rondavam minha cabeça.
Acordei no dia seguinte sem condições para ir trabalhar e com o celular tocando insistentemente apenas desliguei a chamada e me virei, dormir havia sido torturante sonhos ridículos circulavam minha mente fazendo a raiva crescer em mim. Acabei pegando no sono e acordando com a campainha tocando.
- O que faz aqui? - indaguei olhando minha secretária em minha frente
- O senhor precisa assinar esses papéis sobre o processo xxx - gemi em frustração - Sua presença no fórum o sr. Mendes conseguiu resolver - suspirei abrindo passagem para sua entrada
- Água, café, vinho… - ofereci a observando e ela negou todas as opções,ela parecia desconfortável de estar em meu apartamento, Albânia era uma mulher bonita tinha belas curvas e um bumbum digno de ser admirado e por este motivo me mantinha o mais longe possível, me envolver com ela seria um erro.
- Local errado - apontou para onde estava colocando a caneta para assinar sorri em agradecimento por ter me corrigido e assinei todas as folhas - O senhor está bem? - indagou me olhando me fazendo erguer uma sobrancelha em questionamento - Digo, o senhor Mendes me pediu para avisar nas suas reuniões que estava resfriado, mas parece melhor - concluiu
- Sim, estou bem Albânia - respondi e ela assentiu e um silêncio constrangedor se instalou - Você fica bonita sem os óculos - disse prestando atenção pela primeira vez em seus olhos de tonalidade esverdeado e ela rapidamente corou ficando igual a um pimentão
- Obrigada, Dr. Fernandes - agradeceu receosa fazendo-me sentir vontade de instigar aquilo e ver até onde iria
- Você namora na Albânia? - perguntei direto e a vi se engasgar com a própria saliva mas negou assim que se recuperou - Por isso é tímida quando recebe elogios - comentei e ela sorriu amarelo em confirmação.
- Acho que já resolvemos por aqui - disse levantando-se rapidamente e indo em direção a porta
- Medo de ficar sozinha comigo? - indaguei e abocanhei seus lábios a pressionando na porta e ela arfou me dando passagem, movi minha mão pelas suas curvas e cheguei a barra da saia assim que a levantei e ela agarrou-se a minha cintura me dando passagem para explorar seu corpo ela estava a minha mercê e não desperdiçaria a oportunidade.
- Virgem - disse assim que recuperou o ar me fazendo soltá-la abruptamente
- É melhor você ir Srta.Pimentel - falei e ela rapidamente ajeitou suas roupas e saiu sem olhar para trás com um olhar decepcionado.