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Capítulo 4

POV DE Martinez:

- Vou descer para tomar um café, você vem? - Aldo me pergunta enquanto estou tentando decifrar esses malditos exercícios de física, eu poderia ter pedido ao Bilel, mas não me pareceu apropriado depois do que aconteceu ontem à tarde.

Fecho o livro de física amaldiçoando essa maldita lei de Coulomb e digo de pé - Sim, mas vamos fazer isso rapidamente. O professor deve aparecer a qualquer momento.

Aldo acena com a cabeça enquanto deixamos Angi repassando a lição do dia e Mati também em desespero. Esses exercícios de física são incompreensíveis.

- A que horas seus pais voltarão? - pergunta Aldo ao sair da sala de aula.

Olho para o relógio em meu pulso e murmuro - Eles devem ter um voo para: espere até eu ligar para eles - pego meu celular, disco o número e depois pego o telefone.

Pego meu celular, disco o número da Ammi e espero que ela atenda enquanto vamos até a máquina e o Aldo pega seu café.

- Querida - ela atende.

- Ammi... você está no aeroporto? -

- Sim, assim que chegamos. Fizemos o check-in e aguardamos o embarque.

- Nenhum voo foi cancelado? -

- Felizmente não.

Suspirei aliviado e disse: - Muito bem, então vou esperar por você. Não posso esperar.

- Nós também, até compramos algumas coisinhas para você.

- Sério? Você comeu arroz e kebab naquele restaurante árabe? -

- Claro que sim, comemos toneladas deles.

- Eu te amo muito, Ammi - eu digo alegremente.

- Eu também, querida, tenho que desligar agora... vejo você em casa.

- Ok, tome cuidado. Ligue para mim assim que aterrissar.

- Sim, sim, até mais tarde.

Eu desligo enquanto Aldo toma seu café e diz, subindo as escadas para a sala de aula - Então ele vai jantar com você hoje?

- Esqueça, o kebab é todo meu - eu digo enquanto ele me cutuca e diz enquanto entra - Veremos - Veremos.

Encontramos o Bilel na escrivaninha, que olha para nós e abaixa a mesa como se não fosse nada... Eu não esperava tamanha indiferença.

- Bom dia, professor - Aldo o cumprimenta sem receber resposta.

Eu me sento e engulo saliva no silêncio sepulcral... todos estão apavorados.

- O que está acontecendo? - pergunto a Angi em voz baixa e ela faz uma careta e murmura - Ele está de mau humor... ele entra e bate com a pasta na mesa, fazendo com que todos fiquem em silêncio.

Angi se aproxima de mim e pergunta: - Você tem alguma coisa a ver com isso? -

Olho para baixo, mordendo o lábio com culpa.

Nós pulamos quando Bilel arrasta sua cadeira, levanta-se e diz: - Vamos questionar - olho para baixo, mordendo o lábio com culpa.

Todos parecem perplexos, ninguém esperava que ele fizesse uma pergunta no último dia de aula antes das férias.

- Srta. Fernando, na lousa. -

Minhas veias estão congeladas... merda.

Depois que ele veio me visitar em casa ontem à tarde, nunca mais teve notícias minhas e eu também não o procurei.

Gostaria de pedir a ele que me questionasse assim que voltássemos das férias, mas faço um esforço e me levanto devagar.

Fico do lado oposto da lousa enquanto ele dita um problema que eu anoto com uma careta... que porra é essa?

Duas cargas. µC e -. µC são colocadas a cm de distância. Decida onde colocar uma terceira carga de modo que nenhuma força atue sobre ela.

Olho para Angelica, que imediatamente balança a cabeça, pois ela também não tem ideia do que fazer.

Engulo e releio o problema, começo a rabiscar alguma coisa.

- Não", ela grita, pegando a borracha e apagando a fórmula que eu havia escrito.

Estremeço e murmuro - Eu... Não entendi bem como proceder, poderia me ajudar? -

Lentamente, olho para ele, que está me encarando, mas ele pega o giz das minhas mãos e começa a escrever na lousa.

- Se nenhuma força atuar sobre a terceira carga, então F = -F. A carga q pode ter um sinal positivo ou negativo. No primeiro caso, q exercerá uma força repulsiva e uma força atrativa. Se q for negativa, o que acontecerá? -

Eu faço outra careta... de que diabos você está falando?

- Hum... talvez... talvez... Não sei - jogo a toalha.

Bilel, que agora parece ter se transformado em um monstro, me encara e explica severamente - A senhora terá uma condição invertida, senhorita Fernando... Se q for colocada entre as duas cargas, em qualquer caso, a condição exigida não é dada porque a direção das duas forças coincide e a soma é diferente de zero. Portanto, a carga q deve ser externa às duas cargas e, em particular, à esquerda da carga q que tem um valor menor, pois nesse caso é possível colocar q a uma distância menor que q. Entendeu? -

Nem mesmo uma palavra.

- Sim, vá em frente", disse ele, entregando-me o giz.

- Vamos lá, então - ele diz, entregando-me o giz.

Eu o pego de volta e olho para o quadro em desespero... merda, merda, merda, merda.

- Senhorita Fernando, você tem alguma ideia do que estamos fazendo? - ele me repreende, fazendo com que eu caia de cara no chão.

Eu olho para ele, mas ele está impassível... ele quer me fazer pagar.

Olho para baixo novamente, envergonhado, enquanto ele murmura - Move, fail - e, removendo o giz, continua a trabalhar no problema.

- Colocamos a referência na carga q e indicamos com x a distância entre q e q. A distância entre q e q será, portanto, x.

A soma das forças exercidas pelas duas cargas sobre q deve ser zero e, como as duas forças têm sentidos opostos, podemos escrever qx = q ( x) dividindo por q e resolvendo temos (x)x= , extraindo a raiz quadrada temos ( x ) x=√ de onde x=. -

Ele joga o giz perto do apagador e, limpando-o da mão, olha para mim irritado e diz: - Não foi tão complicado assim, senhorita Fernando... a senhora só teve que se concentrar um pouco. -

Eu cruzo os braços e suspiro irritada, claro que ele que se dane.

- Você pode ao menos me dar a definição da lei de Coulomb? - ele me pergunta com desdém.

- A lei de Coulomb é quando... duas cargas estão... bem... - Mordo o lábio sem saber o que dizer quando Bilel diz - Giorgia? -

- A lei de Coulomb afirma que, entre duas cargas elétricas Q e Q colocadas a uma distância no vácuo, estabelece-se uma força elétrica, chamada de força de Coulomb, cujo módulo é proporcional ao produto das duas cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância em que estão colocadas. - Giorgia repete perfeitamente.

Bilel olha para mim e diz sem rodeios - Você não precisa ser um gênio para aprender uma maldita definição -.

Meus olhos se enchem de lágrimas enquanto ele continua a me humilhar na frente de toda a classe e diz: "Eu deveria começar a estudar seriamente porque ainda não chegamos lá".

- Desculpe-me - intervém Aldo, levantando a mão.

Bilel imediatamente o encara, enquanto Aldo vem em meu auxílio e diz: "Não é culpa sua, professor, ontem estudamos física juntos e nenhum de nós entendeu os exercícios. Talvez o senhor possa explicar a matéria novamente, ninguém na classe, com exceção da Giorgia, entendeu nada -".

Vejo Bilel cerrar os punhos enquanto cerra a mandíbula e rosna - Não é problema meu se você não entende nada do que estou explicando. Como é que a Giorgia entendeu tudo e você não entendeu nada? Estou lhe dizendo, não há empenho e vontade suficiente para estudar aqui! -

- Mas professor, Martinez e eu ontem... -

- Vocês estavam juntos, eu entendi! Não diga isso de novo! Aliás, saia, ele só sabe interromper a aula! - Saia! -

- Professor, eu... -

- Lá fora! - ele grita, sacudindo até as paredes.

Aldo bufa, mas se levanta e sai sem fazer barulho, batendo a porta.

- Vá para casa e tente estudar dessa vez, você tem que se atualizar. - ele sibila enquanto eu corro para o meu lugar e seguro as lágrimas.

-Giorgia, vamos lá. Mostre aos seus colegas como você pode obter resultados com um mínimo de esforço nos estudos", diz Bilel, atribuindo a ela um novo problema.

Assoo o nariz, tentando conter as lágrimas o máximo possível, mas não consigo e, com a voz trêmula, pergunto: - Professor, posso ir ao banheiro? -

Bilel se vira para me olhar e imediatamente levanta uma sobrancelha de surpresa, talvez tenha percebido que havia exagerado.

- Sim", ele diz simplesmente, enquanto eu saio correndo e soluçando.

POV DE Martinez:

- Então? - Angélica atende a chamada.

- Angi... estou no banheiro, poderia trazer minha mochila aqui? - Não tenho tempo de completar a frase antes que Angélica já esteja no banheiro, mesmo com minha mochila no ombro.

Que tesouro de pessoa.

- Obrigado", murmuro, levantando-me do chão.

- Como você está?", ela pergunta preocupada, entregando-me a mochila.

- Melhor... será que ela perguntou sobre mim? -

Ela balança a cabeça e diz: - Ela entendeu que você estava doente e fingiu ter esquecido sua ausência. No entanto, ele parou de fazer perguntas e nos designou alguns exercícios para fazermos em grupo, ele ficou pensativo durante toda a hora.

Eu faço uma careta enquanto coloco minha mochila no ombro e murmuro - Ótimo, ainda bem que ele não sacrificou mais pessoas - O que aconteceu com ele?

- O que aconteceu com ele? Vocês já brigaram? - pergunta Angi, falando baixinho.

- Sim - O que aconteceu?

- O que aconteceu? -

Sacudo a cabeça - Isso não está certo... - Suspiro e acrescento - Não podemos continuar assim... às vezes acho que cometi um grande erro ao agir sem usar minha cabeça. Sempre usei meu coração e agora tenho que arcar com as consequências.

- Que consequências você quer dizer? -

- Até mesmo essa coisa com meu professor... se eu fosse pego, não conseguiria mais obter meu diploma, decepcionaria meus pais e todos os sacrifícios que eles fizeram por mim. Eu sei que deveria ter pensado nisso antes, mas... ainda haveria tempo para consertar, eu acho - eu digo para dar a eles uma razão, eu sei que com Bilel na vice-presidência eu estaria realmente seguro.

Bilel nunca o deixaria perder o ano.

Angi olha para mim intrigada e diz: - Até alguns dias atrás você estava perdido com ele, Beni? -

- Até alguns dias atrás, estava tudo bem - sussurro, suspirando.

- Você vai deixá-lo? -

Mordo meu lábio... - Estou brincando com fogo, Angi... -

- Sabe, ontem ele parecia desesperado... ele até pediu meu número de telefone para ligar para você -

- Eu sei... Eu disse a ele que não deveria envolver você. Isso é apenas sobre mim e ele.

- Não é isso, Beni, se eu puder fazer algo, eu farei... mas você deve esclarecer isso com ele o mais rápido possível.

Fugir é inútil, sabe? -

Eu aceno com a cabeça - É que... é difícil, mas você tem que fazer isso -

Angi pega minha mão e murmura - Eu estou com você, seja qual for a decisão que você tomar - Eu sorrio para ela e a abraço.

Sorrio para ela, abraço-a com força e sussurro em seu ombro - O que eu faria sem você?

- Vamos, Mati está nos esperando lá fora - ela diz, acariciando minhas costas.

- Só mais um pouco", murmuro sem soltá-la. Eu realmente preciso de apoio neste momento. Sinto como se estivesse carregando o mundo inteiro em meus ombros.

Nós nos separamos do abraço logo depois, quando sinto meu celular vibrar... verifico e leio - Bear - .

Rejeito a chamada e coloco o celular de volta no bolso.

- Vamos embora", digo, saindo do banheiro com ela.

Sinto meu celular vibrar novamente, o desgraçado não me larga.

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