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6 Bônus

Estava vivendo minha vida, do jeito que sempre quis viver, depois da faculdade, comecei a trabalhar na filial da empresa de meus pais no Canadá. Tinha meu próprio apartamento e amigos que viviam na mesma intensidade que eu, fazíamos festas, viagens, encontros, tudo que pessoas na minha idade tinham direito, era tudo perfeito, não haviam cobranças, nem ninguém no meu pé.

Daí, meu irmão mais novo terminou a faculdade e meus pais o mandaram para vir trabalhar aqui na filial, o convidei para morar comigo, mas depois me arrependi amargamente. O desgraçado vivia contando tudo que eu fazia para minha família, falava sobre as festas e as mulheres que levava para casa, já que o ritmo de vida dele era bem diferente do meu.

Vincenzo era do tipo direitinho demais, não tinha ganância e nem parecia pertencer a nossa família, sempre falava que dinheiro não era o mais importante e vivia uma vida mais "espiritual". Não dava valor as coisas materiais nem se aproveitava do poder que nossa posição e família tinham. Sempre deixou claro que queria viver uma vida simples e fora da empresa, por isso meu pai investia tanto em mim, sabia que eu seria a salvação e o futuro da família.

Mas, depois que meu pai soube do estilo de vida que eu levava aqui, me pediu para voltar a Itália, não queria de modo algum, foi quando ele me fez uma proposta.

Quando meu pai, deu pela primeira vez a sugestão de me casar, já fui dizendo, de imediato, não!

Nunca passou pela minha cabeça algo absurdo como esse, logo agora que estava na flor da idade, com apenas trinta anos, a última coisa que queria no mundo seria me amarrar a apenas uma mulher, nossa! Só de pensar que teria que dormir com a mesma pessoa pelo resto da vida, me revirava o estômago.

Me casaria um dia? Sim. Mas só depois que estivesse cansado de tudo, e se também aparecesse uma bela deusa, que dominasse minha mente e coração, me fazendo ter a certeza de que era a hora certa de parar. Seria então um homem fiel e um bom marido.

Comecei a rir sozinho, pensando nisso, já que isso nunca aconteceria.

Mas, logo me falaram sobre os planos de crescerem os negócios, e os investimentos que surgiriam simultaneamente, em apenas uma fusão de poder.

Ao contrário do idiota do meu irmão, eu amava o poder, o dinheiro e tudo que os dois poderiam me proporcionar.

Aceitei a ideia, colocando algumas condições. A primeira, era que tudo seria de aparência, não deixaria a vida que tinha antes, mas prometi ser o mais discreto possível. E a segunda, queria ver primeiro o rosto da mulher que queriam me empurrar, pensei que já que os pais queriam empurrar a moça a força, queria saber o tipo de dragão que iria ter de domar, depois que vi a cara de minha futura esposa por foto, e alguns vídeos, já que sabia muito bem da existência de filtros e edição de fotos, me agradei.

Ela não era a mulher mais bonita do mundo, mas, não me faria passar vergonha na frente de outras pessoas,

Então, unindo o útil ao agradável, aceitei essa grande farsa. Pois estava pensando um pouco mais a frente, seria futuramente dono de duas multinacionais, já que meu irmão não ligava para essas coisas, e os Rios tinham apenas uma filha mulher que nunca herdaria a presidência da empresa.

Eu ouvi falar da filha do Pedro Rios, minha mãe diariamente me mandava uma foto nova dela, me agradava em primeiro momento, mas não sentia nada em especial, e sim como me agradava por qualquer mulher com quem quisesse passar uma noite apenas.

A decisão de tudo ser de fachada, era já pensando no futuro, não deixaria que uma qualquer mandasse ou achasse que seria a pessoa que teria meu coração, o máximo que ganharia seria o meu sobrenome, o que já era até demais.

Algumas das mulheres com quem saía, descobriram sobre meu casamento e vieram me cobrar satisfação, mais um motivo de não querer relacionamento serio com ninguém, imagina só ter que dá satisfação para uma mulher, que tipo eu me tornaria?

Quando a conheci pessoalmente vi o tipo de mulher que era, então desanimei, como poderia dizer, muito previsível, inocente e boba, parecia ser uma patricinha mimada e filhinha de papai, que tinha tudo nas mãos ou do jeito que queria.

Na verdade, cheguei a desconfiar de que ela teria me visto em algum lugar e com certeza devia ter gostado de mim, então devia ter sugerido ao pai a ideia do casamento. Uma mimada dessas, acharia mesmo que poderia ser o tipo de mulher que escolheria para me casar por espontânea vontade?

Pois a faria sofrer cada dia, e mostraria que nem tudo é do jeito que se planejava, sempre fui eu o dono das rédeas, e se ela se achasse esperta, veria com quem estava lidando.

Então pus meu plano em prática. Me transformei no homem que ela sonharia que fosse, amável, educado, e completamente apaixonado.

Todos os dias fazia algo diferente, ou era uma mensagem melosa, ou pedia para levarem até a sua casa flores, como tive que viajar para o Canadá para organizar minha mudança e nomear o novo diretor, aproveitei para ser o mais galanteador possível, já que não precisava fingir nada pessoalmente.

A patinha caía direitinho, me contando suas experiências amorosas de antes, o que não era grande coisa, havia tido apenas um namoradinho de escola.

Me imaginava o que ela pensasse sobre as minhas experiências, será que ela ainda iria querer se casar comigo se eu contasse alguma delas?

Então, para dar continuidade na conversa e fingir ser um bom moço, contei de uma namorada que nunca existiu e da minha triste desilusão amorosa que nunca tive na vida, imagina só, logo eu, sofrer por mulher.

Depois que nos casamos, mesmo deixando tudo claro, ela ainda achava que podia levantar a voz para mim ou cobrar satisfação, era só o que me faltava, essa Amália querer estragar meus planos, logo eu que tenho tudo planejado em minha cabeça desde o começo, estava tudo dando certo, o pai dela passou a empresa para eu tomar conta, estou no auge, tenho a mulher que quero aos meus pés, todas correm atrás de mim, é como se fosse o último homem na face da terra de tão disputado que estou.

Além desse casamento ser bem conveniente, nunca fui tão bem-sucedido na vida tão rápido. Chego tarde em casa, às vezes nem durmo lá, só para não ver a cara da Amália, que exige de mim algo, como se devesse a ela.

Me dá tanta raiva quando vou sair e ela me pergunta para onde vou, como se eu tivesse a obrigação de falar, nem se fosse minha esposa de verdade. Sinceramente, essa é a parte mais chata, já que a pobre coitada parece ter nutrido sentimentos por mim, também não a julgo, fui tão perfeito em conquistá-la, e não querendo me gabar, até hoje nunca recebi um não de uma mulher.

Esses dias, acabei excedendo na discussão e fiz o que não deveria fazer, revelar sobre as mulheres com que saio, apesar de está bêbado, não devia revelar esse tipo de coisa, assim ela pode querer acabar com tudo antes da hora, tentarei ser o mais discreto possível daqui para frente.

Esses meses atrás, conheci uma mulher encantadora, e começamos a sair, já estamos um bom tempo assim, ela faz tudo que quero, além de linda é submissa, o único problema é que ela morava em outra cidade, resolvi então comprar um apartamento para que ela viesse morar por aqui mesmo, assim a tenho perto de mim, e posso vê-la a hora que quero, não é sempre que quero mulheres diferentes, é bom ter uma treinada e acostumada a fazer tudo do jeito que gosto, o nome dela é Ingrid, sempre estou dormindo em sua casa, é uma mulher jovem de 20 anos, estou bancando suas despesas e agora estou pagando sua faculdade, isso para mim é pechincha, além disso, porque estou usando o dinheiro do pai da minha esposa.

Em relação à Amália, o que me revolta também e dá raiva, é quando tenho que ir em alguma social da empresa, e acabo tendo que levá-la comigo, e fingir que somos o casal perfeito, ela sabe disfarçar bem, mesmo assim não gosto, algo me incomoda e não sei dizer o que é.

Ela não é feia, porém não é o tipo de mulher que me atrai, muito mimada, não tem opinião própria, chora por qualquer coisa, por isso nunca toquei nela. Antes do noivado ou de conhecê-la pessoalmente, estava pensando em ter relações para unir o útil ao agradável, já que não adiantaria de nada ter uma mulher em casa se não pudesse usá-la quando quisesse, até pensei na possibilidade de engravidá-la, assim ficaria presa a mim a mais tempo, mas desisti. Era tudo o que ela mais queria, e nunca fui de fazer a vontade de mulher nenhuma. Não pretendo ficar preso a ninguém, e um filho atrapalharia meus planos, já que não pretendo ficar nesse casamento para o resto de minha vida, não estava aguentando mais a encenação de homem apaixonado, resolvi logo falar a realidade, fiquei surpreso com a sua reação, a idiota parecia está realmente gostando de mim. Preciso arrumar um jeito de enganá-la de novo, para que nosso contrato seja renovado, não vou perder tudo que conquistei por conta dela, de jeito nenhum, só preciso pensar como vou fazer isto. Há muitas ações em jogo, quero passar todas para meu nome antes de acabar com todo esse teatro, serei paciente, estou pensando em mim, nem meu pai, nem meu sogro sonham com isso, mas montarei minha própria empresa, e aí serei mais rico que os dois juntos, então não precisarei mais, me submeter a uma situação como essa, de ter em casa uma mulher que nem para me satisfazer presta. Talvez se ela não fosse tão chorona ou medrosa eu tentaria ao menos dormir algumas vezes sem compromisso, mas é difícil demais, seu gênio é totalmente oposto do meu, mas não nego que gostaria de ter uma a mais para me satisfazer. Nunca me casarei de verdade, já que ainda não nasceu uma mulher para que pudesse tirar toda a minha atenção, se existisse mesmo essa história de amor, eu era imune, jamais me apaixonaria. Ter uma mulher apenas, sempre será pouco para mim. E tenho muitos planos ambiciosos, e nenhum deles inclui uma esposa, já que nenhuma chegaria a altura de ser considerada minha esposa de verdade. Enquanto isso não acontecer, farei o possível para que esse casamento me renda muitas oportunidades, uma mulherzinha mimada jamais irá estragar meus planos, nem que para isso tenho que fazê-la se apaixonar por mim de novo, ela é besta, é fácil, será uma brincadeira bem divertida, já que parece que ainda nutre sentimentos por mim.

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