Capítulo 7
Será que ela gostava de provocar os homens para mantê-los no limite?
Haveria outro motivo que a fizera fugir dele?
Então, sob as luzes da entrada do hotel, ele a viu com Jeremiah. Ele tinha visto Jeremias entrar no carro e percebeu que Ribeca iria se juntar a ele.
Então, esse era o jogo dele... Ela havia desistido porque estava indo para Mitford Hall com Jeremiah. Amaldiçoando furiosamente, Frank se virou e voltou para o terraço, com o corpo rígido de raiva ao ouvir o carro se afastar.
O casamento de Hester deve ter sido muito emocionante para Jeremiah, e ele claramente sentia falta da esposa, pensou ele com tristeza. Ribeca, sem dúvida, havia decidido que aquele era o momento perfeito para fazer sua jogada e ir para a cama do conde... e não havia nada que Frank pudesse fazer para impedi-la.
Na manhã seguinte, Frank ainda estava perigosamente lívido de raiva. Ele não havia dormido a noite toda, tamanha era a dor da frustração sexual. O fracasso e a rejeição não lhe eram familiares, mas ele havia experimentado ambos na noite anterior e estava furioso.
Além de não ter conseguido manter Ribeca longe de Jeremiah, a maneira como ela se abandonou em seus braços, aceitando seus beijos e seu toque, o chocou muito.
Era apenas sua imaginação ou a paixão com a qual Ribeca reagiu era tão forte, tão imparável quanto a dela? Por um tempo, ele pensou que sim, mas então ela o rejeitou e extinguiu essa paixão tão rapidamente quanto a acendeu, deixando-o sozinho e insatisfeito.
Seu plano de salvar Jeremiah das garras gananciosas de Ribeca, levando-a para a cama e, assim, arruinando a imagem dela aos olhos de seu velho amigo, não estava sendo fácil de executar. E ele estava bastante furioso por não ter conseguido impedi-la de ir com Jeremiah para Mitford Hall. Além disso, a ideia de que Ribeca poderia ter passado a noite na cama de Jeremiah lhe dava vontade de dar um soco.
Respirando pesadamente, Frank entrou na sala de jantar, mas parou ao ver Ribeca, que estava sentada sozinha em uma mesa que oferecia uma vista maravilhosa do magnífico jardim do hotel. À luz do sol, ela parecia um anjo pela manhã e seu olhar se perdia no espaço.
Mas ela não era um anjo...
Nos lábios de Frank surgiu um sorriso que não inspirava nada de bom. A fera faminta que havia atormentado seu corpo e sua alma durante toda a noite acordou e seu corpo reagiu com uma previsibilidade irritante enquanto ele caminhava em direção a ela.
- Bonjour, chérie ... Posso me juntar a você? -
O som da voz profunda e sexy de Frank fez Ribeca arfar.... Nos últimos dez minutos, ela estava observando distraidamente um par de andorinhas pulando no terraço. Ela se virou e olhou para ele com cautela, imaginando que ele estava furioso com ela pela maneira como ela havia fugido dele na noite anterior.
- Sim, claro... - Ribeca murmurou, perguntando-se por que ele se incomodava em perguntar, se já estava sentado.
Ela não sabia o que dizer a ele e seu rosto ficou quente ao se lembrar de todos os detalhes dos beijos e carícias apaixonados que eles haviam trocado sob a lua na noite anterior. Na época, parecia um sonho maravilhoso e sensual, mas agora era muito mais parecido com um pesadelo, especialmente a lembrança do fervor com que ela o havia correspondido.
Quem sabe se ela lhe perguntou por que havia fugido dele depois de tê-lo enganado? Ela havia se comportado horrivelmente, pensou com pesar, mas Frank não parecia zangado e, quando ele sorriu levemente para ela, seu coração pulou uma batida e passou a bater mais rápido.
A maneira como ele escolheu se vestir para a recepção fez dele o homem mais elegante e charmoso da noite. No entanto, naquela manhã, de jeans e camisa clara, aberta o suficiente para revelar sua pele bronzeada, ele era a perfeição masculina e robusta e Ribeca não conseguia tirar os olhos dele.
-Você dormiu bem, Ribeca? - perguntou ele, e por um momento sorriu para a garçonete agitada que lhe servia café.
Você dormiu bem? ele perguntou e, por um momento, sorriu para a garçonete agitada que lhe servia o café. Parecia ter um efeito devastador em todas as mulheres, observou Ribeca com amargura, enquanto a moça derrubava a leiteira e pedia desculpas enquanto limpava tudo.
- Sim, obrigado a você. -
Frank não parecia convencido da honestidade da resposta dela.
- O quarto de vocês é confortável? - ele insistiu.
- Sim... um pouco pequeno, mas está bom. -
O que ele esperava ouvir dela com todas aquelas perguntas, ele se perguntou sombriamente, que ela cederia à sua leve sugestão de que se sentiria mais confortável em seu quarto... sem mencionar sua cama?
Ela encontrou o olhar dele e sorriu suavemente.
- O que você pode me dizer sobre você? Teve uma boa noite? -
- Infelizmente, não. Para ser sincero, tive uma noite particularmente agitada. Mas nós dois sabemos o porquê, não é mesmo, chérie? Nós dois sabemos o que me manteve acordada, não é? - ele perguntou baixinho e ela se sentiu constrangida.
Os olhos dele começaram a brilhar de diversão ao vê-la corar tanto.
- Acho que a frustração sexual é uma péssima companhia na cama.... Não recomendo que você faça isso... -
Ela ficou surpresa por ele tê-la provocado sem nenhum sinal de raiva, e sua culpa ficou ainda mais forte.
- Sinto muito pela noite passada, Frank... Sei que dei a você a impressão de... de estar... -
- Você quer compartilhar minha necessidade urgente de fazer amor? - Frank sugeriu, e a maneira como ele sussurrou as palavras "fazer amor" causou um arrepio na espinha dela. "É prerrogativa da mulher mudar de ideia, chérie? "Ele disse levemente, estendendo a mão para levantar o queixo dela quando ela se recusou a olhar para ele. - Ribeca, a paciência não está entre minhas melhores virtudes. Eu a apressei, mas agora entendo que você não estava pronta para explorar a forte atração que existe entre nós", ele murmurou.
Ribeca o encarou sem palavras, fascinada pelas manchas douradas em seus olhos verdes. Olhos de gato, predatórios, pensou ela, enquanto olhava para a boca de Frank e se lembrava do quanto havia gostado de ser beijada por ele.
Ela esperava que ele o fizesse novamente, queria isso com todo o seu ser e gemeu quando ele tocou seu lábio inferior com uma carícia sensual do polegar. Ela se perguntou se ele sabia o quanto ela desejava sua boca em vez de seu dedo....
O brilho voluptuoso nos olhos dele a avisou que Frank sabia muito bem, e ela precisou de toda a sua força de vontade para se afastar.
- Suponho que você voltará para a França em breve? - ele observou com uma voz fraca.
Ele voltará à sua vida de playboy, viajará pelo mundo e ela nunca mais o verá... nunca mais... Quando Frank assentiu, Ribeca se perguntou por que ela se sentia tão terrivelmente desapontada e triste... como se estivesse prestes a perder metade de sua alma, de seu coração.
-E agora que o casamento foi realizado, suponho que você vai voltar para Londres? -
- Sim, mas não imediatamente. Vou visitar minha irmã, que mora um pouco mais ao norte. E, além disso, essa parte de Kent é tão bonita.... Eu gostaria de visitar o Hever Castle. Não sei se você já esteve lá? O jardim italiano deles é absolutamente lindo. E prometi a Jeremiah que iria a Mitford Hall para discutir seus planos para a casa. -
- Você não acha que ele estará ocupado? - perguntou Frank secamente. - Eu sei que muitos de seus parentes são seus convidados. -
"Oh, eles estão indo embora hoje e Harper vai passar alguns dias com amigos na Cornualha", explicou Ribeca alegremente. - Jeremiah vai ficar sozinho, então talvez ele queira companhia. -
A raiva atacou todas as partes de seu corpo e Frank se enrijeceu. Afinal de contas, parecia que ela não tinha passado a noite com Jeremiah, mas ainda estava tentando entrar na vida dele.
Ele forçou um sorriso, satisfeito com o leve rubor nas bochechas de Ribeca. Ela podia estar de olho na fortuna do conde, mas ele não era tão indiferente a ela quanto ela queria que ele acreditasse.
- Não conheço bem essa parte da Inglaterra, mas me parece um lugar muito bonito, do jeito que você acabou de descrevê-lo, e estou curiosa sobre esse jardim... estilo italiano. Além da França, meu país favorito é a Itália. -
- Sério? - exclamou ela. - Que coincidência... Eu também... -
- Então vou fazer um acordo com você, Ribeca - sugeriu Frank com uma voz grossa e sensual. - Você me leva para ver o castelo e, em troca, eu lhe pago um jantar. -
"Mas... eu pensei que... eu tinha que voltar para a França", gaguejou ela, tentando desesperadamente conter sua excitação com a ideia de passar o dia inteiro com ele.
- Inicialmente, essa era a minha intenção", ela assentiu, "no entanto, algo me fez mudar de ideia... ou talvez eu devesse dizer alguém. -
- Eu entendo... -
Ribeca tentou parecer indiferente, mas falhou miseravelmente. A tensão sexual latente se acendeu e Frank a olhou intensamente nos olhos, como se a desafiasse a negar que queria estar com ele.
Ele era um mulherengo inveterado e ela devia estar louca se achasse que conseguiria mantê-lo por pelo menos cinco minutos, pensou. Mas ele também era o homem mais bonito que ela já havia conhecido em sua vida e ela não tinha forças para resistir a ele.
- Bem, nesse caso, ficarei feliz em mostrar a você a cidade. -
Horas depois, Ribeca se deitou na cama e olhou para o teto, com um sorriso nos lábios. A imagem de Frank havia preenchido seu cérebro, deixando pouco ou nenhum espaço para qualquer outra coisa. Tudo o que ela precisava fazer era fechar os olhos e ele se materializava ali, diante dela, em todo o seu esplendor....
Na noite anterior, ela havia retornado ao quarto com a certeza de não sucumbir aos encantos dele, de não ceder à tentação.... Mas agora, depois de ter passado um dia inteiro com ele, sua confiança e determinação de não dormir com um homem que ela não conhecia se dissiparam.
Ela havia passado algumas horas mágicas na companhia dele. O Castelo de Hever, o lugar que Ana Bolena chamava de lar, era um lugar verdadeiramente romântico, cercado por um amplo fosso e jardins absolutamente magníficos.
Depois disso, eles decidiram dar uma volta de carro para admirar a paisagem. O carro de Frank, muito rápido e esportivo, não era o meio de transporte preferido de Ribeca. Mas ele a tranquilizou, prometendo-lhe que não iria muito mais devagar do que o normal...
Só para ela...