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Capítulo 9

Tomei um gole de cerveja e continuei minha pesquisa.

Ele nem se lembrava do nome completo.

Ela me disse para chamá-la de Hay.

Lembro-me de me divertir muito dizendo a ela toda vez que a via: Ei, Hay! -

Ela ficava irritada toda vez que ele dizia isso e sorria com sua expressão divertida. Mas um abraço e um 'sinto muito' foram suficientes para ele relaxar em meus braços.

Eu adorava tê-la em meus braços.

Eu sorri com o pensamento.

Você não sabe o quanto sinto sua falta, Hay.

AVISO IMPORTANTE NO FINAL DO CAPÍTULO.

Eu queria gritar o que senti

mas fiquei em silêncio

por medo de não ser compreendido.

-Charles Bukowski

O ponto de vista de Karla

Fiquei trancado em meu escritório por dias tentando encontrá-la, mas toda vez que parecia ter encontrado algo sobre ela, estraguei tudo e saí de mãos vazias.

Ele começou a ter um temperamento ruim. Neste momento nem mesmo Allyson estava me ajudando a relaxar.

Outro dia quase joguei algo nele porque estava nervoso, mas felizmente Richard interveio e, para me acalmar e me reconectar com a realidade, esta noite ele me forçou a sair para jantar com ele.

Oohh, que gays fofos e inocentes! E para onde isso o levará a seguir? Em um parque de diversões e ele até compra um ursinho de pelúcia e algodão doce para você? E então ele até te dá um beijo de boa noite?

Cale a boca, pelo menos uma vez!

Fui até o quarto de Richard para tentar, no último minuto, fazê-lo mudar de ideia. Entrei sem bater e o encontrei na frente do espelho com a intenção de arrumar seus cabelos rebeldes.

— Escute Richard, eu..... — Tentei contar a ele, mas ele imediatamente me interrompeu, me olhando furiosamente.

— Não tente dizer que não quer sair porque eu juro pelas minhas bolas que vou cortar o seu. —Ele me disse enquanto começava a se acalmar novamente.

—Tudo bem, mas poderíamos pelo menos ir a um pub? Preciso de uma bebida para relaxar! — Eu disse a ele quase implorando.

—Há três dias você bebeu cerveja e a única coisa que conseguiu foi ter a porta do seu escritório destruída com as próprias mãos. —Ele me disse colocando uma jaqueta.

—Então agora vamos comer em algum lugar chique! —Ele continuou com entusiasmo.

Algo estava acontecendo, ele tinha certeza disso!

Eu o deixei passar e o segui até seu carro.

Só quando entrei no carro e ele ligou, a toda velocidade, só então me deu a notícia que me deu vontade de estrangulá-lo e jogar seu corpo no esgoto.

— Ah, de qualquer forma Elisabeth e sua amiga também estão vindo e nós mesmos temos que ir procurá-los. Desculpe por não ter te contado antes, amigo. —Ele me disse com um sorriso arrogante.

Droga, me desculpe, cara.

*****

O ponto de vista de Heitor

Já se passaram alguns dias desde o aniversário e, nesse período, raramente saí de casa por causa daquelas mensagens que me aterrorizaram.

A única vez que saía era para ir trabalhar no bar e mesmo lá me sentia constantemente vigiado.

Assim que chegava em casa, eu verificava de cima a baixo para ver se havia alguém ou alguma coisa lá.

Eu estava ficando paranóico, sabia disso, mas não conseguia nem imaginar reviver aquele pesadelo.

Elisabeth entendeu que havia algo por trás disso.

Ele tentou diversas vezes extorquir dinheiro da minha boca para explicar por que eu estava me comportando assim, mas nunca conseguiu.

Ele havia tentado várias vezes convencê-lo a sair com ela, até mesmo para fazer compras, mas nunca conseguiu,

pelo menos até hoje.

Elisabeth me forçou a sair para jantar com ela e o namorado.

Que bonito! Um jantar romântico entre os dois... e depois tem você que sempre estraga tudo! Mas não podemos trazer o garoto fofo com ele para que ele possa ficar comigo?

Esperemos que Karla não esteja lá e Elisabeth não tenha me contado outra mentira, caso contrário, este é o momento certo para matá-la!

Você sabe como ela é, então podemos apostar que o mocinho também estará lá. Bom para mim!

Mas não para mim!

Comecei a me arrumar algumas horas antes.

Tomei um bom banho quente para relaxar. Lavei cuidadosamente meus longos cabelos escuros e assim que saí do banho sequei-os com uma toalha. Dessa vez sequei, resolvi deixar ao natural, sem alisar ou enrolar.

Ela estava com maquiagem leve, apenas um pouco de rímel nos cílios e batom vermelho nos lábios.

Satisfeita com meu trabalho, fui até meu guarda-roupa decidir o que vestir.

Tirei várias roupas de várias cores e formatos.

No final optei por um vestido curto cinza de um ombro só e com uma pequena fenda no lado esquerdo.

Nos pés usei um par de salto prateado.

Peguei minha bolsa e coloquei meu celular e as chaves de casa dentro.

Fui em direção à sala da casa para ver se Elisabeth estava pronta para ir embora, mas em vez de encontrá-la, encontrei Richard sentado confortavelmente no sofá e....adivinha,adivinha...Ao lado dele estava a mensagem idiota de Karla o celular dela.

Limpei a garganta para chamar a atenção deles, mas um barulho grotesco saiu.

—Você tem gorilas nesta casa? — Aquele bom menino da Karla me perguntou com um sorriso arrogante no rosto.

— Não, mas aparentemente um gorila veio nos visitar hoje e, vejam só, estou falando com ele agora mesmo! — falei para ele com o mesmo sorriso no rosto que ele havia me dado.

— Uhhhh! Isso é quente, cara! Richard gritou com ele, zombando dele, enquanto Karla continuava olhando para mim, dessa vez com um sorriso sincero no rosto.

Que estranho, pensei que ele iria ficar com raiva e atirar na testa de alguém.

- Aqui estou! Estou pronto! Vamos! —Elisabeth gritou com sua voz estridente, por toda a casa. Assim que nos viu na sala, ele parou.

— Ah, hum... Eu não sabia que você viria também, Karla. —Elisabeth disse olhando para ele, e então movendo seu olhar em minha direção.

Eu te disse!

Ok, você estava certo.

Bem, agora agradeça a ele por convidar esta linda criatura também!

Esqueça!

Olhei para Elisabeth, fazendo-a se sentir desconfortável.

- Mas por que não?! Se foi você quem…” Richard tentou dizer, mas Elisabeth imediatamente se lançou em seus braços e o beijou até ele ficar sem fôlego. Assim que ela se separou de seus lábios, ele olhou para ela surpreso, ainda sem conseguir entender o gesto que Elisabeth acabara de fazer.

Na verdade, todos nós olhamos para ela estupefatos.

- O que está acontecendo? Agora não consigo nem beijar meu namorado? —Elisabeth disse olhando para nós um por um.

Richard estremeceu um pouco ao ouvir as palavras meu namorado saírem da boca de Elisabeth, mas tentou não demonstrar.

- Vamos vamos! Vamos comer! - Eli continuou dizendo.

Ela caminhou em direção à porta da frente e a abriu, saindo seguida por todos nós.

A viagem de carro foi bastante longa devido ao silêncio constrangedor que se formou entre nós.

Elisabeth às vezes tentava chamar nossa atenção fazendo perguntas estúpidas como: Como estará o tempo amanhã? Na sua opinião, o que veio primeiro, o ovo ou a galinha? O que você acha do aquecimento global?

Nenhum de nós respondeu, mas ela continuou fazendo perguntas e mais perguntas, tentando em vão nos fazer conversar.

Felizmente, chegamos ao restaurante logo depois que ela começou a falar sobre por que achava que Plutão deveria ser considerado um planeta.

O restaurante chamava-se Marco Polo, e pelo nome dava para entender que ali se preparava comida italiana.

Por dentro tudo era muito bonito e aconchegante. As mesas eram de madeira escura, assim como as cadeiras.

Várias fotografias penduradas nas paredes representando diversas cidades da Itália, como Veneza e Roma.

Um garçom se aproximou de nós e perguntou se tínhamos reserva.

— Sim, reservei com o nome de Richard Davis. —Ele disse ao garçom, que revisou a lista e nos levou até a nossa mesa.

O restaurante estava bastante cheio e eu sempre tinha a sensação de que alguém estava me observando.

- Senhora. —Karla me disse, puxando uma cadeira e apontando para ela com o braço.

Me aproximei dele lentamente e assim que tive vontade de sentar em cima dele, ele o empurrou e sentou, enquanto eu quase acabei com a bunda no chão.

Olhei para ele enquanto arrumava meu vestido e ele riu.

Fui para o outro lado da mesa e sentei ao lado da Elisabeth que estava rindo junto com aquela idiota da Karla.

Olhei em volta irritado e percebi que o restaurante agora estava cheio de gente comendo ou esperando pelos pratos.

Alguns, porém, esperaram que algumas mesas ficassem livres e depois as ocuparam.

Virei-me para a nossa mesa e encontrei Elisabeth e Richard conversando, ignorando completamente o outro garoto que estava brincando com os talheres e pensando em alguma coisa.

O garçom veio anotar nossos pedidos e, assim que terminou, foi em direção ao que presumi ser a cozinha.

— Então... — Tentei chamar a atenção de Karla enquanto ela estava parada na minha frente. - Diga-me algo sobre você! — continuei quando ele já estava com sua atenção voltada para mim.

- O que você gostaria de saber? — ele me perguntou, finalmente deixando os talheres.

— Não sei... por exemplo... Quais são seus hobbies, além de matar pessoas e correr pelas ruas? — perguntei a ele, realmente interessado em saber mais sobre ele. Esperando pela resposta dele, comecei a mordiscar o pão.

— Eu gosto de fazer sexo! —Ele disse calmamente, me fazendo cuspir o que tinha na boca no prato de surpresa. Por sorte ninguém notou ele, exceto ele que continuou dizendo em tom engraçado: - E eu também sou talentoso. Se quiser mais tarde você pode vir até minha casa e testar minhas habilidades. — Terminando tudo com uma piscadela.

Surpreendentemente, senti minhas bochechas queimando com a última frase que ele disse. Tentei responder, mas apenas palavras incoerentes saíram da minha boca.

Karla, como esperado, começou a rir da minha reação.

-Eu estava brincando! —Ele disse entre risadas. Olhei para ele e depois de um tempo ele parou de rir ao notar minha expressão séria e bufou.

- Bem então! Deixa eu pensar.... Bom, quando eu ainda era pequeno e estava indo para a escola, eu era muito bom em matemática e também gostava dela como matéria, então sempre dizia que quando crescesse seria professor de matemática ou , dada a minha paixão por carros, um piloto de corridas. —Ele disse me dando um sorriso sincero, mas o que ele disse me fez tudo menos sorrir.

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