Resumo
Esta é a história de uma garota que nunca viu a felicidade em sua vida, que sempre viveu nas sombras, na dor e que faz tudo o que pode para esquecer. Mas talvez graças a Karla, um garoto sombrio, misterioso e perigoso, amante do risco e da adrenalina, com um passado difícil de esquecer, tudo isso possa mudar e ela possa finalmente sair da escuridão em que foi absorvida. Ela é uma garota com uma alma destruída pelo passado. Ele é o líder de uma das gangues mais perigosas, a Blacks Dragons, com um passado horrível. Mas e se os dois tivessem algo em comum, e isso fosse algo de seu passado, de seu pesadelo? Será que eles poderiam seguir em frente juntos e finalmente serem felizes? - Ela pegou minha mão e me levou para ver como é a felicidade. - O amor é um belo tipo de dor -
Capítulo 1
Música comovente, álcool, luzes psicodélicas, gente lotada dançando: tudo que caracterizava uma festa em uma boate do Brooklyn.
Tudo o que ele amava, principalmente dançar.
Pena que não consegui.
Eu estava em um desses lugares, claro, mas em vez de enlouquecer como a maioria das pessoas que estavam no Light Blue, tive que aturar os bêbados reclamantes que flertavam descaradamente comigo e com meus companheiros. , meu chefe que não ficava feliz se eu não enlouquecesse, e as crianças que pediam bebidas alcoólicas pensando que eram legais, quando não sabiam que suas doses de vodca eram compostas por% de água.
Caso você ainda não tenha esclarecido, eu era bartender no —Light Blue—, um dos clubes mais famosos e populares de todo o Brooklyn.
Na verdade, não escolhi livremente trabalhar aqui. Eu preferia estar do outro lado do bar dançando e me embebedando para esquecer minha vida por um tempo,
como todos. Mas no final Elisabeth me convenceu dizendo que nos divertiríamos trabalhando lado a lado.
Sim, claro, claro! Não acho graça nenhuma ver outras pessoas soltas ou limpar a bagunça que os bêbados deixaram na varanda no final da noite. Mas pelo menos eu estava fazendo alguma coisa e não ficava em casa sozinha à noite pensando e deprimida assistindo aos chorosos, tentando evitar as nem sempre bem-vindas ligações e visitas de Eli ao meu quarto, que sempre tentava me animar. e me peça para fazer algo diferente.
Às vezes Elisabeth, minha única amiga, me fazia perguntas tentando descobrir o motivo de eu estar sempre tão distante dos outros e de não me deixar levar pelas pessoas. Eu sempre tentava desviar a conversa ou responder com - não tem motivo específico, é o meu caráter - e ela o deixava em paz porque já sabia que eu não diria nada. Eu ainda não estava pronto e não sabia se algum dia estaria. Às vezes eu sentia pena dela porque sabia que isso a fazia se sentir mal, mas não podia mais confiar em ninguém.
-Hector ! Hector! -
Elisabeth me chamou, correndo em minha direção sem fôlego e com os cabelos desgrenhados como se tivesse acabado de correr a maratona de Nova York, que seria realizada em poucos dias.
Esperei em silêncio que ela se recuperasse um pouco e respondesse à minha pergunta: o que aconteceu para deixá-la tão agitada?
— Eles… Eles acabaram de… chegar… o… o… —
Ele disse ainda ofegante e respirando com dificuldade.
—Quem Eli? Quem acabou de chegar? -
Perguntei colocando minhas mãos em seus ombros para acalmá-la. Elisabeth colocou o cabelo loiro atrás da orelha e respirou fundo para se acalmar.
—Os Dragões Negros! Os Dragões Negros chegaram! -
Meu coração parou quando ouvi essas palavras. Ele sabia o que significava quando eles chegaram e todas as pessoas presentes que os viram entrar e abriram espaço para eles passarem também.
Quando havia Dragões Negros por perto, isso significava que havia brigas, roubos e até assassinatos no horizonte.
Os Black Dragons eram a gangue mais perigosa de todo o Brooklyn e sua líder Karla James era o cara mais temido e sem escrúpulos que você poderia encontrar.
As pessoas, principalmente as meninas, diziam que ele era obviamente um mulherengo e poderia fazer qualquer um cair a seus pés. Bem, o que posso dizer, bom para ele!
Eu gostaria de ter esse poder também. Os únicos homens que caem aos meus pés são bêbados mortos nos fins de semana.
À medida que os Dragões Negros avançavam, as pessoas ao nosso redor tornaram-se cada vez mais conscientes da situação em que nos encontrávamos.
Algo tinha que acontecer esta tarde, tinham que fazer algum estrago ou cobrar, sem muita delicadeza, algum dinheiro de alguém. Caso contrário, eles não teriam se conhecido ali mesmo no —Light Blue—.
- Olhe só! Quão legal é isso! -
Algumas garotas sussurravam a poucos metros de mim, além do balcão de madeira escura, apontando para o garoto de cabelos escuros e corpulento que parecia liderar todo o grupo.
—Ele pode ser implacável, mas é um sonho erótico vivo. -- Lindo! -
Outras meninas bêbadas gritaram sem a menor vergonha de serem ouvidas pelo interessado. Mas nem foi Justin Bieber, ah!
- Ei você, morena! Faça-me um mojito. — Alguém exclamou, me fazendo desviar o olhar daquelas garotas com hormônios malucos que levantavam saias ou shorts para serem notadas. Não deixe que eles escondam do nosso amigo que tipo de calcinha eles estão usando!
Virei-me para aquela voz e a primeira coisa que notei foram olhos azuis como o mar me olhando com malícia e atenção.
O garoto de quem se tratava.
— Morettina, você pode nos ouvir? Eu quero um Mojito, agora! — exclamaram olhos claros, enfatizando mais a última palavra com uma expressão um pouco irritada. Quão pouca paciência.
Decidi não me deixar levar. Eu não me importava com quem estava na minha frente, de qual gangue eles faziam parte, eu estava seguro dentro da boate... certo? Ou pelo menos eu esperava que sim... pensei.
— ° Eu tenho um nome — disse a ele, apontando para a etiqueta da camisa que dizia 'Heitor' — e ° mesmo que você não consiga ler o nome daquela distância, e nesse caso recomendo uma visita ao Estou oftalmologista, não precisa me chamar de morena Você entende, moreninha? Ou também precisa de consulta com médico otorrinolaringologista? -
Houve um silêncio repentino ao meu redor e todos estavam olhando para nós, principalmente para mim, com a boca bem aberta e os olhos cheios de terror. Ok, eu entendo que eles não esperavam tal resposta em relação a um dos Dragões Negros, mas a reação parece muito exagerada para mim.
Será que acidentalmente fiquei com uma espinha no rosto e não percebi?
O menino, entretanto, continuou a examinar meu rosto, como se me estudasse ou quisesse ler dentro de mim.
- Você não sabe quem eu sou de verdade? —Ele me perguntou com uma sobrancelha levantada.
- Eu deveria? — respondi sarcasticamente, tentando não desviar o olhar. Agora que olhei mais de perto, ele tinha um rosto familiar, mas não conseguia me lembrar onde o tinha visto antes.
—Claro que você não sabe. Caso contrário, você não teria me respondido dessa maneira. ——Você pensa demais, querido.— Eu queria responder, mas me contive.
Eu ainda não conseguia entender as palavras desse cara na minha frente.
E então ele disse esse nome.
Aquele nome que ninguém gostaria de ouvir da boca do interessado.
O nome da pessoa que ninguém gostaria de conhecer.
—Eu sou Karla James. E agora me sirva minha bebida, morena. — Ele disse enfatizando o apelido absurdo que tinha me dado e me dando uma piscadela que segundo ele, ou talvez segundo todos, faria todas as meninas desmaiarem e gozarem ao mesmo tempo, menos eu.
Bom começo de noite, muito bem Heitor!
*****
Exatamente horas se passaram desde meu encontro próximo com Karla James e durante todo esse tempo, eu esperava não ter me metido em problemas.
Daquele momento em diante ele não o viu mais e nem mesmo voltou a ver seus amigos. Tudo estava muito quieto.
As pessoas pareciam ter se recuperado daquele momento de choque inicial ao ver os Black Dragons neste mesmo local, e estavam se soltando novamente na pista de dança ao ritmo de alguma música comercial do momento.
-Hector ! Hector! — Revirei os olhos porque conhecia perfeitamente aquela voz rouca: era a do meu simpático chefe.
Na verdade, me pareceu muito incomum que ele ainda não tivesse gritado algumas ordens para mim.
— HeitorNN! — Ela continuou gritando como uma dona de casa desesperada.
- Pare de gritar! Olha, eu ainda ouço você. — respondi, tentando silenciá-lo um pouco já que ele havia chamado a atenção de alguns clientes, decididos a beber em frente à varanda, em nossa direção.
— Não fale assim comigo de novo, lembre-se que ainda sou seu chefe! — Infelizmente minha consciência acrescentou. —E de qualquer forma temos que ir tirar o lixo. —Acrescentou com um sorriso, pensando que estava sendo muito inteligente e astuto ao me confiar essa tarefa.
- Mas porque eu? Lá está Jake, que está deitado naquele sofá há meia hora dormindo e quero dizer literalmente dormindo, olhe para ele! — eu disse a ele, apontando para o preguiçoso que eu invejava até a morte naquele momento. Mas aí eu me pergunto, como ele consegue dormir com esse barulho?
- Eu o demiti. —Ele respondeu sem parar para olhar para o menino.
—Mas ele ainda está de uniforme! — respondi olhando para ele mais de perto.
—Bem, considere-o demitido de agora em diante! —E com isso dirigiu-se para o sofá onde estava a pessoa em questão. Continuei observando a cena por mais alguns minutos e o que aconteceu a seguir teria feito qualquer pessoa normal rir de tanto rir. Meu chefe, Devis, acordou-o gentilmente, ou pelo menos tentou, batendo na cabeça dele e gritando uma série de insultos que iam de não fazer nada a idiota.
O bom é que Jake não tinha intenção de acordar e continuou dormindo pacificamente com a boca aberta, o que deixou Devis ainda mais louco.
Depois de presenciar essa cena hilária, resolvi juntar todas as minhas forças e os sacos de lixo que estavam ao lado da saída que dava para os fundos, e finalmente ir jogá-los fora para poder voltar e terminar o trabalho que me foi dado, que o abençoado já havia chegado.
Assim que saí pela porta dos fundos, fui até a lixeira para jogar fora essas sacolas abençoadas e, quando terminei, ouvi vários gemidos.
Ele tinha certeza de que eram de um homem e pareciam vir do outro lado do beco escuro, iluminado apenas por alguns postes de luz no final da rua. Tiros também foram adicionados a estes. Virei-me em direção aos sons e me aproximei cautelosamente para ver melhor o que estava acontecendo, se algum bêbado precisava de ajuda, mas o que vi me fez parar no meio do caminho. Meu coração de repente começou a bater mais rápido, principalmente quando aquelas pessoas notaram minha presença, e pelo olhar deles entendi que não era bem-vindo.
Que pensaste? Que te receberiam com chá e bolo quando já estão ocupados espancando aquele pobre garoto? Ou que estenderam o tapete vermelho para você e caíram aos seus pés?
Disse minha consciência muito boa.
Mais gentil que você, com certeza!
Fique quieto! Que somos a mesma pessoa e que vocês até se insultam!
Você sabe que voltarei de qualquer maneira!
Infelizmente eu sei.
Eu estava tão ocupado discutindo com minha consciência que não percebi como a situação havia mudado em poucos momentos diante dos meus olhos:
O menino que havia sido ferido antes estava agora deitado sem vida no chão,
As duas pessoas que anteriormente estavam em Lo bateram nele e agora aproximavam-se rapidamente de mim e uma delas apontava-me uma arma.
- Bom Bom bom. Olha quem temos aqui, Richard, o cara de cabelos escuros do bar. — Aquela voz que, depois do incômodo inicial, eu reconheceria entre mil, aquele apelido que só uma pessoa me deu em toda a minha existência e aqueles inconfundíveis olhos azuis que me olhavam com maldade e sem piedade.
Era Karla James.
O ponto de vista de Karla
Eu estava tentando cobrar o dinheiro que aquele idiota do Luke me devia quando aquela morena veio estragar todos os meus planos, então, já cansado de ouvir desculpas daquela loira, eu o matei. Aquele idiota não tinha mais utilidade para mim. Ele havia cometido muitos erros e erros e estava insatisfeito com o fato de estar sempre atrasado nos pagamentos.
Acordei dos meus pensamentos e fui em direção à garota tagarela que, aparentemente, gostava muito de se meter em encrencas.
Uma vez na frente dela, apontei minha arma para seu rosto.
Linda, eu diria.
Não, horrível.
Sim, claro que não, o seu é horrível.
Não atrapalhe agora, consciência estúpida. Depois
Depois de finalmente silenciar minha consciência, concentrei-me nisso.
Ela não parecia nem um pouco assustada com a arma. Eu só conseguia ler uma emoção em seus olhos: indiferença completa e absoluta.
Como se todos os dias ela tivesse que enfrentar um homem que queria matá-la com uma arma.
Tudo isso me deixou tão surpreso que nem percebi no momento em que abaixei um pouco a mão. No entanto, ao contrário da maioria das pessoas, ela não se moveu nem um centímetro. Seus olhos estavam vazios e ausentes, como se ela estivesse imersa em pensamentos.
Tudo isso era um absurdo.
Nunca tinha visto uma pessoa, principalmente uma menina, que ficasse indiferente a uma arma como se ela não fosse nada e, além do mais, quando teve oportunidade, não fugiu.
—Por que você não foge? — perguntei curiosamente, tentando descobrir dentro de sua mente o que havia de tão errado.
- Eu deveria? —Ele respondeu com a mesma pergunta do bar.
- Bom, eu acho. Eu te deixei livre, é melhor você ir embora para não morrer esta noite. — respondi obviamente, mas ela, mais uma vez, não pareceu se mover um centímetro.
— Morrer seria minha última preocupação neste momento. —Ele respondeu com uma voz monótona e distante, fazendo minha pele arrepiar.
-Que tem em mente? — Fiz a ele a única pergunta que me veio à cabeça naquele momento.
Mas o que há de errado com essa garota?
— Muito provavelmente o que você não tem, cérebro. -Estrondo
! para você meu amigo. Vejo que você está sempre ao meu lado.