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CAPÍTULO 1

- Acalme-se, - minha colega de quarto, Beth, disse enquanto me observava andar para frente e para trás em nossa sala de estar. Eu estava andando de um lado para o outro por trinta minutos agora, nervosa e ansiosa. - Você vai arrasar nessa entrevista, - acrescentou ela com um sorriso encorajador. Eu lancei um olhar para ela.

- Não é uma entrevista qualquer!

Corri minha mão pelo meu cabelo em frustração.

- Você vai ser entrevistada por Deus?

Sua pergunta me fez olhar para ela como se ela fosse louca. Bem, claramente ela estava louca se estava dizendo uma coisa dessas.

Ela não poderia saber como eu estava me sentindo sobre esta entrevista.

Tudo dependia daquilo.

- Não, mas vou ser entrevistada por um homem muito poderoso, - eu a lembrei.

Mason Campbell era um dos homens mais poderosos da Inglaterra que sà do mundo. Ninguém gostava de admitir, mas ele era ainda mais poderoso do que a Rainha.

Mesmo tão jovem, ele adquiriu mais dinheiro do que qualquer um. Ele havia construído várias empresas em todo o mundo que tinham cerca de mil trabalhadores. Ele era temido em todo o país porque era frio e assustador. Mason Campbell era um homem que ria da morte. Ele vivia por suas próprias regras.

Eu tinha ouvido homens se encolherem diante de seu olhar intenso e, com isso, quis dizer homens com grande poder. Eu também tinha ouvido falar que ele poderia fazer qualquer um desaparecer e nunca mais ser encontrado. Esse pensamento me apavorou o suficiente.

-Por que você não escolheu outro lugar para trabalhar? - Beth perguntou.

- Dizem que o que acontece lá dentro é assustador. Eu também ouvi dizer que seu olhar frio pode quebrar uma pedra, e a terra tremer com sua raiva.

- Eu não me importaria de ver isso,

- respondi, tentando amenizar a situação em que me coloquei.

- Essa visão iria arruiná-lo com certeza. - Ela parecia tão certa. Eu levantei meu queixo.

- Seria intrigante, no entanto...

- Sim. - ela me cortou e concordou com um aceno de cabeça, então presumiu sorrir divertidamente. - Mas você vai sentir o contrário se os olhos dele te ferirem. Eu queria rir daquilo, mas estava muito nervosa por conta do dia seguinte. Eu não tinha ideia de onde Beth tirou esses rumores, embora eu tivesse que concordar que seus olhos eram assustadores, eu não acho que ele poderia assar ninguém com eles.

As pessoas são muito dramáticas às vezes.

- Ahh Pfvr, - eu descartei a possibilidade. - Isso é apenas um boato, Beth. Ela sustentou meu olhar.

- Rumores às vezes são verdadeiros.

Eu lutei contra a vontade de me contorcer sob seu olhar.

- Ouvi dizer que ele trata a todos como seus inimigos... até mesmo seus funcionários. Isso fez meus nervos dispararem. Tratando seus funcionários como seus inimigos? Como assim? Eu não sabia se ela estava sendo sincera ou não. Eu lancei um olhar estreito para ela.

- Ele é maluco, eu sei.

- Mais uma razão para você considerar trabalhar em outro lugar. - Ela agarrou minhas mãos nas dela, então me soltou para cruzar os braços sobre o peito.

- Você tem certeza de que vou conseguir o emprego? Muitas pessoas queriam trabalhar na Indústria Campbell e muitas outras seriam entrevistadas. Apenas um de nós seria capaz de conseguir o emprego, e duvido seriamente que fosse eu. Algumas das garotas estavam atrás dele, não do trabalho.

- 0 por cento de certeza. - Beth riu, ganhando um olhar furioso de mim.

- Não consigo ver nada de bom em você trabalhando lá. Esse lugar não é

nada além de aterrorizante. Está cheio de pessoas arrogantes. - Mason Campbell torna aquele lugar frio e proibido.

- Nenhum lugar é proibido.

- eu disse, puxando o travesseiro

para mais perto do meu peito.

- Mas dizem que o lugar ecoa choros.

- Sabe. - Beth olhou para mim com seu olhar esmeralda penetrante. - Eu adoraria estar lá amanhã apenas para ver você se encolher de medo na presença dele. - ela terminou com uma risada.

- Cale-se. - Eu sorri, jogando o travesseiro nela. - Eu não vou

me encolher. Eu não estou com medo.

Ela ergueu uma sobrancelha desafiadora.

- Ah, sério? Você nunca esteve na presença dele antes. Você não sabe como seria. Nervosa e com muito desconforto, pensei, mordendo o lábio.

- Se eu chegar em casa chorando, você nem deveria se surpreender.

- Vou preparar o lenço.

- Vai sonhando, vadia.

- Eu olhei de brincadeira para ela.

Seu sorriso desapareceu e ela olhou séria para mim.

- Você vai se sair bem na entrevista, Lauren. Seu currículo é ótimo. Tenho certeza que você será escolhida entre centenas de pessoas. Eu sorri fracamente.

- Espero que sim.

Sim, porque era o único trabalho que pagava bem. Eu seria capaz de pagar as contas médicas de meu pai e seu tratamento.

Eu poderia fazer muito mais com o dinheiro. Mas o tratamento médico do meu pai era a única coisa que me

preocupava. Ele tinha câncer em estágio quatro, o que foi um golpe quando me contou pela primeira vez.

Ele foi a única pessoa que sobrou depois que minha mãe nos deixou quando eu tinha dez anos.

Ainda dói quando penso nisso.

Papai teve que enfrentar muitas coisas para me criar e era a minha vez de cuidar dele. A manhã chegou mais cedo do que eu esperava. Eu estava acordada desde as seis da manhã, me preparando. A entrevista era às sete e meia e eu queria estar lá às sete.

Eu gemi enquanto rastejei para fora da cama e cambaleei sonolenta para o banheiro.

Lavei o rosto, e os benefícios foram nulos, e não menos grogue, escovei os dentes antes de tomar um banho.

Levei dez minutos para ficar pronta.

Endireitei minha coluna e alisei minha saia cinza surrada que chegava aos joelhos. Minha blusa azul clara estava enfiada dentro da minha saia.

Minhas bochechas estavam rosadas, desencadeando um brilho nos meus olhos castanhos.

As orbes inclinavam-se ligeiramente para cima e eram repletas de cílios.

Amarrei meu cabelo castanho em um rabo de cavalo, bem alinhado para que não se souta-se. Eu esperava parecer sofisticada o suficiente para a entrevista.

Não gostava de usar maquiagem, então fui em frente com meu look natural.

Eu só tinha aplicado batom nude. Usei os velhos saltos pretos que havia comprado há dois anos.

Sabendo que Beth ainda estaria dormindo, deixei um bilhete para

ela antes de pegar minha bolsa, saindo de nosso apartamento.

Londres estava muito fria e, como todos os meus casacos estavam muito gastos, não pude usar nenhum.

Eu queria ter uma boa aparência, não queria ser desprezada.

Peguei um táxi e quando disse a ele onde ele me levaria, ele pareceu chocado.

Ele me perguntou novamente para onde me levaria e eu disse a ele o endereço.

- Tem certeza de que é para onde quer ir, senhora? - ele perguntou, inseguro de si mesmo.

- Sim, - eu disse, ficando irritada.

Ele não disse nada depois, mas eu ocasionalmente o pegava olhando para mim pelo espelho retrovisor como se ele não pudesse acreditar que eu estava indo para um lugar daqueles.

Ele parou o carro em frente à Indústria Campbell e, quando eu

estava prestes a perguntar por que ele não me deixava perto do

prédio, ele disse: - Desculpe, senhora, mas nenhum táxi é

permitido perto do prédio. Eu tenho que te deixar aqui.

Minha boca se transformou em um,

- O. - balançando a cabeça em descrença. Saí e reajustei minha blusa.

Se alguém pudesse parar e me observar, veria o nervosismo escorrendo de mim.

Olhei a Indústria Campbell era um prédio enorme com cerca de sessenta andares.

Era grande, largo e intimidante.

Eu cuidadosamente passei por um guarda na entrada do prédio.

Encontrei muitas pessoas andando por aí com suas roupas caras e

elegantes e me senti constrangida com o que estava vestindo.

Eles pareciam estar no limite, como se estivessem segurando o mundo inteiro em seus ombros.

Eu fui diretamente até a recepcionista nervosa. Ela era uma mulher ruiva, vestida elegantemente com um vestido azul.

Até seu cabelo parecia estar perfeitamente penteado.

Seu rosto estava coberto com o mínimo de maquiagem.

Seus olhos castanhos me mediram, sua expressão era de puro desgosto.

-A cafeteria fica no final da rua, senhora, - disse ela, e insinuou um leve sotaque italiano.

- O que? - Eu perguntei, confusa.

Ela me encarou como se eu fosse um idiota.

- Não é para lá que você quer ir?

- Não. Estou aqui para uma entrevista

Ela ergueu a sobrancelha perfeita, a boca curvando-se em choque.

- Oh? Me medindo novamente, ela estalou a língua antes de encontrar meu olhar novamente. Eu queria dar um soco no rosto dela. Ela não achava que eu pertencia aqui. Como ela ousa!

A recepcionista inspirou dramaticamente antes de esboçar um

sorriso falso.

- Vigésimo andar. Vire à esquerda e você se encontrará entre os que estão aqui para a entrevista. Meus lábios se contraíram. Ela estava insinuando que havia muitas pessoas para a entrevista

e eu não tinha chance de conseguir?

Vaca.

- Obrigada, - disse fechando a cara.

- Boa.. - Ela olhou para mim de cima a baixo, seu rosto virando de cabeça para baixo...- sorte. Eu estava me sentindo um pouco irritada, mas tentei me acalmar caminhei até o elevador.

Esperei alguns segundos antes que ele se abrisse e rapidamente corri para dentro. Antes de fechar, ouvi uma comoção. Uma mulher estava sendo arrastada por um segurança e chorava.

Claramente, ela estava tendo um colapso mental.

- Não! - ela gritou. - Você não pode fazer isso comigo! Trabalho aqui há três anos! Observei enquanto ela tentava lutar contra o segurança. - Eu sou leal! Você não pode fazer isso comigo. O elevador fechou, bloqueando os gritos e berros da mulher. Meu batimento cardíaco acelerou. Tive pena da mulher.

O que quer que ela tenha feito, ela não merecia ser tratada assim.

Ela havia trabalhado por três anos!

Ela merecia um pouco de respeito, pelo menos. Minhas costas bateram na parede e fechei os olhos. Afinal, era uma ideia tão boa? Mas aquele era o único lugar com um bom salário.

Eu estava fazendo isso pelo papai, não deveria pensar duas vezes antes de trabalhar aqui. Trabalhar aqui?! Eu ainda nem tinha o emprego e nem sabia se seria a sortuda.

Fechando meus olhos, eu esperava que aquela entrevista fosse um sucesso.

Eu não podia me dar ao luxo de bagunçar tudo. A vida de papai estava em jogo. Você não pode, Lauren.

Você se sairá muito bem se apenas se acalmar e acreditar em si mesma.

Sim, eu sei que arrasaria nessa entrevista.

- Você não vai descer? - Fiquei assustada com a voz de um homem ao meu lado. Percebi que havia chegado ao vigésimo andar, murmurei um

rápido pedido de desculpas para o homem mais velho de terno cinza

e saí. Toda a esquerda era uma janela enorme e eu encarei a vista incrível de Londres. Estava começando a pegar meu telefone na bolsa para tirar uma foto.Antes que isso pudesse acontecer, eu me lembrei por que estava ali em primeiro lugar. Eu segui as instruções que a recepcionista me disse e ela tinha razão, havia um monte de gente.

Eram tantos que nem conseguia contar. E todos eles usavam roupas bonitas.

Um grupo de meninas olhou para mim e eu as ouvi rir um pouco. O que tinha na minha cara?! Eu queria perguntar.

Olhando para cima, percebi que não paravam de olhar na minha direção e não eram sutis.

Eu desviei o olhar com raiva.

Só porque pareciam mais sexy do que eu e estavam vestidas com roupas melhores, não significava que eu deveria ser tratada dessa forma.

Abri caminho através de toneladas de corpos, tentando encontrar um lugar para sentar.

Eu localizei um no final da sala e caminhei até ele. Mas antes que eu pudesse sentar, um homem chegou antes de mim.

Ele encolheu os ombros para mim e eu o encarei. Virei-me para voltar para onde estava e, antes que percebesse, estava sendo empurrada por corpos em diferentes direções.

Eu me vi sendo empurrada em uma porta prateada e logo que estava dentro dela.

A porta se fechou automaticamente.

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