Prólogo
New York – Quatro anos antes...
ETHAN BORISLAV
Estamos nos direcionando para o The Brothel Empire, local que sempre gosto muito de ir, para satisfação do meu pai e desespero da minha mãe.
Enquanto estou ao lado de Luccas, que mantém seu olhar e os dedos grudados na tela do seu celular, minha atenção está voltada para os dois homens que estão nos bancos da frente do veículo.
Posso ser criança, mas sempre presto a atenção em tudo à minha volta. Faz parte do meu instinto.
— Aconteceu alguma coisa? — pergunta o meu mentor.
— A mesma ladainha de sempre, pois, bastou dizer que Ethan iria para o bordel que Luna, como num estalar de dedos, mudou suas feições.
— Karen não foi diferente, disse que não é um lugar apropriado para uma crianç...
Deixo de prestar a atenção na voz deles ressoavam no ar. A minha mãe não consegue entender que já tenho sete anos, eu não sou mais um bebê e sim o herdeiro do grande Dusan Borislav. Meus pensamentos foram interrompidos assim que o carro parou.
Um clic sutil da porta do carro sendo destravada se fez presente e ao sair do carro, fui correndo em direção ao corredor. Os gritos de Luccas ecoavam a minha volta e só parei ao ficar em frente à porta do lugar que sempre me traz uma sensação inexplicável de paz, “a sala do desespero”.
Horas depois...
— Você não está cansado? — pergunta Luccas.
— Claro que não! — respondo o óbvio.
— Vamos! — diz Boris.
Com passos largos, caminhamos em direção ao escritório do meu pai e no momento que a porta foi aberta, meus olhos foram de encontro à figura alta que estava com ele no ambiente.
— Enzzo, esse é Ethan, meu filho.
Mesmo sabendo de quem se tratava, não entendi o porquê da sua presença, porém, como se tivesse uma bola de cristal, o som da voz do meu pai preencheu o cômodo matando a minha curiosidade.
— A partir de hoje, para firmar o nosso acordo e ter a unificação das duas máfias, Cecília Demisovski está prometida a Ethan Borislav. Juntos, além de unificar as duas maiores organizações, ainda iremos, exterminar, aqueles ratos e ter o controle de seus territórios.
Todos estavam com os olhos lançados em minha direção. Boris sempre diz que sou muito parecido com o meu pai. Ainda não sou tão inteligente quanto ele, mas vou estudar muito e assim me tornar o “Soberano da máfia”.