CAPÍTULO 6
Naquele fim de ano ele achou o réveillon muito chato e sem graça, já que queria muito estar com Paula no Brasil, mas suas condições na época também não o favoreceu, já que seus pais estavam passando por momentos delicados com suas finanças.
Até que ela voltou três dias depois e no que bateu os olhos nela a notou diferente, a Paula que voltou daquela viagem não era mais a extrovertida Paula, e sim uma completa estranha, não tinha mais o sorriso brilhante em seu rosto, vivia com o olhar longe, distraída cada vez mais distante de todo o pessoal, sempre arrumando desculpas para não sair mais com a turma, só querendo ficar no seu notebook nos seus momentos de folga entre uma aula e outra sentada no bancos do imenso jardim da faculdade, sempre pesquisando e procurando por algo que não deixava ninguém saber, pois sempre que alguém se aproximava, ela fechava o notebook as pressas.
Até que dois meses se passaram e ela do nada começou a passar mal com alguns cheiros ou perfume dos amigos no qual juraram estar usando o mesmo de sempre na qual ela nunca havia se incomodado. Foi então que ele começou a estranhar e começou a observá-la com mais atenção e por várias vezes a viu correndo para o banheiro com a mão na boca e segurando o estômago.
Logo ele pesquisou sobre alguma doença com os sintomas e o primeiro o surpreendeu, pois não era uma doença e sim os sintomas de uma mulher grávida.
Logo se entristeceu só em imaginar que sua amada Paula, tivesse se deitado com algum homem que não ele, mas logo viu que também não era nenhum dos rapazes do meio deles, já que ela se afastou de todos, então logo viu que foi desde que ela voltou da viagem ao Brasil, então, percebeu que ela tinha conhecido alguém lá, e se desesperou imaginado que também poderia ter sido abusada de algum modo, como depois de beber, já que lá estava desprotegida, que segundo ela a única conhecida do grupo que foram, era a prima.
Pensando naquilo ele se desesperou imaginando como abordá-la com o assunto, até que ao vê-la sair do banheiro viu que não se sentia bem, imediatamente se ofereceu para levá-la para casa e no caminho parou o carro em uma praça e tomando coragem a abordou com a pergunta direta:
— Paula, eu sei o porquê você está se sentindo mal esses dias! — Viu quando ela o olhou com os olhos espantados, então fez a pergunta:
—Você está grávida? — Se surpreendeu com ela levando as mãos cobrindo o rosto e chorando muito.
Ficou sem saber o que fazer, começou a se tremer todo de nervoso, pois teve a confirmação e ao mesmo tempo sentiu raiva e pena do estado dela.
Pois viu que estava passando por tudo aquilo sozinha, então decidiu engolir sua raiva e ciúme e ser o amigo que ela precisava naquele momento, a abraçou, falando:
—Calma, não fique assim, vai dar tudo certo!
E ali abraçados ele deixei ela chorar até não querer mais, pois precisava desabafar, ficaram dentro do carro por muito tempo, até que ela se afastou agradeceu pelo apoio, contudo, não o falou nada sobre como tudo aconteceu, então ele foi obrigado mais uma vez ser direto e perguntou:
—Quem é o pai, onde ele está?
Você o ama?
Ao ouvi-lo ela olhou para fora pela janela, e respondeu sem olhá-lo, pois estava com vergonha de o encarar.
—Eu não sei quem ele é!
—O que?! Como assim o que aconteceu Paula? Você foi abusa…
—Não, não — ela o interrompeu olhando-o espantada e chorando negou ter sido abusada e o contou o que tinha acontecido na noite de réveillon.
Depois que Paula o contar-lhe tudo, só sabia chorar, pois estava desesperada de como iria ser quando sua mãe e seu padrasto que a criou como filha iria reagir ao saber do quanto foi imprudente a ponto de se entregar a um desconhecido no momento em que se conheceram, e ainda mais sem proteção nenhuma que era o essencial naquelas horas, principalmente com estranhos.
Depois de um tempo confortando-a Orlando falou:
—Pode contar comigo, eu posso ser o pai do seu bebê, se você quiser pode falar para todos que eu sou o pai. E assim nós podemos nos casar e o criaremos juntos! Paula, pensa, assim ninguém precisa saber da sua imprudência com um estranho, e que não sabe nem o nome, dele, se e como você disse que deu seu nome errado a ele, ele também pode ter feito o mesmo! Qual foi o nome que ele deu? Eu posso tentar encontrá-lo se assim você quiser.
—Não, não, isso não importa, eu não quero falar mais sobre ele, esquece tudo isso, eu vou encarar as consequências dos meus atos, eu vou conversar hoje mesmo com minha mãe e meu padrasto, contarei tudo, e vou criar meu filho sozinha. Obrigada pelo seu apoio, mas eu não posso te envolver nisso.
—Mas Paula, deixe-me ajudá-la.
—Não, Orlanda! Eu quero fazer isso sozinha! Agora se você não puder me levar, eu posso pegar um táxi.
—Não, não, claro que não, eu te levo!
E assim ele a levou para casa, e durante uma semana Paula não apareceu na faculdade! Deixando todos preocupados, Orlando ainda mais já que sabia pelo que estava passando, e queria muito saber o que tinha acontecido? Se ela contou para os pais, o porquê não estava indo para a faculdade, se eles a obrigaram a tirar o bebê, e se é por isso que não estava indo, Orlando estava a ponto de enlouquecer, até que resolveu ir até a casa de Paula saber dela, mas ao chegar, não o permitiram entrar para vê-la. Até que mãe de Paula, veio até a porta do apartamento o olhando perguntou:
—Quem é você?
Orlando ficou confuso e surpreso com o jeito que a senhora a sua frente falou, pois com certeza pelo tom de voz dela, claro que estava pensando que ele era o pai do bebê, foi quando ele a fez lembrar-se de que ele era um dos amigos da faculdade e que por várias vezes já havia estado nas festas que Paula havia dado. Viu o alívio no rosto da senhora quando o ouviu, então, antes de o deixar entrar ela perguntou:
—Você amava minha filha?
Acho que ela viu em seu rosto que ele amava de verdade a filha, deixando-o estampado, ele não negou, pelo contrário, confessou tudo, inclusive sobre ter pedido em casamento dias atrás. Ele achou melhor não tocar na gravidez já que não sabia se Paula havia dito aos pais.