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04 - Alessa Sullivan

Alessa Sullivan

O desconforto diminui, tenho que ir para a festa ou perderei o melhor dela. Me seco o melhor possível e como desejo uma pomada de assadura, o desconhecido tem um pau grosso, pelo que senti, pena que não consegui olhar bem.

Sai do meu esconderijo e corre para onde a minha estava, com certeza ela estava para enlouquecer, disse que seria rápida e que logo estaria ao seu lado. Infelizmente o tempo que demorei acabou fazendo com que o auditório estivesse lotado e não consegui me aproximar do meu grupo.

Fiquei no fundo, até conseguir andar entre os alunos e familiares dos formandos que começavam a sair, no palco o DJ contratado começava a fazer a sua batida. Finalmente encontrei a Giulia, ela conversava com um homem que estava de costas.

Mantinha os olhos baixo, desviando de todas as pessoas que estavam entre mim e a minha amiga, estava com um sorriso idiota no rosto, estava ansiosa para contar a ela o que acabei de fazer.

— Me apresentar para quem, espero que seja algum gostosão? — Digo sem olhar para o homem que estava a sua frente.

Mas o perfume que ainda estava impregnando no meu vestido me fez travar na hora, era a mesma fragrância que estava no homem que até ainda pouco mordia o meu ombro e me penetrava com força para amenizar o tesão que estávamos sentindo.

O homem que se surpreendeu em ver que havia retirado a virgindade de alguma garotinha, que fugiu deixando ele sozinho na biblioteca.

— Bom, não sei se sou gostosão, mas acho que deva ser eu, quem a Giulia deseja apresentar! — Olho para a minha amiga com um olhar brilhante.

E só então me dou conta porque o achei tão familiar, ele é o pai dela. Olho de um para o outro sem reação enquanto Giulia vem para o meu lado e passa a mão por meu braço me deixando de frente para o senhor Mattia de Luca.

Como fui idiota, ergo a mão tremula em direção ao homem que estava com um sorriso de canto, provavelmente se sentindo vitorioso por conseguir me encontrar com facilidade. Isso claro se ele estava pensando em me procurar.

— Alessa esse é o meu pai! — Giulia diz sorrindo.

— Prazer senhor De Luca! — Forço a minha voz sair enquanto ele mantinha os olhos em cima de mim.

E pelo visto, ele estava tão assustado como estava, ele se deu conta que não sou uma familiar e sim uma das estudantes.

— Esperem só um pouco, trarei os outros para lhe apresenta, amiga fique aí com meu pai. — Me viro na direção dela para negar, mas ela já tinha saído.

— Como você está, porque não falou nada, antes… — Ele se põe na minha frente.

Me sinto incomodada com a atitude dele, não preciso que ninguém se preocupe com o que estou fazendo e nem pelo que decidi fazer.

— Não havia necessidade, agora se me der licença preciso ir a outro lugar… — Ele segura firme no meu braço e começa a me puxar.

— Você não escapará, conversaremos. — Sinto quando ele aperta em meu pulso.

Começamos a nos afastar do lugar onde estávamos, olho em direção que a Giulia havia saído e me preocupo com o que ela pense se não nos ver ali.

— A Giulia vai estranhar. — Digo alto.

Ele estava com uma fisionomia irritada e não vejo se ele tem a intenção de parar e explicar alguma coisa.

Tento caminhar na mesma velocidade que ele estava, mas os saltos estavam atrapalhando e sem contar o excesso de pessoas que estavam ao nosso redor.

— Tira o sapato ou vou te colocar no meu ombro para facilitar. — Ele diz quando fica de frente para mim.

— Você não ousaria. — Digo o confrontando.

— Nunca duvide de mim senhorita! — Ele se inclina para me pôr em seu ombro e me afasto.

— Tudo bem, vou retirar. — Seguro em seu ombro para impedir que ele concretizasse.

Retiro os sapatos e deixo que ele me conduza até o lado de fora do auditório. Olho para todos os lados na esperança que algum dos meus conhecidos apareçam e me resgatem desse homem que parecia um búfalo raivoso.

Caminhamos lado a lado, com ele me mantendo ali, paramos ao lado de um carro luxuoso e o vejo destravar o carro e abrir a porta para poder entrar.

— Pode entrar com as próprias pernas ou posso te ajudar a entrar, o que decidirá? — Olho novamente para os lados e não havia ninguém. — Ok, vou te ajudar a entrar!

Dessa vez não pude dizer mais nada, ele me abriu a porta, passou um dos braços por trás do meu joelho e me colocou em seu colo, a atitude toda autoritária do pai da minha amiga acabou me tirando um sorriso.

— Não se mexa. — Ele me ameaça assim que me põe sentada.

— Ou o quê? — O desafio olhando em seus olhos.

— Ah, mia cara, não me teste, não gostará!

A voz grossa e o olhar penetrante que ele me fitava, foi o suficiente para que houvesse uma revoada de borboletas em minha barriga, antes que ele saísse do carro segurou em meu queixo, mantendo próximo de seus lábios. Umedeço o meu lábio inferior enquanto olho para o dele.

Uma tensão surge ali entre a gente mais em vez de ser beijada, sou surpreendida quando ele se afasta de mim e fecha a porta do carro, observo quando ele dá a volta e entra no banco ao meu lado. Ele liga o carro e põe em movimento.

— Agora vamos conversar, senhorita!

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