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Cap. 2

Naquele dia, Henry acordou tão feliz que seu sorriso já rodava rosto todo. Estava nervoso, mas ao mesmo tempo maravilhado, empolgado. Afinal, ele iria sentar ao lado de sua amada, ou talvez na frente... Não importava, o importante era que ele iria falar com ela. Estudar com ela.

Ia pode admirar seu sorriso de perto. Ia poder vê-la sorrir de alguma besteira que ele tinha certeza que iria falar. Ia pode ajudá-la com alguma coisa útil, e não só a estaquear de longe. O sorriso do moreno era algo fora do normal, um riso cheio de carinho e ternura ao mesmo tempo denunciando nervosismo e ansiedade. Ele levantou os olhos para olha-se no espelho do seu banheiro e respirou fundo.

Estava trêmulo, mas cheio de coragem. Talvez um pouco menos do que ele queria. Mas ainda assim, cheio de coragem.

— Você consegue fazer isso... É muito fácil, você não é tão covarde assim, né? – Henry se perguntou dando um sorriso de canto, e depois fechou a cara. – O que adianta tudo isso?

Henry suspirou profundamente antes de se olhar novamente no espelho, ajeitou os cabelos, tirando os fios que caiam sobre seu rosto e, deu um sorriso sedutor. Cooper conseguia fazer caras e bocas na frente de um espelho, mas não levantava o rosto para encarar alguém.

Ele virou as costas e entrou no quarto, todo decorado de azul e preto, com alguns detalhes vermelho, várias prateleiras de livros pelas paredes, uma cama bem grande em um dos cantos do quarto perto da janela de vidro com cortinas escondendo-as. Ao lado um computador com mais uma montanha de livros. E era assim que ele passava seu tempo: Estudando.

Henry sentou sobre o colchão macio de sua cama e buscou o sapato calçando-o em seguida, e antes de poder calçar os dois pés, a porta de seu quarto foi aberta, Henry revirou os olhos e colocou seu pé no chão, para levantar-se e encarar seu irmão.

— Irmãozinho... Como vai à escola? – Perguntou e depois riu. – Não preciso que responda, eu sei que vai bem. – Ele caminhou pelo quarto segurando uma bola de basquete.

Henry apenas balançou a cabeça e tratou de buscar sua bolsa e as chaves do seu carro. Não odiava seu irmão, mas ele bem que podia ser mais legal com o irmão mais novo, não? Ou simplesmente sumir.

— Henry, eu estou saindo em turnê de novo. Quando eu voltar, espero que você já tenha arranjado uma namorada, Ok? – Henry pestanejou e virou o rosto – Não seja tolo – Harry aproximou-se dele e levantou dois dedos para tocar na testa do irmão mais novo, que fechou os olhos – Até mais... Tolo.

Harry deu meia volta e caminhou em direção à porta, ao passar pela mesma, Harry lançou a bola de basquete a Henry, que nem teve tempo de pensar. A bola atingiu sua testa fazendo o moreno cair para trás, Harry o olhou e depois sorriu.

— Henry, procure malhar rapaz.

— Idiota – Gritou massageando o lugar que futuramente se transformaria em um galo enorme em sua testa – Hum... Droga.

Balbuciou ele deitando-se no chão novamente.

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Um pouco mais tarde, Alexia chegava à escola, seus cabelos, amarrado em um rabo-de-cavalo, bem feito. Com um vestido da cor de seus olhos, e uma sapatilha negra, estava belíssima. Ela passou pelo corredor, jogando seus cabelos para um lado, depois para o outro, arrancando suspiros de muitos marmanjos, enquanto desmaiavam pelo local.

Ela chegou ao seu armário, e logo foi rodeada pelas amigas que lhe começaram a contar os fatos dos dias. Alexia ouvia atentamente. Mas seus pensamentos não estavam ali. Alexia sabia que depois das aulas, ficariam mais algumas horas na escola, para a aula de reforço com um garoto. E aquilo, ela não queria que ninguém descobrisse. E ela tinha seus motivos:

Primeiro: Alexia era um exemplo para as meninas, até alguns anos atrás, a Stewart era uma das melhores alunas. Mantinha suas notas e sua beleza exótica, em alta. Mas depois de começou a namorar Victor, não tinha tempo para si, ou para estudar. Queria esta com ele, atendendo seus pedidos e tentando ser a garota perfeita, e mais bonita, para que ele reparasse somente nela.

Segundo: O que suas amigas iriam pensar se a vissem estudando? Alexia Stewart estudando? Isso era de fato uma piada.

— Alexia Stewart. – Uma voz melosa derivando para víbora invadiu os devaneios dela. Ela deu uma respirada longa e olhou para o lado. – Como vai...?

— Estava muito bem a um segundo, o que você quer? – Perguntou já irritada, não existia uma mulher que Alexia odiasse mais que está que estava a sua frente.

— Eu soube que iria participar do concurso de beleza do baile da escola. – A garota jogou os cabelos para o lado, e estendeu a mão para Alexia, com um papel no final. – Diz aqui que, para pelo menos você se inscrever, precisa estar em dias com as notas escolares... – A garota fez uma breve careta, enquanto Alexia lia o documento. – Acho que você ficará esse ano. Não?

A garoa ajeitou a bolsa e jogou os cabelos sobre os ombros antes de começar a caminhar para longe dali Alexia franziu a testa e encarou o papel. Ela suspirou de novo, mordeu os lábios e fechou os olhos para poder dirigir a nova notícia nada estranhada para si.

Terceiro: Se Estela Saturo, descobrisse sobre as aulas extras, ela estava destruída. Ela não só usaria aquilo algum dia para esfregar na sua cara, como a deixaria com fama de burra, e isso Alexia não era.

— Alexia, eu não queria falar nada...

— Então cala fica calada – Alexia amassou o papel, e fechou o armário com força – Você não vai vencer, projeto de gente – Gritou raivosa para a garota, que somente manuseou a mão no ar, dando tchau.

— Que vadia – Diana proferiu, com um sorriso no rosto. — Se eu fosse ela, começava a dar um jeito naqueles cabelos.

Alexia e Grace riram daquele comentário, mas mesmo Alexia rindo a toa, ela estava chorando por dentro. Porque a vida era tão injusta com ela?

— Vou sair com o Christian hoje à noite, me ajuda a escolher a roupa hoje depois da aula? – Diana perguntou a Alexia que arregalou os olhos e mordeu os lábios, como ela queria poder ajudá-la.

— Eu não posso — Disse com muito esforço.

— Ah já sei, vai sair com o Victor? – Diana perguntou revirando os olhos. Antigamente ela gostava de Victor, pois ele parecia uma pessoa boa, hoje, o odiava, por motivos óbvios.

— Isso. É isso – Alexia respondeu dando um sorriso tão falso quanto os cílios que a inimiga usava.

— Aí desculpa então, até depois – Diana se despediu sorrindo, e Grace foi com ela, Alexia se viu sozinha naquele corredor e, com uma dor enorme no peito.

— O que vai ser de mim sem o shopping? Hein! Que vida mais difícil a minha.

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Quando Henry adentrou o colégio, ele abaixou ainda mais a cabeça, sua testa provavelmente estava com um galo enorme, ele escondeu esse pequeno detalhe dentro de sua toca negra como seus cabelos. Passou pelos corredores dando uma de invisível – o que ele fazia muito bem, sem o menor esforço – chegou ao seu armário para pegar seus livros. Quando foi parcialmente interrompido por alguém.

— Aí Henry, ouvir dizer que você vai dar aulas, que maneiro – Henry suspirou, olhou para a suposta pessoa e agradeceu a Deus, por não ser um dos garotos do time que o detestavam tanto, e ele nem sabia por quê. – Eu não sabia que você tinha coragem para isso. – Debochou.

— Hm... – Henry fechou o armário e olhou o colega. – Mas vale a pena, é uma... – Ele virou o rosto corado, como explicar?

— Oi? – O amigo olhou o moreno e ajeitou os óculos no rosto – E quem é? – Ele perguntou, Henry deu um sorriso de canto e começou a caminhar em direção a sala. – Ei?

— Ela. – Henry parou na esquina do corredor, onde pode ver Alexia sorrir e entrar na sala, Suigetsu, mais uma vez, ajeitou os óculos, e cruzou os braços ao lado de colega.

— Que sorte – O garoto sorriu.

Olhando a bela garota sorrir, como era ela linda; seus olhos sempre brilhosos, e os lábios sempre com um sorriso encantador. Como Henry era apaixonado por ela. Tanto que chegava a doer, só de saber que nunca daria um abraço nela, que nunca diria a ela o que sentia, o que escondia no seu coração. O deixava nervoso e triste e feliz ao mesmo tempo, pois assim não levaria um fora que rasgasse seu coração, na frente de todos, ou um simples soco do namorado dela.

— Iaê... Olha se não é o novato? – Henry tremeu de susto e depois olhou para o lado, vendo um loiro apontando o dedo em seu rosto.

— Eu acho que não. Eu já o vi em algum lugar – Gusta, um garoto como de cabelos curtos e negros franziu as sobrancelhas encarando Henry, cara a cara – Ele... veio ontem, não?

— Quem se importa – Adan, um loiro de olhos tão azuis quanto o céu, botou a mão da cintura ainda olhando o moreno, ele torceu os lábios e depois desistiu. – Isso, é um novato.

Ele voltou a caminhar ao lado de Gusta e entrou na sala, Henry revirou os olhos e ajeitou os óculos. Ele não queria ser conhecido como os populares nem algo do tipo, mas pelo amor de Deus, alguém naquela escola poderia o enxergar como um estudante veterano? Seria pedir demais?

As aulas haviam terminado, e depois de uma escapada de mestre – assim poderia dizer – Alexia entrou na biblioteca muito hesitante, como ela queria ajudar Diana a escolher uma bela roupa e, não estuda durante a metade da tarde, suspirou. Ela deu um passo para trás, ainda podia correr dali, e nunca mais volta.

Para seu bem, ela precisava estudar, e não era porque causa de notas, e sim, por querer tanto ganhar todos os concursos de beleza daquele lugar, e aparecer ainda mais para Victor, ela o amava e não queria ele olhando para outra além dela. Alexia fechou a mão em punho, e respirou profundamente. Sim, ela ia estudar.

Alexia caminhou pela biblioteca, aquele ambiente era um lugar onde Alexia jamais entrou em toda sua vida acadêmica, ela olhava para todos os lados perdida naquele imenso espaço.

Havia muitas mesas, e alunos estudando, todos bem concentrados, e sérios. Ela caminhou distraída até bater em alguém, a pessoa levantou a vista e tomou um susto dando dois passos para trás.

— Posso ajudá-la?

— Quem é você? – Alexia perguntou jogando seus cabelos para um lado.

— Hã? – A garota sorriu, ficando vermelha – Quênia, estudo com você... dês... – Alexia a interrompeu.

— Você conhece algum Henry, Henry Cooper?

— Há – A garota olhou para os lados, como se estivesse desesperada, Alexia revirou os olhos, e a garota abaixou a cabeça toda tímida. – E-E-E-le... E-Est-Ta, sent-tando ali.

Finalizou apontando um de seus dedos timidamente, e depois saiu correndo, Alexia a olhou bater a porta e sumir dali ela franziu os olhos, e respirou fundo, ajeitou os cabelos, e caminhou em direção a uma mesa afastada de todas.

Estava somente ele sentado na mesa, não estava esperando a garota, mas também não descartava a hipótese de ela aparecer. E foi quando ele tirou o livro de sua frente para anotar um ponto do mesmo, que quase cair para trás.

Ela estava ali, bem ali, na sua frente, sua bela e adorável amada estava na sua frente. Ela estava sorrindo, e aquele sorriso era para ele. Ela mexeu os lábios, mas Henry não ouviu nada. Prestava atenção em cada traço dela, o sorriso radiante, o brilho no olhar, a pele dela rosada e, talvez macia, os cabelos volumosos e sedosos caiam sobre seus ombros pequenos, e tão sedutores. Henry abriu a boca para dizer algo, mas a única coisa que saiu foi um ruído fino.

Alexia deitou sua cabeça de lado, debruçou-se sobre a mesa um pouco, e estalou os dedos bem a frente do garoto, que pareceu acordar para o mundo. Ele levantou-se repentinamente, ajeitou os óculos, Alexia riu.

— Sou Alexia Stewart – Ela disse determinada, Henry corou e ajeitando os óculos, sua boca aberta, denunciava a ela, que ele queria proferir algo, mas nada saia – EI?

— Hm... S-Sou Henry – Ele disse tímido, mas confiante.

Ela sorriu, Henry derreteu. Alexia sentou botando sua bolsa em cima da mesa, Henry sentou também, hipnotizado por aquela perfeição a sua frente, seu grande e único amor.

— Bom... – Alexia o fitou, o rosto dele estava vermelho, ele estava nervoso e desconfortável, Alexia notava isso, mas quem si importava? – Preciso que você me der uma mão para os estudos.

— Você quer dizer ajuda? – Ele perguntou deitando seu rosto de um lado para o outro.

— Não, eu não preciso da ajuda de ninguém, só quero uma simples...

— Ajuda. – Ele completou mais sério e endireitou-se na cadeira.

Alexia fechou a cara, e suspirou profundamente de olhinhos fechados, e em seguida os abriu, encarou Henry. Quem ele pensava que era? Alexia Stewart, não precisava de ajuda, muito menos, ajuda de um simples nerd sem graça.

— Podemos começar? – Ela perguntou pegando seus livros. Não ia discutir com a única pessoa com atributos para “ajudá-la” com as notas para poder participar do concurso.

— Claro – Respondeu ele. Tomando uma expressão séria no rosto, Alexia franziu os olhos, mas não comentou nada. – Então, que matéria você está péssima? – Ele perguntou sem olhá-la.

Henry estava totalmente com medo, nervoso, com medo, tenebroso em olhá-la nos olhos, com medo, e com medo de novo. Ele só não sabia, do porque sentir tanto medo de olhar de perto, aquela que ele amava de tão longe.

— Eu não sou péssima em nenhuma matéria, ok? – Ela berrou em meio à biblioteca silenciosa. Tomando assim os olhares de todos, Henry olhou em volta, todos o encarava, ele se viu ainda mais nervoso, abriu um livro tentando se livrar de todos os olhares, enquanto Alexia jogava os cabelos para o lado. – Olha, não volte a repeti isso está bom? Eu sou uma ótima aluna, e se você repetir isso, eu vou embora.

— Não sou eu quem está precisando de ajuda. – Henry murmurou da boca para fora, e quando se deu conta do que tinha dito, ele levantou o olhar para encarar a mulher. O olhar dela era diferente do que ele consumava a ver de longe, era de dar medo, muito medo – Não, que você esteja né? – Ele acrescentou e voltou a esconder o rosto no livro. Sorriu ao imaginar que…

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