Capítulo 5 Sortuda em Tomar o Café da Manhã Feito pelo Sr. Guilherme
Quando eu disse isso, o pequeno rosto de Lúcia congelou e voltou para Guilherme, puxando o canto da sua camisa, sussurrou:
- Guilherme, fui muito caprichosa ontem à noite e incomodei você e a Sra. Sanches. Você pode deixá-la ficar e tomar o café da manhã connosco? Pense nisso como meu pedido de desculpas.
Tenho emoções muito confusas... Triste? Não sei...
É verdade, algumas pessoas não precisam se esforçar muito. Eles podem obter o que os outros não podem apenas por fazerem meiguices e mostrarem fraqueza.
Guilherme era indiferente à minha presença, mas quando ele ouviu Lúcia falar, olhou para trás e disse:
- Comam juntos!
Frio e comando no tom.
Isso dói? Estou acostumada a isso.
Eu forcei um sorriso e acenei:
- Obrigada!
Não posso dizer não a Guilherme, ele foi alguém por quem eu me apaixonei à primeira vista e será difícil eu deixá-lo ir pelo resto da minha vida.
Foi a primeira vez que comi o café da manhã feito por Guilherme. Eram ovos fritos e mingau de feijão verde, sendo comum mas extraordinário. Sempre pensei que um homem como ele era alguém que estava nos braços de Deus e suas mãos eram usadas para dominar o mundo.
- Sra. Sanches, experimente o ovo frito feito pelo Guilherme, muito gostoso. Ele costumava fritá-los para mim quando estávamos juntos. - Lúcia disse enquanto atirava um ovo em direção à minha tigela.
Então ele deu um ovo a Guilherme e disse com um sorriso:
- Guilherme, você prometeu acompanhar-me até o Rio Verde para ver as flores hoje, não pode faltar ao compromisso.
- Está bem! - Guilherme disse. Ele tomou seu café da manhã com elegância e quietude, sempre falava pouco, mas para Lúcia ele parecia responder a todas as perguntas e pedidos.
Vinícius parecia ter se acostumado a tudo há muito tempo, movendo-se graciosamente enquanto tomava seu café da manhã e nos observava como um forasteiro.
Eu baixei os olhos e franzi a testa involuntariamente, o funeral do vovô será realizado hoje, se Guilherme for acompanhar Lúcia, então na Mansão de Aguiar...
Esse é um café da manhã que ninguém pode comer bem. Depois de algumas mordidas simples, quando vi Guilherme terminar de comer e subir para trocar de roupa, pousei meus pratos e o segui.
No quarto.
Guilherme sabia que eu o estava seguindo:
- Qual o problema?
Ele tirou suas roupas como se nada tivesse acontecido, seu corpo tonificado exposto no ar. Por instinto, virei de costas e disse:
- O funeral do vovô será realizado hoje!
Havia o som de uma maricas e o som de um zíper de cinto. Ele respondeu:
- Basta que você vá até lá.
Eu franzi minhas sobrancelhas:
- Guilherme, ele é seu avô. - Ele era o primogénito da Família Aguiar, o que o resto da família pensaria se ele não estivesse presente nesse momento?
- Para o enterro, já mandei Caio Vieira ir lá para fazê-lo, e você pode comunicar com Caio sobre quaisquer outros detalhes. - Disse ele sem emoção, como se estivesse cuidando de um assunto insignificante.
Ao vê-lo caminhando em direção ao escritório, levantei minha voz e disse:
- Guilherme, é verdade que para você, exceto Lúcia, todos os outros são dispensáveis? O que é que o parente significa para você?!
Ele parou e me olhou de volta e os olhos negros se estreitou ligeiramente, com postura fria e arrepiante:
- São assuntos da Família Aguiar, não é seu lugar vir até mim e falar besteira.
Após uma pausa, seus lábios finos se levantaram e ele cuspiu algumas palavras com um sarcasmo inigualável:
- Você não merece isso!
Suas poucas palavras foram como água fria que se derramasse na minha direção, me encharcando com um frio em todos os meus membros.
Dei um sorriso amargo ao ouvir o som dos poucos passos de saída.
Eu não mereço isso!
Oh!
Dois anos se passou e eu ainda não consegui aquecer uma pedra fria.
- Achei que você era apenas descarada, mas não pensei em que gostasse de se intrometer nos assuntos alheios. - Um som de escárnio veio do lado.
Eu me virei e vi Lúcia encostada no arco da porta com os braços envoltos em si mesma, a inocência e a graciosidade em seu rosto há muito desaparecidas, deixando apenas a frieza.