Capítulo 1 Gravidez
Gravidez: seis semanas
Quando vi o resultado do ultrassom, fiquei assustada. Foi apenas uma vez, como eu poderia estar grávida?
O que devo fazer agora?
Se eu contar ao Guilherme Aguiar, ele não vai se divorciar de mim por causa disso? Não. Em vez disso, ele pensaria que eu era desprezível e sem vergonha, usando o bebê para chantageá-lo.
Coloquei o resultado do ultra-som na minha bolsa e deixei o hospital.
Fora do prédio do hospital, no Maybach preto, as janelas estavam abertas cerca de um terço, e do lado de fora, eu podia ver o homem no banco do motorista com seus olhos frios e claros.
O carro luxuoso e o homem bonito atraíram naturalmente os olhares de muitos pedestres.
Dinheiro e boa aparência são as coisas que Guilherme tem, durante tantos anos, sempre que ele andava pela rua, com certeza atraía os olhos dos transeuntes. Com esse olhar, entrei no carro.
Guilherme estava fechando os olhos para descansar, percebeu o movimento e apenas franziu um pouco o cenho. Não abriu os olhos, apenas disse em voz baixa:
- Resolveu?
- Sim! - Acenei, entreguei-lhe o contrato que havia assinado com o hospital e disse:
- José Santos me pediu para que lhe apresentar cumprimentos!
Vim para assinar o contrato, mas no caminho encontrei Guilherme e por alguma razão ele me mandou para cá.
- Você será a responsável por este caso durante todo o processo! - Guilherme, que sempre dizia muito pouco, não aceitou o contrato, apenas deu uma explicação leve e colocou o carro em funcionamento.
Acenei sem dizer nada.
Estou em silêncio há tanto tempo que parece que não sei fazer nada além de ser obediente e fazer o que me pedem.
Era o fim da tarde e ele não estava voltando para casa, então para onde ele estava indo? Fiquei intrigada, mas nunca perguntaria a ele sobre seus negócios, então ficava calada.
Pensando na folha de ultrassom, eu não sabia como falar com ele. Seus olhos olhando para frente, severos e frios como sempre.
- Guilherme!- Puxando a bolsa, minhas palmas estavam um pouco úmidas, acho que estava nervosa e, portanto, suando.
- Diga! - Palavras frias, sem emoção alguma.
Ele sempre me trata assim, e depois de muito tempo, fiquei aliviada. Suprimindo a inquietação no meu coração e tomando uma respiração, eu disse:
- Eu...
"Estou grávida" ainda não tinha sido dita, o celular dele tocou e as palavras foram engolidas de volta com força.
- Lúcia, está bem?
A ternura de algumas pessoas é destinada a ser dada em apenas uma pessoa, ou amor profundo, ou alegria, e no final é dada a uma pessoa.
A ternura de Guilherme é para Lúcia Castro, sabe-se ao ouvir a conversa.
Sem saber o que Lúcia disse, Guilherme de repente bateu nos freios e disse calmamente ao telefone:
- Bom, vou até aí mais tarde, não vá a nenhum outro lugar.
Desligando o telefone, ele retomou o rosto severo e olhou para mim:
- Saia do carro!
Não há espaço para negociação.
Não foi a primeira vez que ele fez isso, acenei com a cabeça, engoli todas as palavras de volta, abri a porta e saí do carro.
O casamento entre Guilherme e eu foi um acidente e uma fatalidade, mas não teve nada a ver com amor. Guilherme tinha Lúcia em seu coração, e minha existência era apenas um obstáculo para ele.
Há dois anos, o avô de Guilherme, Rodrigo Aguiar teve um ataque cardíaco e forçou Guilherme a se casar comigo. Embora Guilherme estivesse relutante, ele ainda casou comigo por causa do seu avô. Durante os dois anos, com o idoso por perto, Guilherme apenas me tratou como se eu não existisse. Agora que o velho morreu, ele mal podia esperar para conseguir um advogado para redigir o acordo de divórcio, apenas esperando que eu o assinasse.
Quando voltei para casa, estava escuro e a casa grande estava tão vazia quanto uma casa mal-assombrada. Provavelmente porque eu estava grávida, não tive apetite, então fui direto para o meu quarto e me lavei para dormir.
Atordoada e ainda sem adormecer, ouvi, por um instante, o som de um carro sendo desligado do pátio.
Guilherme voltou?
Não foi ficar com Lúcia?