Capítulo 2

_Como deixaram isso acontecer?!- escuto um grito do meu pai.

Levanto ainda sonolenta, bocejo e me espreguiço.

_Como ele fugiu?! É a segurança da minha filha que estamos falando!!- ele falava alto, provavelmente alterado.

Coloco um roupão por cima do baby doll cor de rosa que usava, amarro ele na cintura e abro a porta, sigo rumo a voz do meu pai.

_Estamos perdidos!!- ele fala como se implorasse pela sua vida.

Eles estavam na sala perto do meu quarto, não demorou muito eu chegar.

_Chamei o Fire Ghost como o senhor pediu.- escuto a voz do Tácio, o conselheiro do meu pai.

_Que gritaria foi essa?!- falo entrando esfregando um olho.

_Ooh coelhinha eu te acordei?! Me desculpe.- meu pai fala vindo até mim.

_Não tem problema, o que aconteceu dessa vez?!- pergunto depois de abraçá-lo.

_Não é nada, volte a dormir!! Resolvemos aqui.- ele fala me empurrando de leve.

O olho por cima do ombro, corro para me sentar na poltrona dele, sorri e me ajeitei de forma arrogante.

_Agora vamos tratar dos assuntos, o que estavam falando?- falo encarando todos ali.

_Com todo respeito senhor, mas acho que mimou muito ela.- Tácio fala sorrindo negando com a cabeça.

_Tem razão meu amigo.- ele fala sorrindo vindo para o meu lado.

_Tarde demais para se arrepender, Dragon Red.- chamo pelo seu nome de mafioso o que faz o mesmo rir.

_Vamos continuar então, Tácio por favor explique para sua senhorita.- meu pai fala em pé se apoiando com as duas mãos na mesa.

_Sim, senhor.- Tácio se aproxima._O cabeça da organização que pegamos esses dias atrás fugiu, não o encontramos em lugar algum.- ele fala sério me encarando, engulo seco lembrando das palavras duras que ele me disse.

Respiro fundo, e desvio o olhar, já tinha se passado uma semana desde o ocorrido, eu estava em casa por segurança e por causa do medo do meu pai, ele não queria correr o risco de novo.

_Prossiga.- falo depois de me recompor.

_Estamos fazendo as buscas ainda, mas o senhor achou melhor contratar um guarda-costa para a senhorita.- ele fala me entregando uma folha.

_Esse cara?!- falo olhando o papel em minhas mãos._Mas aqui diz que ele é um assassino.- falo voltando olhar para ele.

_Sim, para esse caso, é melhor ter um dos melhores assassinos com você, te protegendo do que uma pessoa qualquer.- meu pai fala me olhando.

_Ele é bom mesmo?!- falo olhando para o papel._Mas ele vai ser descoberto assim que sair comigo.- falo olhando meu pai.

_Não, na verdade para polícia e FBI ele é um fantasma.- ele fala sorrindo.

_Apenas o sub mundo conhece ele como Fire Ghost.- Nicolas continua.

_Ele mata sem deixar rastros, e logo depois some.- meu pai fala.

_Ele recebe ordens de pessoas que estão dispostas a dar um preço alto para seu serviço.- Tácio fala me olhando._Um verdadeiro cão de caça, raivoso e sedento por sangue, se não é alimentado direito.- Tácio fala me fazendo engolir seco.

_Como sabe que ele é confiável?!- pergunto preocupada._Ele pode me matar se alguém já tiver dado um valor por minha cabeça.- falo me levantando.

_Estou disposto a pagar o que for preciso para ter ele do nosso lado.- meu pai fala sério._Mas você se esqueceu de uma coisa querida.- ele fala vindo me abraçar para me tranquilizar.

_Que seu pai vai até os confins da terra para buscar quem teria a coragem e ousadia de encostar em um fio de cabelo seu, quanto mais te matar.- Tácio fala sorrindo._E eu não ficaria para trás.- ele fala dessa vez sério me passando segurança.

_Eu não ficaria para trás também, faria uma bagunça das grandes.- Nicolas fala sorrindo.

_Eu causaria um reboliço.- Leandro fala de braços cruzados.

_Eu passaria pelas chamas para fazer a pessoa sofrer.- Jonas fala sorrindo.

Sorri aliviada por ter o apoio de todos, sorri para o meu pai que ainda me abraça e sorri para eles.

_Vocês me mimam demais, vou ficar mal acostumada.- falo sorrindo e chamando eles para se juntarem ao abraço.

Meu pai abre os braços também, eles sorriem e vem com calma, nos abraçamos, um abraço de urso, bem apertado.

_Somos uma família, afinal de contas.- Nicolas fala ainda no abraço._Né não chefinho.- ele fala e da um tapa na cabeça do meu pai.

_Você vai deixar de ser assim que eu te matar, seu pirralho.- meu pai fala devolvendo o tapa, o que me faz rir.

_Vamos, precisamos dormir, amanhã o Fire Ghost chegará, temos que recebê-lo.- Tácio fala no meio do meu pai e Nicolas, separando eles.

_Boa noite a todos!!- falo e mando um beijo no ar.

_Boa noite, senhorita.- Leandro e Jonas fala uníssono.

_Boa noite, coelhinha.- papai fala.

_Boa noite, querida!! Sonhe comigo.- Nicolas fala acenando com a mão.

Meu pai vai até ele e mete um cascudo na cabeça dele, depois um tapa forte na nuca dele, seguro o riso.

Jonas e Leandro começam a rir da cara que Nicolas fez.

_Ela vai casar comigo, aceite!!- Nicolas fala provocando meu pai._Sogrinho.- ele fala e corre para o outro lado.

Meu pai o alcança ele e mete tapas nele, que se encolhe a cada tapa que meu pai dava, depois começou a dar tapas no meu pai também.

_Boa noite, Selly!! Durma bem.- Tácio fala se curvando em reverência.

Logo depois vai até meu pai e Nicolas que se batiam, sorri e sai de lá.

Eles eram tudo para mim, uma família, meu mundo.

Deito em minha cama e logo o sono bate, estava cansada, então apaguei com facilidade.

•••••••••CORTE DE TEMPO••••••••

Estava uma manhã linda, era domingo ainda, sinto uma saudade enorme das meninas, eu avisei que estava bem.

Elas estavam preocupadas comigo, mas meu pai só me permitiu falar que eu estava bem e que só voltaria para a faculdade quando ele tivesse certeza de que eu estaria segura.

Estou nesse exato momento tomando café com todos na mesa, eu e meu pai não gostávamos de comer separados deles como patrão e funcionários, como consideramos todos dá família comemos juntos.

Hoje o tal Fire Ghost chegava aqui, eu estava nervosa confesso, não tinha fotos ou sequer muita informação sobre ele, ele literalmente era um fantasma.

Eu estava curiosa e nervosa ao mesmo tempo, não estava conseguindo nem comer, apenas mexo na comida.

_Coelhinha, está sem fome?!- meu pai fala fazendo todos me olharem.

_Não é isso, estou apenas ansiosa.- falo sem graça.

_Aah, quer conhecê-lo, certo?!- meu pai fala limpando a boca com um guardanapo de pano.

_Sim, ele é muito misterioso.- falo olhando para minha comida.

_Não se preocupe, logo Tácio e os outros chegaram com ele.- ele fala segurando minha mão.

_Certo.- falo sorrindo.

_Agora coma.- ele aponta para meu prato.

_Está bem, seu velho resmungão.- falo sorrindo e os outros na mesa riem.

_Eii, não fale isso na frente desse monte de homens.- ele fala me dando um tapinha leve.

_Eles concordam comigo, não é gente??- falo olhando eles e sorri.

_Eu devo concordar com a senhorita!!- um fala rindo.

_Se a senhorita falou quem sou eu para discordar?- outro fala me fazendo rir.

_Não nego.- outro fala.

_Contra fatos não há argumentos.- outro fala.

_Já chega!! Querem perder o emprego??- meu pai fala alto apontando para eles.

_Se acalme papai, não os culpe!!- falo sorrindo abaixando o braço dele.

_Hora esses...- meu pai não termina.

_Coma, vamos.- falo rindo e dando uma colher de panqueca recheada na boca dele.

_Senhor!! Ele chegou.- um dos homens fala na porta.

_Ooh...- meu pai engole a comida._Peça para ele entrar.- ele fala limpando a boca.

Eu continuo comendo calada, os homens que estavam na mesa olham para a entrada curiosos.

_É um prazer finalmente conhecê-lo, Fire Ghost.- meu pai fala se levantando.

Não tenho a ousadia de olhar para ele agora, talvez medo?? Aflição?? Nervoso?? Não sei ao certo.

_Digo o mesmo, Dragon Red.- vejo de canto de olho ele apertar a mão do meu pai._O que devo a honra de ser chamado aqui?!- ele fala em um tom diferente.

_Bem, essa é minha filha, Selena Davis!!- meu pai fala apontando para mim.

Me levanto enfim ficando de frente para ele, ele era lindo, moreno, cabelo preto, olhos castanhos claros, bem claros mesmo, boca média, alto, eu chuto 1.75 á 1.80 de altura, semblante sério.

_Prazer em conhecê-lo, senhor.- falo o olhando, ele me analisa dos pés a cabeça e depois me olha nos olhos com indiferença.

_Satisfação, senhorita.- ele fala e volta a olhar para o meu pai.