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Capítulo 1

_Não, por favor! Não faça nada comigo.- falo me sentindo meio tonta.

Parece que estou em um prédio abandonado ou em um depósito, não sei ao certo, parecia velho, as colunas com rachaduras, o teto caindo aos pedaços, o chão sujo.

E lá estava eu, amarrada com as mão para trás e amarrada do joelho até os pés.

Como eu vim parar aqui??

Quem sou eu??

Bom deixe eu me apresentar!!

Olá! Sou Selena Davis, filha do mafioso mais procurado Philiph Davis, mais conhecido como Dragon Red.

Mas ele sabe disfarçar bem, tem uma empresa grande, multinacional, bem famosa, então ele tem todo cuidado possível para não ser exposto.

Como vim parar aqui?? Simples.

Eu estava saindo da boate com minhas duas amigas, as únicas na verdade, quando do nada surgiu um monte, literalmente, um monte de homens a nossa volta. Colocaram um pano na minha boca que tinha algum líquido que cheirava muito forte, desmaiei e cá estou eu!!

Minhas amigas? Bem, eu também não sei, quando acordei já estava aqui, sozinha e com esses homens a minha volta me olhando como se eu fosse um pedaço de carne.

_Eii chefe, o Dragon Red vai dar uma boa grana, não acha?- um cara fala sorrindo atrás do cara que estava sentando em uma cadeira a minha frente.

_Não podemos tirar uma casquinha antes??- um fala me olhando com malícia, me encolho mais.

_CALA A BOCA!!- o cara da cadeira grita._Quer perder a mão?- ele olha para o cara que acabou de falar.

_Não, senhor!!- ele fala olhando para o chão.

_Que bom que entendeu.- ele fala voltando a me encarar, digita algo no celular e coloca no ouvido._Olá, Dragon Red!! Que prazer enfim ouvir sua voz.- ele fala sorrindo.

_PAI, SOCORROO!! ME TIRA DAQUI!!- grito tentando me levantar.

_Sh, sh, sh, sh, querida.- ele fala me olhando colocando o dedo na boca._Se comporte, não quer que seu pai pense que estamos maltratando você, ou quer??- ele me olha com uma sobrancelha levantada._O que eu quero??- ele fala sorrindo e se levantando.

_Chegamos na parte que eu ansiava!! Vamos negociar Dragon Red.- ele fala sorrindo e virando as costas.

_PAI, NÃO ESCUTA ELE!! EU ESTOU BEM!!- eu grito mais uma vez.

Sinto meu rosto arder com o tapa que acabei de receber, olho para ele que sorria ainda.

_Que tal...- ele faz uma pausa, fingindo estar pensando._Que tal me dar sua posição, de maior chefe da máfia.- falou abrindo o braço.

_Chefe!! Não era esse o combinado.- um cara fala com medo.

_Eu tenho o seu bem mais preciso em minhas mãos, pense com carinho.- ele fala vindo em minha direção._Dá oi para o papai, querida!!- ele sorri e coloca o telefone em meu ouvido.

Escuto meu pai me chamar, eu fico calada apenas o encarando com ódio, o sorriso dele aumenta, ele pega meu cabelo e puxa com força, fecho os olhos com força, resistindo o máximo.

_Vamos querida, seu papai está esperando.- ele fala segurando meu cabelo e puxando ainda mais.

Eu tentei afasta ou me debater, mas eu estava completamente imóvel, totalmente amarrada, meu pai gritava do outro lado me chamando e pedindo para me soltar.

_Para!!- grito sentindo muita dor no coro cabeludo._Pai, me tira daqui!! Por favor!!- falo chorando.

_Viu, sua princesinha está bem!! Mas não garanto nada daqui há algumas horas, os meninos estão famintos, e confesso que agora eu estou também.- ele fala me olhando e solta meu cabelo me jogando no chão._Tic tac!! Te dou uma hora.- ele fala e desliga o celular.

Ele me olha nos olhos, debochando, ele sorri e se vira saindo.

Todos vão logo atrás dele, fazendo piadinhas de mau gosto ou mandando beijos, eu me encolhi mais, se é que isso era possível.

Sei que fiquei assim por um bom tempo, talvez umas meia hora ou uma hora, até que comecei a ouvir eles voltarem, fico em alerta.

_Olá, querida!!- ele fala vindo em minha direção sorrindo._Sentiu a minha falta?!- ele sorri se abaixando na minha frente.

_Só se for nos seus sonhos.- falo o olhando com fúria.

_Sabe, seu pai não ligou até agora, acho que ele está me testando.- ele fala sorrindo._Vou mostrar a ele o que posso fazer.- ele fala se levantando, estala o dedo e sai entrando em uma porta.

Dois homens me pega no colo, começo a me debater mas eles me seguravam tão forte que chegava a machucar.

_PARA ONDE ESTÃO ME LEVANDO? ME SOLTA!!- grito desesperada.

Eles estavam me levando para a mesma direção que aquele cara, me debato mais.

_Não, por favor!!- falo chorando, eles abrem a porta e me joga em cima de um colchão velho._Para, me deixa em paz, por favor.- falo implorando.

_Podem ir, fiquem de alerta caso ele ligue.- ele fala e fecha a porta.

_Por favor, não me machuca!!- falo me arrastando para trás na cama._Eu te imploro, me deixa sair.- falo chorando mais.

_Shh, querida sem escândalos, eu não queria fazer isso, mas...- ele faz uma pausa e me olha._Já se passou meia hora desde que liguei para o seu papaizinho, mas ele não se preocupa com você, ele se importa mais com a máfia do que a própria filha.- ele fala tirando um canivete do bolso.

_Não!! É mentira, ele me ama!! Você não sabe de nada.- falo chorando negando com a cabeça.

_Sabe o que é?? Eu cansei de esperar, se ele realmente se importasse com você, ele estaria aqui ou aceitaria rapidamente o meu pedido.- ele fala se aproximando.

_Você sabe que se ele aceitasse trocar de lugar com você, ele teria que morrer e eu continuaria presa com um monstro como você!!- falo o olhando nos olhos.

_Olha, que garota esperta.- ele fala sorrindo.

Ele abre seu canivete, eu o olho desesperada, com os olhos arregalados assustada, alguém me ajuda, por favor!!

_Para!! Você vai se arrepender disso.- falo ainda chorando.

_Aah eu posso me arrepender, mas antes vou fazer um pequeno estrago nesse rostinho lindo.- ele fala com o canivete perto do meu rosto._Vou deixar essa marca para se lembrar do que sou capaz e não tenho medo do seu pai.- ele fala sorrindo.

Eu me debato tentando sair das garras dele, ele tenta segurar meu rosto mas eu me debato mais.

_FIQUE QUIETA!! OU SERÁ PIOR!!- ele grita me assustando.

Eu fecho meus olhos com força, já aceitando meu destino doloroso, sinto o canivete gelado em minha bochecha.

Quando ele estava quase afundando o canivete para cortar minha pele escutamos vários tiros, um atrás do outro, ele se levanta rápido e pega sua arma.

_Se eu sobreviver, pode ter certeza que vou atrás de você e terminar o que comecei.- ele fala me olhando.

Ele abre a janela que tinha naquele cômodo e pula, fugindo do lugar, covarde, não disse que não tinha medo?

Eu respiro aliviada. Obrigada Deus!!

Tento me levantar, mas não consigo, implorei para que fosse achada logo, era humilhante estar naquela posição, totalmente amarrada e incapaz de fazer algo.

_Selly!!- escuto chamarem da porta.

Levanto a cabeça para ver quem era, era o Nicolas, meu amigo/capanga do meu pai, o melhor em combate corpo corpo corpo, chorei aliviada por ser ele.

_Selly, calma!! Você vai ficar bem.- ele fala vindo até mim, corta as cordas dos meus braços e das minhas pernas.

_Nicolas!! Eu tive tanto medo!!- falo o abraçando e chorando.

_Shh eu sei, mas estamos aqui agora.- ele fala fazendo cafuné no meu cabelo.

_Me tira desse lugar asqueroso, por favor.- falo o olhando, ele tenta enxugar minhas lágrimas que rolavam violentamente sobre meu rosto.

Ele me pega no colo e me tira daquele lugar, passamos pelos outros que lutavam, vejo meu pai no meio atirando várias vezes nos outros homens.

_Pai!!- grito aliviada em vê-lo.

_Coelhinha!!- ele me vê e corre até mim.

Nicolas me põe no chão e eu corro para o abraçar, ele me aperta em seus braços, ele tira o cabelo do meu rosto e me olha.

_Eles te machucaram, coelhinha?? Tê fizeram algo??- fala procurando algo em meu corpo, ele vê os meus pulsos machucados pelas cordas._Droga!! Eu vou matar, um por um.- ele grita e eu choro negando com a cabeça.

_Papai, eu vou ficar bem, vamos para casa.- falo segurando suas mãos.

_Vamos embora, coelhinha.- ele entrega a arma para Nicolas, tira o sobre-tudo grosso que usava e põe em mim.

Ele me pega no colo, e Nicolas fica sem saber o que fazer, deito minha cabeça em seu ombro, e choro em silêncio.

_Desculpa, eu cheguei tarde.- ele fala sério.

_Não, você chegou na hora certa.- falo com a mão no seu rosto e sorrindo pequeno, deito de volta em seu peito.

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