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Capítulo 7 — Ele é o chefe

Mikhail

— Bom dia, meu amor. Me desculpa por ontem? Eu não sei o que aconteceu comigo, me descontrolei completamente, me deixei levar pela fúria e cabeça cheia. — Cristina me acordou aos beijos, droga, eu não deveria ter pego no sono desse jeito.

— Eu… depois a gente conversa, Cristina. Tenho que ir para empresa agora. — Incrédula ela ficou, sem acreditar no que eu estava fazendo, sempre cedendo aos seus desejos e isso estava me deixando exausto. Não posso deixar a senhorita Hardin ir embora, não agora que a última administradora se demitiu. — Que tal sair com as duas amigas? Ou visitar sua mãe?

Entrei no banheiro e fechei a porta, impedindo que ela pudesse ter acesso. Tomei um banho rápido e fui direto para Cyndi. Estava adentrando minha sala, quando esbarrei com uma mulher ao lado de Ella. Sua bolsa caiu no chão, ela se abaixou para pegar e se desculpou por aqui, mesmo sabendo que o culpado foi eu.

— Onde você estava? Nos deixou quase uma hora esperando. — Ella me subjugou com o seu olhar e pude então retomar os ares. — Senhorita Donna Hardin, este é Mikhail Kurtz, o CEO da Cyndi.

— Muito prazer, senhor Kurtz, é um prazer conhecê-lo pessoalmente. — Ela parece distante, também não é para tanto me conhecer pessoalmente, há coisas bem mais importante que eu.

— Ella vai lhe mostrar a empresa, espero que goste. Boa sorte, senhorita Hardin. Seja muito bem-vinda. — Deixei ela nas mãos de Ella e corri até o meu escritório. Tenho que enviar um arquivo para o meu advogado ainda hoje, preciso descobrir quem está por trás dos desvios que teve nos últimos meses. Passaram-se bem debaixo do meu nariz e eu não percebi nada do que estava acontecendo.

Donna

Minhas pernas tremiam, mas eu não posso ficar em choque agora, esse é o emprego da minha vida.

— Vamos lá, conhecer a sua sala. — A sala estava bem organizada, com alguns quadros caríssimos enfeitando as paredes. — Pode decorar como quiser, sinta-se à vontade para deixá-lo de acordo com seus gostos.

— Obrigada! — Respondi olhando ao redor, mas tudo que eu pensava era como, dentre tantas pessoas no mundo, como tinha justo que ser ele o meu chefe?

— Se precisar de alguma coisa, minha sala fica ao lado do escritório. Mais uma vez, seja bem-vinda. — Agradeci mais uma vez e Ella foi para sua sala.

Imediatamente enviei uma mensagem a Jess, não posso ligar, mas posso enviar uma mensagem.

“Quando ver essa mensagem, me responda! Você não vai acreditar no que está acontecendo.”

Parecia que Jess estava me esperando falar, ela respondeu imediatamente.

“Estou aqui, pode soltar a bomba.”

“O CEO da Cyndi não é nada menos que o Mikhail. Aquele cara da festa daquele dia, o pai do Dominic.” Disse sim rodeios, estava aflita e nervosa com tudo que estava acontecendo.

“Meu Deus, o que vai fazer agora?”

“O que mais eu posso fazer além de trabalhar aqui? O cara nem me reconheceu, acha que eu vou chegar nele e dizer que temos um filho? Isso não tem lógica, Jess.”

“Você ainda tem aquela foto, não tem? Mostra a ele, com certeza ele vai ter conhecer e aí você diz que vocês tiveram um caso naquela noite a aconteceu.”

“Jess, pelo amor de Deus. Já faz mais de três anos, o cara deve ter uma vida feita por aqui. Depois nos falamos, preciso trabalhar agora.”

Desliguei o celular e o guardei dentro da minha bolsa. Jess não sabe o que diz, nem eu mesmo sei o que fazer. Estava tudo bem, estava conformada de que nunca mais iria ver esse homem na minha vida e agora… agora estou trabalhando para ele, o destino é mesmo cheio de surpresas.

Finalmente estava na minha hora de almoço, já fiz algumas coisas que estavam pendentes há muito tempo. Estava pronta para descer as escadas, já que ainda tenho medo de elevador, quando Mikhail, ou melhor, senhor Kurtz estava vindo em minha direção.

— O que está achando? — Era a primeira vez que estávamos conversando e… puta merda, minha mente tá uma bagunça.

— Estou gostando. — “Por favor, não venha querer puxar assunto agora”. Olhei para ele e comecei a descer às escadas. Sua expressão ficou confusa, certamente qualquer pessoa optaria pelo elevador, mas eu não sou qualquer pessoa. — Tenho problemas com elevadores. — Disse sem olhar para trás, continuando a descer mais rápido.

Não teve conversa, Mikhail foi atender seu telefone antes mesmo de dizer alguma coisa, pelo que eu acabei de ouvir, ele está noivo e pelo que entendi, sua noiva não é nada compreensiva.

Não tenho a menor noção de onde ir, mas, como um ser iluminado, Ella estava vindo até mim com um sorriso de canto a canto.

— Está indo almoçar? — Assenti e ela continuou: — Vamos, quero te apresentar um restaurante ótimo por aqui, todos os dias almoço lá. Do que você gosta?

— Hã… eu gosto de qualquer coisa que me deixe satisfeita. — Menos de sushi, certamente é do que Ella gosta. — Só não gosto muito de Sushi… — Ela me olhou de lado e fez sua cara de insatisfação, sem crer no que eu estava dizendo.

— Olha… você tem muita sorte de eu gostar de você, porque se não, eu iria te levar até o centro da cidade e te deixar lá sozinha. — Por incrível que pareça, eu sei usar GPS e não seria muito difícil chegar até aqui, ou seria…

— Eu não tenho nada contra, mas o gosto não me agrada, eu não gosto de coisas cruas ou mal passadas. Mas amo as algas, elas são perfeitas com arroz e frango.

— Vocês americanos são mesmo estranhos, por isso tenho que ir lá algum dia. — A curiosidade estava me cutucando, eu queria perguntar mais sobre Mikhail, mas como fazer isso naturalmente? Me sinto tão confusa agora, vai ser mais difícil do que parecia ser.

— Falando em americanos, o senhor Kurtz é daqui mesmo ou ele nasceu em outro lugar e se firmou por aqui?

— Na verdade ele tem dupla nacionalidade, o pai dele é Russo e a mãe francesa. Ele morou durante alguns anos na França, mas ainda era criança e então houve a separação dos pais dele, ele optou por vir morar com o pai dele que atualmente mora em uma mansão aqui mesmo. Enquanto sua mãe preferiu ficar por lá mesmo, ambos seguem a vida perfeitamente. — Poxa, Ella parece saber mesmo sobre ele, para chegar a nível de saber sobre os pais dele, deve saber várias outras coisas. — Trabalho para Mikhail há oito anos e em todos esses anos eu nunca trabalhei com alguém tão legal como você. Vamos fazer nosso pedido? Estou faminta.

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