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Sinopse - parte 2

Flávia Simões

— Assim amor, assim… Ai que delícia! Que gostoso! — gemo, enquanto escuto os seus grunhidos atrás de mim. Oliver se mexe com uma maestria deliciosa segurando firme o meu quadril. Estamos ofegantes, completamente suados e entregues ao ápice do nosso prazer. Em algum momento ele solta os meus quadris e segura firme os meus cabelos, puxando levemente a minha cabeça para trás e o meu bumbum parece ficar ainda mais empinado para ele.

— Está gostando, querida? — A pergunta vem acompanhada de duas estocadas fortes e o orgasmo abraça o meu corpo com violência.

— Aaah! Aaaah! Aaaah, Deus! — Solto gemidos ensandecidos e Oliver goza logo em seguida. Depois se deixa cair na cama ao meu lado e nós nos beijamos calidamente.

— Eu te amo, amor! — Ele diz todo meigo e ofegante ainda em minha boca. Eu queria poder dizer o mesmo, mas ao invés disso, faço uma careta para ele e solto um som desesperado.

— Oh, meu Deus! Alguma coisa se quebrou dentro de mim! — falo com desespero e puxando o ar com força, o soltando várias vezes seguidas. Oliver arregala os olhos em espanto e se senta abruptamente no colchão.

— Eu machuquei você? Desculpa amor, desculpa! — Levo a mão a imensa melancia que há dentro da minha barriga e… Ah, sim! Esqueci de falar. Estou grávida e grávida de nove meses e nove dias. A melancia a que me referi se chama Natália Borbolini Simões. — Você fez xixi na cama? — Oliver pergunta com curiosidade, olhando para o meio das minhas pernas e uma dor horrível começa a me rasgar por dentro. Contudo, engulo o gemido dolorido e aponto o indicador em riste para o meu marido.

— Não sou mulher de fazer xixi na cama, Oliver Borbolini! — O repreendo. Ele me encara confuso e depois olha para o meu meio outra vez.

— Mas você está molhando a cama toda, Flávia — insiste. Só então olho para o meio das minhas pernas e rolo os olhos para ele.

— A bolsa estourou — aviso o óbvio e ele franze o cenho parecendo confuso.

— A bolsa? Isso é lá hora de pensar em sua bolsa, Flávia Simões? — resmunga.

— Não a minha bolsa, Oliver, a bolsa da Natália — expliquei e ele gargalhou.

— A Natália ainda não usa uma bol… Ah! A bolsa estourou? — Ele quase grita o final da frase. Faço um sim, com a cabeça. — Ai meu Deus! Ai meu Deus! — Ele salta para fora da cama desesperado. — Fica calma, amor — pede erguendo suas mãos. — Fica calma… Respira… Lembra dos exercícios? Respira e solta, respira e solta, respira e…

— AAAAAAAAH! — grito quando mais uma contração parece me partir ao meio e Oliver para duro no meio do quarto. — OLIVER, SE MEXE! — grito outra vez.

— O que eu faço?! O que eu faço?! — Queria ter uma frigideira aqui e agora, só para meter na cabeça dele e ver se ele pensa melhor. Respiro fundo… Bem fundo mesmo e tento orientar o meu homem.

— Primeiro de tudo, precisamos de um banho — digo e ele abre um sorriso safado.

— Flávia sua safadinha, isso é lá hora de pensar nessas coisas? — retruca mostrando até o queixar no sorriso largo e safado. Eu praticamente fulmino o meu marido com os olhos e ele fica sério imediatamente. Então ergo dedo outra vez. Eu queria poder gritar com ele, mas neste exato momento mais uma contração me vem e eu só consigo berrar bem alto. Oliver estremece inteiro — Banho. Vou dar um banho em você! — Ele diz desesperado e me carrega imediatamente para dentro do banheiro.

No carro a situação não é muito boa. As dores aumentam a cada minuto que se passa e o Oliver está cada vez mais apavorado. Seus dedos tamborilam o tempo todo no volante, quando o sinal fecha e a cada grito que eu dou, ele o aperta como se fosse parti-lo ao meio apenas com esse aperto. Respiro fundo e ele libera a pressão sobre o volante. Pego o meu celular imediatamente na bolsa e acesso o meu whatssapp, me ocupando em enviar algumas mensagens para Agnes. Em alguns momentos digito e em outros pressiono as teclas com tanta força que parece que os meus dedos vão atravessar o aparelho. Às vezes revezo entre digitar e gritar. Até que ela me manda uma mensagem final.

Mensagem da Agnes para Flávia:

Sem condições de digitar…

E com certeza os bonequinhos são os palavrões que eu gostaria de soltar agora. Que pena, isso estava me distraindo um pouco! Ergo a minha cabeça e olho para frente e só então percebo que o carro está em alta velocidade. Olho para o meu marido que está completamente pálido.

— Oliver? — chamo a sua atenção mais calma possível.

— Hum?

— Dirige devagar, querido, não quero morrer, quero trazer uma vida ao mundo — peço. Ele me olha rapidamente e vai desacelerando, e eu? Respirando fundo e contando um… e dois… e três… — OOOOH MEU DEUS, ESSA MENINA ESTÁ ME ABRINDO AO MEIO! — grito fazendo força dentro do carro.

— Estamos quase lá, querida. — Oliver avisa. Aperto a lateral do banco e o braço do meu marido, sentindo o meu rosto queimar.

— O que pensa que está fazendo, Oliver Borbolini? Quer que a nossa filha nasça dentro desse carro? — rosno aos berros.

— O quê? — Me pergunta completamente confuso.

— Acelera logo isso, ou abrirei as minhas pernas aqui mesmo e deixarei a Natália sair sozinha! — rosno soltando mais um grito animalesco. Respira e solta a respiração. Respira e solta a respiração. Respira… Ah! Essa porra não está me ajudando em nada! Segundos depois o carro para em frente ao hospital e o Oliver sai correndo de dentro do veículo, gritando por ajuda. Um maqueiro chega com uma cadeira de rodas e eu não penso duas vezes em me sentar nela, quando vejo o sangue escorrer pelas minhas pernas. — Natália, mamãe porá você de castigo assim que sair daí de dentro. É uma promessa, ouviu? — digo exasperada entre um gemido e outro, devido a mais uma contração. O maqueiro rir, mas eu o encaro possessa, fazendo ele engolir o riso imediatamente.

A pior parte de estar grávida, é desengravidar. Essa palavra existe? Eu não sei, mas se não existia, passou a existir agora. Imagine eu, uma dama, deitada em uma cama estreita de hospital, com uma perna no norte e a outra no sul e lá… bem lá… tem um médico enfiando a sua cara barbada. Isso é o cúmulo! Se eu soubesse que seria assim, teria esperado mais dez anos. A bichinha já iria estar enrugada e eu mais sem vergonha. Mas não, o Oliver tinha que adiantar esse processo em quatro anos. Agora imagina essa cena, onde eu… euzinha estou segurando a mão do meu marido todinho branco feito um papel e fazendo caretas, como se ELE estivesse sentindo a minha dor. Eu queria ter uma arma daquelas que solta uma descarga elétrica, só pra fazer ele sofrer um pouquinho junto comigo. RA, rindo por dentro e gritando por fora!

— AAAAAAAH, NATÁLIA SAIA LOGO DAÍ, OU POREI VOCÊ DE CASTIGO POR UM MÊS! — grito apertando a mão do Oliver e fazendo mais força.

— Força, Flávia, você está quase lá. — O médico barbado pede. Isso é um incentivo? Queria que ele estivesse no meu lugar, para ele ver que esse incentivo é uma grande merda!

— AAAAAAAAAAH! — Mais um grito animalesco e um chorinho logo em seguida.

— Você conseguiu, meu amor! — Oliver diz emocionado. Quase sem forças e ainda ofegante, seguro firme o seu colarinho do meu marido e o puxo para mim.

— Se fizer outro bebê em mim, eu te mato, Oliver Borbolini! — rosno entre dentes e apago em seguida

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