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1.2

— Como estão as coisas? — pergunto, quando estamos bem acomodados em um restaurante. Petrus leva uma porção de salada a boca e mastiga calmamente. Tomo um gole do vinho branco, que ele escolheu para acompanhar o salmão defumado.                                  

— Está tudo bem. Fiz alguns investimentos acertados na bolsa de valores. Cara foi a melhor coisa que eu já fiz na vida — diz empolgado. Lanço-lhe um olhar intrigado, estou feliz por ele. Tanto eu, quanto o Petrus lutamos muito para chegarmos aonde queríamos.                                                                

— Um investimento? — Deixo transparecer o meu interesse no assunto. Petrus faz sim, com a cabeça, enquanto bebe um pouco da sua bebida.

— Na verdade, eu investi todas as minhas economias nessa jogada — diz, me fazendo engasgar com a bebida.                                                                              

— E isso é seguro?

— Seguro? Cara eu vou render milhões em poucos dias. — Sua certeza chega a dar medo, a final, ele é um contador, certo?  

— Que bom, Petrus. Fico feliz por você meu amigo — digo usando praticamente o mesmo entusiasmo que usou, mais uma vez Petrus ergue a sua taça em um brinde. — Brindaremos a realização do seu sonho e ao meu crescimento financeiro. — Sorrio e ergo a minha taça, batendo levemente na sua.

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Algumas horas depois…

    O ambiente praticamente escuro estremece debaixo dos meus pés, devido à música alta e dançante. O lugar está lotado, é quase impossível se mexer aqui dentro. Olho do alto da escadaria metálica a procura do Petrus e o encontro perto do balcão do bar acompanhado de duas garotas e quando me ver, faz um aceno com uma mão e eu começo a descer os batentes, indo ao seu encontro. O ritmo dançante, agora parece mais eletrizante se tornando cada vez mais alto, a medida em que desço os degraus. As luzes neon piscam mudando de cor a cada segundo e há uma fumaça de gelo flutuando aos nossos pés.

      — Até que enfim! — meu amigo diz animado demais, assim que me aproximo dele e das suas amigas.

      — Desculpe a demora, o trânsito estava uma loucura — falo mais alto me aproximando um pouco mais. Ele assente e leva as mãos as minhas costas, me faz aproximar ainda mais das garotas.

      — Sem problema cara. Essa aqui é a Diana e essa é a sua amiga Sandy. — Ele me apresenta as meninas e eu as cumprimento com beijos cálidos no rosto. Uma delas dá tapinhas no banco ao lado me convidando para sentar. Olho para o meu amigo que dá de ombros e beija a tal Diana de um jeito quase obsceno. Sorrio meneando a cabeça, me acomodo no banquinho alto e peço um uísque.

 — Seu amigo Petrus, é um cara bem legal — Sandy diz perto do meu ouvido, iniciando uma conversa. Eu assinto para ela.

 — Sim, ele é — confirmo e ela sorri. Minha bebida chega e eu tomo um gole pequeno.

 — Gosta de dançar? — pergunta animada depois de um tempo.

  — Gosto — digo com um sorriso.

  — Tá a fim?

  — Claro. — A noite segue animada. Eu e a Sandy nos entendemos muito bem, ela é uma garota animada de um jeito bem contagiante. Dançamos praticamente a noite toda. Fazia tempo que não me divertia tanto assim. Petrus e Diana sumiram a algum tempo e algo me diz que já saíram da boate.

  — Que tal a gente dá uma saidinha? Curtir a noite de uma forma mais gostosa, íntima? — indaga, esfregando o corpo suado no meu, seguindo o ritmo da dança e sussurrando ao pé do meu ouvido. Porra, nunca fui um homem de aventuras. Na verdade, não sou de sair com qualquer uma, mas a Sandy parece ser uma garota legal. Levo a minha mão a suas costas e esfrego a minha pélvis contra a sua. Minha mão escorrega parando em sua bunda e a garota enlaça o meu pescoço me puxando para um beijo para lá de ousado. Eu me deixo levar pelo momento.

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    No quarto só se ouve os sons das respirações alteradas. Os corpos suados deslizam a medida em que entro e saio de dentro dela. Sandy solta alguns gemidos altos, apreciativos enquanto arranha as minhas costas.

  — Mais. — Ela pede. Porra, a garota parece um vulcão em erupção. Eu seguro firme os seus quadris e meto mais rápido e forte, sentindo o orgasmo iminente chegando para mim. Seguro os seus cabelos com força e tomo a sua boca em um beijo forte, quase punitivo, enquanto meto com mais força. Ela grita em minha boca, explodindo em um orgasmo fabuloso. Gozo logo em seguida, caindo com todo o corpo sobre a cama. A respiração pesada, o corpo cansado e suado. Ela se vira de lado e sorri. Minha visão fica estranhamente desfocada e tudo escurece a minha frente.

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    O telefone toca insistente em algum lugar do meu quarto. Abro os olhos pesados e sinto uma forte dor de cabeça.

  — Droga! — resmungo me esforçando para sair da cama. Procuro o celular e o encontro no bolso da minha calça que está largada no chão.

  — Alô? — Atendo sem olhar quem é.

 — Senhor Kappas? — A voz do Pablo ecoa do outro lado da linha.

  — Sim? — consigo dizer.

Caramba, estou cego de dor de cabeça! É estranho porque nunca tive uma dor assim depois de uma noitada. Olho ao meu redor no quarto a procura da garota. Cacete! Esqueci completamente da Sandy. Para o meu completo alívio, ela já se foi. Melhor assim. Pelo menos sei que ela entendeu que seria algo casual.

  — Senhor Kappas? — Pablo insiste do outro lado.

  — Ah, me desculpe! O que foi?

  — Estou na frente do prédio. Achei termos marcado às dez — diz, e eu direciono o meu olhar para o relógio digital que está ao lado da cama. Caralho! Salto da cama sentindo minha cabeça latejar.

  — Desculpe, Pablo! Eu tive um contra tempo, mas chego aí em… dez minutos — informo.

  — Tudo bem senhor Kappas, estou aguardando. — Desligo o celular e corro para o banheiro. Noto que ainda estou nu e que o preservativo praticamente colou em meu pênis. Puta merda! Como apaguei dessa maneira? Tomo um banho rápido e ponho a primeira roupa que vejo na frente. Ajeito os cabelos com as pontas dos dedos e os amarro com uma liga fina e preta. Procuro rapidamente as chaves do carro nos bolsos da calça e saio apressado do apartamento.

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— Assine aqui… e aqui… e o prédio será todo seu senhor Kappas — Pablo diz após receber um cheque gordo de quase oitocentos mil reais. Assino os papéis e logo recebo a escritura dos meus sonhos. Seguro o papel como quem segura uma mina de ouro. Pablo me estende a mão como se confirmasse o nosso acordo. Aperto a sua mão e ele sai do prédio me deixando com os meus devaneios. Fico horas a fio sonhando acordado com o meu bistrô em ação, até que o meu estômago ronca. Sorrio. Respiro sonhador. Amanhã começarei com os procedimentos de praxe e em seguida com as reformas.

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