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Ameaças

LINDA FONSECA

Era o homem que mais cedo insistiu para que eu entrasse na casa.

— É melhor a senhorita voltar para a cama. Ainda não parece nada bem. — disse ele, como se importasse com alguma coisa.

— Eu vou embora. — tentei andar, mas estava muito tonta para isso. Me desequilibrei e não consegui me soltar do armário.

— Volte para a cama. Eu vou te ajudar a voltar. A senhorita está com labirintite. — ele segurou o meu braço e eu tentei me soltar, mas não consegui.

— Eu quero ir embora.

— A senhorita não pode ir embora agora. — ele me virou e me levou de volta para o quarto, me segurando pelo tronco.

A minha cabeça doía ainda mais por causa do balanço. Estava de olhos apertados devido a dor.

— Me deixe ir. Eu vou para um hospital e depois vou até a polícia.

— O senhor Rômulo disse que a senhorita não vai a lugar algum até que tudo seja resolvido.

— “Que tudo seja resolvido”? O que ele pretende? Me matar? — sentei na cama. Ele acendeu a luz do quarto e minha cabeça doeu mais, junto com os olhos. — Desligue, por favor. A minha cabeça dói muito. — implorei de olhos fechados.

— Desliguei. Amanhã um médico especialista virá aqui para te ver. O senhor Rômulo não quer te matar. Se ele quisesse, não estaria cuidando de você.

Abri os olhos. — Ele não está cuidando de mim! Ele me agrediu!

— Ele lamenta.

— Lamenta mesmo? — virei meu rosto para ele, incrédula diante da sua fala.

Ele olhou para o chão. — Acredito que sim. Só podia ser um subordinado mesmo.

— Amanhã eu vou embora daqui e já deixo ciente que se depender de mim, o seu chefe vai apodrecer na cadeia, pagando por tudo isso que ele fez a mim e a minha família. — avisei mais uma vez.

— Deite-se, senhorita. Deite e descanse. Amanhã se sentirá melhor.

Parece que ele não me dá ouvidos! Parece que está hipnotizado, que fizeram uma lavagem cerebral ou sei lá o que!

Ele saiu e fechou a porta, logo, não tive outra escolha a não ser deitar e tentar dormir. A minha cabeça estava me matando.

Aquele monstro me empurrou para a morte e agora quer o que? Aposto que ele está com medo de tudo o que vou fazer quando sair daqui. Eu vou contar tudo para a polícia. Vou mostrar o machucado na minha cabeça e falar que meu pai morreu e ele nem sequer fez nada, nem uma nota de pesar!

Só entregaram o corpo no hospital e falaram que foi acidente. Só isso. Mas foi lá, pois era no meio do período onde ele fica dias na plataforma. Não foi fora dali. Foi um acidente de trabalho.

Eu vou derrubar esse homem e é bom ele ter medo mesmo, porque depois do que ele fez comigo, nem negociar eu quero.

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