Resumo
O que você faria se tivesse 40% do seu corpo queimado e consigo tivesse que levar as marcas de cicatrizes para o restante da vida? Mataria o culpado e viveria sua vida tranquilamente, ou se isolaria do mundo? Louise foi a vítima que saiu perdendo numa discussão entre amigos, não aceitando deitar-se com o amigo, ele ateou fogo nela na intenção de mata-lá. Maurício, o capo mais respeitado de toda América do Sul, residindo atualmente na Colômbia. Cedendo apenas aos pedidos de sua mãe, Maurício é um bom negociador quando o assunto é mulheres, armas, drogas e afins... Mesmo com muitas marcas expostas de queimaduras, Louise segue tentando viver a vida normalmente, mas é impedida quando seu pai decide fazê-la pagamento de sua dívida.
Capítulo 1 — Visita Indesejável
Dois anos após o acidente…
Maurício Monroeli
Discurso
— Número sete, por favor, três passos à frente!
Vê-las obedecendo cada ordem sem nenhum esforço já é um grande avanço para meus novos negócios.
— Olívia, uma virgem perversa de apenas 20 anos que adora fantasias sexuais. Suas funções são extraordinárias senhores, não fazem ideia do que ela é capaz de fazer apenas usando o domínio do sexo oral. O valor do lance inicial não poderá ser inferior a 20 mil Euros. Olívia não é portadora de nenhuma DST (doença sexualmente transmissível). Todos irão receber em suas telas digitais a ficha das jovens que participarão do leilão nesta bela noite. Esta é a nossa segunda mercadoria da noite, lembrando que hoje teremos 12 selecionadas. – Roberto encerra o discurso dando seu lance inicial de 32 mil Euros.
Os lances iniciais foram ótimos, afinal de contas elas têm mesmo que fazer valer todo meus esforços. O leilão funciona da seguinte forma: se a mãe, pai ou seja lá quem for, não pagar o que me devem, alguém tem que pagar, já que não eles têm dinheiro aceito uma boa mercadoria como pagamento, caso não tenha nenhuma das duas coisas a morte é inevitável. Olívia por sorte foi comprada pelo meu melhor cliente no mercado do pó, sendo assim a primeira mulher a ser comprada por ele. A última leiloada foi Charles, o lance pra ela não foi dos melhores mas está de bom tamanho.
— Agradeço a presença de cada um de vocês, senhores. Lamento a quem não conseguiu comprar sua felicidade hoje, mas isso não é motivo para tristeza, amanhã teremos 16 novos números. Fiquem à vontade para aproveitar a festa. – Depois do leilão a bebida é por conta da casa (no caso por minha conta). Deixei todos nas mãos da Juliana, peguei as duas melhores vadias da noite e fui ao melhor hotel com as duas vadias e Roberto.
— E aí, o cara já deu alguma satisfação? – Ele se refere ao Parkinson, um grande canalha devedor.
— Não. Eu já não quero pensar em mais nada Roberto, amanhã vou ver o que ele tem para me oferecer em troca da sua vida.
— Ouvir boatos de que ele tem uma filha, mas ela não é nenhum pouco bonita e muito menos atraente. Assim dizem!
— Que seja! Se for verdade os boatos, ao menos eu terei uma empregada. Espero que ela seja útil para alguma coisa, estou cansado de decepções em minha vida.
— Mas só toma cuidado pra ela te fazer ter pesadelos horríveis depois de vê-la. Pelo que dizem ela é deformada e não tem mais jeito algum, parece que um cara ateou fogo nela. A mãe nunca se importou, sendo assim a filha triste, feia e infeliz do Parkinson. –
— Lamentaria se ela fosse minha mãe ou até você mesmo, mas como não me vem ao caso eu estou pouco me fodendo para quem quer que seja.
Chegamos ao hotel e as duas mulheres já me esperavam dentro do quarto VIP, juntamente com outra vadia. Roberto já entrou indo até o bar, segundo ele para esquentar o corpo antes de fazer qualquer coisa. O quarto tem luzes vermelhas e azuis, que dão um tom um tanto sexy quanto relaxante e embriagador, só de se estar presente é possível sentir paz. À minha frente eu tenho uma visão privilegiada, três gostosas se aquecendo no pole dance.
— Chupa logo esse caralho vadia, eu não tenho a noite toda pra encenação não. – Uma delas veio caminhando lento, se aproximou e tentou tirar meu blazer, a interrompi porque não quero nada além de um maravilhoso sexo oral hoje. — Só chupa, sem falar nada. Vocês duas podem sair.
— Por que tem que ser assim? Poderíamos ser felizes juntos!
— Eu pedi silêncio. – Ordenei mais uma vez. Sabrina é uma ex fodida que tentou me passar para trás, mas como ela mesma sabia se ferrou e muito.
Vendi Sabrina ao dono da Boate Norely's que é uma fanático por mulheres vadias que não valem nada. Sendo também uma casa de prostituição, só os mais ricos tem passe livre.
A desgraçada tem o dom de sugar meu pau como nenhuma outra, a boca carnuda fazendo movimentos de vai e vem, me dá uma sensação de leveza, como se eu estivesse flutuando por aí, como eu queria não sentir tanto.
Ela consegue abocanhar tudo e com a mão direita se masturba enquanto chupa, em movimentos frenéticos e únicos. Joguei a cabeça para trás e agarrei seus cabelos dela mantendo a boca dela grudada em cada centímetro do meu pau, quem estava no controle de tudo agora era eu e fiz ela engasgar com o gozo, lágrimas descendo em seu rosto pra mim é um momento de prazer e muito satisfatório. Peguei e pedi que ela saísse, tomei um banho e até pensei em ir para um segundo round com direito a penetração e a porra toda, mas fui interrompido com a ligação do Roberto.
Ligação Ativa
— Muda seus planos para hoje porque Parkinson está aqui!
— Segura ele até que eu chegue. – Até parece que adivinhei. Hoje é o dia perfeito para obter alguma resposta sobre sua dívida e como eu vou ficar nessa história.
— Fica tranquilo que daqui ele não sai, só não demora muito porque ele pode tentar fazer alguma cena aqui dentro.
— Pode deixar que eu já estou descendo.
Ligação Inativa
Roberto sempre foi muito ágil em tudo que faz, estava com Parkinson ao seu lado. Discretamente peguei uma de champanhe e caminhei em direção aos dois com um sorriso ardiloso nos lábios.
— Maurício, é sempre um prazer te encontrar. – Diz ao me cumprimentar entendendo a mão.
— Lamento que não posso dizer o mesmo. Sabe que sua dívida já passou do prazo e com isso os juros só vão aumentando cada vez mais e mais… sei que não tem como me pagar, o que tem a me oferecer em troca da sua vida?
— Eu não tenho nada de valor que lhe interesse Maurício, se você me der mais duas semanas eu juro que irei conseguir pelo menos a metade do valor. – Os olhos marejados entregam seu estado de desespero que por um breve momento realmente achei que ele iria chorar.
— O prazo de espera para você infelizmente chegou ao fim, mas isso não é problema para mim, fiquei sabendo que tem uma filha, não gostaria de fazer bons negócios com ela? – Seu olhar mudou para surpresa muito rápido.
— Tenho certeza que ela não lhe interessaria, a garota está toda deformada e…
— É útil para alguma coisa?
— Ela é formada em economia e é uma excelente dona de casa. – Bom, já é alguma coisa.
— Ótimo, passei amanhã à noite para pegá-la, esteja com ela no momento do pagamento, não quero ser intitulado como uma má pessoa. E não esqueça Parkinson que mais uma vez eu estou te livrando da morte, seu canalha. – Ele não falou mais nada, simplesmente virou as costas e foi embora.
A noite foi longa e muito tediosa. Bebi tudo que tinha direito enquanto Roberto se divertia com as vadias.
Juliana, a irmã do Norely e responsável por tomar conta de tudo, ainda é responsável por instituir as garotas que vem parar nas minhas mãos.
— Quando terá outro leilão? Bem que você poderia colocar uns gatinhos pelados também não acha? – Sorri com sua cara cínica.
— Amanhã, inclusive precisarei dos seus serviços para instruir algumas jovens inexperientes que vieram parar na minha mão.
— Pode deixá-las comigo que terá bons resultados. – Me despedi de Juliana, avisei ao Roberto que iria para casa e sair.
Eu não gosto de matar, por isso prefiro fazer negócios em troca da dívida deles. Alguma vem até mim por livre e espontânea vontade, querendo ser comparadas por um bom partido, outras são pagamentos de dúvidas mesmo e algumas até acham que a gente trabalha com algum tipo de agência de modelo.
Louise
A cada vez que eu me olho no espelho é como se eu tivesse me vendo pegar fogo novamente, por isso tento evitar ao máximo não me olhar. A única parte do meu corpo "salva" do meu corpo foi meu rosto e a perna esquerda, depois disso me isolei de muitas coisas, evito lugares mais cheios pois sempre vem uma pessoa pra perguntar sobre e eu odeio. Arrumei um trabalho a pouco tempo numa confeitaria, gosto de lá porque não é muito movimentado.
Clarice trabalha comigo há dois meses e é a única pessoa mais próxima de mim. Antes de trabalharmos juntas já éramos conhecidas, cursando economia juntas, mas só agora nos falamos um pouco mais, ela trabalha comigo porque não consegui outro emprego.
— Bom dia Clarice, está se sentindo melhor das dores? – Perguntei assim que entrei e já a vi por trás do balcão.
— Bom dia Louis, estou sim, obrigada por perguntar. Louis… eu sei que já insisti demais, mas hoje à noite minha mãe vai fazer um churrasco lá em casa, você tá afim de ir? Por favor Louis! – Clarice é insistentemente tanto quanto uma criança quando quer alguma coisa.
— Obrigada mais uma vez por convidar Clarice, mas você sabe que não é pra mim. Não pensei que é má vontade minha pois não é, eu só não estou preparada ainda.
— E você tem vergonha de quê? Você é linda e tem um coração de ouro Louis, pode vestir a roupa que for que ainda sim será linda, não é essas marcas que vai te fazer querer parar de viver, vai? – Falando assim até parece tão fácil…
— Obrigada por suas palavras Clarice, mas eu ainda não estou preparada.
— Tudo bem então, mas promete que algum dia você vai sair comigo?
— Eu prometo, mas… eu não sei quando esse dia chegará.
— Não tem problema, eu vou sempre te lembrar.
O dia foi produtivo, fizemos boas vendas e passei a Mauro parte da tarde conversando com a Clarice sobre economia.
Ao chegar em casa notei que meu pai havia deixado um bilhete em cima da mesa.
" Boa noite filha, talvez eu chegue um pouco mais tarde hoje, portanto pode jantar sem mim. Amanhã será um grande dia para todos nós.
Não entendi bem o que ele quis dizer com esse "amanhã será um grande dia", todos os dias são iguais para nós dois, mas seja lá o que for não me interessa.
Entrei no banheiro e tentei mais uma vez não me olhar no espelho, meus cabelos estão horríveis, minha pele sem nenhum cuidado sem contar essas olheiras ridículas. Pensando bem, eu bem que poderia aceitar um dos convites de Clarice e ir me divertir um pouco, não, acho que é melhor continuar assim mesmo.
Enquanto esperava a banheira encher fui fazer esfoliação na pele com extrato de camomila. Entrei na banheira permitindo meu corpo ser todo coberto pela água – seria tudo mais fácil se eu me afogasse aqui dentro sem ninguém por perto mesmo – Mas temo pelo
que pode estar né esperando após a morte.
Após quase uma hora perdida em meus pensamentos eu fui para meu quarto. A casa não é muito modesta, mas tem tudo que precisamos para o dia a dia. Olhei minhas roupas reviradas e tenho certeza que meu pai pegou minha última jóia, que droga! Vesti meu pijama da Barbie e fui fazer a janta. Cortei o frango em tira e enquanto o repolho estava refogando alguém insistia tocando a campainha incansavelmente. Tirei o avental e fui atender.
— Se veio atrás do Parkinson ele não está. – Disse ao abrir a porta.
O homem por fora da porta deve ter uns dois metros de altura ou mais. A barba enorme e os olhos negros dão a ele uma aparência medonha e um feio na espinha, é cada traste que me pai se envolveu que Deus me livre. Havia mais um homem encostado no carro parado logo à frente do jardim, meu coração começou a bater descompassado quando eu vi que eles tinham armas.