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O Alfa e sua enfermeira

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Cam-arepi
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Resumo

Jennifer Janet tem poucas certezas na vida: o dinheiro traz felicidade na maioria das vezes, a saúde sempre vem para as pessoas mais burras e o amor quase sempre é uma droga. Viver com essas três verdades em uma remota cidade de Montana sempre permitiu que ela continuasse sendo ela mesma, embora sempre tenha sido considerada uma chata irritante. Jennifer trabalha como enfermeira no pequeno hospital da cidade, tentando limpar sua consciência da maneira que pode: salvando vidas, em vez de destruí-las. Os habitantes locais ainda a consideram uma alienígena, pois quem diabos teria se mudado para aquele lugar esquecido por Deus por vontade própria? O que eles não sabiam era o que a garota estava realmente escondendo. Cabelos longos e sedosos de ébano, grandes olhos castanhos de rainha e lábios carnudos vermelhos como sangue. Jennifer é a filha da noite, uma lenda que se tornou realidade na busca perpétua por seu companheiro. Sua rotina normal e monótona é completamente abalada pela chegada à cidade de um grupo de engenheiros, que vieram construir o trem de alta velocidade naquele buraco escondido no mundo.

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Sinopse

Jennifer Janet tem poucas certezas na vida: o dinheiro traz felicidade na maioria das vezes, a saúde sempre vem para as pessoas mais burras e o amor quase sempre é uma droga. Viver com essas três verdades em uma remota cidade de Montana sempre permitiu que ela continuasse sendo ela mesma, embora os habitantes locais sempre a considerassem um espinho irritante.

Jennifer trabalha como enfermeira no pequeno hospital da cidade, tentando limpar sua consciência da maneira que pode: salvando vidas, em vez de destruí-las. Os habitantes locais ainda a consideram uma alienígena - quem se mudaria para esse lugar esquecido por Deus? O que eles não sabiam era o que a garota estava realmente escondendo. Cabelos longos e sedosos de ébano, grandes olhos castanhos de rainha e lábios carnudos vermelhos como sangue. Jennifer era uma filha da noite, uma lenda que se tornou realidade na busca perpétua por seu companheiro.

Sua rotina normal e monótona foi completamente destruída com a chegada à cidade de um grupo de engenheiros, que vieram construir o trem de alta velocidade naquele remoto buraco no mundo. Às vezes, o que achamos que sabemos não corresponde à realidade. Sequestrada, arrancada de sua vida e em um lugar desconhecido para ela, Jennifer terá de lidar com seu passado, seu presente, seus poderes, mas, acima de tudo, com aquele que a Deusa da Lua escolheu para ela. Sua companheira.

Diz a lenda que a filha da noite, aquela que não deveria ser nomeada na corte de sua majestade, foi sequestrada quando era apenas um bebê.

A ladra corria no frio da noite, tentando despistar os licantropos com seu cheiro humano. Nunca antes na história do sobrenatural uma criatura com poderes tão extraordinários e peculiares havia nascido de forma completamente natural. Ele tinha apenas algumas horas de vida quando seu poder também foi sentido pelo resto da manada, atordoando todos os membros. De que manada estamos falando? A única matilha das terras do norte. Implacável, sedenta de sangue e sem coração, assim eram descritos os licantropos que faziam parte dela.

Frio, gelo, morte e desolação ocupavam essas terras antes daquele dia. Mas do primeiro lobo Fenrir ou Fenris e sua companheira Resilia nasceu uma menina especial e única: Ayame era seu nome. Olhos tão claros quanto a água mais cristalina, pele diáfana e habilidades incríveis que ela demonstrou desde o nascimento. Sua mente havia se conectado de forma completamente automática com o restante do rebanho, fazendo com que eles percebessem sua chegada ao mundo dos vivos e seu poder. O que mais a recém-nascida poderia estar escondendo?

Ela correu, correu, ignorando o frio cortante e os cortes sangrentos na maior parte de seu corpo causados pelas temperaturas congelantes daquelas terras. Essa era sua missão, seu trabalho era sequestrar a menina e matá-la, mas será que ele conseguiria? Será que ele, um simples ladrão, seria capaz de matar uma criança inocente? Ele sentiu os licantropos atrás de si se aproximando cada vez mais, ele tinha pouco tempo agora. Fenrir era a morte de uma pessoa, ou, nesse caso, de um lobisomem. Não havia nada nem ninguém que ele não pudesse submeter à sua vontade, ao seu domínio, ao seu poder. Ele foi o primeiro Alfa de sangue puro, não apenas por seu direito de nascença, mas também por sua vontade férrea. Somente grandes coisas poderiam ser esperadas de sua prole e, de fato, aquele recém-nascido era incrível.

A essa altura, os licantropos o haviam cercado e não havia nada que ele pudesse fazer para sobreviver. A fuga havia terminado. A criança, calorosamente segurada em seus braços, não havia chorado um único momento desde que ele a havia tirado de sua cama quente. Naquele exato momento, a menina estava olhando para ele com seus grandes olhos já abertos, pronta para ler sua alma sem nenhuma dificuldade. O homem, diante daquele olhar puro, ajoelhou-se no chão, desmaiando e abandonando o que havia sido sua missão suicida até aquele momento. Ela era apenas uma criança.

Essa criança em seus braços era especial. Aquela criança inocente não merecia morrer pelos erros de seu pai. Aquela criatura pura em seus braços parecia entender tudo o que ocupava a mente do homem. O rosto pequeno e rechonchudo da menina, ainda vermelho e manchado de sangue do parto, estava estampado em uma careta que nada mais era do que um primeiro sorriso inexperiente e desajeitado. Ela o perdoou, ela havia entendido tudo. O homem, movido por um poder primordial, que certamente não lhe pertencia, colocou um dedo na bochecha da garota. Uma bolha avermelhada se expandiu ao redor dela.

Essa era a forma mais pura e primordial de poder sobrenatural que havia sido vista no mundo sobrenatural por séculos. O poder da garota que ele segurava junto ao peito o estava protegendo de seus companheiros. Ela o estava protegendo de sua família, de sua matilha.

Após um breve momento de pura alegria, Fenrir decretou o fim dessa magia extraordinária e inesperada de sua própria filha. A brincadeira havia acabado para o humano. O ladrão deveria pagar por seu crime, e caberia a ele restaurar a ordem nas terras frias e impiedosas do norte.

Ele era o verdadeiro e único senhor dos lobos. Até aquele dia.

Quando eu era apenas uma criança, vi minha família morrer. Vi com meus próprios olhos quem havia tirado a vida de meus pais. Observei, impotente, a vida desaparecer dos corpos das pessoas que eu mais amava. E eu fugi. Virei-me e corri, sem olhar para trás. Fechei a porta, como se aquele gesto pudesse apagar o que eu tinha visto, balancei minhas pernas, um passo após o outro, e saí. Para longe dali.

Um covarde, era isso que eu tinha sido, um verdadeiro covarde. De minha parte, só posso dizer que eu era um adolescente tolo que ainda sabia pouco sobre a vida real. Nunca mais veria minha mãe, com seus olhos azuis brilhantes e longos cabelos castanhos, nunca mais a ouviria me repreender ou rir de mim. Nunca mais veria meu pai, com seu olhar de advertência constante e seus olhos escuros, nunca mais ele me aconchegaria, nunca mais me protegeria. Nunca mais veria minha irmã, nunca mais compartilharia nada com ela, nenhum segredo, nenhuma mentira, nada. Nada. Eu nunca mais veria nenhum deles.

Eu era um licantropo, mas também havia crescido sozinho, sem uma matilha com a qual contar, sem uma família para me ajudar quando eu falhava e, por essa razão, sempre fui considerado o elo fraco, o elo perdido no mundo. No entanto, fazia anos que eu não me sentia mais fraco, pois mais uma vez havia perdido alguém que amava e finalmente me foi mostrado meu verdadeiro e único potencial. Percebi tarde demais que não poderia amar alguém de verdade sem antes amar a mim mesmo.

Porque, apesar de tudo, eu acreditava. Eu não ia desistir, não ia desistir sem lutar. Eu nunca faria isso de novo. Nunca mais.

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