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Capitulo 2

Ryder

Termino de tomar café e como um pedaço de bolo. Outra coisa que eu amo é bolo. Logo veio uma garçonete, com um perfume enjoativo, se debruçando sobre a mesa, querendo mostrar os seios. Como se eu já não tivesse visto, com os vestidos colados que a Anne gosta de usar.

— Anne, obrigada — diz minha mãe.

— Por nada, senhora Dragonni — Anne responde com um sorriso e sai rebolando. Eu mal olho para ela quando minha mãe me dá um chacoalhão.

— O que foi, mãe?

— Está distraído de novo. Algo te preocupa?

— Claro que não, mãe. Só preciso mesmo arranjar um cozinheiro.

— E se for uma mulher?

— Está doida, mãe! Imagina se uma mulher iria querer morar na fazenda, e outra, tem muitos homens lá que poderiam dar em cima dela. Eu não posso me dar ao luxo de perdê-los.

— Ryder Dragonni, olha como você fala comigo menino! — minha mãe me fala quando saímos da cafeteria. Passamos por umas lojas que vendem móveis infantis e eu, querendo agradar meu filho, pois faço qualquer coisa por ele, estou à procura de uma cama.

— Desculpa aí, mãe — eu respondo piscando, e comento com ela: — Noah quer um presente.

— O que ele pediu, meu filho?

— A senhora acredita que ele me pediu uma cama com formato de carro?

— Esse menino gosta de coisas estranhas mesmo — ela comenta e saímos da loja, seguindo para a floricultura. Uma coisa que a minha mãe gosta é essa: mexer com flores.

— Pois é, mãe, e como gosta. Os desenhos então, nem me fale. Cada um mais estranho que o outro.

— Normal, filho. Noah está na idade de assistir esses desenhos estranhos.

— Sei disso. Bem, a senhora vai querer algo da floricultura hoje?

— Não sei, filho. Acho que eu tenho tudo em casa — ela me fala e continua: — Filho, você viu que tem uma placa de vende-se?

— Sério? Onde, que eu não vi? — Eu procuro e não vejo placa nenhuma.

— Aqui, filho. — Ela me aponta para um canto da janela, onde a placa dizia que a loja estava à venda e então eu tenho uma grande ideia.

— Mãe, a senhora que gosta de mexer com flores, já pensou em ter uma loja sua?

Reparo que ela fica surpresa, afinal não imaginava que eu iria perguntar uma coisa dessas. Mas se ela quiser eu compro e dou de presente. Isso seria um prazer.

— Meu filho, estou surpresa! — ela me fala.

— Eu imagino que esteja. Toda vez que eu quero te comprar algo você recusa.

— Mas filho, você me dá tantas coisas — ela me fala com carinho.

— Ainda é pouco — eu respondo.

— Ryder, não é! — minha mãe afirma com veemência, e continua: — Você é o melhor filho que uma mãe pode merecer.

— Que bom, mãe, que eu sou o melhor. Só não deixe aquelas tranqueiras saberem, se a senhora me achar um péssimo filho. — Eu pisco, dando risada.

— Ryder, você não tem jeito mesmo. Agora vamos embora, quero ver o Noah.

— Tudo bem, mãe — concordo com um último olhar e decido ligar depois para conversar com o dono da floricultura. Seguimos direto para o meu carro, uma caminhonete; para mim, era o melhor carro para trabalhar, ainda mais na terra, mas eu sempre estava vindo para a cidade. Aqui é o melhor lugar para se viver.

— Está tão quieto, Ryder — minha mãe me chama a atenção de maneira carinhosa.

— Estava pensando em como eu amo esse lugar — eu falo, olhando em volta e dirigindo.

— Aqui é muito bom mesmo, querido — ela diz.

— A senhora se muda quando? — pergunto.

— Ainda não sei, filho, vou ver ainda uma casa para morar aqui na cidade.

— Mãe, vem morar com a gente na fazenda.

— Filho, já te falei que não quero atrapalhar. Além do fato de eu gostar de ter meu espaço e seu pai também.

Concordo, pois sei que gostam de tranquilidade e lá na fazenda quase não tem isso. Meu filho Noah é um furacão em forma de criança. Só de lembrar o meu pequeno, sinto uma saudade repentina.

— Eu sei disso, mas não custa nada tentar, não é, mãe? — eu respondo e continuo a dizer: — Mãe, eu vejo a casa para vocês. Por que a senhora não dorme esse fim de semana em casa? Depois vamos procurar uma casa para vocês morarem.

— Meu filho, vamos ver, afinal, mal cheguei à cidade — ela me fala dando risada.

— Sim, vamos. Eu tenho que passar aqui no jornal — comento ao estacionar minha caminhonete. — A senhora quer ir lá? — pergunto.

— Não, filho, vá você. Eu espero aqui.

— Já venho, mãe. — digo e saio do carro.

Atravesso a rua correndo. Mesmo sendo uma cidade pequena, aqui tem trânsito, e eu odeio isso. Entro no prédio do jornal e vou direto para a recepcionista, que me olha e me reconhece. É a pequena Amy, que me observa de cima a baixo, como sempre, como se eu fosse uma carne saborosa. Nunca quis nada com a menina. Seus pais trabalham com a minha família há anos e gosto dela como uma irmã. Só não posso dizer o mesmo do Jesse.

— Bom dia, senhor Dragonni — ela me cumprimenta.

— Olá, menina Amy. Você poderia pedir para publicar um anúncio para mim? — peço a ela.

— Claro, senhor Dragonni, me diga como quer que façam o anúncio — ela pergunta e seu rosto demonstrava sua curiosidade.

— Algo aconteceu, senhorita? — pergunto, querendo entender as expressões de seu rosto.

Começo a lembrar-me um pouco da Selena, aquela víbora que tinha uma expressão de anjo, mas era uma cobra. Não sei como eu caí na armadilha dela. Ainda bem que essa menina não parecer ter a personalidade da Selena, por que senão, coitado do Jesse, que é caído por ela.

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