Um emprego
Eu deitei no sofá, sentindo as minhas costas doloridas, mas mesmo assim acabei dormindo, acordei no dia seguinte com o cheiro de ovos mexidos invadindo o ambiente.
Eu me levantei, caminhei pelo apartamento até chegar a cozinha, e eu tive a visão fascinante do Pietro apenas de cueca, no pé do fogão.
A vontade que eu tive foi de colocar a mão dentro da calcinha e me tocar, mas eu não podia correr o risco de ficar sem um lugar pra ficar somente porquê não conseguia me dar o respeito, do jeito que ele falou.
Ele percebeu a minha presença e olhou pra trás no exato momento que eu estava devorando a bunda dele com o olhar.
Pietro: Tá gostando da paisagem Jessy?
- É a melhor paisagem que eu vi até hoje, você acredita?
Nós dois rimos.
Pietro: Senta aí que eu vou te servir.
- Você não quer ajuda?
Pietro: Você já cozinhou alguma vez na sua vida?
- Na verdade não.
Pietro: Então não tem como você me ajudar.
- Mas você pode me ensinar.
Ele parou tudo o que estava fazendo e me encarou, o olhar dele era algo que me fazia perder a noção do tempo e do espaço.
Pietro: Não vejo motivos em te ensinar, se você só vai ficar aqui por alguns dias.
- Você tem razão, eu só queria ser útil.
Ele colocou os ovos mexidos e algumas torradas em dois pratos e suco nos copos e merendamos em silêncio.
Depois de tudo eu recolhi as louças e lavei, pelo menos pra isso eu servia.
- Hoje eu vou atrás de um emprego.
Pietro: É melhor você sair na hora do almoço, esse horário não tem risco de alguém te ver.
- Não é melhor você dizer logo pro Zuca que eu estou aqui.
Pietro: Não, ele vai querer fazer você de escrava sexual dele.
- E você se importa com isso porquê?
Pietro: É isso que você quer Jessy? quer que ele use você e te trate como um puta como ele fez da última vez?
Eu fiquei em silêncio, era o melhor a ser fazer.
Ele foi pro quarto dele, colocou uma roupa e saiu batendo a porta, e eu fiquei sozinha, tentando entender o motivo dele querer me proteger tanto.
Eu fui conhecer os outros compartimentos do apartamento e percebi que lá só existia um quarto, que era o dele.
- Pelo jeito, vou ter que continuar dormindo no sofá, falei pra mim mesma.
Eu peguei a minha mochila, separei uma roupa, e lembrei que não havia trazido nenhum calçado além do que eu estava usando.
- Que droga!
Eu fui tomar um banho, depois fui me arrumar, e tive que entrar no quarto do Pietro pra proucurar uma escova de cabelo, mas acabei encontrando mais do que isso.
No guarda roupa dele tinha tudo o que uma mulher precisava, maquiagens, roupas, peças íntimas entiquetadas, escova de dentes, sandálias ainda na caixa.
- Nossa! De quem será essas coisas?
Eu decidi não mexer em nada, apenas usei a escova de cabelo e a de dentes e passei um batom claro nos lábios.
Esperei chegar a hora do almoço pra poder sair, e encontrei o Pietro no beco.
Pietro: Você vai procurar emprego vestida assim?
- Eu não trouxe muitas roupas Pietro, essa é a melhor que eu trouxe.
Pietro: Tem roupas novas no meu guarda roupa Jessy, eu comprei ontem mesmo, você não viu porquê estava dormindo.
- Aquelas coisas todas no seu guarda roupas são pra mim?
Pietro: Você já viu? o que você queria mexendo no meu guarda roupa?
- Eu estava procurando uma escova pra pentear os meus cabelos.
Pietro: E você achou que aquilo tudo era de quem?
- Sei lá Pietro, de alguma namorada.
Pietro: Se eu tivesse uma namorada, você não estaria dormindo no meu apartamento, agora volta lá por favor e troca de roupa.
Eu dei um beijo no rosto dele, e o agradeci, ele não tinha obrigação nenhuma de me ajudar e mesmo assim, ele estava fazendo de tudo por mim.
Enquanto eu voltava pro apartamento, algumas pessoas ficaram me olhando, mas eu achei normal, já que era um conjunto habitacional e todos se conheciam, é claro que iriam estranhar a minha presença no local.
Eu troquei a minha saia e a minha blusinha com decote, por uma calça comprida e uma camiseta comportada, escolhi uma sandália novinha e fiquei me perguntando como ele havia acertado o número que eu calçava.
Pietro: Agora sim, tá com algo apropriado, boa sorte Jessy.
- Obrigada.
Eu peguei um táxi e fui pra parte central da cidade, onde haviam lojas, mas nenhuma precisava de alguém pra trabalhar.
Já estava no fim da tarde, eu estava com fome e cansada, e eu não queria gastar o dinheiro que eu tinha, pois eu precisava economizar, eu olhei o celular e haviam dezenove ligações do meu pai, e quinze da minha mãe.
- Eles devem estar desesperados, falei pra mim mesma.
Eu desliguei o celular pra evitar que eles continuassem me ligando.
Enquanto eu procurava um taxi pra voltar pro Bronx, eu vi uma placa em um estabelecimento.
(Precisa-se de house cleaner).
- Será se eu me daria bem limpando a casa dos outros? perguntei a mim mesma.
Não custava nada tentar, então eu entrei.
- Boa tarde, eu vi na placa que vocês estão precisando de house cleaner, como faço pra conseguir a vaga?
Atendente: Você tem experiência mocinha?
- Não, mas eu sou esforçada e aprendo rápido.
Ela ficou me analisando pensativa.
Atendente: A preferência era conseguir alguém com experiência, pois nossos clientes são bastante exigentes com a limpeza, mas estamos realmente precisando de alguém com urgência, vou te dar uma chance, se você se sair bem no primeiro dia, você continua.
- Você está falando sério? nossa, muito obrigada, e quanto vou ganhar pelo trabalho?
Atendente: De início vou te pagar 12,00 dólares por hora trabalhada, quando você pegar o jeito da coisa toda, vou passar a te pagar 15,00. Preencha esse formulário com os seus dados, seu contato e esteja aqui amanhã as 07:00hrs.
Eu preenchi o formulário com toda calma do mundo pra não errar, depois entreguei.
- Mais uma vez obrigada, amanhã estarei aqui com certeza.
Ela olhou o formulário que eu preenchi, e depois olhou pra mim.
Atendente: Até amanhã Jessy, e não esqueça de trazer o seu próprio material de limpeza.
- Como assim? vocês não fornecem o material?
Atendente: Não, essa parte é com você.
- Do que eu vou precisar?
Atendente: Aqui está a lista e eu anotei o horário pra você não esquecer.
Quando ela me deu a lista, eu quase cai dura pra trás, era bastante coisa e não iria sobrar quase nada pra mim.
Eu voltei pro Bronx com um emprego, mas sem saber como eu iria conseguir o material pra trabalhar.
Já estava escurecendo quando cheguei no Bronx e infelizmente eu não havia combinado a volta com o Pietro, mas eu tive a sorte de chegar até o apartamento sem ser notada por nenhum dos caras que trabalhavam pro Zuca, pois eles estavam ocupados demais vendendo drogas pra um grupo de rapazes.
Assim que cheguei no apartamento, percebi que o Pietro não estava lá, e eu já estava passando mau de tanta fome.
Eu coloquei a lista em cima da mesa e fui tomar um banho, sentindo as minhas pernas exaustas, depois entrei no quarto do Pietro e peguei uma blusa dele e um short meu.
- Acho que ele não vai se importar.
Depois eu fui proucurar algo na geladeira pra comer, a minha surpresa era que ela estava abarrotada de coisas gostosas, eu abri os armários e eles também estavam cheios de comida.
Peguei dois Iorgutes, e um biscoito e devorei tudo.
- Eu vou deitar um pouco pra descansar, e daqui a pouco vou no mercado comprar esses materiais de limpeza, falei pra mim mesma.
Eu deitei no sofá, e o que seria só um simples descanso de alguns minutos, acabou virando a noite toda.