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NOITES DE DESEJO (SAGA CLUBE)

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Pana
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Resumo

SEQUÊNCIA DA SAGA DO CLUBE SE VOCÊ AINDA NÃO VIU A PRIMEIRA, PROCURE EM MEU PERFIL DE AUTOR ***SE VOCÊ NÃO CONHECE A SAGA DO CLUBE, PODE VER MEU PERFIL DE AUTOR. ---------------------------------------- “Eu serei sua única companhia”. O clube Lorisytes é conhecido por seus membros ricos, mimados e arrogantes que estão acostumados a conseguir o que querem. O clube Lorisytes é um clube privado, na época reservado apenas para homens, um pequeno grupo de estudantes universitários. É conhecido por seus membros ricos e abastados, grandes jantares e comportamento destrutivo, como vandalismo. Não é oficialmente reconhecido, pois seus membros são obrigados a permanecer em silêncio. Originalmente, o Lorisytes era um clube para os ricos mimados, acostumados a fazer o que quisessem. Houve um escândalo terrível que causou estragos dentro e fora da associação. Hoje, justamente por causa do que aconteceu no passado, o clube adota atitudes comedidas e, para que isso aconteça, David De Forest obrigou os possíveis sócios a terem um membro eleito.

CEObilionárioromanceRomance doce / Amor fofo amor

Capítulo 1

No entanto, ela viu uma sombra naquele verde cristalino; algo incomodava Alessandra, e não por causa de uma leve queimadura de sol ou de uma anedota sensual como a da tarde, e a maneira como a garota evitava seu olhar a deixou desconfiada.

- Alessandra, por que tenho a sensação de que você não me contou toda a verdade?

Alessandra estremeceu imperceptivelmente e aquela dor que vinha suportando há um mês, aquele peso que carregava no estômago e que jamais desejaria impor ao seu homem para não magoá-lo, tornou-se insuportável demais para ser tolerada por mais tempo. Um abismo se abriu em seu peito e, naquele momento, todos os seus pensamentos e frustrações saíram, escapando do controle de sua boca para se materializar em uma explosão imparável.

- Todos na classe me odeiam. - ele sussurrou com uma voz sufocada.

Marco arregalou os olhos e a revelação o atingiu como uma ducha fria.

- Como eles podem odiá-lo? Como podem odiar um bebê adorável como você? - perguntou ele, desanimado.

Alessandra fungou e enxugou uma lágrima que rolou pelo seu rosto, a primeira de uma série descontrolada.

- Porque desde que se espalhou a notícia de que estamos juntos, eles acham que sou registrado. -

Marco sabia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, mas a dor o atingiu como uma punhalada no peito e ele não conseguiu conter um gemido. Ele não disse nada; que palavras poderiam se encaixar na situação sem parecerem inadequadas; o que ele poderia dizer para confortá-la quando a culpa lhe dava um nó na garganta e o fazia se sentir como um verme?

Ele suspirou suavemente e lhe lançou um olhar compreensivo.

- O que eles lhe disseram? - ele sussurrou fracamente.

- Que não tenho nada com que me preocupar, pois você está lá para me ajudar ou, de qualquer forma, posso contar com o professor Contieri. Meu Deus, Marco! Você deveria ver os olhares que eles me dão! Quando digo que me formei com as melhores notas ou quando comparamos as pontuações dos exames, eles me olham como se dissessem: "Bem, foda-se Ferraro, quanto você achou que conseguiria?" Às vezes eles até dizem isso para mim! - ela rugiu com raiva, seu rosto vermelho mostrando o início das lágrimas.

- Você não deve dar ouvidos a ele, pois sabe muito bem o que está fazendo. - Às vezes é mais fácil se apegar a nada para menosprezar os outros do que lidar com nossos próprios fracassos e admitir que somos os únicos responsáveis por nossa própria derrota. -

- E você acha que eu não sei disso? - rosnou Alessandra exasperada - Você acha que eu não tentei ignorá-los? Está doendo, Marco - -.

Eu sei! -

- Mas isso me irrita muito, porque eles não sabem nada sobre mim! Eles me matam só porque estou com o temido advogado e assistente Marco Ferraro, quando talvez sejam todos filhos de advogados e magistrados! Mas é claro que uma garota que faz sexo com um professor é mais escandalosa do que um filhinho de papai, porque isso é normal - exclamou ele sarcasticamente, com a voz embargada!

Marco mordeu o lábio inferior para liberar a sensação de impotência e, impetuosamente, agarrou a mão dela para apertá-la com força.

- Perdi meu pai e minha mãe quando tinha 15 anos, corri o risco de ir para um orfanato, fui catapultada para outra cidade. Encontrei meu caminho sozinha, justamente quando eu mais precisava de orientação", ela ofegou, sentindo um soluço agarrar sua garganta para dominá-la, "Eu não mereço isso, Marco", ela murmurou, com o coração partido.

- Eu sei. - ele repetiu, sem saber o que mais acrescentar.

Alessandra não esperava uma reação diferente, nem teria apreciado, mas nos olhos angustiados de Marco ela leu todo o sofrimento que ele havia lhe causado e isso a enfureceu mais do que qualquer outra coisa. Entretanto, ela não conseguia mais se conter e cada insegurança mais íntima escapava de sua boca, tomando forma.

- Eles são ruins, Marco. E, às vezes, eles não apenas menosprezam meus resultados... - ele deixou a frase pendente para lhe dar um olhar intimidado, o olhar de alguém que precisa de consolo.

Marco prendeu a respiração, sem ter certeza de que queria saber mais. Ele temia que toda essa hostilidade pudesse se tornar um problema real para o relacionamento deles, que Alessandra pudesse ceder à pressão das más línguas e ceder ao derrotismo vulgar, mas, sem conhecer todas as verdades, ele não conseguia encontrar um remédio para vencê-las.

- O que mais eles lhe dizem? - perguntou ele com relutância.

- Certa vez, ouvi duas garotas conversando em frente à porta do banheiro. Elas não sabiam que eu estava sentindo isso e, acredite, eu queria não saber! -

- Droga, Alessandra! Diga-me! Que porra eles lhe disseram? - gritou o homem, impaciente.

- O que estou fazendo com você? - exclamou ele, ressentido - O que Marco Ferraro poderia ter encontrado em uma garota comum e desarrumada, quando ele poderia ter aspirado a mulheres de um calibre muito diferente! -

Marco ficou atônito e não disse uma palavra por um longo tempo. A atmosfera ficou pesada e o sangue estava tão saturado de amargura que os dois jovens até lutavam para respirar. Alessandra chorava silenciosamente e apenas sua ansiedade quebrava o silêncio que eletrificava as almas, mas Marco, desnorteado, estava dominado por uma miríade de sensações conflitantes com as quais não sabia como lidar. Havia raiva, primeiro daquelas pessoas infames que haviam injustamente reivindicado o direito de cuspir veneno em seu amor, depois de si mesmo por ter colocado Alessandra naquela situação, depois dela, que estava tão desestabilizada por essa nova tempestade de problemas que ele não conseguia ver em seus olhos o quanto sua alma havia sido entregue à dele. E então houve sofrimento, muito, talvez muito sofrimento.

E uma ponta de decepção, porque por um momento pareceu-lhe que a pergunta não vinha de outras pessoas, mas de seu coração.

- Não vou deixar que você questione o que sinto por você. Não agora, não depois do que passamos. - sibilou ele com frieza.

- E eu não tenho, mas... - Alessandra bufou -... olhe para você! E olhe para mim! O que você vê? -

- Duas pessoas que se amam tanto que decidem compartilhar cada momento do dia. Um homem e uma mulher que estão construindo uma vida juntos. - Marco declarou, sem pestanejar.

- Uma mulher, é claro! - Alessandra gaguejou, rindo amargamente - Uma garotinha, você quer dizer!

Marco arregalou os olhos e finalmente entendeu qual era o seu problema. Ele levou a mão ao queixo e olhou para ela pensativamente por um longo momento, enquanto tentava esconder um sorriso.

- Você tem vinte e quatro anos, Alessandra. Você é jovem, mas ainda é uma mulher. - ele apontou divertido.

Alessandra o provocou com um verso.

- Eu realmente quero ver se você chamou Laura de garota quando tinha 24 anos. -

- O que Laura tem a ver com isso agora? - perguntou ele, intrigado.

- Ela tem algo a ver com isso! Ela definitivamente tem algo a ver com isso! - ela gritou histericamente - Ela pode ter seus defeitos, mas ninguém duvida que ela é uma mulher de classe! -

Marco Ferraro segurou a vontade de rir, porque essa conversa, que havia começado com premissas catastróficas, estava à beira do grotesco. Marco percebeu que Alessandra estava passando por um momento de total confusão, de fato, a transição pela qual ela estava passando a fazia questionar tudo, até mesmo as coisas boas que ela tinha. Na realidade, ela só precisava encontrar alguma confiança em si mesma.

- Bem, de fato, é. - ele brincou, sorrindo.

- Ela é linda. - Alessandra continuou destemida, ignorando a irritação crescente.

- Sim.

- Elegante. -

- Não há dúvida quanto a isso. -

- Brilhante e inteligente. -

- Pacífico. -

- E é normal que as pessoas se perguntem que diabos você bebeu quando a trocou por mim! Laura não quebra coisas, Laura não deixa a cozinha pegar fogo, Laura não dá uma má impressão a todos os seres que respiram! Laura não se importa com os pombos e, acima de tudo... - ela fez uma pausa para apontar para o pijama do Mickey Mouse -... Laura não usa a porra do pijama da Disney! - gritou ela, agora fora de si.

- Bem, não é bem assim... - Marco acrescentou melancolicamente, mas antes que ele pudesse terminar a frase, Alessandra se antecipou.

- Veja, é perfeito! Oh, eu sabia! Sou uma bagunça! - ela gemeu desconsoladamente, levando as mãos ao rosto.

- ...é uma pena que eu não saiba o que fazer com a perfeição, quando, em vez de um bom prato, prefiro alguém que ameaça explodir minha casa, a um porte elegante, dois olhos verdes sinceros e uma língua bifurcada, e a um roupão provocante, um pijama de menina. Prefiro tudo isso, se isso representar quem você é. E não há um único dia em que eu tenha sequer pensado em querer uma mulher ao meu lado que não seja você. -

Os olhos de Alessandra se arregalaram e um sorriso feliz tomou forma naquele rosto manchado de lágrimas.

- Você é a melhor pessoa que conheço, Alessandra. -

- Sério? - murmurou a garota, e nunca havia se sentido tão estúpida como naquele momento.

Marco riu e a provocou, dando-lhe um tapinha na testa.

- Sim, coloque isso em sua cabecinha! -

Alessandra assentiu vigorosamente e se aproximou dos lábios de seu homem.

Ele encontrou refúgio naqueles braços, os pilares residuais de sua existência, e se sentiu melhor. Porque Marco representava a coisa mais linda da vida, um bote salva-vidas em um mar de incertezas.

Ele encontrou esperança, confiança e a promessa de tê-lo sempre ao seu lado, mesmo que estivesse completamente desarrumado e vestindo um pijama do Mickey Mouse.

- Tem certeza de que prefere esse pijama a um roupão provocante? -

Marco pensou sobre isso e depois lambeu os lábios.