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4. A FAMÍLIA PARGANNO - PARTE 3

Horas depois, enquanto se dirigia para a boate, Mattia exibia uma expressão totalmente diferente. Após todos se afastarem, Pietro se aproximou dele, curioso:

— Que aconteceu, cara? Mattia, mantendo a seriedade, respondeu:

— Não foi nada. Pietro não desistiu e elaborou outra pergunta, já sabendo da resposta.

— Foi Aline? Eu a vi saindo correndo da sua suíte mais cedo. Mattia suspirou, visivelmente indignado:

— Aquela garota virou uma obsessão. Você acredita que ela estava dentro da minha suíte completamente nua quando eu saí do banheiro?

Pietro tentou relativizar:

— Por que se surpreender? Não é a primeira vez que uma mulher faz isso com você, certo? Mattia balançou a cabeça, frustrado:

— Estamos falando da Aline. Pietro ponderou:

— Eu sei, mas pense bem. Você é um cara cobiçado e ela é uma das interessadas. Mattia tentou explicar:

— Crescemos juntos, ela era como uma irmã para mim, agora nem sei mais. Ele passou a mão nos cabelos. — Só sei que ela ultrapassou todos os limites.

Mais tarde, na sala exclusiva da Boate Tunnel Club, Marco olhou sério para seu sócio, Oscar Maroni:

— Vai me contar o que realmente aconteceu em Nova Iorque? Oscar coçou a cabeça, desconfortável:

— Bem, tem um indiano querendo fazer negócios com peças raras.

Enquanto aqueles homens conversavam sobre negócios, Mattia permanecia visivelmente abatido, com a cabeça recostada no sofá. Aquele gesto, chamou a atenção de seu pai:

— O que há com você, Mattia? Perguntou Marco. Mattia tentou disfarçar sua indignação:

— Desculpe, meu pai, eu preciso dar uma volta. Marco concordou:

— Você parece péssimo. Vá dar uma volta, mas não demore.

Mattia saiu imediatamente da sala, caminhou pelo local, foi para o bar, sentou-se numa banqueta, em frente ao barman e logo foi servido de uísque. Quando ele segurou o copo, uma mulher se aproximou dele. Havia charme e elegância em suas palavras. Eles começaram a conversar e a beber juntos.

No entanto, depois de alguns minutos, Pietro se aproximou. Mattia sabia que era hora de se despedir da mulher. Ela, porém, tentou persuadi-lo a ficar.

— Fique mais um pouco, querido. Posso alegrar a sua noite. Mattia recusou com gentileza:

— Talvez outro dia, se tivermos outra oportunidade. Pietro chamou Mattia para regressar:

— Precisamos voltar ainda hoje. Mattia, confuso, perguntou:

— Por que meu pai está com tanta pressa? Pietro revelou com um sorriso:

— Iremos para Nova Iorque.

Eles, ao caminharem lentamente, se aproximaram da sala, onde Marco e Antony já estavam prontos para sair.

Eles seguiram por um corredor até chegarem a um estacionamento exclusivo. Marco e Mattia entraram em um carro, enquanto Antony e Pietro entraram em outro. Eles pegaram a via A1, seguindo para Toscana. Chegaram em casa já tarde, e antes de dormir, Marco informou a Mattia que precisariam ir aos EUA, a Nova Iorque, resolver algo importante logo cedo no domingo.

No domingo pela manhã, a família Parganno chegou ao aeroporto, onde seu jato particular já os aguardava. Após se acomodarem, foram servidos por uma jovem bonita. Quando ela se aproximou de Mattia, sorriu levemente, mas ele, ainda aborrecido com a atitude de Aline no dia anterior, preferiu dormir.

Algumas horas depois, enquanto Mattia cochilava tranquilamente em uma cadeira confortável, seu pai o despertou, batendo levemente em sua perna.

— Mattia, acorde, estamos chegando. Mattia esfregou os olhos e bocejou levemente. Marco, porém, continuou falando: — Temos uma festa esta noite em Manhattan, e amanhã trataremos de negócios. Mattia concordou com a cabeça, sorriu e dirigiu-se ao banheiro, depois reassumiu seu assento até o pouso do jato.

Ao chegarem ao hotel The Ritz-Carlton em Nova Iorque, já era tarde, passando das 17 horas. Tinham três horas até o início da festa e tempo suficiente para se arrumarem.

No terraço de um dos prédios mais altos de Manhattan, os Parganno encontraram os convidados já reunidos. Após serem calorosamente recebidos pelos anfitriões e apresentados a algumas pessoas, Mattia aproximou-se de um casal à beira do edifício, que observava a paisagem através de binóculos. O homem sorriu para ele:

— A vista daqui é perfeita! A mulher também sorriu e continuou admirando a paisagem, enquanto o jovem Mattia, após observar as luzes do outro lado da cidade, pegou um binóculo e começou a explorar a paisagem também.

A vista através das lentes daqueles binóculos era perfeita. De repente, enquanto observava de um lado para o outro, Mattia avistou uma jovem belíssima no terraço de um prédio, a uma certa distância. O vento batia em seus cabelos, enquanto ela andava de um lado para o outro sorrindo. Mattia pareceu ficar hipnotizado; o sorriso daquela mulher era encantador e seu olhar cheio de ternura. Naquele momento, ele sentiu seus batimentos cardíacos acelerarem e sua respiração ficar mais forte. Porém, saiu do seu transe quando seu pai se aproximou, dizendo:

— Venha comigo, quero que conheça alguém.

Eles se aproximaram de alguns homens de meia-idade e passaram algum tempo discutindo números, negócios e porcentagens. Aquela conversa estava ficando entediante para Mattia, mas ele manteve-se até o fim.

Quando a festa terminou e eles seguiram para o estacionamento, que ficavam alguns andares abaixo, Marco andava com a mão no ombro do filho, falando sério:

— Você precisa focar mais nos negócios, meu filho. Logo tudo que tenho será seu. Deixe as farras e as mulheres de lado, foque no que realmente importa agora. Eu nem sempre estarei aqui.

Eles pararam diante do carro, Mattia pousou a mão no ombro do pai e ficou de frente para ele, prometendo:

— Claro, pai! Farei o meu melhor.

Naquele instante, um disparo estridente atravessou a parede de vidro, seguido por mais dois. Tudo aconteceu muito rápido. Uma bala atingiu Marco nas costas, fazendo-o cair imediatamente nos braços de Mattia. Como em câmera lenta, ele gritou enquanto segurava o pai, caindo no chão imediatamente. Uma bala atravessou o corpo de Marco e atingiu seu filho na barriga. Todos ficaram em pânico naquele momento, até mesmo os dois guarda-costas, atordoados, olhando de um lado para o outro sem compreender de onde vieram os disparos. 

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