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Capítulo 2

O aroma do café acabado de fazer me acolhe e me faz sorrir. Comprar uma máquina programável foi a melhor escolha da minha vida. Principalmente para mim, considero o café da manhã a refeição mais importante do dia.

Finalmente consigo relaxar e inevitavelmente começo a pensar no que tenho que fazer no trabalho hoje. Tomo um gole da bebida que acrescentei leite e percebo que hoje é sexta-feira.

Me preparo mentalmente para as mensagens habituais que em breve receberei dos meus amigos. Eles adoram ir à balada e todo fim de semana tentam me convencer a fazer alguma coisa e eu sempre cedo para fazê-los felizes.

Mas depois da noite que tive, prefiro ficar em casa.

Tenho vontade de ficar em casa, comer junk food e assistir filmes românticos. Suspiro em rendição porque já sei que eles não me deixariam.

Olho a hora na tela do forno e já é tarde, pulo da cadeira, é melhor me apressar, tenho que correr para o trabalho.

Depois de um banho rápido coloquei uma saia lápis e uma camisa branca. Coloco um pouco de maquiagem e depois pego minha bolsa e laptop prontos para enfrentar o dia como todas as manhãs.

- Bom dia João! -

— Bom dia senhorita Logan! -

Após uma rápida saudação ao concierge sigo em direção ao meu carro, um quinhentos vermelhos, meu primeiro presente após abrir minha empresa.

Enquanto dirijo no trânsito da cidade, recebo uma ligação da minha mãe.

- Oi mãe. —Respondo pelo alto-falante.

— Olá querido, você está bem? Você está com pressa como sempre? —O tom é de reprovação.

— Sim mãe, está tudo bem, cheguei atrasado hoje. — Tento não prestar atenção nele.

—Então, quando você vem nos visitar? Você disse antes do final do mês... Agora ela parece cheia de entusiasmo, ao contrário de mim, que se sente culpado porque embora ame meus pais, não quero voltar para aquela cidade.

— Sim mãe, você tem razão mas neste momento tenho muitos compromissos, espero me organizar para o próximo mês. Diga olá ao papai, tenho que fechar, já estou no trabalho. — Não dou tempo para você responder e me sinto um merda.

— Mas querido... — Desligo o telefone antes que você continue reclamando, pois mais uma vez antecipei a data do meu retorno para casa.

Saio do carro e entro na entrada do meu prédio comercial. Aqui eu esqueço tudo, gosto muito do que faço, talvez por isso seja tão bom nisso.

Depois de uma rápida saudação aos meus colegas entro na minha sala e começo a trabalhar. Felizmente escolhi excelentes colaboradores com quem me dou muito bem, é como trabalhar com amigos. O dia passa rápido e entre o trabalho, a hora do almoço e o trabalho agora são seis de vocês.

Carol entra em meu escritório com seu terno marfim que embeleza seu cabelo castanho escuro.

—Escute Josefina, estou indo embora, os outros também estão indo, vejo você na segunda-feira —. Levanto a cabeça dos papéis em minhas mãos.

— Ok, vou terminar a última coisa e ir embora — .

- O que faz no fim de semana? — Pisco como se não entendesse.

— Ainda não sei, estou pensando em organizar as coisas com Eric e Sara, e você? -

— Eu também ainda não sei o que fazer, se sair me avise… —

— Claro, até logo. — Com isso, Carol se despede e vai embora.

Ela é meu braço direito, começamos essa aventura juntos e ela sai muitas vezes comigo e com o Eric, acho que ela está apaixonada pelo meu amigo mas não acho que seja correspondido, não importa, o amor é sempre complicado , suspirar.

Fecho o computador e saio, olho novamente a hora, são seis e meia, sinto falta de ninguém ter me ligado ainda. Vou até o elevador e nesse momento meu telefone toca. Aquela coisa infernal continua tocando, mas obviamente não consigo encontrá-la, está enterrada nas inúmeras coisas que tenho na bolsa.

- Xingamento! -

Murmuro e finalmente encontro ao mesmo tempo que chego ao porão. É a Mia, sinto falta de você me ligar a essa hora.

— Olá Mia... —

— Olá Josefina! —, uma Mia muito animada me responde.

— Você nunca vai acreditar no que vou te contar... — infelizmente no porão, onde estacionei meu carro, o telefone não atende bem, então não consigo ouvir o que ele me diz.

— Olá Mia, não consigo te ouvir bem. -

— Josefina, Josefina, você está me ouvindo? Vou me casar! -

- Que? -

- Vou me casar! — Ele grita, como se pudesse ouvi-la melhor assim.

- Xingamento! É ótimo, Tom finalmente tomou uma decisão – ela riu alegremente.

— Sim, sim — Mia grita em meus ouvidos novamente.

— Ele me pediu ontem à noite e vamos nos casar mês que vem, obviamente você será meu padrinho então ande e venha aqui rápido, você tem que me ajudar a organizar tudo. Decidimos comemorar na casa dos meus pais. -

Com essas palavras eu congelo, a felicidade é interrompida por um calafrio.

— Olá... — Tento conversar mas, infelizmente, o telefone desliga, saio correndo do porão com o carro e já na rua te ligo de volta.

— Olá Mia, finalmente posso te ouvir bem. -

— Você entende, Josefina? Você terá que estar aqui em duas semanas para organizar tudo. -

—Você está louca, Mia? É impossível organizar um casamento em menos de um mês. -

— Não estou interessado em Josefina. -

Imagino-a com os seus olhos azuis brilhantes e o mau humor de uma criança mimada, mas na realidade compreendo a sua pressa. Mia e Tom se conheceram na universidade e foi amor à primeira vista, mas Tom só conseguiu sair do armário no último ano da universidade e ficaram assim por três anos, para sua frustração, com alguns beijos aqui e ali sem que eles possam ir mais longe.

Ele tinha medo de enfrentar um relacionamento, seus pais se separaram quando ele era muito jovem e infelizmente ele os viu discutir muitas vezes, mesmo depois do divórcio eles o usaram para machucar um ao outro. Depois de três anos, quando entendeu que, tendo terminado a universidade, não teria mais a oportunidade de ver Mía, finalmente decidiu se declarar. Cinco anos se passaram desde aquele momento e agora ele está pronto para dar o passo mais importante.

Estou muito feliz por eles.

- Eu estou tão feliz por você. Vocês foram feitos um para o outro. Eu te amo. Claro que irei. Vou me organizar logo, mas quero encontrar meu bolo preferido. -

—Querida, vou fazer três camadas para você—.

A Mia é uma excelente pasteleira, apesar de ter uma família rica, abriu a sua própria pastelaria que funciona muito bem, é muito boa e de vez em quando manda-me algumas das suas novas delícias.

Nos despedimos e quando coloco o telefone no assento ao lado do meu, como um raio, vejo a imagem dele aparecer.

Estaciono o carro, não posso mais dirigir. Minha cabeça, sinto explodir, pego em minhas mãos. Estou em pânico, pensamentos passam pela minha cabeça, obviamente o irmão dele estará lá, os dois sempre foram inseparáveis.

Nunca falei com Mia sobre o que tinha acontecido, mas ela entendeu, de qualquer forma, ela me via de forma diferente e não me perguntou mais nada nem falou mais comigo sobre ele. Ele me conhecia bem e viu que eu não podia falar sobre isso, com o tempo tudo voltou ao normal, digamos assim, e não adiantava falar mais nada.

Agora não adiantaria tocar no assunto novamente e depois contar para ele o que certamente não posso esperar que ele não esteja ali, os dois irmãos são muito próximos, ele faria qualquer coisa por Mia e ela faria qualquer coisa por Ele também.

Fico em estado de choque, apoio a cabeça no volante e deixo o pânico tomar conta de mim.

Tremo, já se passaram dez anos desde a última vez que o vi pessoalmente, pois em fotos milhões de vezes, por ser chefe de multinacional de família, costuma aparecer em diversas revistas sempre com uma mulher diferente ao seu lado, mas nesse caso posso sempre jogar o jornal no lixo, mas na vida real, caramba, não sei como vou me defender.

Ainda chocado, ligo para Eric.

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