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6

A música de fundo aumentou quando Miranda levou para Jason fora do palco, seu pau ainda estava duro como pedra, mas ninguém pareceu se importar. Virei-me para Jane.

— Então ele não pode... sabe, gozar?

— Não até sua dona lhe dar permissão. — Uma voz masculina respondeu à minha pergunta, e a expressão pétrea de Jane me disse exatamente a quem pertencia essa voz de barítono.

Apollo estava vestido com um terno cinza carvão que, de alguma forma, o fazia parecer ainda melhor do que em seu smoking. Ele estendeu a mão para a minha irmã primeira.

Claro.

— Você deve ser Jane Hunter. — Disse ele, falando alto o suficiente para ser ouvido sem gritar.

Ela tomou sua mão e balançou a cabeça, em seguida, me deu um olhar afiado quando Apollo virou-se para mim.

— Eu devo lhe pedir desculpas. — Disse ele, dando um passo para mais perto de mim do que ele tinha feito com Jane. — Eu cometi um erro na noite passada. Me dirigi a você como Srta. Hunter, sem perceber que havia duas. Permita que eu me apresente corretamente. Apollo Hendrix. — Ele estendeu a mão.

— Jessica. — Eu disse enquanto pegava sua mão.

Em vez de sacudi-la, ele a levou até a boca e passou os lábios em volta dos meus dedos. Um calor indescritível percorreu a minha pele. Eu não sabia que ainda existiam homens que faziam isso.

— Sinto muito se você achou a minha proposta... desrespeitosa. — Continuou ele, sem soltar minha mão. — Não foi minha intenção.

Eu balancei a cabeça, sabendo que eu deveria puxar minha mão, mas incapaz de fazer de verdade.

— Sem ofensa. — Eu peguei um vislumbre da Jane com o canto do olho e lembrei o que realmente aconteceu na noite passada. Tirei minha mão da dele. — Além disso, você pensou que estava falando com a minha irmã.

Um lado da sua boca se curvou, dando-me a sugestão de uma covinha.

— Isso é verdade. Foi a reputação da sua irmã que me intrigou. — Os olhos dele se viraram para ela e em seguida, voltaram para mim. — Mas foi você que eu estive observando a noite inteira.

Meu estômago deu uma cambalhota. Droga, ele era encantador. Mas isso não impediu que o aviso da Jane zumbisse em meus ouvidos. Apollo, não estava à procura de uma namorada. Ele queria dominar alguém, e eu tinha a sensação de que ele não seria um bom namorado. Pelo menos, não para mim. Eu podia ver isso na forma como sua expressão mudou, a maneira como ele sorriu.

Só porque ele dizia coisas bonitas e tinha gestos apreciáveis, não significava que ele não fosse apenas um cara querendo me comer. Não que eu tivesse tido milhares deles aos meus pés, mas o bastante para eu saber identificar um jogador quando via um.

Além disso, eu não acreditava que ele não desejasse a Jane. Ela disse que alguns gostavam de desafios e tentar outras coisas. Pelo que eu sabia, ele estava apenas me usando para chegar até ela. Ou pelo menos estava tentando. E eu não iria deixar. Eu podia não ter o estilo de vida da Jane, ou ser uma Dominatrix como ela, mas eu não era boba.

— Obrigada pelo pedido de desculpas. — Eu disse. — Agora, se você me der licença, minha irmã e eu viemos aqui para nos divertir um pouco.

O ligeiro alargamento dos seus olhos me disse que ele definitivamente não esperava essa resposta. Boa. Talvez agora ele pense duas vezes antes de tentar foder com a cabeça de alguém.

— Se você está aqui para se divertir, por que não dança comigo?

A maneira como ele disse isso deixou claro que não era realmente uma pergunta. A parte de mim que estava atraída por ele amou a ideia de ele me querer o suficiente para dançar comigo. Já a parte lógica me disse uma coisa diferente. Se eu dançasse com ele, ele pensaria que era porque ele tinha me dito para fazer isso, o que era um caminho perigoso para seguir com alguém que gostava de estar no controle.

Além disso, ele poderia muito bem estar dizendo isso porque queria dar um show para a Jane.

— Obrigada, mas eu acho que Jane e eu vamos dançar juntas um pouco. — Eu agarrei a mão da minha irmã, e nos dirigimos para a pista de dança.

Eu não olhei para ela enquanto caminhávamos, nos encarando apenas quando a música mudou. Eu sabia que ela ficou feliz por eu não dançar com o Apollo, mas eu não queria falar sobre isso naquele momento. Eu não queria ouvir que tinha feito a coisa certa. Tudo o que eu queria era dançar um pouco e esquecer tudo sobre ele.

E por um tempo, consegui. Perdi-me na música, no ritmo. Eu podia não ser sexualmente muito experiente, mas eu sabia dançar. Assim como a Jane, e com as luzes piscando, dançando em frente a ela, era como dançar na frente de um espelho estranho. Eu podia sentir a atenção que estávamos atraindo, e eu sabia que Apollo era um dos que nos observavam. Apesar de tudo, eu ainda sentia uma pequena pontada de orgulho e prazer porque ele não tinha forçado sua vontade sobre a minha, e que ele me observava.

Até que percebi que ele provavelmente estava apenas vendo Jane e eu juntas, como todos os outros. Ele não estava olhando só para mim.

Afastei-me de Jane e procurei por um cara para dançar comigo. Tinha um atrás de mim. A apenas alguns passos de distância. Ele era alto, bonito... e estava vestindo uma camisa de couro apertada. Isso era bom. Eu não queria nada além de uma dança. Eu não estava pensando em levar ninguém para casa comigo, mesmo que Jane já tivesse dito que não se importava. Eu só queria um corpo duro e quente pressionado contra o meu.

Felizmente, ele parecia estar procurando a mesma coisa que eu, pois ele não se incomodou em perguntar meu nome ou falar sobre nada em especial. Ele apenas colocou as mãos nos meus quadris e dançou comigo. Nós ficamos próximos o suficiente para que eu pudesse senti-lo duro contra minha coxa, mas ele não tentou apalpar minha bunda e quando eu o peguei olhando para os meus seios, ele apenas sorriu e deu de ombros.

Era disso que eu precisava. Um lugar para me soltar e me divertir um pouco. Eu podia ver agora por que a Jane amava esta cidade. Todo mundo podia ser quem era e não precisa se preocupar com o que pensavam as outras pessoas. Ninguém se importava que eu estivesse em um lugar como esses, com homens com correntes – como um cara à minha direita com quem eu dancei uma música – e vestidos com couro ­– igual ao homem à minha esquerda, que esperava por uma oportunidade. Cada um cuidava da sua própria vida.

Em algum momento durante a noite, meu parceiro da direita saiu do meu lado e o homem da esquerda tomou seu lugar. Eu não sabia dizer se algum deles esperava algo mais de mim, mas eu também não me importava. Ninguém estava forçando nada comigo. Eu consegui pegar alguns vislumbres ocasionais da Jane enquanto dançava, e ficou claro para mim que ela era mais exigente sobre seus parceiros do que eu. Não precisava ser gênio para descobrir que ela estava recusando qualquer um que não fosse um submisso. Não que houvesse muitos Dom's flertando com ela. Parece que Apollo estava certo quando disse que minha irmã tinha uma reputação.

Quase como se pensar que seu nome criasse um poder de atração, eu me vi olhando diretamente para ele. Ele não estava dançando. Ele tinha ido para o segundo andar e estava em pé na varanda.

Olhando.

Para mim.

Virei as costas para ele e examinei a multidão procurando a minha irmã. A neblina agradável que estava em cima de mim nas últimas horas tinha ido embora e de repente eu estava ciente de que meus pés doíam, e que eu estava com sede. Eu não podia ver a Jane no momento, mas precisava pegar algo para beber, então pedi licença e fui para o bar.

Pedi tequila e um copo de água. Eu realmente não estava interessada em ter uma ressaca desagradável amanhã, mas precisava de algo para me sentir energizada. Tinha sido uma noite estranha. Virei-me e encostei-me ao bar, observando a multidão enquanto esperava as minhas bebidas. Quando chegaram, eu bebi o shot de tequila de uma vez, deixando-a queimar todo o caminho da minha garganta antes de beber meia garrafa de água. Eu a coloquei de volta no bar atrás de mim e dei um pulinho para sentar em uma banqueta. Meu corpo precisava de descanso.

Durante a próxima meia hora, eu recusei vários e vários pedidos de dança enquanto tomava a minha água. Eu tinha que admitir, as pessoas aqui eram realmente muito mais educadas com rejeições do que os caras dos clubes que eu já tinha frequentado. Aqui, eles apenas sorriam e iam encontrar alguém que quisesse. Eu tinha certeza que cada estilo de vida tinha seus babacas, mas este lugar ou era muito sortudo ou eles fizeram um grande trabalho no controle de imbecis, porque todo mundo parecia estar se dando bem, respeitando uns aos outros.

— Aí está você! — Jane exclamou sem fôlego. — Eu estive te procurando.

— Eu precisava de uma bebida. — Fiz um gesto para trás de mim.

Comecei a perguntar-lhe quanto tempo mais nós planejávamos ficar quando percebi que ela não estava sozinha. Atrás dela estava um lindo espécime de homem com os olhos escuros e a pele de chocolate ao leite. Ele não estava vestido escandalosamente, e não tinha um colar ou qualquer coisa assim, mas ficou claro que era submisso. Tudo sobre sua postura dizia que ele queria que Jane estivesse no comando do seu corpo, mesmo que apenas por uma noite.

— Este é Sam. — Disse ela, sorrindo para mim. — Tem sido um inferno de semana, e se não se importa, eu gostaria de queimar algumas calorias.

— Vá em frente. — Eu disse.

— Tem certeza? — Perguntou ela. — Eu posso pegar um quarto aqui mesmo e fazer isso rápido.

Eu sabia que ela faria isso por mim, mas eu não a pouparia de uma longa noite de diversão. O que aconteceu ontem à noite com o carro dela tinha sido bastante estressante. Me trazer aqui então... Eu sabia que tinha sido tão estressante para ela como tinha sido para mim. Eu disse que estava tudo bem com o seu estilo de vida, mas disse isso no conforto do seu apartamento. Dizer isso só com nós duas presentes era uma coisa. Estar cara-a-cara com o estilo em si, era outra coisa.

— Tenho certeza. — Eu sorri para que ela soubesse que eu estava bem. — Então você vai para casa com ele depois?

Ela balançou a cabeça. — Eu nunca levo os homens ao meu apartamento. Isso só se faz com um namorado. — Ela olhou por cima do ombro para Sam, em seguida, olhou para mim. — Há um hotel nas proximidades, sócio do clube, para quem precisa de uma sala de jogos improvisada.

— Então eu não preciso te esperar mesmo? — Eu provoquei.

Ela revirou os olhos. — Você vai ficar bem em ir sozinha de táxi para casa?

Eu balancei a cabeça. — Isso não é um problema.

Ela me deu um abraço. — Se você decidir ir embora com alguém, certifique-se de deixá-lo saber que você não faz parte disso tudo ok, e me mande uma mensagem com fotos.

— Sim, mamãe. — Foi a minha vez de revirar os olhos. — Vá extravasar.

Ela riu quando se virou para Sam, e eu pedi uma segunda bebida enquanto os assistia irem embora. Dois shots eram o meu limite antes que eu começasse realmente a ficar bêbada, então não pedi uma terceira. Eu não tinha feito nenhuma estupidez durante a noite e não começaria agora.

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