7
Artêmis
Momentos antes da boate...
— Senhora Mazza, aqui estão os papéis que me pediu. — Uma funcionária diz adentrando o meu escritório.
— Deixe-os na minha mesa! — ordeno sem olhá-la e logo escuto a porta se fechar.
— Será amanhã de noite, Artêmis. — Athos diz invadindo a minha sala e eu me forço a erguer a minha cabeça para olhá-lo. — Você está bem? — Ele interpele preocupado.
— Estou e como vai ser? — Tento mantê-lo no assunto anterior e mesmo analisando o meu rosto por alguns segundos, ele se senta em uma cadeira de frente para mim e sorri.
— Vou precisar viajar bem cedo, mas posso resolver algumas coisas por telefone e você terá que sair mais cedo daqui claro. A Victória já estará preparando tudo e quando chegarmos, quero que ela seja surpreendida por todos.
— Ótimo, será tudo exatamente como você deseja, irmão. — Ele franze a testa.
— Tem certeza de que está tudo bem com você? — Reviro os olhos com impaciência.
— Eu já disse que sim, Athos. Agora saia, eu preciso trabalhar nesse relatório. — Meu irmão meneia a cabeça concordando e sai. A verdade, é que depois do beijo frustrante que nem chegou a acontecer tenho perdido as minhas noites de sono pensando em como afastá-la de uma vez por todas para longe de mim. Kimberly precisa entender que eu não sirvo para ela e assim quem sabe ela para de frequentar o meu quarto esporadicamente. Mas como fazer isso se sempre acabo me importando com os seus atos inconsequentes como essa manhã? Eu sabia que ela acordaria com uma puta ressaca e com uma dor de cabeça dos infernos também. Portanto, antes de realmente descer para tomar o café da manhã tomei a liberdade de deixar um comprimido e um copo de suco no seu quarto. Sabe o que é mais irritante, além de não se lembrar do que quase fizemos, ela se quer me agradeceu o meu favor.
À noite, como havíamos combinado nos reunimos na boate do Athos para tirar a Olívia de casa e quando eu penso que essa garota idiota já fez de tudo, ela volta a me surpreender.
O que essa maluca pensa que está fazendo?
Meu cérebro gritou quando ela começou a se mexer bem na minha frente, no meio da pista de dança e sem conseguir desviar os meus olhos de cima dela, observei a sua mão escorregar pelo seu corpo suavemente, porém, não menos sensual e preocupado, olho para os lados percebendo alguns homens babando em cima da garota. Eles a olhavam sem qualquer receio de cima a baixo e por algum motivo isso me deixou irritado. Contudo, volto a olhá-la no exato momento que ela sorri para mim e se aproxima lançando-me um olhar de gata sexy, segura nas minhas mãos e as leva para os seus quadris. Kim se mexe ousadamente me fazendo engolir em seco e institivamente aperto a sua cintura a atraindo ainda mais para mim. Os seus seios praticamente saltam para fora do decote da sua blusa quando ela se inclina na minha direção e eu ofego. Um sorriso maroto se abre nos seus lábios quando ela se afasta me deixando confuso. No entanto, Kim dá alguns passos graciosos e se posiciona bem atrás de mim. A sua mão sua desliza devagar pelo meu ombro e logo se arrasta para baixo, para o meu peitoral, e inebriado com o seu charme me pego fechando os olhos e aprecio esse toque ousado. Logo a garota volta a se inclinar na minha direção e a sua respiração bate quente na minha nuca me fazendo ferver por dentro. Ávido, seguro na mão que começa a se recolher e novamente ela me faz girar para ficar de frente para ela. Ousadamente Kim se senta no colo e cruza as suas pernas. A fenda da sua saia desliza um pouco para o lado revelando parte das suas coxas e uma mão minha não se nega a tocá-la e a apertar as suas carnes. Sentir a sua pele morna na palma da minha mão é mesmo de alucinar, enquanto nos nossos olhos estão presos um no outro e mesmo com essa música tão alta, juro que consigo escutar as batidas desenfreadas do meu coração dentro dos meus ouvidos. Começo a girar a cadeira lentamente como se estivesse realmente dançando com ela, enquanto a moça começa a deslizar as pontas dos seus dedos pela lateral do meu rosto. É um toque tão gostoso e tão suave que sem uma explicação lógica começo a Ofegar. De repente os meus olhos deixam os seus e eu me pego olhando para a sua boca. Entretanto, Kim decide mudar a sua posição. E para o meu desespero, ela se senta de frente para mim me deixando completamente duro debaixo dela. Então ela inclina o seu corpo para trás e imediatamente me preocupo de sustentá-lo com as minhas mãos, tendo a mais linda e sexy visão do seu corpo estendido, revelando o seu pescoço alongado, um maxilar levemente rígido e o seu queixo fino. E quando ela retorna os nossos rostos estão próximos demais. Estamos estupidamente ofegantes e nos encarando sem nada a dizer, mas a minha cabeça está rodando em pensamentos que eu não quero ter, e quando me atrevo a chegar mais perto para beijar-lhe a boca, a música termina e as pessoas ao nosso redor nos aplaudem.
— Nem doeu, não foi? — Ela sussurra atrevida perto do meu ouvido, me fazendo franzir a testa e tirar os meus olhos da sua boca suculenta. — Devia fazer isso mais vezes, Mazza, vai ver o quanto isso é divertido se divertir e quem sabe você se livra desse seu mal humor irritante? — Kim retruca saindo de cima de mim e vai para perto das garotas. Eu bufo contrariado com essas suas palavras e faço o mesmo.
Não demora para as nossas bebidas serem servidas. No entanto, Olívia não está aqui na mesa e preocupado, olho para os lados a sua procura. Pego o meu celular para enviar uma mensagem para Athos quando percebo uma mensagem sua dizendo que estava vindo e penso que eles podem estar juntos em algum lugar. Está na hora de voltar para casa. Penso. Contudo, os meus olhos param em cima da garota dançando perto da mesa, enquanto ela segura o seu copo de vodca. O seu sorriso, a maneira como ela fecha os olhos, como o seu braço envolve o seu corpo... Chego a cogitar que queria que fosse eu a abraçá-la agora. No entanto, sacudo a minha cabeça.
Ela está fazendo outra vez.
Penso zangado.
Está tentando penetrar as minhas barreiras, mas advinha eu não vou permitir e se for preciso machucá-la para afastá-la de mim, eu farei.
— Boa noite! — Desperto quando um idiota diz se aproximando e claro que a Anne ficou eriçada com a sua aproximação dele. Contudo, o cara não veio sozinho e o outro babaca está praticamente devorando a bailarina com os seus olhos na cara dura. Solto um pigarro incomodado com essa situação e decido ir falar com ela.
— Já chega, Kim! — falo com um tom seco, tomando o copo da sua mão.
— Ei, o que pensa que está fazendo? — A garota retruca malcriada.
— Eu vou pedir um suco pra você.
— Eu não sou criança, Artêmis! — Ela rebate se inclinando um pouco para olhar direto nos meus olhos.
— Mas está agindo como uma! — rebato irritadiço. — Olhe ao redor, garota, olhe para esses homens te devorando com os olhos. Todos eles querendo te levar para a cama! — rujo e ela passa rapidamente os olhos ao nosso redor como lhe pedi, porém, Kim parece gostar do que ver e eu fecho as mãos em punho.
— O que foi? — Ela inquire debochada. — Está com medo de que eu escolha um deles para essa noite?
Atrevida, audaciosa e perigosa. Ela não sabe onde está se metendo. Aproveito o seu rosto bem próximo do meu e seguro com firmeza na sua nuca a atraindo para mais perto. Contudo, não contenho a minha fúria.
— Você tem razão. Você não é uma criança! — falo duramente olhando dentro dos seus olhos. Suas sobrancelhas se erguem para mim com petulância. — Mas é uma inconsequente e está bebendo como se o amanhã não existisse. Não bastou a burrada que quarta-feira? — Então ela engole o seu sorriso debochado e o olhar petulante dá lugar a um olhar indecifrável. Kim se afasta bruscamente de mim e vai para longe. — Kim, para onde vai? — rosno indo atrás dela.
Pronto, já me arrependi de ter vindo. Sabia que era uma grande furada.
— Kim, quer parar por favor?! — grito rudemente fazendo-a parar bruscamente e para a minha surpresa a garota vem como um furacão para cima de mim. Ela empurra a cadeira para trás com violência e a faz bater bruscamente contra uma parede atrás de mim. Os seus olhos dessa vez expressam uma raiva que eu nunca vi antes em suas retinas e o seu hálito bate quente, e em fúria contra a minha boca quando ela respira ofegante.
— O que você quer de mim, Artêmis Mazza? Você está sempre irritado comigo, sempre me dando patadas, sempre com raiva do mundo todo, mas justamente hoje resolveu se tornar o bom samaritano e quer me salvar? Por quê? Qual o seu interesse nisso? Eu vou te dizer uma coisa pra você, Artêmis Mazza, eu não preciso ser salva nem por você e nem por ninguém, entendeu? — Ela ruge e quando pensa em se afastar outra vez a puxo abruptamente de volta. Ela se desequilibra caindo sentada no meu colo e aproveito para colar a minha boca na sua. A princípio é um beijo duro e forçado, mas logo ele se torna calmo e adorável. Aturdida, Kimberly se afasta ofegante e me encara interrogativa. — Por que fez isso? — Ela me interroga baixo demais, porém, com uma respiração ofegante e pesada.
— Eu precisava acalmá-la e não vi outro jeito de fazer isso. — Continuo com o meu jeito rude, porque não quero que ela saiba o quanto estava desejando esse beijo. A observo engolir em seco outra vez.
— Me diga, você... você me beijou na quarta à noite? — Arqueio as sobrancelhas de um jeito imperativo.
— Você quer mesmo saber o que aconteceu naquela noite? — Mesmo percebendo a sua insegurança, ela faz um sim com a cabeça para mim.
— Ok! Você estava bêbada demais e invadiu o meu quarto, me pediu para te beijar...
— Você me beijou? — O seu tom traz um pouco de indignação.
— Não, eu não a beijei.
— Por que não? — Sua voz é um fio agora, mas decido que esse é o melhor momento para cortar isso que começamos aqui.
— Porque não achei que valia a pena beijar uma garota como você. — Ela me olha em silêncio por um tempo e agora o seu olhar parece envergonhado. Kim sai imediatamente do meu colo e respira fundo em seguida.
— Eu quero ir para casa. — Ela anuncia duramente me dando as costas.
— Finalmente! — retruco e sigo logo atrás dela. Dentro do carro ninguém diz uma palavra e assim que ele para em frente a porta da mansão, ela sai apressa e apenas a olho entrar em casa sentindo uma dor diferente dentro do meu peito. — Fique longe de mim, garota. Só fique longe! — suplico.
***
Uma festa surpresa que parecia não ter fim nunca. Embora eu estivesse feliz pela minha cunhada, estava contando os minutos para me enfiar dentro do meu quarto e poder apagar essa noite. A pior parte é saber que Kimberly Martin não me parece abalada com nada. A garota é a alegria em pessoas, sempre falante e festiva. Sempre contagiando as pessoas ao seu redor. Isso é irritante, é frustrante e eu sinceramente espero ter alcançado o meu objetivo.