⋘ CAPÍTULO DOIS ⋙ Queimado e vergonha.
Heloísa Sophia.
O jogo mal tinha começado e já vinha bolas na minha direção, se não fosse o irmão do Christopher agarrando a bola, eu teria levado na cara com muita força. Rapidamente o mesmo joga de volta na garota que lançou a bola em mim, a mesma tentou segurar e falhou.
— Obrigada. — Agradeço um pouco envergonhada.
— Não tem de que. — Responde com um pequeno sorriso.
Meu Deus!! Como eles podem ter essas vozes tão lindas? Será que é porque são alfas lúpus? A minha loba dentro de mim está muito inquieta como se quisesse fugir.
Solto um suspiro e resolvo deixar isso de lado, volto a prestar atenção jogo e a líder de torcida joga a bola na minha direção e consigo me esquivar com maestria. O Christopher tinha pego a bola e me entrega com um lindo sorriso de lado.
Jesus me ajude.
Suspiro e lanço a bola na direção dela, a mesma consegue se esquivar e aceita uma da suas amigas.
— Porra! — A Vitória diz irritada.
— Tenta queimar eles de volta. — A Jéssica fala pra ela.
A mesma vem para trás da linha e lança rapidamente na minha direção, consigo me esquivar e o Jackson agarra e lança mais uma vez na minha direção, a bola passou perto de mim.
Porra, se essa bola tivesse pegado em mim, eu estaria na ala hospitalar agora.
— Jackson olha a força. — O professor o repreende.
— Foi mal professor. — Diz ele soando inocente, só que ele me encara com odeio.
O que foi que eu ti fiz garoto? Porque a escola toda me odeia tanto assim? Eu nunca fiz nada para ninguém, sempre prefiro ficar na minha.
O Jackson lança a bola na direção do irmão do Christopher e o mesmo agarra como se fosse uma bolinha de papel, sorrio com isso. Agora você se lascou Jackson. — O mesmo lança a bola no Jackson com tanta força, ele ainda tentou segurar só que foi em vão, sentir até pena dele quando o mesmo caiu no chão gemendo de dor.
— Olha a força, senhor Lorenzo. — O professor repreende ele também.
— Foi mal, professor. Aumentei a força sem querer. — Seguro a risada ao ouvir isso.
O Jackson se levanta do chão gemendo ainda de dor após ter levado uma bolada. Ele caminha em direção a arquibancada porque não vai conseguir mais jogar.
— Mandou bem, irmão. — O Christopher fala pro seu irmão Lorenzo.
Os dois dão sorrisos um pouco idênticos mesmo não sendo gêmeos, só que os sorrisos deles dois é muito lindo demais. Percebo que fiquei babando olhando para eles, porque os dois não param de me encarar nesse momento
Misericórdia, fiquei tão distraída ao encara-los que estou parecendo uma louca. Mais convenha a nós, eles dois são uns deuses gregos isso ninguém nega.
O Lorenzo tem o mesmo tipo de corpo do seu irmão, ele é bem musculo e tem cabelos castanhos escuros, sua altura é bastante grande.
Fiquei tão distraída com os meus pensamentos que acabei levando uma bolada na barriga, solto um gemido de dor com o impacto.
— Loisa!!! — Helena grita e rapidamente vem correndo até mim. — Você está bem?
Eu mal conseguia formular uma palavra pela dor no estômago.
— Venha, irei leva-la a enfermaria. — Lorenzo diz ao se inclinar e me pegar nos braços.
Jesus do céu!!! Que braços!!
Seu cheiro é tão delicioso que parecia moranga, eu fiquei tão embriagada com o seu cheiro que sem perceber acabo enterrando o rosto em seu pescoço.
— Gostou do meu cheiro? — Pergunta com um lindo sorriso.
Eu só passo vergonha!!!
Retiro rapidamente o rosto do seu pescoço.
— M-Me desculpa.... Eu... — Sou interrompida pela sua risada.
Ai meu pai do céu!!
— Não se preocupe com isso, pode sentir o meu cheiro a vontade se quiser. — Onde eu enterro a minha cabeça agora? Meu Deus.
Abaixo a cabeça sem coragem de encara-lo, o mesmo abra a porta da enfermaria sem problema algum, a doutora Sandra nos encara.
— O que aconteceu? — Pergunta sem demonstrar preocupação.
Mulher idiota.
— Ela levou uma bolada no estômago. — Responde sério.
— Coloque ela em cima da cama. — Aponta.
O mesmo me guia até a cama e ela se aproxima com um saco de gelo, ergo um pouco a minha camisa pra colocar o gelo. Assim que faz contato solto um gemido de dor.
Ainda está dolorido.
— Depois do gelo irei lhe passar um remédio. — Diz e a encaro.
Porque não me dá agora? Eu preciso!!!
Solto um suspiro e somente aceno para ela.
A mesma encara o Lorenzo.
— Pode ir querido, ela vai ficar bem. — Não vou!!
Mais estou com uma leve impressão que a mesma está dando em cima dela.
— Você vai ficar bem mesmo? — Pergunta se aproximando mais ainda de mim, ignorando totalmente ela.
— Sim.... Eu vou. — Respondo um pouco nervosa com sua aproximação.
Não que fosse um incomodo a aproximação dele perto de mim, é que eu nunca tive uma conversa com um garoto antes, isso faz eu ser bem tímida.
— Certo então, vou voltar para a quadra. — Avisa e concordo com a cabeça.
Ele caminha até a porta e logo para, olho para ele sem entender o porque de ter parado. Sem mais nem mesmo, ele volta até mim e beija a minha testa, deixando-me muito envergonhada.
— Agora eu posso ir. — Fala sorrindo.
Meu Deus!! Ele beijou a minha testa!!!
Ele sai da enfermaria sem olhar para trás, a doutora me encara por alguns segundos e logo volta para o seu lugar, resolvo descansar um pouco. — Fecho os olhos sentindo o seu cheiro delicioso ainda impregnado nas minhas roupas, fecho os olhos e logo adormeço.
****
Acordo com carinho em meus cabelos e já sei quem é.
— Como foi o jogo? — Questiono abrindo os olhos a encarando.
— Foi um lixo, eu acabei sendo suspensa. — Arregalo os olhos por isso.
— Como? Porque? Você não fez nada. — A mesma solta um suspiro.
— A garota que jogou a bola em você está na quadra acabada. — A olho confusa.
— Helena o que você fez? — Pergunto preocupada.
— Eu bati nela porque começou a falar mal de você, quando o senhor gostosão a levou embora. — Coro um pouco com o senhor gostosão.
— Não deveria ter feito isso, Helena. — A repreendo.
— Claro que deveria, aquela infeliz lhe chamou de vadia e disse que você só estava fingindo está com dor só pra ser carregada por ele.
Que puta, eu realmente estava e ainda estou com dor, aquela bola me acertou em cheio.
— Aquela idiota me acerta e ainda tem a cara de pau em dizer que eu estava me fingindo, ah que inferno!! — Grito irritada.
— Né, aquela sebosa. Enfim, agora só vou voltar daqui a cinco dias. — Diz suspirando.
— Sinto muito amiga.
— Que nada, assim eu posso passar esses cinco dias em casa assistindo séries.
Acabo rindo um pouco com o que ela diz, essa Helena é doida mesmo.
— Que horas são? — Pergunto ao notar que o sol está se pondo.
— São cinco e meia e as aulas já acabaram. Então vim acordar você pra irmos para casa. Vamos?
— Sim. — Me sento na cama e suspiro por causa da dor na barriga.
Tenho medo que por causa da bolada possa fazer o meu cio chegar.
Suspiro e me levanto da cama com ajuda dela, ela pega a minha bolsa que trouxe da nossa sala e formos caminhando pelo corredor.
— Eu acho que eles gostaram de você. — Diz do nada.
A olho confusa.
— Quem?
— Os novatos. — Arregalo os olhos surpresa.
— O-O-O que? Claro que não, Helena. De onde tirou isso? Por isso acho que você é louca.
A mesma bufa.
— Eu percebi o jeito que eles te olharam quando você foi atingida pela bola. Menina, fiquei até com medo com a cor dos seus olhos vermelhos. E ainda por cima você cheira a ele.
Coro um pouco.
— Mais é claro né Helena, ele me carregou até a enfermaria. Claro que vai está o cheiro dele em mim.
Ela me olha e dá um sorriso de lado.
— Agora me diz, você gostou não foi? — Sorrio ao lembrar do beijo na testa. — Oh, o que mais aconteceu quando ele trouxe você?
— No corredor para a enfermaria eu acabei cheirando o seu pescoço. — A mesma gargalha, deixando-me muito corada.
— Meu Deus, Loisa! Oh, como eu queria ter visto isso.
— Ele ainda me perguntou se eu estava gostando do cheiro dele. — Ela solta outra gargalhada me deixando sem graça.
— Ah, como eu daria de tudo para ver essa cena. — Reviro os olhos.
Sorrio de leve.
— E tem mais. — Ela me olha atenta. — Quando ela ia embora da enfermaria o mesmo voltou e beijou a minha testa e simplesmente foi embora.
— O meu Deus, isso vai dá namoro!! Vai dá namoro!! Vai dá namoro!!! — Começa a gritar no meio do corredor.
— Cala boca porra, fala baixo!! — Ela simplesmente rir.
— Vai dá namoro!! — Ela sai andando pelo corredor cantando.
A pessoa manda ela falar baixo e a desgraça fala mesmo baixo, mais continua com essa ideia de namoro. Bom, eu até queria um alfa pra cuidar de mim, só não sei se a minha família vai aceitar um alfa lúpus, já que alguns tem fama de serem violentos.
— Ai meu Deus, a minha menina está quase namorando.
— Não viaja Helena!
— Falando em viajar, eu quero batatinha. — Franzo a testa sem entender.
Como viajar tem haver com batatinha?
— Só vamos ir pra casa que a minha barriga está doendo.
— Tudo bem, vamos passar na farmácia e comprar um remédio a dor na sua barriga.
— Só que eu não tenho dinheiro, Helena.
— Tudo bem, depois você me paga com uma deliciosa refeição.
Acabo rindo.
Essa menina não tem jeito mesmo, mais a amo do jeito que é.